domingo, 28 de julho de 2013

Fundação investigada

Acervo tem quadros de Sarney como padre
A fundação criada pelo governo do Maranhão para preservar a memória do senador José Sarney (PMDB-AP) como presidente da República vive hoje numa espécie de "limbo institucional": o acervo está sob os cuidados de servidores públicos, mas continua ligado à entidade privada original, a Fundação Sarney.
A Promotoria investiga o caso e já aponta irregularidades porque a antiga fundação --criada pelo ex-presidente em 1990-- não foi liquidada, exigência legal para que pudesse transferir seus bens à nova fundação, pública.
Enquanto isso, a passagem da fundação privada para a pública -iniciada em 2011 pelo governo Roseana Sarney (PMDB)- elevou os gastos do órgão com pessoal em 187% e fez o número de funcionários dobrar, de 22 para 44, todos indicados sem concurso.
Segundo o Ministério Público, o inventário do acervo, outra exigência legal, nunca foi feito, e ninguém sabe ao certo o que há no Convento das Mercês, sede da fundação, prédio erguido em 1654 e hoje o mais suntuoso do centro histórico de São Luís.

Entre obras de arte, condecorações, livros e objetos acumulados por Sarney ao longo de sua vida pública há uma série de pinturas que retrata o político, familiares e aliados como padres, freiras e apóstolos. A coleção, com cerca de 30 quadros, está em uma sala fechada à visitação. (FSP/conteúdo)

Editorial do Estadão

As respostas reprovadas
Se a presidente Dilma Rousseff tivesse pela opinião dos brasileiros o "respeito decente" que o americano Thomas Jefferson pregava, em relação ao mundo, há quase 240 anos, convocaria uma rede nacional de emissoras para admitir que errou ao se vangloriar de ter ouvido - e entendido - a voz das ruas. Foi o que disse para justificar a confecção, da noite para o dia, dos cinco "pactos em favor do Brasil" com os quais quis fazer crer que atendia às demandas nacionais por serviços públicos "padrão Fifa", combate efetivo à corrupção e mudança radical de atitude dos poderosos de turno diante da sociedade que os sustenta. Aliás, o carro-chefe de tais respostas, o plebiscito para a convocação de uma Constituinte que faria a reforma política em lugar do Congresso, não durou mais de um dia, por sua patente ilegalidade. Foi substituído pela proposta de uma consulta popular sobre o que mudaria nas regras políticas, para vigorar já no ano eleitoral de 2014. A "sugestão" foi abatida pelos aliados do governo na Câmara.
Dilma apresentou os cinco pactos numa reunião em 24 de junho. Em 1.º de julho, anunciou-os no seu programa semanal de rádio. Oito dias depois, o Ibope começou mais uma de suas pesquisas sobre a avaliação da presidente, entre outros itens, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os resultados se revelaram arrasadores para as pretensões de Dilma de ter tomado, a tempo e hora, as iniciativas que as manifestações cobravam. Os números são cristalinos sobre o fiasco: 46% dos entrevistados disseram rejeitar as medidas da presidente, ante 27% dos que as endossaram. Quase 1/3 dos consultados (31%) as desaprovou totalmente e só 14% as aprovaram sem restrições. Faz sentido. Primeiro, porque a reforma política simplesmente não consta das prioridades populares - saúde (citada por 71%), segurança (40%) e educação (37%). Segundo, porque as iniciativas - alheias, por sinal, à questão da segurança - não sensibilizaram a maioria.
Tem-se assim que o pleno apoio aos gestos de Dilma para mostrar serviço não chega nem à metade dos 31% que avaliam o seu governo como "ótimo" ou "bom". Esse, a propósito, é o patamar registrado pelas duas outras sondagens do gênero, sob o impacto das jornadas de junho. Antes, Dilma ainda voava numa zona de conforto, com a popularidade no nível de 55%, apesar da turbulência provocada pela inflação que a derrubou do pico de 64%, alcançado em abril último. O levantamento confirma que, hoje, a aprovação à petista não vai além do piso histórico do partido. Mesmo Lula, para se eleger e reeleger, sempre em segundo turno, dependeu do eleitorado de outras legendas. Embora seja cedo para prever como estará o prestígio da presidente quando se aproximar a campanha sucessória, pode-se dar como certo que só por milagre ela se reelegerá na primeira rodada - o que era tido como certo, ou altamente provável, poucos meses atrás. Isso, se o "volta, Lula" não se impuser, queira ele ou não.
O que remete à segunda mais importante revelação da pesquisa, depois do fracasso de público das propostas presidenciais. Pela primeira vez, a parcela dos que consideram a gestão Dilma pior que a do seu patrono passou a predominar de forma acachapante. São 46%, ante 25% em junho e 18% em março. Apenas 10% preferem o governo Dilma. Eram, respectivamente, 16% e 20%. O contingente dos que acham que ambos se equivalem caiu, também pela primeira vez, para menos da metade: são 46%. E dizer que, na quarta-feira, véspera da divulgação da sondagem, Dilma decidiu, numa conversa reservada de três horas com Lula, que não cortará Ministérios nem tão cedo trocará ministros. Fazê-lo, argumentou, seria ceder a pressões. Decerto ignora que o velho Ulysses Guimarães, um político de quatro costados, se gabava de só decidir sob pressão. A teimosia da presidente lembra a fábula do escorpião que pica o sapo que o transportava pelo rio. Mesmo sabendo que irá se afogar, não pode contrariar a própria natureza.
Resta a Dilma o duvidoso consolo de não estar mal na foto sozinha. Tem a companhia de quase todos os governadores dos 11 Estados pesquisados, a começar pelo aliado Sérgio Cabral, aprovado por meros 12% dos cariocas.

Previsão do tempo

Domingo de sol e temperatura amena

Neste domingo, o sol aparece no Rio Grande do Sul, mas com algumas nuvens. Alerta-se para a probabilidade de nevoeiro em vários pontos na madrugada e ao amanhecer, inclusive denso. Na faixa central do Estado, o nevoeiro pode ser mais persistente, podendo ainda resultar em cobertura de nuvens baixas e médias durante parte do dia. 
O domingo tem início frio, sobretudo em baixadas dos Aparados da Serra que podem voltar a anotar marcas negativas. Já a tarde torna a ser amena. (MetSul)

Papa Francisco no Brasil

Ele pediu que jovens “não sejam 
covardes e saiam às ruas”.
Na última noite da Jornada Mundial da Juventude, neste sábado, 27, o papa Francisco fez um discurso repleto de expressões informais, referências ao futebol e às manifestações populares, não só no Brasil, mas em vários países. O papa pediu que os jovens não se submetam a modismos, sejam autênticos e que "suem a camisa" na vivência da religião. Em um dos vários momentos em que improvisou, pediu aos jovens que "joguem sempre no ataque" e que "saiam às ruas como fez Jesus". "Não sejam covardes", disse, clamando que os jovens sejam os protagonistas das mudanças sociais e políticas no mundo.
"Hoje tenho certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem engomadinhos, nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza de que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e conveniências do momento", disse.
O pontífice pediu que os jovens "sejam os verdadeiros atletas de Cristo" e disse que Jesus oferece algo "muito superior" à Copa do Mundo. "Jesus nos pede que sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que 'joguemos no seu time'. Acho que a maioria de vocês ama os esportes. E aqui no Brasil, como em outros países, o futebol é uma paixão nacional. O que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor", pregou. "Queridos amigos, não se esqueçam: vocês são o campo da fé! Vocês são atletas de Cristo! Vocês são construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor", disse o papa para os jovens que desde a manhã circulavam pela orla de Copacabana e, do meio-dia em diante, assistiram a shows de grandes nomes da música católica, como os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo e a banda Rosa de Saron. (Agência Estado)