Boate Kiss: Justiça aceita denúncia contra oito envolvidos
O juiz Ulysses Fonseca Louzada, da
1ª Vara Criminal de Santa Maria, aceitou hoje (3) a denúncia do Ministério
Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) contra oito envolvidos no incêndio na
Boate Kiss, encaminhada ontem à Justiça. Com isso, os acusados pelo MP-RS passam
a ser considerados réus no processo criminal e serão julgados por tribunal do
júri em Santa Maria. Os advogados de defesa têm dez dias para se manifestar.
Com a decisão de Louzada, os
sócios-proprietários da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero
Hoffmann, e os músicos da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos
Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, responderão pelo crime de homicídio
doloso qualificado – quando há intenção ou se assume o risco de matar. Por ser
qualificado, quando é cometido com agravantes, há o aumento da pena.
Já os bombeiros Renan Severo
Berleze e Gerson da Rosa Pereira, o ex-sócio da Kiss Elton Cristiano Uroda e
Volmir Astor Panzer, funcionário do pai de Elissandro Spohr, responderão por
fraude processual e falso testemunho.
O juiz de Santa Maria também
determinou o arquivamento das investigações relativas a cinco pessoas. Sobre
três delas - Ricardo de Castro Pasche, gerente da boate; Luiz Alberto Carvalho
Junior, secretário municipal do Meio Ambiente; e Marcus Vinícius Bittencourt
Biermann, chefe do Setor de Cadastro da Secretaria Municipal de Finanças, que
emitiu o alvará de localização da boate, os promotores alegaram não terem
encontrado elementos que indiquem participação no crime.
O magistrado decidiu arquivar as
investigações relativas aos bombeiros responsáveis pela fiscalização, Vágner
Guimarães Coelho e Gílson Martins Dias. Eles foram indiciados pela polícia por
homicídio doloso, mas o MP entendeu que deveriam responder por homicídio
culposo - quando não há intenção de matar - na Justiça Militar.
Na denúncia, o MP-RS pediu novas
investigações para apurar as responsabilidades de Ângela Aurélia Callegaro,
gerente da boate e irmã de um sócio do estabelecimento, Elissandro Spohr; de
Marlene Teresinha Callegaro, sócia da boate e mãe de Elissandro; de Miguel
Caetano Passini, secretário municipal de Controle e Mobilidade Urbana; e de
Beloyannes Orengo de Pietro Júnior, superintendente de Fiscalização da
Secretaria Municipal de Controle e Mobilidade Urbana.