segunda-feira, 5 de maio de 2014

Brasileirão - Classificação


O futebol e a Fifa do futuro - IV

Jornalista imagina o futebol e a Fifa em 100 anos 
Em maio de 2004, quando a Fifa chegou ao seu centenário, a revista Fifa Magazine publicou um texto do jornalista suíço Martin Born tentando responder – com criatividade e bom humor – algumas perguntas em relação ao futuro: como será o futebol nos 100  anos seguintes? Qual vai ser a melhor seleção do mundo? E o craque? Quais serão as mudanças tecnológicas? O que vai acontecer na Copa de 2104? O título é “Os próximos 100 anos da Fifa – A Revolução  do Kaiser”.

O árbitro computadorizado    

Cláudio Dienstmann


Mediante um primeiro decreto, o kaiser Josef Franz mandou abrir todos os estádios ao público em geral, assumindo a responsabilidade de que isso se chocaria com os interesses de personalidades e celebridades, patrocinadores e meios informativos, e que além disso lhe traria enormes críticas.   Tampouco lhe importava que as pessoas na Torre Prata lhe atribuíssem um procedimento ditatorial.
 Quando os espectadores, vestidos com as cores dos seus respectivos clubes, começaram a fazer ruído nas tribunas, impediu que fossem calados. Ao contrário, proibiu as manifestações de júbilo e ovações sonorizadas por computador, e permitiu que se cantasse, assobiasse e vaiasse de coração.
 Na realidade, o imperador Josef Franz parecia opor-se à computadorização em geral. De outra maneira, não se pode explicar a sua decisão de proibir o sistema VRS, justamente o modelo de arbitragem por vídeo(o Vídeo Referreing System), que tinha demonstrado a sua eficácia em milhares de partidas. Graças ao uso de 93 câmaras, conectadas ao “árbitro computadorizado” – que analisava cada lance de quatro ângulos diferentes, dissecando-o em microssegundos -, se havia eliminado as decisões errôneas. Os escassos impedimentos de caráter polêmico foram erradicados definitivamente com o sistema de detecção do fora de jogo (o Offside Detecting System ou ODS), acionado pelo sistema GPS.
 O kaiser Josef Franz substituiu o computador por um homem vestido todo de preto (precisou buscar gente masoquista), armado de apito e cartões de cores, que decidia – a livre arbítrio – quem infringia as Regras de Jogo. O Homem de Preto – como se começou a chamá-lo logo em seguida – era auxiliado por dois companheiros, que agitavam suas bandeirinhas quando acreditavam detectar um impedimento.
 O efeito de ditas alterações foi impactante. Os estádios, antigamente estéreis, começaram a ferver. Os espectadores, vestidos com as cores dos seus respectivos clubes, começaram a dar rédea solta a suas emoções e discussões. Isso conduziu a uma série de divergências, mas os sociólogos, que tinham os seus consultórios na parte baixa da Torre Prata, aprovavam ditas reações. Opinavam que só desse modo podiam minguar os conflitos entre os seres humanos.
 O kaiser interveio igualmente nas Regras de Jogo. Mandou reduzir o tamanho dos gols a 7m31 (de onde teria retirado essa medida?), introduziu o arremesso de lateral com a mão, e fixou o limite de impedimento na linha central. E um relógio, que continuava marcando o tempo durante as interrupções, proporcionou nova dinâmica ao jogo.
 Proibiu que os instrutores de futebol analisassem as partidas e as jogadas individuais mediante computadoras. O “Franz” de suas origens o incitava a exigir maior intuição por parte dos técnicos. Nas academias de futebol começaram a ensinar máximas como “Entrem em campo e joguem o futebol” ou “O jogo não termina depois do jogo” ou “A bola é redonda e uma partida dura 90 minutos”. 
 Também os jogadores tiveram que fazer certas concessões. A alteração mais difícil foi a proibição do Talk Controler, TC, denominado igualmente filtro de sujeira, Trashfilter, que tinha comprovado a sua eficiência como ajuda indispensável, particularmente em casos de entrevistas. Em vez de falarem ao microfone do entrevistador, os jogadores davam a sua resposta no TC, que elaborava as declarações, reproduzindo-as então adequadamente do ponto de vista linguístico e político. O TC, fabricado pela Playstation, um acionista minoritário da Fifa, acrescentava inclusive um toque humorístico às declarações.
 Em compensação, os jogadores obtiveram certas liberdades no festejo dos seus gols, que foram se desenvolvendo ao ponto de que os goleadores arrancavam as camisetas do corpo para festejar seu gol – cenas insólitas, inconcebíveis na época dos ambientes estéreis do passado, considerando também que então os jogadores vestiam apertados uniformes de apenas uma peça.
Próximo capítulo:
Fifa City

Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta segunda-feira, dia 5 de maio





60 toneladas de remédios fora do prazo
Em oito anos, este é o saldo da burocracia e de falhas de gestão nos estoques do Estado. (Zero Hora)

Ingerência do governo na Eletrobrás ajuda a causar rombo de R$ 13 bi
Especialistas acreditam que, devido ao prejuízo acumulado em 2012 e 2013, de R$ 13,217 bilhões, a empresa precisará de socorro do governo nos próximos anos. (O Globo)

Começa a vigorar nova portabilidade de crédito
Regras englobam todos os financiamentos e clientes podem transferir dívidas para outros bancos. (Correio do Povo)

Reajustes podem resultar em tarifaço de até R$ 46 bilhões em 2015
Se houver o tarifaço que muitos economistas prevêem para 2015, os brasileiros vão arcar com uma fatura pesada. (Correio Braziliense)

Dívida de 18 estados caiu entre 2010 e 2013
No Rio Grande do Sul, onde a relação DCL/RCL é maior, a queda foi de 5,41%. (Jornal do Comércio)

Laboratório importava bebidas e jóias italianas no lugar de remédios
Labogen viveu período de pujança durante gestão do doleiro Alberto Youssef, alvo Operação da Lava Jato. (Estadão)

Governo estuda aumentar impostos para fechar suas contas
Guido Mantega afirma que governo fará ajustes para cumprir metas. (O Sul)

Eunício lidera em todos os cenários
Se a votação para o governo do CE fosse hoje, ele venceria em todos os seis cenários apontados. (Diário do Nordeste)

Petrobras barra apuração de contratos
A Petrobras paralisou com liminares da Justiça 19 investigações contra supostas irregularidades em contratações da companhia que estavam em curso no TCU. (Folha de São Paulo)

Mercado volta a reduzir estimativa de alta do PIB
Previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 recuou de 1,65% para 1,63%. (Gazeta do Povo/PR)

Bom Dia!

Somos iguais?
Postei nas redes sociais minha estranheza com uma placa que está colocada em todos os estádios onde são disputados jogos do Brasileirão. Nela está escrito: SOMOS IGUAIS.
Pois no meu comentário demonstrei minha dúvida sobre o que significa afirmar que “somos iguais” no momento em que existem, por exemplo, cotas para negros em universidades e concursos públicos, o que significa uma vantagem para quem tem a pele escura sobre os que tem pela clara. Se a justificativa é de que os negros são discriminados na sociedade, então não há como colocá-los entre os iguais.
Como afirmar que “somos iguais” quando a presidente Dilma decreta aumento de 10% para o Bolsa Família, uma medida extremamente populista, num ano eleitoral, e reajusta os benefícios (?) dos aposentados em 6,7%? Será que quem nunca trabalhou tem mais direito do que aqueles que trabalharam, e contribuíram para a previdência, durante toda a vida?
É possível falar em “somos iguais” quando a Justiça, abertamente, aplica tratamento diferente em crimes que envolvem pessoas ricas e pessoas pobres?  Será que o tratamento dado aos mensaleiros, por excemplo, é o mesmo que é aplicado ao criminoso pobre?
Podemos falar em “somos iguais” quando nos deparamos com salários absurdos, verdadeiras fortunas, pagas a jogadores e treinadores de futebol, quando o salário mínimo que o trabalhador brasileiro recebe é de R$ 724? E já nem falo no que ganham os políticos nem no que a corrupção engorda contas bancárias de muita gente. Nem no apadrinhamento que coloca em cargos públicos pessoas que, ao final de quatro anos, aumentam sensivelmente seus patrimônios. Neste caso, acho que alguns são mais iguais que outros.
Decididamente não consigo entender a frase SOMOS IGUAIS já que existem pessoas discriminadas. Se existem diferenças gritantes entre classes e etnias, definitivamente NÃO SOMOS IGUAIS.

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!