O presidente nacional do PSDB,
deputado Sérgio Guerra (PE), divulgou neste sábado nota à imprensa em que acusa
a presidente Dilma Rousseff de usar a máquina pública para atacar adversários e
de fazer propaganda eleitoral, em seu pronunciamento, em cadeia de rádio e TV,
na noite de quinta-feira. O partido, segundo a nota, anunciou que usará dos
meios legais e compatíveis contra a postura da presidente. O pronunciamento de
Dilma, a um mês das eleições municipais, durou 11 minutos.
Em seu discurso, Dilma afirmou
que o antigo "e questionável" modelo de privatização de ferrovias (da
gestão FHC) "torrou o patrimônio público para pagar dívidas e
ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa
eficiência". Ela também anunciou a redução de 16,2% nas tarifas de
energia elétrica dos consumidores residenciais e de até 28% na eletricidade
paga pelas indústrias. A Medida Provisória com as mudanças será assinada na
próxima terça-feira e entrará em vigor em janeiro de 2013.
Na nota divulgada pelo
presidente do PSDB, a postura de Dilma é duramente criticada. "A exemplo
do que alguns de seus ministros vêm fazendo nas campanhas municipais,
prometendo tratamento privilegiado para os municípios que elegerem candidatos
do PT, a presidente Dilma se valeu da prerrogativa de convocar uma cadeia
nacional de rádio e TV para atacar a política de privatizações adotada pelo
governo tucano do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como se seu governo
não tivesse aderido à mesma tese para garantir a retomada do crescimento da
economia brasileira e obras indispensáveis para a infraestrutura do país",
diz a nota.
Nesta sexta-feira, o
candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, já havia se
manifestado sobre o pronunciamento de Dilma. "Ela está usando a cadeia
nacional (de televisão) para fazer política eleitoral". O tucano disse ser
normal que um presidente tenha participação nas eleições, mas criticou o fato
de a participação ter sido feita durante um pronunciamento oficial. "A
Dilma participar da eleição é normal. Não tenho nenhuma objeção. Faz parte das
regras do jogo. Agora, usar a cadeia nacional para fazer política está muito
errado", afirmou.