segunda-feira, 10 de março de 2014

Bloco de Lutas

Um bando de marginais baderneiros
Estive no Ginásio Tesourinha na tentativa de, pelo menos, assistir aos debates sobre a licitação do transporte coletivo. Antes de entrar, ouvi rojões explodindo do lado de dentro. Pensei comigo que a coisa não deveria estar muito boa lá dentro.

Quando entrei, um bando de marginais, muitos mascarados, alguns com a camisa estampando a foto do Che Guevara, meninas de cabelo pintado de vermelho, amarelo e outras cores, jovens com a calça caída, mostrando a cueca, todos carregando pedras e pedaços de pau. Alguns tocavam instrumentos de percussão, outros fotogravam e um outro grupo orientava e incentiva a baderna. Eram os comandantes da baderna.

Fiquei parado até que uma pessoa veio em minha direção e me aconselhou a sair dali, pois a BM estava pronta para reagir aos xingamentos e pedradas que eram arremessadas contra os brigadianos e seus escudos. Não demorou muito para que, ao lado do que acontecia, eu visse a BM reagir e colocar os baderneiros para rua. Fechado o acesso ao Ginásio, os marginais seguiram chutando as portas. Sai pelo lado e alcancei a rua, longe da marginalia que gritava e jogava pedras contra o prédio.

Coloco aqui, para análise das pessoas de bom senso, primeiro as fotos (ClicRBS e Correio do Povo)) das pedras, da sujeira feita pelos marginais do Bloco de Lutas. Quem vai para uma assembleia portando pedaços de pedra e de pau, não pode querer boa coisa. Gente decente não faz isso.

Segundo, reproduzo o que o prefeito José Fortunati postou no Twitter sobre o que ocorreu no Tesourinha. Na minha opinião, quem quer um transporte melhor para Porto Alegre, vai esperar pela licitação, os demais seguirão fazendo baderna, jogando bombas e pedras.

“Lamentável a postura dos militantes do Bloco de Lutas no Ginásio Tesourinha, local onde se realizava a Audiência Pública sobre a licitação do transporte coletivo. Com pedras, rojões e pedaços de pau, agredindo as pessoas que participavam da assembleia, o Bloco de Lutas deu uma clara demonstração de que não deseja que a lícitação aconteça. É mais fácil criticar a Administração da cidade se a licitação não for realizada. É a velha política do "quanto pior melhor". Mas não vamos nos entregar a quem não deseja o bem da cidade. Durante 20 dias realizamos um intenso debate com a população em todas as 17 Regiões do Orçamento Participativo. Debates acalorados, sérios e que apresentaram várias sugestões e encaminhamentos para aperfeiçoar o processo licitatório . Nenhum incidente ocorreu nessas reuniões”, tuitou o prefeito.

“É inadmissível a postura do Bloco de Lutas que não aceita participar dos processos democráticos existentes e quer impor pela violência a sua vontade. Postura arbitrária e antidemocrática. Cumprimos com a nossa parte e viabilizamos a discussão com a sociedade. Não será o Bloco de Lutas que vai impedir que façamos a licitação do transporte coletivo. Vamos acolher as sugestões dadas pela população nas audiências públicas organizadas pelo OP e publicaremos o edital até o final de março”, completou Fortunati.

Calendário Eleitoral

Começam a contar os prazos

A menos de sete meses do primeiro turno do pleito em que serão escolhidos o presidente da República, governadores, senadores e deputados, começam a contar os prazos de um calendário que deve ser observado pelos partidos políticos, pelos cidadãos e pela Justiça Eleitoral.

Para os tribunais regionais eleitorais (TREs), o principal desafio será concluir com sucesso o recadastramento biométrico, que está na terceira fase e tem o objetivo de coletar as impressões digitais dos eleitores. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram cadastrados até agora nessa etapa mais de 10 milhões de eleitores, de um total de 14 milhões que o TSE pretende recadastrar durante o primeiro semestre deste ano.

A terceira fase da biometria começou em março do ano passado e já foi concluída em 12 estados. Entretanto, alguns municípios de 13 estados ainda estão com prazo em vigência para o recadastramento. No fim do processo, os eleitores de 791 municípios deverão votar pelo sistema biométrico, que é considerado mais seguro.

Em abril, começam a contar os prazos para que se filiem a partidos políticos os postulantes a uma candidatura que sejam membros de tribunais de Justiça, de Contas ou do Ministério Público, ou ainda militares. Esses agentes públicos, que são obrigados a deixar o cargo para se candidatar, não precisam, porém, obedecer à regra de filiação partidária um ano antes do pleito. O prazo termina no dia 5 de abril, exceto para os militares, que podem se filiar até o momento da convenção partidária.

Nesse dia, também termina o prazo para que ocupantes de cargos públicos, como ministros de Estado, secretários, presidentes ou diretores de estatais e governadores interessados em concorrer às eleições deixem seus postos. A exceção é para os que buscam a reeleição – eles não precisam deixar o cargo.

No dia 7 de maio, encerra-se o prazo para tirar o título de eleitor ou pedir a mudança de domicílio eleitoral. Essa também é a data-limite para os eleitores com deficiência solicitarem aos TREs a transferência do título para seções especiais, adaptadas para facilitar a mobilidade e dar atendimento especializado aos que precisam.

O prazo para realização das convenções partidárias vai de 10 a 30 de junho. Nas convenções, os partidos políticos oficializam tanto os candidatos aos cargos em disputa quanto as coligações com outras legendas. Até o dia 11 de junho, os partidos têm de informar à Justiça Eleitoral quanto pretendem gastar nas campanhas. Feitas as convenções, os partidos têm prazo até 5 de julho para pedir o registro de seus candidatos.

Também nesse dia termina o prazo para nomeações, demissões, transferências e outras ações relacionadas a servidores públicos. No dia 12, começa a ser permitida a propaganda dos candidatos, o que é considerado o início oficial da campanha.

Em agosto, a partir do dia 19, começa a propaganda eleitoral gratuita e obrigatória no rádio e na televisão. No dia 21 encerra-se o prazo para que os tribunais regionais eleitorais julguem os pedidos de registro de candidatos. Entretanto, os que tiverem o registro negado poderão recorrer a outras instâncias como o TSE.

A partir de 20 de setembro, os candidatos a cargos eletivos não podem mais ser presos, exceto em flagrante ou por sentença condenatória judicial. Os eleitores passam a ser beneficiados pela mesma regra dez dias depois. Eles devem ainda observar que o prazo final para pedir a segunda via do título é 25 de setembro.

Três dias antes das eleições, em 2 de outubro, encerra-se a propaganda eleitoral. Os debates entre candidatos podem ter início até essa data e ser concluídos até as 7h do dia 3 de outubro.

No dia 5, a partir das 7h, os mais de 100 milhões de eleitores brasileiros começam a votar para eleger presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. (Agência Brasil)

Comentário

Quem ama, vence o medo e protege!
André Machado*

A partir de hoje, o governo federal começa a disponibilizar pela primeira vez uma vacina contra o vírus papiloma humano. O HPV é considerado a principal causa do câncer de colo de útero e é transmitido por relações sexuais.
A notícia da aplicação massiva e gratuita da vacina, que tem 98,8% de eficácia na prevenção ao câncer é, no mínimo, uma vitória no campo da saúde pública, da cidadania. É quase certo que, ao tomar a vacina, a pessoa fica protegida contra este mal. E, mesmo assim, a medida causa polêmica.
A questão é o público-alvo: meninas de 11 a 13 anos de todas as classes, de todas as crenças, de todas as tribos. Ou seja, nas redes pública e privada de ensino. O Ministério da Saúde pretende aplicar as vacinas nas próprias escolas, e sugere que pais e educadores aproveitem a campanha para cuidar mais de perto da educação sexual, especialmente no que diz respeito aos métodos contraceptivos e às doenças sexualmente transmissíveis. Funcionando o cronograma, a idade mínima baixa para nove anos, em 2015.
Sempre pensei que fosse um preconceito meramente moral. Mas começo a pensar que se trata de uma barreira mais generalista, cruelmente democrática, que pode atrapalhar o juízo de muita gente. É uma questão antropológica.
Talvez seja difícil a muitos pais acompanhar a transição das filhas de um mundo a outro, dos assuntos de criança ao mundo adulto e seus riscos. Mais difícil ainda é sabê-las catalogadas dentro da faixa etária que constitui um público-alvo e ponto.
Isso significa encarar uma realidade que pode ser tão dura quanto os protocolos das políticas de saúde pública. “Mas é uma menina! Minha filha ainda não tem nada a ver com isso”, pode-se pensar. Ou, então, “para mim, minha filha ainda é uma criança e, mesmo assim, já é obrigada a conviver com os perigos do mundo adulto”. Mais difícil ainda é quando, como neste caso, esses perigos têm a ver com contato sexual.
Às vezes, dói saber que nossas crianças estão em constante crescimento. Sei lá por quê. Talvez Freud explique, com o perdão do clichê. Mas de uma coisa eu tenho certeza: quem ama de verdade vence o medo da passagem do tempo. Quem ama, educa e protege.
Uma ótima semana.
Aproveite o dia.
*Jornalista


Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta segunda-feira, dia 10 de março




Rodada do Gauchão combate o racismo
Presidente se solidariza com juiz gaúcho e diz que a luta contra o preconceito será tema da Copa. (Correio do Povo)

Brasil e Ucrânia – Crise abala parceria espacial
Com gastos de R$ 1 bilhão, projeto envolvendo os dois países para lançamento de foguete, em 2015, pode atrasar. (Zero Hora)

Papa quer que Igreja estude união homossexual
Francisco criticou religiosos cada vez mais obcecados em pregar sobre o aborto, casamento gay e contracepção. (O Sul)

Baixa produtividade trava o PIB brasileiro
Para consultoria, o crescimento poderia ter sido 45% maior entre 1990 e 2010. (Jornal do Comércio)

Grupo no PT defende reduzir candidaturas para acalmar PMDB

Ideia é evitar lançamento de nomes próprios em Goiás, Paraíba, Tocantins Rio Grande do Norte e Santa Catarina. (Estadão)

 

Senado paga plano de saúde até de cassado

Ideia é evitar lançamento de nomes próprios em Goiás, Paraíba, Tocantins Rio Grande do Norte e Santa Catarina. (Gazeta do Povo/PR)

 

Banco Central projeta inflação de 6,01% este ano

Essas estimativas estão acima do centro da meta (4,5%) e abaixo do limite superior (6,5%). (Correio Braziliense)

 

Dilma recebe caciques do PMDB para tentar conter rebelião

Encontro extraordinário com o vice Michel Temer e o ministro Mercadante ontem não amenizou tensão. (O Globo)

 

Vacinação contra HPV começa hoje em todo o Brasil

Em 2015, a vacina contra o HPV será oferecida para meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, para as de 9 anos. (Estado de Minas)

 

Haddad quer barrar novos espigões em bairros de SP

A regra é um dos pontos principais do texto final do Plano Diretor. (Folha de São Paulo)

Bom Dia!

O senhor tem plano de saúde?
Dificilmente alguém não tem plano de saúde. Quem não tem, deve se sujeitar ao SUS o que, convenhamos, não é muito recomendável, lamentavelmente. Nosso sistema oficial deveria representar o retorno de tudo o que pagamos em impostos todos os dias. Mas não é. Muito pelo contrário, o SUS é quase um caos.
Pois os senadores, que ganham muito mais do que ganha a maioria dos brasileiros, mesmo aqueles que foram senadores por apenas seis meses, tem direito ao plano de saúde, pago por nós, pelo resto da vida.
Agora, ficamos sabendo que os senadores estão sendo ressarcidos das despesas efetuadas, por exemplo, para tratamento dentário. Mesmo que o limite anual de despesas odontológicas seja de R$ 25 mil, os parlamentares estão acumulando valores de outros anos para pagar, em alguns casos, até R$ 70 mil. São próteses dentárias com fio de ouro e placas de porcelana, que custam muito mais do que qualquer outra. Isso sem falar em sessões de fonoaudiologia e aplicação de botox. As despesas, entre 2008 e 2012 chegam a média anual de R$ 6,2 milhões.

A senhora e o senhor, que estão esperando por uma consulta no SUS, faz quase um ano, ou que estão sacrificando muitas coisas para poder pagar um plano de saúde, devem estar se sentindo como a maioria, ou seja, extremamente decepcionados e desanimados com a leitura do que está escrito acima. Então, vamos pensar juntos: existe algum motivo para que a gente pague um plano de saúde perpétuo para quem ganha salários infinitamente superiores ao que ganha a maioria? Existe algo que justifique o pagamento, com o nosso dinheiro, de R$ 70 mil para que um senador tenha fios de ouro ou placas de porcelana em suas próteses odontológicas?  E a senhora, já pensou em fazer uma aplicação de botox? Se não for senadora, prepare-se, pois a despesa será grande, e por sua conta.

É complicado começar a semana falando sobre algo tão desgastante e sem nexo. Mas fazer o que diante desta triste realidade brasileira?

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!