quinta-feira, 20 de março de 2014

Compra da Refinaria

Dirigentes da Petrobras rebatem afirmações de Dilma
Dirigentes da Petrobras afirmam que, como presidente do Conselho de Administração da estatal, Dilma Rousseff tinha acesso a todos os documentos produzidos sobre a refinaria, incluindo pareceres jurídicos, antes de dar seu voto pela aprovação da polêmica compra da planta no Texas, EUA, informa o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quinta-feira.

A presidente da República justificou em nota oficial que só aprovou a compra de 50% da refinaria americana em 2006, quando era chefe da Casa Civil do governo Lula e comandava o conselho, porque recebeu "informações incompletas" e uma "documentação falha". Se tivesse todos os dados, disse a petista na nota, "seguramente" a compra da refinaria não seria aprovada.

O negócio de Pasadena é investigado pela Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União e uma comissão externa da Câmara por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. A oposição a Dilma no Congresso tenta também aprovar uma CPI sobre o caso.

Dilma afirmou nessa nota que, se soubesse de cláusulas como a que obrigava a Petrobras a comprar o restante da refinaria em caso de desentendimento com sua sócia, não teria chancelado o negócio, que custou R$ 1,18 bilhão aos cofres da estatal.
Cláusulas como a Put Option, que obriga uma das partes a comprar as ações da outra em caso de desacordo, são consideradas praxe na rotina jurídica da Petrobras, segundo dois diretores ouvidos ontem, nos bastidores, pela reportagem. Num contrato celebrado pela Petrobras com uma sócia na Argentina em 2003, por exemplo, a cláusula estava presente.

Um terceiro diretor, hoje senador, Delcídio Amaral (PT-MS ), também sustenta a disponibilidade de informações a quem está no conselho. "Acho pouco provável que algum processo chegue ao conselho (de administração da Petrobrás) sem estar devidamente instruído para liberação dos diretores e conselheiros", afirmou o representante do PT, que comandou a área de Gás e Energia da Petrobras e é apontado como um dos padrinhos de Nestor Cerveró na estatal.

Cerveró comandava a Área Internacional da Petrobras em 2006 e foi responsável pelo "resumo técnico" enviado ao conselho naquele ano para que a compra da refinaria de Pasadena fosse aprovada ou não.A estatal não se pronunciou oficialmente ontem. A presidente da companhia petrolífera, Graça Foster, era esperada em evento em São Paulo, mas cancelou sua participação na última hora.(Agência Estado)


Operação Lava Jato

PF prende ex-diretor da Petrobras
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 20, no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto da Costa, citado na Operação Lava Jato, deflagrada nessa segunda-feira, 17, para desmontar organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro no montante de R$ 10 bilhões.
Na segunda-feira, durante a operação, a PF fez buscas na casa de Paulo Roberto da Costa e encontrou, em espécie, US$ 180 mil e cerca de R$ 720 mil. Ele também é investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, pela estatal brasileira. Costa foi um dos responsáveis por elaborar o contrato da compra da refinaria.
As investigações mostram relações próximas do ex-executivo com o doleiro Alberto Youssef, também preso na operação e condenado no caso Banestado - evasão para o exterior de US$ 30 bilhões, nos anos 1990.
Segundo a PF, Youssef teria dado em março de 2013 uma Land Rover a Paulo Roberto da Costa. O ex-diretor afirmou que ganhou o veículo por serviços de consultoria prestados e que não há relação com o cargo então ocupado na estatal. Costa disse ter deixado a Petrobrás em abril de 2012.(Agência Estado)

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta quinta-feira, dia 20 de março




Governo admite sinal amarelo para energia
Discurso do Ministério de Minas e Energia se modifica com reconhecimento de que situação desfavorável de chuva pode representar ameaça ao abastecimento. (Zero Hora)

Governo acende sinal amarelo para energia
Ministério descarta racionamento, mas alerta para situação preocupante dos reservatórios do país. (Correio do Povo)

Brasília tenta explicar a compra de refinaria
Para a presidência, relatório falho induziu negócio de US$ 1,18 bilhão nos EUA. (Jornal do Comércio)

Governo admite sinal amarelo sobre chance de faltar energia
Alerta: Palácio do Planalto quer evitar novo caos no país. (O Sul)

Dilma tinha acesso total a dados da refinaria
Dirigentes da Petrobrás afirmam que, como presidente do Conselho de Administração da estatal, Dilma Rousseff tinha acesso a todos os documentos produzidos sobre a refinaria de Pasadena, incluindo pareceres jurídicos, antes de dar seu voto pela aprovação da polêmica compra da planta no Texas, EUA. (Estadão)

Autor de parecer “falho” da Petrobras viaja de férias para Europa
Em meio à polêmica sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró viajou nesta quarta-feira para a Europa de férias. (Gazeta do Povo/PR)

Executivos rebatem versão de Dilma sobre a Petrobras
No documento integral constava, segundo relatos, cláusulas que a petista diz que, se fossem conhecidas à época,”seguramente não seriam aprovadas pelo conselho”. (Folha de São Paulo)

Oposição diz que Dilma deve responder por compra de refinaria
A compra da Pasadena Refining System, nome oficial da planta da Petrobras, é investigada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). (Correio Braziliense)

Barco chega ao local onde foram detectados supostos restos de avião
Um barco norueguês, o "St Petersburgo", chegou nesta quinta-feira à região do Oceano Índico onde foram detectados objetos que poderiam pertencer ao desaparecido Boeing 777 da Malaysia Airlines. (Estado de Minas)

Congresso confirma maioria de prefeitos fechados com Eduardo Campos
O Congresso Pernambucano de Municípios encerrou ontem confirmando o apoio da maioria dos prefeitos pernambucanos à candidatura do socialista à Presidência da República.(Diário de Pernambuco)

Bom Dia!

A culpa é sempre dos outros!
Quando era ministra da Casa Civil e presidia o conselho de administração da Petrobras, Dilma Rousseff, votou pela compra de 50% da refinaria de Pasadena, no Texas. O negócio foi feito, em 2006, por US$ 360 milhões. O detalhe é que um ano antes a refinaria havia sido adquirida por outra empresa por US$ 42,5 milhões, em sua totalidade. Uma pequena diferença de US$ 317,5 milhões. Um grande negócio...para os gringos, é claro!
Mais tarde (2012), por força do contrato firmado quando da compra da metade da refinaria, que na época era considerada obsoleta e estava sob investigação, a Petrobras foi obrigada a ficar com 100% da unidade que, até então, era dividida com a belga Astra Oil. No total, a empresa brasileira acabou pagando US$ 1,18 bilhão, ou seja, algo em torno de R$ 2,76 bilhões.
Dilma, que hoje é presidente do Brasil, disse que só apoiou a medida, isto é, autorizou o negócio, por ter recebido “informações incompletas de um parecer técnica e juridicamente falho”. Ela disse que só tomou conhecimento das falhas na documentação dois anos depois. Uma nota da Secretaria de Comunicação da Presidência, diz inclusive que Dilma deu voto favorável ao negócio sem saber de cláusulas do contrato que “seguramente não seriam aprovadas pelo conselho”. Na ocasião, faziam parte do colegiado os então ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Jaques Wagner (Relações Institucionais) hoje governador da Bahia. Representantes do PT no conselho, eles votaram pela realização do negócio.
O Brasil ficou estarrecido quando o então presidente Lula, referindo-se ao mensalão, disse que “não sabia de nada”, embora as negociações acontecessem no andar debaixo de seu gabinete. Pois agora, Dilma Rousseff, que era ministra da Casa Civil, presidente do conselho de administração da Petrobras e hoje é presidente do Brasil, diz que autorizou uma despesa de US$ 1,18 bilhão, ou R$ 2,76 bilhões, para comprar uma refinaria obsoleta, baseada em “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”.
Vamos parar de brincadeira, gente! Vamos ter um pouco mais de seriedade com o dinheiro do povo! Será que alguém, minimamente consciente, acredita que alguém que ocupa um cargo no ministério, que comanda o conselho da maior estatal do governo, possa autorizar uma despesa de mais de R$ 2 bilhões, baseada em “informações incompletas e falhas”? E será que, mais uma vez, vamos ter que conviver com a impunidade de quem não tem nenhuma responsabilidade com o que é nosso e que, quando é flagrado em negociações no mínimo obscuras, joga a culpa nos outros?
Sinceramente, estou cansado de tomar conhecimento das maiores falcatruas, das maiores negociatas e, ao final, ouvir o envolvido, direta ou indiretamente, afirmar que a culpa é dos outros. No Brasil, entre os governantes e autoridades públicas, atualmente a culpa sempre é dos outros.

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!