Nunca vi tanto
dinheiro', diz procurador
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
afirmou nesta sexta-feira (18) que o esquema de lavagem de dinheiro investigado
pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, é “enorme” e destacou que as
eleições de outubro não vão interferir nas investigações, ainda que haja
candidatos envolvidos nos crimes apurados.
“É um esquema enorme de lavagem de dinheiro e esse
dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade, tem campanha, corrupção, são
vários destinos dessas importâncias. O volume do dinheiro é enorme e as
investigações procedem. Eu nunca vi tanto dinheiro na minha vida. É muito
dinheiro”, afirmou Janot em entrevista coletiva na sede da Procuradoria-Geral,
em
Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava Jato
desmontou um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu mercado clandestino de
câmbio e movimentou cerca de R$ 10 bilhões, conforme a Polícia Federal. Entre
os envolvidos estão o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro
Alberto Youssef, políticos e empresários. O grupo é acusado de lavar dinheiro
para o tráfico de drogas e desviar recursos públicos.
Como as investigações correm em sigilo, o
procurador-geral não quis dar detalhes, mas contou que o governo Suíço
compartilhou com o Ministério Público brasileiro informações sobre dinheiro que
Paulo Roberto Costa mantém em contas do país europeu. No mês passado, o
Ministério Público da Suíça conseguiu o bloqueio de US$ 23 milhões depositados
em contas atribuídas ao ex-diretor da Petrobras.
Conforme as investigações, Paulo Roberto Costa
ajudou empresas de fachada mantidas pelo doleiro Alberto Youssef a fechar
contratos com a Petrobras, incluindo obras da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco. Nessa operação, a PF estima que foram desviados R$ 400 milhões da
obra, considerada superfaturada pelo Tribunal de Contas da União. Costa nega as
acusações.(Agência Estado)