terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Com habeas corpus, Cachoeira deixa a prisão 
O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou a prisão em torno das 18h50 desta terça-feira acompanhado de advogados e de um oficial de Justiça, segundo o presidente da Agência Prisional de Goiás, Edmundo Dias.
Ele conseguiu um habeas corpus para deixar Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), unidade de segurança máxima, onde estava desde sábado (8). O habeas corpus foi concedido pelo juiz federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Duas semanas antes, ele havia deixado o presídio da Papuda, em Brasília, após 266 dias recluso, por decisão da Justiça do Distrito Federal.
A nova prisão do empresário ocorreu na sexta-feira (7), em Goiânia, após ser condenado pela 11ª Vara da Justiça Federal em Goiânia a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato.
O juiz determinou prisão preventiva por dois anos, mesmo antes dos recursos de seus advogados. Tourinho Neto avaliou, no entanto, que a execução provisória da pena foi inconstitucional, segundo o tribunal. Ele disse não existir prisão preventiva quantificada em tempo no ordenamento jurídico.(Com Folha online)

Marcos Valério - 5


Luiz Marinho beneficiou BMG
O prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho(PT), foi apontado por Marcos Valério como o intermediário para a edição da medida provisória que beneficiou o banco BMG com a exclusividade da exploração de crédito consignado no início do governo Lula. A operação fez o lucro do banco crescer 205%, conforme o MP. O BMG, que nega ter sido beneficiado, foi um dos bancos que financiaram o esquema do mensalão com empréstimos considerados fraudulentos pelo STF.
Valério afirma que Marinho negociou a medida provisória quando era presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 2003. A medida provisória se destinava aos empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). E permitia que os trabalhadores pudessem autorizar o desconto em folha dos valores referentes ao pagamento de empréstimos bancários. Por 90 dias, o BMG pôde explorar com exclusividade o mercado de crédito consignado. Conforme o Ministério Público, o BMG concedeu 1,4 milhão de empréstimos consignados no montante de R$ 3 bilhões. Esses dados de 2005, ressaltou o MP, transformaram o banco em líder no mercado de crédito consignado. (Estadão)

Marcos Valério - 4


Lula diz que denúncias são 'mentira'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 11, em Paris, que os novos relatos feitos pelo publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República (PGR), divulgados pelo Estado, são "mentira".
Lula foi cercado por jornalistas na saída do Fórum do Progresso Social, co-organizado por seu instituto, e quebrou o silêncio que perdurou ao longo de todo o dia, quando evitou falar à imprensa.
No início da tarde, a reportagem interpelou o presidente na saída do hotel Meurice, onde está hospedado em Paris. Com expressão séria, Lula fez sinal de que não responderia questões, entrou em um carro e partiu acompanhado pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Duas horas depois, o ex-presidente foi protegido por um cordão de seguranças durante o fórum e não respondeu sobre o assunto. Sua primeira manifestação aconteceu ao término do evento.
Com uma postura diferente, Okamotto falou ao Estado durante o fórum e negou que tenha ameaçado Valério de morte, conforme o publicitário afirmou em seu novo depoimento à PGR. Ele afirmou que não vê novas denúncias no testemunho de Valério e que Lula teria de responder por ele mesmo.
Okamotto disse também não ter lido a reportagem do Estado que trouxe detalhes sobre o depoimento de Valério. Questionado sobre se o ex-presidente havia lido a reportagem, o assessor disse que Lula "não lê o Estadão".
A reportagem explicou os fatos relatados por Valério à Procuradoria Geral, entre as quais a de que Lula teria dado seu "ok" ao mensalão. "Meu nome não é Lula. Se teve esse negócio, eu não estava nessa reunião. Tem de perguntar para o Lula um negócio desses", alegou. Sobre a denúncia de que o esquema também teria pagado contas pessoais da família do ex-presidente, o assessor afirmou: "Que contas pessoais? Tem de perguntar para o Lula".
Indagado sobre as supostas ameaças de morte que teria feito a Valério, Okamotto devolveu a pergunta. "Eu ameacei ele de morte? Por que eu vou ameaçar ele de morte?", questionou. "Está nos autos que eu ameacei ele de morte? Duvido! Duvido que ele tenha dito isso!"
Sobre sua suposta declaração afirmando que "gente do PT" o queria morto, Okamotto negou com ênfase. "Não, não, não. Eu não tenho nenhum motivo para desejar o mal a Marcos Valério. Eu o conheci depois do episódio do mensalão, da história que ele contava que tinha feito empréstimos em nome das empresas dele para ajudar o PT", disse ele. "Isso acabou trazendo um grande transtorno para ele, não é? Ele chegou a ser condenado."
A seguir, o assessor colocou em dúvida a credibilidade das declarações de Valério à Justiça. "Pelo que eu entendi, ele esclareceu toda a imprensa brasileira, discutiu com a Justiça, deu os nomes à Justiça. Suponho que tudo o que ele tinha para falar ele já falou", argumentou. "E até algumas coisas que ele falou a Justiça não levou em consideração, como os empréstimos que ele tinha recebido."
Outro assessor que acompanha a delegação do ex-presidente, o ex-ministro Luiz Dulci não quis comentar as declarações de Valério. "Não vi o Estadão hoje. Acordei às 5h da manhã, mas por coisas daqui. Eu estou cuidando das coisas daqui", disse.(Estadão)

Operação Papai Noel coíbe comércio irregular
Comércio ambulante no Centro Histórico é um dos alvos da Smic.
A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) está realizando a Operação Papai Noel. São ações de fiscalização mais intensas devido às festas de fim de ano. Com o comércio aquecido e o crescimento do número de pessoas circulando principalmente no Centro Histórico da Capital, aumenta também a quantidade de vendedores ambulantes irregulares, que causam prejuízo aos comerciantes legalizados, dificultam o trânsito e vendem produtos que podem lesar os consumidores. A Seção de Fiscalização de Atividades Ambulantes também alerta que o comércio informal muitas vezes contribui com a violência e sustenta o crime organizado.
Nessa segunda-feira, 10, primeiro dia da Operação Papai Noel, foram apreendidas 3.672 mercadorias vendidas ilegalmente. De acordo com a Divisão de Fiscalização foram realizadas 70 autuações.
Foto: Carolina Guterres/ PMPA


Sarney diz que Lula é “patrimônio”
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),  saiu nesta terça-feira (11) em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria dado aval ao esquema do mensalão, segundo afirmou Marcos Valério em depoimento à Procuradoria-Geral da União ao qual o jornal “Estado de S. Paulo” afirma ter tido acesso.
Sarney disse que Lula é um “patrimônio” do país e que não acredita nas declarações de Marcos Valério. “Se ela [declaração de Marcos Valério] existiu, é uma profunda inverdade porque, na realidade, o senhor que disse não tem autoridade para falar sobre o presidente Lula, que é um patrimônio do país, da história do país, por toda sua vida, por tudo que ele tem feito”, afirmou o presidente do Senado.

Procon multa operadoras
As operadoras de telefonia Claro, Oi, Tim e Vivo foram multadas pelo Procon de Porto Alegre por não cumprirem acordo firmado em julho e que previa melhorias na cobertura do sinal. As operadoras deveriam realizar investimentos, o que não foi feito. As operadoras Oi, Claro e Vivo foram multadas em R$ 138.890,00. A multa aplicada a Tim foi de R$ 166.668,00 já que, segundo o Procon, foi quem menos comprovou investimentos na qualificação do sinal.
Conforme Flávia do Canto Pereira, diretora executiva do Procon, o acordo firmado em julho, no prazo de quatro meses, as operadoras deveriam investir na melhoria da cobertura. Também deveriam promover desconto nas faturas caso ocorressem quedas no serviço de Internet ou telefone.
O prazo para cumprimento do acordo terminou em novembro.

Marcos Valério - 3


Para PT, declarações são 'desesperadas'

Presidente nacional da sigla afirmou que tentativa de empresário é 'reduzir penas' impetradas pelo STF

A Direção Nacional do PT emitiu nesta terça-feira, 11, uma nota de lamentação ao espaço dado pela imprensa às denúncias feitas pelo empresário Marcos Valério contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu envolvimento no caso do mensalão. 
O presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão, classificou as declarações de Valério como sendo uma "tentativa desesperada de tentar diminuir pena de prisão".
As novas acusações do empresário foram antecipadas pelo Estado na edição desta terça, na qual Valério diz que o esquema do mensalão ajudou Lula a pagar "despesas pessoais" e de que ele também teria dado aval para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada.
Leia a íntegra da nota: 
A Direção Nacional do PT lamenta o espaço dado pela imprensa para as supostas denúncias assacadas pelo empresário Marcos Valério contra o partido e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso essas declarações efetivamente tenham sido feitas em uma tentativa de "delação premiada", deveriam ser tratadas com a cautela que se exige nesse tipo de caso. Infelizmente, isso não aconteceu.
As supostas afirmações desse senhor ao Ministério Público Federal, vazadas de modo inexplicável por quem teria a responsabilidade legal de resguardá-las, refletem apenas uma tentativa desesperada de tentar diminuir a pena de prisão que Valério recebeu do STF.
Trata-se de uma sucessão de mentiras envelhecidas, todas elas já claramente desmentidas. É lamentável que denúncias sem nenhuma base na realidade sejam tratadas com seriedade. Valério ataca pessoas honradas e cria situações que nunca existiram, pondo-se a serviço do processo de criminalização movido por setores da mídia e do Ministério Público contra o PT e seus dirigentes.
Prestes a completar 10 anos à frente do Governo Federal, período em que o Brasil viveu um processo de desenvolvimento histórico e em que as classes populares passaram pela primeira vez a ter protagonismo no nosso país, o PT é alvo constante de setores da sociedade que perderam privilégios.
A campanha difamatória que estamos sofrendo nos últimos meses não impediu nossa vitória nas eleições de outubro e nem conseguirá manchar o trabalho que nosso partido tem realizado em defesa do país, da democracia e, principalmente, da população mais pobre.
Rui Falcão - Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores
(Estadão)

Marcos Valério - 2


Publicitário relata ameaças de morte

'Ou você se comporta, ou morre', teria dito Paulo Okamotto em 2005; hoje diretor do Instituto Lula, ele não comentou acusação do empresário

Visto como um potencial homem-bomba pelo PT por saber como foi montado passo a passo o mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza disse ter sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente. Se abrisse a boca, morreria, disse o empresário no depoimento à Procuradoria-Geral da República.
"Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você", teria dito Okamotto a Valério, conforme as duas últimas das 13 páginas do depoimento prestado no dia 24 de setembro pelo operador do mensalão ao Ministério Público Federal. "Ou você se comporta, ou você morre", teria completado Okamotto. Valério disse à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora Raquel Branquinho que foi "literalmente ameaçado por Okamotto". Procurado, o diretor do Instituto Lula não comentou o caso ontem.
Valério relatou que Okamotto o procurou pela primeira vez em 2005, dias depois da entrevista concedida pelo então presidente do PTB, Roberto Jefferson, em que o escândalo do mensalão era revelado. Okamotto disse, segundo Valério, que o procurava por ordem do então presidente Lula.
Os dois teriam se encontrado primeiro na casa de Eliane Cedrola. Segundo Valério, uma diretora da empresa de Okamotto. O emissário de Lula teria pedido que Valério permanecesse em silêncio e não contasse o que sabia.
Da segunda vez, o encontro ocorreu na Academia de Tênis em Brasília, onde Okamotto se hospedava, conforme Valério. Foi nessa segunda conversa, cuja data não é mencionada, em que as ameaças expressas teriam sido feitas.
Okamotto teria dito que os dois precisavam se entender, caso contrário, Valério sofreria as consequências. Nos vários depoimentos que prestou à Polícia Federal e ao Ministério Público ao longo da tramitação do processo do mensalão, Valério manteve segredo sobre essas ameaças e sobre os detalhes do esquema.
Insinuou várias vezes, porém, que tinha mais informações a dar. Procurou o Ministério Público para tentar "negociar" uma redução de pena e sua inclusão no programa de proteção à testemunha. Um fax chegou a ser enviado por seu advogado aos ministros do Supremo.
Sem proteção. Depois que o Estado revelou, em 1.º de novembro, a existência do novo depoimento de Valério, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que o operador do mensalão não chegou a pedir proteção à sua vida. "A notícia que me foi transmitida foi de que não havia nada que justificasse uma providência imediata", disse Gurgel em novembro. "Agora, se ele viesse a fazer novas revelações, esse risco poderia se consubstanciar." Gurgel chegou a classificar Valério como um "jogador".
Okamotto foi alvo da oposição durante as investigações do esquema do mensalão no Congresso Nacional. Na época, ele presidia o Sebrae e entrou na lista de investigados por ter pago uma dívida de R$ 29.436,26 contraída por Lula em empréstimo feito junto ao PT. Passou a ser classificado como um tesoureiro informal do presidente.
A oposição investigava se o dinheiro do fundo partidário do PT foi usado por Lula para pagar despesas pessoais. Okamotto disse que os empréstimos serviram para cobrir despesas feitas por Lula com viagens e diárias ao exterior em 2001. À CPI dos Bingos, em 2005, Okamotto não explicou por que assumiu a dívida de Lula.
A CPI aprovou na época a quebra de sigilo de Okamotto. Mas uma liminar concedida pelo então presidente do Supremo, Nelson Jobim, impediu que dos dados bancários, fiscais e telefônicos de Okamotto fossem investigados. A CPI dos Bingos foi encerrada nove meses depois de concedida a limitar sem que as informações fossem avaliadas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Instituto Lula no início da tarde de ontem. A assessoria do instituto, no entanto, informou que Lula e Okamotto não "quiseram comentar o depoimento".
Posteriormente, a assessoria informou que Okamotto responderá às acusações "quando souber o teor do documento". Por enquanto, acrescentou a assessoria do instituto, Okamotto não se considera suficientemente informado para se pronunciar.(Estadão)

Marcos Valério - 1


Mensalão
O jornal Estado de São Paulo – Estadão – em sua edição de hoje, publica amplo material sobre o depoimento que o publicitário Marcos Valério, considerado o principal operador do mensalão, prestou à Procuradoria-Geral da República dias depois de teer sido condenado pelo STF.
São acusações que envolvem, inclusive, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo Valério, teria autorizado os empréstimos e se beneficiado pessoalmente do dinheiro. Todos os detalhes do depoimento estão nas páginas do Estadão e são reproduzidos aqui. Acompanhe.
Machado Filho

Valério: Lula deu 'ok' a empréstimos do mensalão

Novas acusações fazem parte de depoimento prestado por empresário mineiro à Procuradoria-Geral da República em 24 de setembro, dias após ser condenado pelo STF

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse no depoimento prestado em setembro à Procuradoria-Geral da República que o esquema do mensalão ajudou a bancar "despesas pessoais" de Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio a uma série de acusações, também afirmou que o ex-presidente deu "ok", em reunião dentro do Palácio do Planalto, para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada.
Valério ainda afirmou que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. Disse que seus advogados são pagos pelo partido. Também deu detalhes de uma suposta ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-integrante do governo que hoje dirige o instituto do ex-presidente, além de ter relatado a montagem de uma suposta "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André na gestão Celso Daniel. Por fim, acusou outros políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE).
A existência do depoimento com novas acusações do empresário mineiro foi revelada peloEstado em 1.º de novembro. Após ser condenado pelo Supremo como o "operador" do mensalão, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor , obter proteção e redução de sua pena. A oitiva ocorreu no dia 24 de setembro em Brasília - começou às 9h30 e terminou três horas e meia depois; 13 páginas foram preenchidas com as declarações do empresário, cujos detalhes eram mantidos em segredo até agora.
O Estado teve acesso à íntegra do depoimento, assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho.
Valério disse ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos pessoais" bem no início de 2003, quando o petista já havia assumido a Presidência. Os recursos foram depositados, segundo o empresário, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, uma espécie de "faz-tudo" de Lula.
O operador do mensalão afirmou ter havido dois repasses, mas só especificou um deles, de aproximadamente R$ 100 mil. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Freud. O depósito foi feito, segundo dados do sigilo quebrado pela comissão, em 21 e janeiro de 2003, no valor de R$ 98.500.
Segundo o depoimento de Valério, o dinheiro tinha Lula como destinatário. Não há detalhes sobre quais seriam os "gastos pessoais" do ex-presidente.
Ainda segundo o depoimento de setembro, Lula deu o "ok" para que as empresas de Valério pegassem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Segundo concluiu o Supremo, as operações foram fraudulentas e o dinheiro, usado para comprar apoio político no Congresso no primeiro mandato do petista na Presidência.
No relato feito ao Ministério Público, Valério afirmou que no início de 2003 se reuniu com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o tesoureiro do PT à época, Delúbio Soares, no segundo andar do Palácio do Planalto, numa sala que ele descreveu como "ampla" que servia para "reuniões" e, às vezes, "para refeições".
Ao longo dessa reunião, Dirceu teria afirmado que Delúbio, quando negociava com Valério, falava em seu nome e em nome de Lula. E acertaram, ainda segundo Valério, os empréstimos.
Nessa primeira etapa, Dirceu teria autorizado o empresário a pegar até R$ 10 milhões emprestados. Terminada a reunião, contou Valério, os três subiram por uma escada que levava ao gabinete de Lula. Lá, na presença do presidente, passaram três minutos. O empresário contou que o acerto firmado minutos antes foi relatado a Lula, que teria dito "ok".
Dias depois, Valério relatou ter procurado José Roberto Salgado, dirigente do Banco Rural, para falar do assunto. Disse nessa conversa que Dirceu, seguindo orientação de Lula, havia garantido que o empréstimo seria honrado. A operação foi feita. Valério conta no depoimento que, esgotado o limite de R$ 10 milhões, uma nova reunião foi marcada no Palácio do Planalto. Dirceu o teria autorizado a pegar mais R$ 12 milhões emprestados.
Portugal Telecom. Em outro episódio avaliado pelo STF, Lula foi novamente colocado como protagonista por Valério. Segundo o empresário, o ex-presidente negociou com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, o repasse de recursos para o PT. Segundo Valério, Lula e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniram-se com Miguel Horta no Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas.
As negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri.
Segundo o presidente do PTB, Roberto Jefferson, Dirceu havia incumbido Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB. Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento de José Dirceu no mensalão.(Estadão)



Bom dia!
Depois da tempestade, vem a bonança. Um amigo meu já dizia que “depois da tempestade, vem a ambulância”. Até que faz sentido, pois sempre temos estragos e prejuízos, nem sempre só materiais, depois de um vendaval e muita chuva como na madrugada passada.
Eram mais ou menos duas e vinte, eu estava concluindo uns textos no computador, quando começou a ventar. Não foi brincadeira. Faltou luz e voltei pra cama esperando o vento acalmar. Um susto. Depois, é claro, a bonança.
Tempestade, mesmo, está prevista para depois da quarta-feira quando o ministro Celso de melo proferir seu voto, definindo se os deputados condenados por participação no mensalão, serão cassados ou não. É que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), já disse que não acatará a decisão do STF e quer que a cassação seja definida em votação secreta. Aí é que mora o perigo. Como se diz lá em São Gabriel, “lobo não come lobo”, então, é bom colocar as barbas de molho.
Amanhã, às 19h30, será realizado em Porto Alegre o ato “Em defesa do PT e dos Direitos Democráticos”. Sei não, mas acho que os petistas estão cutucando onça com vara curta, ou seja, quanto mais criticam o STF, mais o cidadão apóia a decisão dos ministros. Só gostaria de saber o significado do ato “Em defesa do PT...”. O Partido dos Trabalhadores precisa se defender do que, mesmo? Seria da Rosemary e seus bebês? Não acredito.
O presidente da FIERGS, Heitor Muller, reuniu a imprensa para falar sobre a economia do RS. Dados mostrados informam que a economia gaúcha caiu 2,3% no ano e que a quebra da safra agrícola abalou nosso PIB. A safra agropecuária recuou 37,8% enquanto a indústria teve queda de 1,7%. Para o presidente da Federação das Indústrias do RS, “a economia brasileira não está se preparando para ser mais competitiva no longo prazo”.
Tempos bicudos, como diria o poeta Mário Quintana.
Por falar em vento, resolvi recordar uma das músicas mais bonitas feitas aqui no RS. Num momento de muita inspiração, José Fogaça escreveu esta belíssima Vento Negro que fica ainda mais bonita na interpretação perfeita do cantor Victor Hugo. Com meus votos sinceros de um Bom Dia!




Caingangues querem mostrar cultura indígena na Copa
Oruam Kauam da Rosa, Líder Espiritual (Kuian) das 23 aldeias dos povos Caingangues do RS, esteve visitando o secretário extraordinário da Copa, João Bosco Vaz, para reivindicar a participação dos índios durante a Copa do Mundo de 2014. 
"Nós queremos mostrar aos turistas que estiverem no Brasil durante a Copa, um pouco das nossas tradições como danças, rituais, artesanato, uso de ervas medicinais e comidas típicas", disse Kauam da Rosa.
Oruam está gestionando que, pelo menos aqui em Porto Alegre, seja instalada uma espécie de Aldeia Temática onde os índios possam mostrar suas atividades 24 horas por dia. “Quem vem de fora normalmente fica encantado com o que os nossos índios mostram”, disse o Kuian Caingangue. Somente em Irai, onde Oruam atua, estão 234 famílias. Na realidade, são 23 mil índios que compõem as 23 aldeias, e entre 5 e 7 mil que se tornaram urbanos.
O secretário João Bosco Vaz disse que vai conversar com a Funai e autoridades ligadas aos índios para, além de encaminhar a sugestão do representante dos caingangues, tentar a unificação das aldeias. "Precisamos do apoio de todos, principalmente da Funai, para dar aos índios o que eles precisam ter, ou seja, espaço para trabalhar dignamente e reconhecimento da sociedade ao trabalho desenvolvido por eles", disse o secretário.

Pedágio: Agergs vota prazo do fim das concessões 
O Conselho Superior da Agergs (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS) vota na Sessão Ordinária de hoje, 11/12, o processo que define a data de encerramento dos contratos dos Polos Rodoviários no Estado. A reunião, aberta ao público, inicia às 14h30 na Sala de Sessões Romildo Bolzan, na sede da Agência, no 14º andar da Avenida Borges de Medeiros, 659, no Centro Histórico de Porto Alegre. Presidirá a Sessão o Conselheiro-Presidente Manoel Maria dos Santos, e são relator e revisor do processo, respectivamente, os Conselheiros Ayres Luiz Apolinário e Carlos Martins.