Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do
mensalão, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), anunciou que vai recorrer à
Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a decisão.
Em entrevista ao lado de seu advogado, Marcelo Bessa, o deputado
argumentou que qualquer pessoa, incluindo ele próprio, tem o direito a ter uma
condenação reexaminada, seja por outra instância ou pelo mesmo tribunal.
"Apelarei até as últimas instâncias do planeta para garantir
o inviolável direito a uma defesa que seja examinada em duas oportunidades
distintas de julgamento", disse. O deputado afirmou que a acusação cometeu
atropelos e desconsiderou alguns fatos. Ele negou, por exemplo, que estivesse
presente na sessão que votou o projeto de Lei de Falências, uma das propostas
apontadas pela acusação como troca de apoio por dinheiro.
"O reexame de uma condenação penal é uma garantia que, além
de resguardar o direito a ampla defesa, tem o papel de permitir a qualquer réu
contrapor, dentro de um ambiente democrático, aos argumentos utilizados para a
condenação", afirmou Costa Neto.
Na entrevista desta terça-feira, 2, Valdemar afirmou que
continuará exercendo o mandato de deputado e não considerou a hipótese de ir
para a prisão: "Não, de jeito nenhum. Vamos ganhar isso aí". Ele
disse que continua deputado e que há ainda vários recursos a serem apresentados
na Justiça contra a condenação.
Valdemar foi condenado pelo STF por corrupção passiva, formação
de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele disse que o crime que cometeu e que
assume foi o eleitoral, seguindo a tese de que houve uso de caixa dois na
campanha e não pelo pagamento por apoio político no primeiro governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não sou inocente. Mas também nunca vivi de lavagem de
dinheiro, corrupção ou formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime
errado", afirmou o parlamentar.(Agência Estado).