O livro bomba de Romeu Tuma Júnior – 2
Mais trechos da entrevista do Tuma Júnior à revista
VEJA.
Fábrica de dossiês – Durante todo o tempo em que estive
na Secretaria Nacional de Justiça, recebi ordens para produzir e esquentar
dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. O PT do Lula age
assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei.
Tentaram me usar para esquentar um dossiê contra o governador de Goiás, Marconi
Perillo, só porque ele avisou o Lula da existência do mensalão. Depois quiseram
incriminar o ex-senador Tasso Jereissati servindo-se do meu departamento para
forjar uma investigação sobre contas no exterior. Havia uma fábrica de dossiês
no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os
dossiês fajutos que chegaram até mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma
máquina de difamação. Assassinaram minha reputação.
O CADE – É só olhar o que está acontecendo com o Cade
nesse escândalo do metrô de São Paulo. Conto isso no livro. Desde 2008 o PT
queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suiça para atingir os tucanos
na eleição municipal. O ministro da Justiça, Tarso Genro, me pressionava
pessoalmente para deixar isso vazar para a imprensa. Deputados petistas também
queriam ver os dados na mídia. Não dei os nomes no livro porque quero ver se
eles terão coragem de negar.
Ruth Cardoso – O PT usava o meu laboratório para fazer
dossiês. A ex-ministra Erenice Guerra foi inocentada em 2012, desse tipo de
acusação. Mas eu sustento, com o nome que herdei de meu pai: havia, sim, uma
fábrica de dossiês em vias de ser normatizada, que inviabilizei com a mudança
do laboratório para a estrutura da secretaria. Estavam usando o meu laboratório
para fazer um dossiê contra a finada Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente FHC,
e obviamente contra o governo do seu marido.