segunda-feira, 30 de junho de 2014

Maluf abandona Padilha

PP decide apoiar Skaf (PMDB)

Um mês depois de anunciar apoio ao candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, o PP mudou de rumo e decidiu apoiar Paulo Skaf (PMDB).
A executiva estadual do partido, reunida nesta segunda-feira, 30,  em São Paulo, aprovou por maioria absoluta o desembarque da campanha petista rumo à candidatura do PMDB.
Aos petistas, a direção do PP justificou o desembarque dizendo que com Skaf o partido teria chances de eleger uma bancada maior de deputados federais.
No entanto, pesou o fato de Padilha estar estacionado na rabeira das pesquisas de opinião. Segundo o Datafolha, Padilha tem 3% contra 21% de Skaf e 44% do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A Executiva Estadual do Partido Progressista em São Paulo, presidida pelo deputado federal Paulo Maluf, decidiu hoje, 30 de junho, por maioria absoluta, apoiar a candidatura de Paulo Skaf ao Governo de São Paulo.
A coligação será feita tanto na chapa majoritária como na proporcional para deputado federal e estadual.

Também participaram do encontro o 1.º vice-presidente do PP, deputado federal Missionário José Olímpio, o secretário geral, Jesse Ribeiro, o 2.º secretário Fauze Hamuch, e demais integrantes da Executiva Estadual. (Agência Estado)

Antidepressivo

Anvisa suspende lote de Imipra 


Um lote do medicamento Imipra 25mg (cloridrato de imipramina), apresentação de 200 comprimidos, fabricado pela empresa Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda., está com distribuição, comercialização e uso suspensos em todo o território nacional. O antidepressivo é utilizado para tratar depressão e distúrbios do humor.

A decisão foi anunciada nesta segunda pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme resolução publicada no Diário Oficial da União. A Anvisa explica que foram obtidos resultados insatisfatórios no teste de teor de princípio ativo. A fabricante terá de recolher o estoque existente no mercado relativo ao lote 12096555, com validade até setembro de 2015. (Anvisa)

Eleições 2014

Partidos definem candidatos e alianças

Com a realização de convenções no final de semana, alguns dos principais partidos definiram seus candidatos ao governo do Estado, vice e Senado.




PMDB 
Governador – José Ivo Sartori (PMDB) 
Vice – José Paulo Cairoli (PSD) 
Senado – Beto Albuquerque (PSB)

PT
Governador – Tarso Genro (PT) 
Vice – Abigail Pereira (PC do B) 
Senado – Olívio Dutra (PT)

PP 
Governadora – Ana Amélia Lemos (PP)
Vice – Cássia Carpes – Solidariedade
Senado – Simone Leite (PP)

PDT
Governador – Vieira da Cunha (PDT) 
Vice – Flávio Gomes (PSC) 
Senado – Lasier Martins (PDT)

PSOL 
Governador – Roberto Robaima

PRTB
Governador -Edison Estivalete

PCB 
Governador - Humberto Carvallho

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta segunda-feira, dia 30 de junho




- Mais de 11 mil fora de casa (Zero Hora)

- Governo anuncia que vai manter IPI reduzido para veículos (O Sul)

- Plano Real completa duas décadas (Jornal do Comércio)

- Fim de semana de emoções continua hoje no Beira-Rio (Correio do Povo)

- Dívida da Prefeitura de SP com  União cresce 15% na gestão Haddad (Estadão)

- Após um ano e meio gestão Haddad é aprovada por apenas 17% em SP (Folha de São Paulo)

- Heloísa Helena sai candidata ao Senado para enfrentar Collor (O Globo)

- Aécio anuncia hoje o nome de Aloysio Nunes para vice-presidente (Estado de Minas)

- Projeção de crescimento este ano cai pela quinta vez (Correio Braziliense)

- SBM pagou viagem para ex-diretores da Petrobras (Gazeta do Povo/PR)

- Movimento ocupa Prefeitura de Recife (Diário de Pernambuco)

- Projeto social de Balotelli em Salvador forma jovens (A Tarde)

- PTC oficializa apoio à candidatura de Aécio Neves (Diário do Nordeste)

- Legislação permite “bacanal eleitoral” diz TSE (O Popular/GO)

domingo, 29 de junho de 2014

Mentira do Valcke?

Dilma diz que não sabe se entrega Taça



A presidente Dilma Rousseff não confirma que entregará o troféu da Copa do Mundo ao capitão da seleção campeã, apesar da confirmação, em entrevista, pelo secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Questionada pela reportagem de O Estado de São Paulo, no final da convenção do PCdoB, em Brasília, se não teme novas hostilidades do público, Dilma se mostrou surpresa e respondeu que não tem conhecimento do assunto: “Não sei nada sobre isso. Ninguém me falou nada”.
A alternativa mais plausível é que a taça seja entregue pelo presidente da FIFA, Joseph Blatter. Outra hipótese é que Pelé seja o encarregado da missão honrosa. O certo é que a dúvida vai permanecer até bem perto da final, com ou sem a presença da seleção brasileira. (Clésio.Net)

Meteorologia

Ciclone traz vento e chuva
Foto: Ronaldo Bernardi (Agência RBS)
A chuva não vai dar trégua ao Rio Grande do Sul neste final de semana. O Estado tem cerca de 7 mil pessoas desabrigadas pelas enchentes em toda a bacia do rio Uruguai, na região noroeste, e pode enfrentar transtornos em outras áreas, a metade sul e o leste, como consequência da formação de um ciclone extratropical em seu litoral. 
No noroeste, a chuva permanece, mas o volume das precipitações têm sido menor desde sexta-feira. Os rios começaram a baixar nas cabeceiras, mas a descida das águas para as zonas baixas tende a provocar enchentes em cidades da fronteira com a Argentina, como São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Moradores de Crissiumal viram uma casa inteira sendo levada pelo Uruguai, fora do leito. 
Além de manter a preocupação com a situação da região já atingida pelas chuvas, os gaúchos terão de ficar atentos à metade sul, ao centro e ao leste. Um aviso meteorológico especial emitido pelo 8º Distrito de Meteorologia adverte que, nessas regiões, as condições meteorológicas serão favoráveis à ocorrência de chuva moderada a forte, com rajadas de vento de até 90 quilômetros por hora, neste domingo. (Agência Estado)

sábado, 28 de junho de 2014

Eleições 2014

PP indica Ana Amélia, Cassiá Carpes e Simone Leite

A senadora Ana Amélia Lemos foi referendada pelo Partido Progressista como candidata ao governo do Estado do RS. Para a vaga de vice, foi indicado Cassiá Carpes, do Solidariedade. Simone Leite, do PP será a candidata ao senado federal. As duas suplências serão preenchidas pelo PSDB e PRB.
Na convenção, também ficou definido que o PP, no RS, apoiará a candidatura de Aécio Neves

Ana Amélia saudou a união dos aliados e disse que os partidos estão coligados para trabalharem em prol do Rio Grande do Sul. “Estou encantada porque formamos uma aliança para deixar o Rio Grande a serviço dos gaúchos, transformando o estado transparente, muito eficiente e com responsabilidade. Todos assumiram esse compromisso, o PSDB, o Solidariedade e o PRB, liderados pelos progressistas e, por isso, estou muito feliz diante da certeza de alcançarmos nossos objetivos”, afirmou.

Bom Dia!

Lula quer “moralizar a política”



Não, o leitor não está enganado e nem o título foi  inventado por mim. A declaração é do próprio Luiz Inácio, falando para a “cumpanherada”, é claro. O líder máximo do PT disse que não pode mais admitir que os políticos sejam chamados de ladrões, justificando a necessidade de uma reforma eleitoral.

Vamos por partes. Primeiro, para falar em moral, pedir que algo seja moralizado, é preciso ter moral e jamais ter participado de algo imoral. Este parece não ser o caso do senhor Luiz Inácio. Se fosse, ele já teria exigido a expulsão do José Dirceu, do José Genoíno, do Delúbio Soares, escudeiros fiéis dele e todos filiados ao Partido dos Trabalhadores, julgados, considerados ladrões e condenados. Se fosse para moralizar, que começasse pelo PT.

Segundo, uma pessoa que se vale do cargo de Presidente da República para desrespeitar todas as normas de moralidade, levando no avião presidencial, anonimamente e com diárias pagas por nós, uma “namorada”, pode falar em moralizar alguma coisa? Ou alguém esqueceu que a Rosemary Noronha, “amiguinha do chefe”, como ela mesma dizia, viveu anos mamando nas tetas do governo, armando e participando de maracutaias e que, depois de denunciada, sumiu do mapa. Será que alguém lembra de alguma declaração do “moralista” Luiz Inácio sobre o episódio. Ficou calado por não ter o que falar, ou ficou calado pois quem cala consente? Rosemary, acompanhando Lula, desfrutando do conforto do avião presidencial, viajou pelo mundo, sem gastar nada, ou seja, tudo por conta dos contribuintes brasileiros.
Quem sabe Luiz Inácio começa sua campanha de moralidade processando quem permitiu que a Rose viajasse, no anonimato, junto com ele nas viagens oficiais? Lá em São Gabriel, a gente diria que ele “ficou mais quieto que guri cagado”. Culpa no cartório, meu amigo, é coisa que pesa.

Alguma providência para explicar o imoral enriquecimento de seu filho, que passou de auxiliar do Butantan para milionário empresário do ramo frigorífico. Vai lá e acaba com a farra, Luiz Inácio. Moraliza o Friboi. 

E o sucateamento da Petrobras, nossa maior empresa, nosso grande orgulho, literalmente roubada por pessoas indicadas por ele? Quer moralizar, Luiz Inácio, vai lá e manda prender os ladrões da Petrobras. Alguns, aliás, já estão presos, menos quem autorizou o roubo.
E as acusações no livro do Tuma Jr., não vai responder, ou não tem como?

A cara de Pau do petista Luiz Inácio beira a incredulidade. Acho que ele acredita, ou faz que acredita, naquilo que usa como mentira para seguir engambelando os desavisados. Pregar moral de cuecas, Luiz Inácio, é próprio de quem já se esqueceu dela faz muito tempo.
Ou o Luiz Inácio está muito esclerosado, ou naufragando nas próprias mentiras. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Gastos do Governo

Déficit de R$ 10,5 bi em maio,  é o maior da história para o mês


Até então, o maior déficit para maio havia sido R$ 650 milhões, em 1999.

Na parcial do ano, contas do governo têm superávit de R$ 19,15 bilhões.

Em um mês fraco em termos de arrecadação, as contas do governo registraram um déficit primário (receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida pública) de R$ 10,5 bilhões em maio deste ano, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta sexta-feira (27).
Trata-se, de longe, do pior resultado para meses de maio desde o início da série histórica, em 1997. Até o momento, o maior déficit para maio havia sido registrado em 1999 (-R$ 650 milhões). No mesmo mês de 2013, as contas do governo tiveram um superávit de R$ 5,97 bilhões.

De acordo com dados oficiais, este também foi o pior resultado, para todos os meses, desde dezembro de 2008, quando foi registrado um déficit de R$ 19,99 bilhões. Naquele mês, as contas do governo tiveram forte déficit porque o governo aumentou as despesas para formar o chamado "fundo soberano".(Com G1/conteúdo)

Felicidade!

Minha neta Lívia, a Lili! 


Não tenho o que reclamar quando se trata de comemorar o quanto sou feliz com a minha família. Tenho uma mulher companheira, parceira, filhos que me orgulham pela maneira como conduzem suas vidas, netos maravilhosos e noras que enchem de carinho.
Hoje é um dia especial nesta vida familiar da qual me orgulho. Hoje, minha netinha Lívia, a Lilí, está completando três anos de vida. Faz três anos, então, que a minha vida se encheu com a alegria da presença de uma mulher a mais na minha vida. A Lívia, com seu sorriso cativante, com sua simpatia sem igual, com seu carinho crescente, tem sido motivo para que eu busque ainda mais forças para viver.
Neste sábado ela estará comigo, na minha casa, para comemorar seu aniversário. O João Carlos e a Diéssica prepararam uma festa, com direito a balões e bolo com velinha, para celebrar os três anos dela. Como sou um vovô definitivamente babão, vou pegar a Lívia no colo e, sem que ela perceba, ajudar a soprar a velinha.

Até lá, vou ficar curtindo a espera pelo momento de, mais uma vez, abraçar, beijar, apertar minha querida netinha Lívia, a Lilí do vovô!

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta sexta-feira, dia 27 de junho




- 29 municípios do RS em alerta por causa da chuva (Zero Hora)

- Águas devastadoras (Correio do Povo)

- Economia brasileira sofrerá retração geral (Jornal do Comércio)

- Dólar atinge a menor cotação em quase 8 meses (O Sul)

- Arrecadação em maio tem recuo de 17,37% ante abril (Estadão)

- PRP confirma apoio ao candidato Eduardo Campos (Correio Braziliense)

- Com 40 mil turistas, Copa em Curitiba acaba com roubo de ingressos (Gazeta do Povo/PR)

- Arrecadação federal cai 5,95% e fica abaixo do previsto (O Globo)

- Lei da Palmada passa a valer a partir de hoje (Estado de Minas)

- Itamaraty protela apuração sobre caso de fuga de senador boliviano (Folha de São Paulo)

- Chuva recorde desaloja 80 famílias no Recife (Diário de Pernambuco)

- Cerca de 243 milhões de pessoas no mundo usam drogas (Diário do Nordeste)

- Enfermeiros e técnicos da SAMU decretam greve (A Tarde/BA)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Vozes da Cidade

André Machado*

Você pode até achar que muitas coisas no mundo ocorrem ao acaso, mas certamente nem todas são assim. Acordei pela manhã e li um post da Gabi Chanas no twitter sobre a importância de olhar para trás e ter orgulho do que se faz e consciência de que se aproveitou as oportunidades que a vida lhe oferece. Saí, tive uma reunião e chego em casa preocupado com os desafios que tenho pela frente.
Abro o Facebook e a primeira postagem que aparece é do Luiz Arthur Ferrareto sobre o Vozes da Cidade, um programa que consagrou no rádio gaúcho o nome de Dilamar Machado. E junto uma foto do meu pai nos estúdios da Rádio Gaúcha (a foto compartilho abaixo, o texto está no link abaixo).
Certamente alguém está me dando muita força para ir adiante. Gostaria de compartilhar isto com vocês. Certo ou errado é o que meu coração manda.
*Jornalista


Dilamar Machado e os 40 anos do Vozes da Cidade - 2007

Luiz Artur Ferraretto*

Fonte: Nomes que fizeram a imprensa gaúchaPorto Alegre: Press & Advertising, n. 2, p. 31-2, set. 2003.

Na Gaúcha, em Porto Alegre, há umas quatro décadas, um programa vai explorar o caráter assistencial, dando espaço para as reclamações da população em uma época de extremo controle sobre tudo o que possa ser considerado uma crítica ao poder constituído, neste caso, os militares e aos interesses por eles representados dentro do governo ditatorial imposto ao país em 1964. Primeiro grande sucesso do gênero no rádio do Rio Grande do Sul, o programa Vozes da Cidade coloca o ouvinte e seus problemas no ar. Lançado em 1967 e apresentado por Cândido Norberto, explora, de início, a tecnologia disponível para levar ao público gravações de ruídos e de depoimentos pinçados do cotidiano porto-alegrense – do dia a dia do vendedor ambulante ao dos motoristas de táxi –, tudo “costurado” pela palavra fácil característica do apresentador. Já com Dilamar Machado no comando, abre espaço, das 13h15 às 14h, para as queixas da população de baixa renda e se torna um fenômeno de audiência:

– Comecei com os problemas comunitários. Eu me lembro que durante uma semana critiquei o prefeito Célio Marques Fernandes, porque a Vila Santa Rosa não tinha saneamento básico, água potável e pavimentação. Até que o prefeito não aguentou e foi no meu programa dizer que já havia providenciado água para a vila. Aquilo me mostrou a força que o rádio tinha. Esse fato popularizou muito o programa.

O repórter Benami Salts, antes escalado para a gravação dos sons das ruas de Porto Alegre, passa a percorrer a cidade, registrando as queixas e os problemas da população. Ao prédio da Rádio e TV Gaúcha, no morro Santa Teresa, acorrem de 200 a 300 pessoas em média, lotando, muitas vezes, o pátio da empresa. Motoristas de táxi participam, buscando, como voluntários, donativos nas residências de classe média e alta em bairros como Bela Vista, Moinhos de Vento e Petrópolis, a indicar uma abrangência bem maior deste tipo de programa.

A popularidade de Dilamar Machado vai se refletir nas eleições para a Câmara Municipal de Porto Alegre, realizadas em 1968, quando, concorrendo pelo oposicionista Movimento Democrático Brasileiro, o apresentador do Vozes da Cidade recebe o apoio de 13 mil eleitores, representando 5% do total de votos considerados válidos na capital gaúcha. No ano seguinte, já com o país sob a tutela do Ato Institucional n. 5, o vereador usa a tribuna para denunciar o chamado Caso das Mãos Amarradas, o assassinato por forças da repressão política do sargento Manoel Raimundo Soares. Preso em 11 de março de 1966, o militar ligado ao Movimento Revolucionário 26 de Março, organização de esquerda, fica sob a guarda da Polícia do Exército e do Departamento de Ordem Política e Social. Cinco meses depois, o corpo do sargento, com sinais de tortura, é encontrado boiando no rio Jacuí, com as mãos e os pés atados às costas. Uma audácia em tempos de ditadura militar, o discurso de Dilamar vai levar, na sequência, à cassação dos seus direitos políticos. Na época, já havia se transferido para a Difusora Porto-alegrense. Sem poder utilizar a denominação Vozes da Cidade, de propriedade da Gaúcha, apresenta, no mesmo estilo, o Programa Dilamar Machado. Cada vez que um ouvinte ia entrar no ar, o apresentador aproveitava, no entanto, para fazer uma referência:

– Mais uma voz da cidade que vai falar conosco...

A cassação de Dilamar vai lhe custar o emprego. Em tempos de ditadura, para os donos do poder, era mais interessante calar as vozes da cidade.
*Jornalista



Manchetes

Nos jornais de hoje





Destaques de jornais brasileiros nesta quinta-feira, dia 26 de junho





- Médico cubano é indiciado após 4 grávidas denunciarem abuso (O Globo)

- Sem a presença de Barbosa, STF libera trabalho para Dirceu (Zero Hora)

- BC vê chance maior de inflação estourar teto da meta em 2014 (Estadão)

- Juro bancário é o maior em quase três anos (O Sul)

- Assistir a três horas diárias de televisão dobra risco de morte prematura 
(Estado de Minas)

- Mais de 20 mil pessoas passam pela Fan Fest (Correio do Povo)

- PP faz manobra para apoiar reeleição de Dilma e convenção para na Justiça (Correio Braziliense)

- Doleiro da Lava Jato é solto com fiança de R$ 2 milhões (Gazeta do Povo/PR)

- Governo cedeu áreas à Petrobras para evitar críticas nas eleições (Folha de São Paulo)

- BC prevê desaceleração em todos os setores da economia (Diário de Pernambuco)

- Comunidades ainda vivem sem saneamento no Ceará (Diário do Nordeste)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mensaleiros

Zé Dirceu vai trabalhar fora
José Genoíno segue na cadeia

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Os ministros do Supremo Tribunal Federal autorizaram nesta quarta-feira, 24, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a trabalhar na biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília. Preso desde novembro no complexo penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, Dirceu vai receber salário de R$ 2,1 mil.
Tomada por 9 votos a 1, a decisão impôs uma derrota ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que pedirá aposentadoria na próxima semana.
Antigo relator do processo do mensalão, Barbosa havia proibido Dirceu de dar expediente no escritório de Grossi. Ao rejeitar o benefício, o presidente do STF tinha dito que a oferta de emprego se tratava de um arranjo entre amigos.

Genoino vai ficar na Papuda

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente do PT José Genoino, condenado a 6 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão, para cumprir pena em regime domiciliar.

O recurso de Genoino foi o primeiro dos cinco interpostos por condenados no mensalão a ser julgado nesta quarta-feira, 25. A defesa do petista alega que sua saúde está fragilizada e que o Complexo Penitenciário da Papuda, onde ele está preso, não teria condições de atendê-lo em caso de emergências.

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta quarta-feira, dia 25 de junho






- Governo gaúcho estima que 32 mil argentinos estejam sem ingresso (Folha de São Paulo)

- RS aplica apenas 2,8% do PIB em educação (Zero Hora)

- Sem Barbosa, STF julga pedidos dos condenados do mensalão (O Globo)

- Integrantes do MST ocupam prédio do Incra em protesto por reforma agrária (Correio Braziliense)

- Hermanos invadem as ruas de Porto Alegre, mesmo sem ingresso (Jornal do Comércio)

- Partidos da base aliada ameaçam Dilma às vésperas de convenções (Estadão)

- TCU divulga gestores com contas irregulares (Correio do Povo)

- 30% da bancada paranaense na Câmara Federal será renovada (Gazeta do Povo/PR)

- Justiça suspendeu decisão da UFSM de usar Sisu (O Sul)

- Ingleses suspeitos de furtar taxista são presos em BH (Estado de Minas)



terça-feira, 24 de junho de 2014

Conta corrente

Brasil registra o maior déficit da história

O déficit em transações correntes do País somou US$ 6,635 bilhões em maio, informou nesta terça-feira, 24, o Banco Central. É o pior resultado para o mês de maio da série do BC, que teve início em 1947. O resultado negativo apresentou uma queda de 19,8% em relação ao déficit de abril (US$ 8,282 bilhões) e ficou ligeiramente acima do registrado em maio de 2013 (US$ 6,356 bilhões).
O resultado de maio ficou dentro do intervalo previsto, segundo levantamento da Agência Estdo, que apontava déficit entre US$ 8,200 bilhões e US$ 5,500 bilhões, e um pouco melhor que a mediana, de déficit US$ 6,700 bilhões.
De acordo com o BC, a conta de rendas ficou negativa em US$ 2,91 bilhões. A de serviços ficou negativa em US$ 4,507 bilhões.
No acumulado de janeiro a maio de 2014, o déficit em conta corrente soma US$ 40,074 bilhões, o equivalente a 4,26% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses até maio, o saldo negativo subiu para US$ 81,854 bilhões, o que representa 3,61% do PIB. A estimativa do BC para o déficit em maio era de US$ 6 bilhões.


Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta terça-feira, dia 24 de junho




- 80 mil argentinos em Porto Alegre (O Sul)

- Gilberto Carvalho pode sair do governo para ajudar na campanha de Dilma (Folha de São Paulo)

- Brigada reforça policiamento para jogo Argentina X Nigéria (Correio do Povo)

- MTST quer levar 10 mil à Câmara para aprovar Plano Diretor em SP (Estadão)

- Energia: Consumidores devem encarar tarifaço até 2018 (Zero Hora)

- PT estranha aliança PMDB-DEM e vê riscos para palanque de Dilma no Rio (O Globo)

- Argentina quer tempo para negociar dívidas (Jornal do Comércio)

- Ministério Público Eleitoral quer barrar candidaturas de políticos fichas-sujas (Estado de Minas)

- Após decidir pela candidatura de Requião, PMDB busca aliados (Gazeta do Povo/PR)

- Governador do Rio fecha acordo com Dilma, Aécio e Everaldo (Correio Braziliense)

- Impunidade dos parlamentares distancia eleitores da política (Diário do Nordeste)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Copa do Mundo

Torcedores serão acolhidos no Parque Harmonia

Em reunião com representantes da Prefeitura, do governo do Estado, do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e de órgãos federais de segurança, ficou definido na tarde desta segunda-feira, 23, que o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia) será alternativa de acolhimento para turistas pernoitarem em barracas. A medida ocorre em caráter de contingência, permanecendo os campings de Viamão como principal destino de visitantes que optarem por esta forma de hospedagem.
Com espaço limitado para barracas, os visitantes poderão ser acolhidos no Harmonia, próximo ao Acampamento Farroupilha, na área conhecida como “fazendinha”. O acesso se dá pela rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, esquina com a rua Ibanor José Tartarotti, na primeira entrada à esquerda após a churrascaria Galpão Crioulo. Por questões de segurança, não será permitido o acampamento no Parque Marinha do Brasil. As forças de segurança pública manterão o policiamento especial no Acampamento Farroupilha e nos espaços de eventos da Copa, mobilizadas para a movimentação do grande contingente de turistas previsto para os próximos dias, devido ao jogo entre as seleções da Argentina e da Nigéria no estádio Beira-Rio.

Horários de funcionamento do Acampamento Farroupilha:
- De segunda a sexta-feira, das 10h às 22h.
- Nos finais de semana, das 10h às 2h da manhã.
- Dias de jogos em Porto Alegre, das 9h à meia-noite.

Manifestação

Grupo protesta no Centro

Estes não querem Copa. (Foto: Correio do Povo)
Menos de cem manifestantes, reunidos na frente da Prefeitura de Porto Alegre, iniciaram no começo da tarde, uma manifestação contra a Copa do Mundo. As faixas e gritos de “Não vai ter Copa”, foram substituídos por “Fifa, volta prá Suiça” e “no Beira-Rio, enquanto a bola rola, não tem saúde, não transporte, não tem escola”.

Quando o grupo se aproximou da Rua Dr. Flores, alguns comerciantes fecharam as portas de seus estabelecimentos, temendo alguma ação de vandalismo. Oro Mendes, um dos líderes da manifestação, anunciou que o grupo fará uma assembleia, ainda hoje, para avaliar o ato.

Produto Interno Bruto

Mercado reduz previsão de alta para 2014


O Boletim Focus, do Banco Central, reduziu a expectativa de crescimento do PIB para este ano. O índice de 1,16% fica abaixo do previsto anteriormente que era de 1,24%. Já para 2015, a previsão é de um recuo de 1,73% para 1,6%.

O relatório de mercado, conhecido como Focus, é fruto de pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
O aumento do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central em março, de alta de 2%.

Inflação

Os analistas do mercado também mantiveram, na semana passada, em 6,46% a previsão para 2014 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo IBGE.

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta segunda-feira, dia 23 de junho






- Brasil enfrenta Camarões para confirmar classificação e 1º lugar (Zero Hora)

- Porto Alegre se mobiliza para receber multidão argentina (Correio do Povo)

- Caminho do Gol reúne massa de brasileiros e estrangeiros na Capital (Jornal do Comércio)

PT busca discurso mais à esquerda na campanha de Dilma (Estadão)

- Aécio sela união com PMDB no Rio e divide base de Dilma (Folha de São Paulo)

- Collor e Renan formam aliança em Alagoas para combater Teotônio Vilela (O Globo)

- Planalto tenta conter debandada de aliados (Correio Braziliense)

- Marco Civil da Internet entra em vigor hoje (Gazeta do Povo/PR)

- Congresso polemiza com projeto de lei que trata do conceito de família (Estado de Minas)

Bom Dia!

“Está de boa!”

Uma super crise de asma acabou por me tirar da Copa do Mundo por uma semana. Claro que eu não estava escalado pelo Felipão, mas tinha um compromisso assumido, faz 3 anos, com a SECOPA, com o secretário João Bosco e com o Gabinete de Comunicação Social da Prefeitura. Tinha não, tenho! 
Mas, como eu dizia, estou em casa faz uma semana, e somente após uma série de medicamentos, quase todos na base de cortisona, estou apenas com um antibiótico e já me sinto bem. Devo voltar ao trabalho nesta segunda-feira.

Em casa, tentando ajudar da maneira possível, vi o sucesso da Copa transformar Porto Alegre numa cidade como nunca.  Beira-Rio sempre lotado, Fanfest com público nunca inferior a 20 mil pessoas, hotéis, bares e restaurantes lotados, ruas tomadas por pessoas alegres, com roupas e rostos coloridos, sorriso de felicidade. Pode até ter acontecido, mas não ouvi falar em brigas e nem em desentendimento entre os torcedores brasileiros e os de várias partes do mundo. Tomara que tudo continue assim até achegada dos argentinos. Brasileiros e hermanos têm sangue quente, sangue latino e uma rivalidade incomparável. Tomara que ela não se manifeste com a chegada deles por aqui.

Em meio a toda a festa provocada pela Copa, é lamentável que muitos ainda tentem dar uma de caranguejo e sigam buscando chifre em cabeça de cavalo. Alguns fazem de tudo, buscam detalhes mínimos para tentar diminuir o sucesso do evento. Hoje li matéria num dos mais importantes portais de notícias daqui, afirmando que os coreanos estavam “decepcionados com o churrasquinho do Beira-Rio”. Ou é falta total de assunto, ou é querer diminuir o brilho que tomou conta da cidade. Até os “ativistas” que passaram não sei quantos meses afirmando que não haveria Copa, parece que caíram na real e hoje não passam de 100 querendo perturbar a paz de quem quer fazer festa ou, como dizem os mais jovens, “está de boa”.

domingo, 22 de junho de 2014

Blog do Josias

Discurso de relançamento
Dilma repete promessas de posse que não cumpriu

*Josias de Souza

Ao discursar na convenção do PT, neste sábado (21), Dilma Rousseff pronunciou 47 vezes palavras ou expressões com o significado de recomeço ou de ajuste. Considerando-se que o pronunciamento ocupou 17 páginas, o conceito de correção de rumos foi evocado, em média, 2,7 vezes por folha.
Dilma mencionou 17 vezes o vocábulo ‘transformação’, duas das quais no infinitivo, uma no plural e uma no gerúndio. Citou 12 vezes a palavra “reforma”. Repetiu sete vezes a expressão “novo ciclo”. Referiu-se uma vez a “novo salto”. Falou em “mudança” cinco vezes, duas no plural. Por fim, utilizou cinco vezes o verbo “melhorar”.
Tomado isoladamente, o discurso revelou o esforço notável de uma governante com a popularidade em queda para ajustar o vocabulário ao desejo de mudança manifestado por 74% do eleitorado, segundo o Datafolha. Comparado à peça que Dilma leu no Congresso Nacional no dia de sua posse, em 1º de janeiro de 2011, o texto se torna matéria prima para a oposição —uma espécie de autodenúncia de tudo o que não foi feito.
A três meses da eleição, a presidente repetiu na forma de promessas compromissos que assumira na posse e que não conseguiu executar. Fez isso sem pronunciar nenhuma frase que pudesse ser entendida como uma autocrítica. Ao contrário. Em algumas passagens de sua fala, Dilma culpou terceiros pelos malogros do seu governo.
No discurso da posse, Dilma afirmara que a reforma política era “tarefa indeclinável e urgente” de sua gestão. Acenara com “com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.”
Na bica de encerrar o mandato, Dilma salta o mea-culpa e admite que a “tarefa indeclinável e urgente” de três anos e meio atrás é uma obra por realizar. Ela já não avoca para si toda a responsabilidade. Prefere dividir o esforço com o povo: “Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um Plebiscito.”
No dia da posse, Dilma arrancara aplausos de deputados e senadores ao declarar que, “no plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.”
A presidente do discurso inaugural, considerava “tarefa indispensável” do seu governo liderar “uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.”
Nos lábios da Dilma deste sábado, o compromisso de melhorar os serviços públicos, antes “decisivo, irrevogável e indispensável”, virou um objetivo impalpável a ser obtido num futuro incerto, no bojo de um ambicioso ‘Plano de Transformação Nacional’. Desde que governadores e prefeitos deixem de ser um estorvo para as boas intenções do governo federal.
“Um Plano de Transformação Nacional desta envergadura, só pode se concretizar com uma ampla reforma, capaz de redefinir os papéis dos entes federados”, disse Dilma, antes de transferir para as instâncias inferiores as culpas pelo insucesso de Brasília: “Não é por acaso que alguns dos serviços públicos que apresentam mais deficiência são os que têm interface entre os governos federal, estaduais e municipais.”
Dilma enfatizou: “É preciso reestudar e redefinir novos papéis e novas funções para os entes federados, porque a complexidade crescente dos nossos problemas exige esta mudança.” Ela enganchou uma reforma na outra: “É importante que a redefinição do pacto federativo integre o âmbito da grande reforma política que o Brasil necessita. Esta reforma é fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública.”
Vendida pela propaganda de 2010 como supergerente, a Dilma do dia da posse falava em “consolidar o Sistema Único de Saúde”. Dizia isso num tom tão peremptório que a coisa parecia simples. “Será outra grande prioridade do meu governo”, ela declarava. “Vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro”, ela prometia. “Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo”, ela sonhava.
Sob essa Dilma em início de jornada, o SUS trataria sua clientela como nunca antes na história desse país. Os hospitais públicos proveriam “todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.”
A presidente de então empregaria “a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.” Ela estabeleceria “parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.”
No discurso da nova Dilma, o sonho da saúde perfeita virou um pesadelo do qual a candidata à reeleição tenta acordar. Transformou-se também numa nova promessa: “A reforma dos serviços públicos dará atenção especial à melhoria da qualidade da saúde”, informou a presidente aos convencionais petistas. Misturando programas deflagrados sob Lula a iniciativas adotadas na sua gestão, Dilma ainda tentou remediar o fiasco:
“Fizemos o Samu, as Upas, os medicamentos gratuitos do ‘Aqui Tem Farmácia Popular’, a Rede Cegonha e o Mais Médicos, um programa estratégico que fortalece o SUS”, disse a recandidata. Na sequência, reconciliando-se com o óbvio, ela admitiu: “Temos nos esforçado muito, mas os serviços de saúde precisam sofrer, ainda, uma transformação mais profunda para ficar à altura das necessidades dos brasileiros.”
Dilma sofreu um choque de realidade também na área educacional. No dia da posse, ela dizia que, a despeito dos avanços obtidos nesse setor, “só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.”
Nessa época, Dilma sustentava que “somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.” Pois bem. A candidata à reeleição agora fala em “novo ciclo”. Mas com objetivo velho. “Este novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é uma transformação na qualidade da educação”, discursou Dilma na convenção deste sábado.
Considerando-se as palavras ex-gerentona, a sala de aula ideal, que parecia roçar-lhe o nariz em janeiro de 2011, perdeu-se nos desvãos da ineficiência da engrenagem governamental. “E não adianta ficar dando voltas”, declarou a neo-Dilma. “A transformação da Educação só se consolida com a valorização plena e real do professor —com melhores salários e melhor formação”, ela acrescentou, como se tratasse do tema pela primeira vez.
A três meses e meio das eleições, Dilma reposicionou-se em cena: “Já começamos a fazer isso e vamos acelerar muito mais quando ingressarem os 75% dos royalties do petróleo e os 50% do excedente em óleo do pré-sal. Todos destinados à Educação.”
A oradora só esqueceu de mencionar o seguinte detalhe: nas previsões mais otimistas, o óleo do pré-sal jorrará em escala comercial apenas num ponto longínquo do calendário, nos arredores de 2020. Quer dizer: a “valorização plena e real do professor” é coisa para o segundo ano do mandato do sucessor do próximo presidente da República.
Há duas Dilmas também na área mais importante, a econômica. A Dilma do discurso da posse escorava a superação da miséria do país em “um longo ciclo de crescimento”. Falava coisas assim: “É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações. É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.”
A Dilma atual, gestora de um PIB miúdo e declinante, já não fala de crescimento com tanto entusiasmo. Ela prefere discursar sobre as desculpas. Nessa matéria, a candidata põe a culpa no mundo: “Quando eu assumi o governo, o mundo era um. Pouco tempo depois, o mundo era outro.”
Acrescentou: “A verdade é que a crise econômica e financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das maiores economias do mundo, mas boa parte do sistema político e econômico mundiais, ao aumentar o desemprego, abolir direitos e semear a desesperança.”
Depois de desenhar essa conjuntura de fim do mundo, Dilma se absteve de mencionar o Pibinho. Discorreu sobre a maneira “competente'' como administrou o Apocalipse financeiro. “O Brasil, dessa vez, não se rendeu, não se abateu, nem se ajoelhou!”, disse (o ponto de exclamação consta da versão escrita do discurso. “O Brasil soube defender, como poucos, o mais importante: o emprego e o salário do trabalhador –e foi o país que melhor venceu esta batalha!” Mas como sustentar a tese de que o salário se manteve a salvo das oscilações inflacionárias?
Munida de autocritérios, Dilma disse aos petistas que a aclamaram como candidata oficial do partido: “Pela primeira vez em nossa história, o trabalhador não pagou o preço da crise. Enquanto no resto do mundo a crise devorou, desde 2008, 60 milhões de empregos, aqui foram criados 11 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.” De resto, afirmou a candidata, o governo “manteve a política de valorizaçãoo do salario mínimo” e reajustou o Bolsa Família “acima da inflação.”
A Dilma da posse reiterava o compromisso de “manter a estabilidade econômica como valor absoluto.” Ela dizia que “já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.”
Hoje, informam as pesquisas, a percepção do eleitorado sobre o aumento da carestia é um dos elementos que roem a popularidade do governo e o volume de intenções de voto de Dilma. Ao que a candidata responde: “O povo quer mais e melhor —e nós e também.” Ironicamente, Dilma só fala de economia no plural. Ela não toma o seu período de governo isoladamente. Refere-se aos “últimos onze anos”, como se a sua gestão e os oito anos de Lula, espécie de presidente emérito, formassem um único mandato hipertrofiado.
Foi “o mais longo período de inflação baixa da história brasileira”, declarou Dilma, pulando o fato de que a taxa inflacionária distanciou-se do centro da meta oficial, que é de 4,5% ao ano. Mantém-se teimosamente acima dos 6%, com tendência de furar o teto da meta, de 6,5%, até o final de julho. Como não pode modificar o passado nem reverter o presente, Dilma trata do futuro, a única fase do tempo que não pode ser conferida ou cobrada.
“Temos, agora, uma oportunidade rara na história'', ela discursou. “Criamos as condições para defender os grandes resultados de um ciclo extraordinário e, ao mesmo tempo, temos força para anunciar o nascimento de um novo ciclo de desenvolvimento”. Em meio à pompa da convenção, Dilma soou como se não tivesse receio de tropeçar nas circunstâncias.
“Este novo ciclo manterá os dois pilares básicos do nosso modelo —a solidez econômica e a amplitude das políticas sociais —e trará avanços ainda maiores na melhoria da infraestrutura e dos serviços públicos, na qualidade do emprego, no desenvolvimento tecnológico e no aumento da produtividade da nossa economia.”
O lema da nova campanha de Dilma é “Mais Mudanças, Mais futuro.” Ela antevê “grandes batalhas” até o dia da eleição. Pediu ajuda à militância petista. “Se na eleição do presidente Lula a esperança venceu o medo, nessa eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação. O nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado”, afirmou.

Dilma se referia, evidentemente, às duas presidências tucanas de FHC. Para ela, o Brasil dessa época não produziu senão arrocho, alienação do patrimônio público e endividamento externo. Muita gente dirá que, no discurso da candidata do PT, a mentira e a desinformação prevalecem sobre a verdade. Dilma se livraria da polêmica se, em vez de recuar até a era tucana, estacionasse no início do seu próprio governo. Se o Brasil de 2014 tivesse 10% das maravilhas daquele país esboçado no discurso de janeiro de 2011, a eleição de outubro poderia ser cancelada. Dilma estaria reeleita.
*Jornalista