domingo, 16 de junho de 2013

Ministra diz que Congresso “faz chantagem”
Enfrentando uma das mais agudas crises entre Executivo e Legislativo, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, admitiu que o Congresso às vezes faz chantagem com o governo e diz que a prática não é vista com bons olhos pela presidente Dilma Rousseff. Ela adianta que na próxima semana vai liberar R$ 2 bilhões em emendas parlamentares, o que deve desanuviar o céu de Brasília. E recomenda "divã e maracugina" aos parlamentares.
"Vou te dizer que essa possibilidade (de chantagem) existe e de vez em quando acontece", disse Ideli. Na posição de mediadora entre os dois Poderes, a ministra atribui a culpa desse costume ao sistema político eleitoral, que obriga a formação de um governo de coalizão.
"A questão dos cargos, que não é prerrogativa dos parlamentares, acaba sendo uma, digamos, decorrência da obrigatoriedade de fazer coalizão. O aliado pensa: 'Se vou ajudar aqui (no Executivo), o meu partido vai ajudar lá (no Legislativo)'. Então é legítima também a postulação de compartilhamento dos postos de execução do governo."
Em outras palavras, a ministra vê como natural o toma lá dá cá. Mas reconhece que nem sempre o universo é harmônico e detecta abusos. "É claro que isso, em muitas situações, acaba provocando distorção, como apresentação de nomes que não são compatíveis, ou exigências que passam da conta, passam do razoável para a coalizão."



ELEIÇÕES 2014

Para PSB, governo usa máquina para sufocar adversários

Após a descoberta da mais nova investida eleitoral do PT, revelada por VEJA desta semana, sobre a espionagem perpetrada por agentes do estado no Porto de Suape, em Pernambuco, o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), afirmou que o governo lança mão de todas as armas para sufocar as movimentações que poderiam atrapalhar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014. A reportagem mostra que quatro funcionários da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, se disfarçaram de agentes portuários para colher informações que poderiam ser utilizadas contra o governador Eduardo Campos, considerado pelos petistas uma ameaça para Dilma nas eleições de 2014.
 “O grave é que isso demonstra um viés autoritário que nós não podemos admitir em um país que tem a democracia como uma grande conquista”, afirmou o senador. Rollemberg ressaltou que o governo, já preocupado com o processo eleitoral, “busca modificar regras para facilitar as coisas para o PT e dificultar e sufocar os outros”. O líder do PSB no Senado, responsável pelo mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o projeto que atrapalha a criação de novos partidos, ressaltou que esse caso ainda é mais grave, já que atua “à sombra” para frear todas as movimentações eleitorais.
Na Câmara, o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), afirmou esperar que o governo não precise ser intimado para dar explicações sobre a espionagem no Porto de Suape. O deputado disse que vai conversar, no início desta semana, com o governador Eduardo Campos e com deputados da legenda para decidir quais serão as providências tomadas. Ele espera, porém, que o governo se antecipe nas explicações. “Temos uma denúncia grave e é preciso que haja uma explicação formal antes de uma possível convocação”, disse o parlamentar gaúcho.

“Alguém tem de ser o pai dessas quatro criaturas. Elas não estavam lá para fazer estágio ou para aprender sobre portos. E é essa explicação que tem de ser dada.” O líder do PSB reforçou que não se contentará com um posicionamento de representantes da Abin. Para ele, a resposta deverá partir do gabinete da Presidência da República.(Veja online)