domingo, 16 de dezembro de 2012


Furtos de bagagem aumentam nos aeroportos de SP
Em Guarulhos (SP), o maior aeroporto do país, foram 1.519 registros de furtos de malas e violações de bagagens até outubro, 130 ocorrências a mais do que todo o ano passado; 54 pessoas foram presas em flagrante neste ano
A psicóloga Camila Freitas, de 27 anos, se preparava para embarcar rumo a Fortaleza (CE) no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos/Cumbica (SP), quando se deu conta de que a bagagem que havia deixado por alguns instantes no chão enquanto fazia o check-in tinha sido trocada. No interior, em vez da câmera fotográfica e de roupas e acessórios comprados para passar o feriado de novembro na praia, estavama papéis amassados, para fazer volume. “Foi muito rápido. Quando me dei conta, tinha acabado de ser roubada, foi horrível”, diz. Os pertences, afirma a psicóloga, nunca foram recuperados.
Maior aeroporto do país, Cumbica é também o campeão no índice de furtos. Foram registrados 1.519 até o mês de outubro deste ano, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), 130 ocorrências a mais do que a soma de 2011. Desse total, 60% dos casos são de violação de bagagem, e 40% de furtos nos saguões, em ações semelhantes a que vitimou Camila.
Se comparado ao fluxo de 33 milhões de passageiros que embarcam e desembarcam em Cumbica, esse número de furtos pode parecer pequeno. Mas não é. Nos Estados Unidos, o John F. Kennedy, principal porta de entrada de Nova York, recebe 50,3 milhões de passageiros por ano e teve 493 casos em 2011. Em Londres, o terminal de Heathrow recebeu 67 milhões de passageiros em 2011, com índice de 365 ocorrências. O Charles de Gaulle, em Paris, registrou 348 furtos para 61 milhões de passageiros.
Tamanha diferença em relação ao terminal brasileiro se explica quando os dados relacionados ao investimento em segurança veem à tona. Um dos exemplos são as câmeras de segurança. O aeroporto nova-iorquino conta com 4.500 aparelhos instalados, o londrino possui 5.000, e o parisiense, 5.800. Cumbica tem espalhadas pelos dois terminais apenas 700 câmeras. A exígua fiscalização torna o terminal paulista um terreno propício à ação de criminosos. 
Agência Brasil/Foto: Marcelo Camargo