sexta-feira, 14 de março de 2014

Greve

Professores param por três dias
Em assembléia esta tarde, no Gigantinho, os professores da rede estadual decidiram para por três dias a partir de segunda-feira, 17. Convocada pelo Cpers-Sindicato, a assembléia contou com a participação de cerca de 2 mil professores.
A possibilidade de uma paralisação por tempo indeterminado chegou a ser analisada, mas acabou sendo rejeitada. Os professores reivindicam o pagamento do Piso Nacional do Magistério, mudança no valor do vale-refeição e nomeação dos professores aprovados no concurso de 2013.

Indiciados

“Outro caminho para o Brasil”



Reproduzo, abaixo,  parte do que os indiciados pela polícia como autores da depredação do Palácio da Justiça, em julho do ano passado, publicaram na imprensa durante o dia de hoje. A foto ao lado foi publicada na edição desta sexta-feira, na coluna da jornalista Rosane de Oliveira, em ZH. 




“Não existem milícias, o que existe são jovens indignados que ocuparam as ruas esperando apontar um outro caminho para o Brasil"
Lucas Maróstica (PSOL)

‘Na nossa opinião se trata claramente de uma perseguição política ao movimento. É uma tentativa de transformar os sujeitos políticos das manifestações em criminosos”
Matheus Gomes fala em nome do PSTU, representando também Gilian Cidade. 

Começo informando que não conheço nenhum dos jovens indiciados, pessoalmente. Hoje, na coluna da Rosane de Oliveira, na ZH, tem uma foto que, segundo a jornalista, é de Lucas,  boné e mochila vermelha, beijando um outro rapaz durante manifestação em frente á sede do PP. 
Sobre ele, escutei a advogada Luciana Genro afirmar que “se trata de uma grande liderança do PSOL”. Depois de falar em “classe dominante” em “defesa dos interesses da burguesia”, a ex-deputada falou em “criminalização dos movimentos” e que “quem é contra, não quer discutir soluções”
Matheus Gomes, do PSTU falou em “perseguição política ao movimento” e de “tentativa de transformar os sujeitos políticos das manifestações em criminosos”
Os indiciados, na opinião deles, são jovens indignados e sujeitos políticos, interessados em “apontar um outro caminho para o Brasil”.
Bem, se o caminho a ser apontado é o da baderna, da depredação, da ação de marginais e saqueadores nas ruas, aproveitando-se de movimentos, até então, reivindicatórios, é bom que comecemos a nos preocupar.

Quem, como eu, presenciou a ação dos “jovens indignados” no Ginásio Tesourinha, jogando pedras e rojões contra a Guarda Municipal e a mesa que tentava dirigir os trabalhos, tem muita dificuldade em aceitar que se tratava de uma manifestação pacífica de quem busca novos caminhos para o Brasil.

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta sexta-feira, dia 14 de março




Usuário pagará parte da conta de elétricas
Mantega anunciou “divisão do ônus” entre União, consumidor e sistema elétrico. (Jornal do Comércio)

Consumidores pagarão a conta por energia escassa
Falta de chuva e uso de usinas térmicas provocam desequilíbrio que exige desembolso de R$ 12 bilhões. (Zero Hora)

Cinco jogos e multa para caso de racismo
Expectativa de punição mais rigorosa ao Esportivo de Bento Gonçalves não se confirmou no TJD. (Correio do Povo)

Registros indicam cartel nos trens em estatais federais em MG e RS
Documentos obtidos pelo Cade, em julho do ano passado, sugerem que houve conluio em licitações da CBTU, para o metrô de BH e Trensurb de Porto Alegre. (Folha de São Paulo)

Busca por aeronave desaparecida deve se estender ao Oceano Pacífico
Quase uma semana depois do desaparecimento, persiste o mistério absoluto sobre o destino do voo MH370. (Correio Braziliense)

Reforma ministerial não satisfaz bancada do PMDB na Câmara
Vinicius Lages, novo ministro do Turismo, é indicação de Renan Calheiros e desagrada. (O Globo)

Lula descarta candidatura este ano, mas em 2018...
Lula comenta a situação do PT no Paraná e descarta a possibilidade de disputar a eleição presidencial deste ano – embora não tenha fechado as portas para 2018. (Gazeta do Povo/PR)

PF leva nove meses para abrir inquérito sobre a Petrobras

Agentes de Brasília vão apurar se houve evasão de divisas em contrato da estatal com empresa holandesa e na compra de refinaria nos EUA. (Estadão)


Consumidor vai pagar mais caro pela conta de luz
Os consumidores pagarão uma parte das despesas com o uso das usinas térmicas e com o plano de socorro às distribuidoras de energia. (Diário de Pernambuco)

Pesquisa aponta que 45% das casas não têm telefone fixo
Estudo indicou que população brasileira prefere celular a fixo em casa. (O Sul)

Comentário

As palavras sempre são caras

André Machado*

O comediante Rafinha Bastos foi condenado, na última quarta-feira (12/03), a pagar indenização de R$ 150 mil à família da cantora Wanessa Camargo, por conta de uma piada feita no programa CQC, em 2011. Acho que, naquele ano em que talvez vivesse seu auge em termos de popularidade, Bastos perdeu uma boa chance de ficar calado ou usar seu privilegiado espaço midiático com outro tema.
A multa foi exagerada? Pequena? Não sei dizer. A piada, nem vou lembrar aqui, foi de extremo mau gosto, eu penso. E não gostaria de ser alvo de uma brincadeira assim.
A carreira de Bastos mudou bastante depois do episódio. Talvez seu prestígio também. Ele está R$ 150 mil mais pobre ou menos rico, dependendo do ponto de vista. E, sinceramente, não sei o que mudou na vida de Wanessa. Por quê?
O humor não deveria ser território livre? A liberdade de expressão não está garantida por lei?
Sim, mas vamos com calma que a ladeira é forte.
A liberdade de expressão diz respeito à manifestação de ideias, pensamentos, vontades. No momento em que algum receptor dessa informação se sentir ferido, intimamente ou não, é hora de parar. A gente pode contar a piada que quiser, mas nunca sabe se todo mundo vai achar engraçado. Wanessa não achou. A Justiça também não. E agora, provavelmente, nem Bastos.
Pessoalmente, penso que não foi por esta finalidade que se lutou, ainda na ditadura militar, pela liberdade de expressão. Tampouco foi pensando em crimes comuns, como peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que se garantiu foro privilegiado para políticos, e sim para que pudessem denunciar crimes políticos, tolhimento de direitos civis, ataques à democracia e atrocidades como tortura, sequestro, assassinato. Era a liberdade de defender a vida.
Vulgarizar o exercício de conquistas tão suadas como a prerrogativa da livre expressão de ideias tem um quê de desrespeito coletivo. Não é caretice. Simplesmente me coloco no papel de Bastos, porque também sou comunicador, e de Wanessa, porque também sou um cidadão que pode ser atingido, pessoalmente, por exemplo, por uma piada que não me agrade.
Os ditados não se popularizam por acaso, mas por guardarem em si boa carga de sabedoria. Convém lembrar: a palavra dita não volta para a boca.
Aproveite o dia!

*Jornalista

Bom Dia!

Os anjinhos do PSOL
O sentimento que tenho, após ouvir a ex-deputada Luciana Genro, advogada que representa pelo menos dois dos sete indiciados pelos ataques ao prédio do Palácio da Justiça, não sei se é de perplexidade, de espanto ou de descrença total em quem se posiciona em relação aos ataques que são feitos contra o patrimônio público sob o argumento de defender alguma causa.
Lembrando que a Polícia indiciou alguns dos suspeitos de formarem um grupo de ataque que se infiltrou nos movimentos sociais para depredar prédios e agredir pessoas. Entre os indiciados estão jovens ligados ao PSOL e ao PSTU, suspeitos de formação de milícia para praticar atos delituosos.
Para o delegado Marco Antonio de Souza, responsável pelo inquérito, existem muitas provas como imagens, testemunho de pessoas sem qualquer ligação com o poder público, que mostram a participação dos indiciados. Para o delegado, os indiciados estiveram reunidos dias antes das manifestações, para planejar os atos que culminaram com a depredação do TJ e agressão a um policial militar, além de outros fatos.
Agora, ouvindo a advogada Luciana Genro, confesso que fiquei com a sensação clara de que estava nos anos 60 ao escutar a ex-deputada afirmar que “a polícia é parte da defesa dos interesses da burguesia” e que o indiciamento faz parte do que pensam as “grandes representações da classe dominante”. Luciana afirmou que teve acesso ao processo e não encontrou qualquer prova da participação de seu companheiro de partido, Lucas, “um menino que conheço por sua grande liderança nas atividades partidárias do PSOL”. Depois de classificar o indiciamento como uma tentativa de criminalizar “um movimento legítimo em defesa do transporte público e de outras reivindicações do povo”, a ex-deputada pediu que o “MP tenha uma responsabilidade maior em suas decisões” e afirmou que “quem é contra este tipo de movimento, não quer discutir soluções”.
Foi quando lembrei da presença, inclusive de representantes do PSOL, nas manifestações de vândalos e baderneiros que quebraram o Ginásio Tesourinha, impedindo que acontecesse ali uma audiência publica para discutir exatamente o transporte coletivo. Eles, provavelmente, não querem discutir soluções para o problema.
Não posso garantir, mas imagino que entre os que não permitiram a audiência, quebrando tudo, jogando pedras e rojões no meio dos participantes, estavam os anjinhos do PSOL, defendidos pela advogada Luciana Genro.

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!