domingo, 2 de junho de 2013

Indenizações da ditadura excluem os 'sem partido'
A política de indenizações por mortes e torturas cometidas pela ditadura exclui os participantes da resistência sem vínculos, no passado e no presente, a partidos e centrais sindicais. Pesquisa da Secretaria de Direitos Humanos mostra que só vítimas ou famílias de mortos que, a partir da redemocratização, migraram de organizações clandestinas para sindicatos ou novas legendas de esquerda conseguiram a reparação do Estado.
O estudo Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição, que será divulgado nesta semana, já é motivo de debate no governo e poderá influenciar a política de reparação.
Coordenada pelo ex-preso político e fundador do PT Gilney Viana, do projeto Direito à Memória e à Verdade, a pesquisa mostra que, dos 51 pedidos de indenização de famílias de camponeses assassinados, a Comissão de Mortos e Desaparecidos só deferiu 29 que provaram a "militância político-partidária" do parente. Os 22 pedidos recusados eram casos de pessoas sem partidos.

Uma soma de 602 camponeses mortos ou torturados foi listada como "excluída" das indenizações. Estima-se que, dos 73 mil pedidos de anistia julgados ou em tramitação, só 5% são da área rural, onde há menos militância partidária. "Quem participou de movimentos políticos organizados ou se lançou na política depois teve mais facilidade de acesso aos benefícios das Leis dos Mortos e Desaparecidos e da Anistia", afirma Viana.
Mais chuva e menos público na Parada Gay de SP
Com chuva constante e público abaixo do esperado, a 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foi iniciada por volta das 13h, na avenida Paulista, com um público disposto a se divertir e a externar a busca e a manutenção dos direitos conquistados pelos militantes da causa.
Enquanto a organização previa a presença de pelo menos 4 milhões de pessoas, a avenida Paulista apresentava vários clarões entre os trios que se apresentaram. No carro que abriu o evento estavam a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT-SP), e o atual prefeito, Fernando Haddad (PT).
A 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) em São Paulo tem como tema central a luta contra o "retrocesso". Com o mote “Para o armário nunca mais”, os organizadores pretendem destacar o que chamam de ação de "segmentos religiosos fundamentalistas", que estariam agindo no Legislativo brasileiro.
Um dos alvos será o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, a quem os manifestantes reservaram o último dos trios elétricos da Parada para protestar.

No campo musical, a apresentação da cantora Daniela Mercury - financiada pelo governo baiano -, que recentemente assumiu um relacionamento com outra mulher, será o ponto alto. A apresentação contará com 22 músicos, a partir das 14h. Está confirmado ainda show de Ellen Oléria, vencedora do programa The Voice Brasil, da Rede Globo.