sábado, 26 de julho de 2014

Maconha

Maioria dos uruguaios é contra lei

64% da população é contra a legalização da produção e venda da maconha, indicam pesquisas; oposição defende revogação da norma

Segundo as últimas pesquisas, a maioria da população uruguaia é contra a lei que legaliza o consumo, a venda e a produção de maconha no país. De acordo com a sondagem do instituto Cifra, divulgada na quarta-feira, 64% dos uruguaios são contra a lei, dois pontos porcentuais a menos do que em 2012, e 62% dos entrevistados gostariam que ela fosse revogada.
A pesquisa mostra que somente 27% dos uruguaios concordam com a lei, que foi aprovada no fim do ano passado. “Os uruguaios não apoiavam o projeto quando ele era debatido e também não concordam com ele, agora que é lei. A opinião pública não avançou. É uma estabilidade muito estranha”, disse o relatório do instituto.
O que mudou foi o porcentual da população que defende a revogação da norma. Em março, 51% responderam que a lei tinha de ser mantida, enquanto 42% preferiam derrubá-la. Hoje, 62% dos uruguaios querem acabar com ela, enquanto 32% preferem mantê-la.
As organizações sociais, no entanto, afirmam que atualmente há mais receptividade na população com relação à maconha. “Temos pessoas de mais de 60 anos vindo à nossa sede para consultar sobre os usos medicinais da maconha, com menos prejuízo ao consumo”, disse ao Estado Laura Blanco, da Associação de Estudos Canábicos do Uruguai.
Oposição. Em 2012, o presidente José Mujica disse que a norma necessitava do apoio da população para funcionar. “Não pretendemos, neste problema, onde há tantas coisas em jogo, ficar à frente das pessoas. Se 60% dos uruguaios não entenderem o problema e não nos respaldarem, não dará certo”, disse.
O Uruguai terá eleições presidenciais em outubro e vários candidatos de partidos opositores disseram publicamente que revogariam a lei se fossem eleitos. O candidato a vice-presidente do Partido Nacional, o senador Jorge Larrañaga, e o candidato a presidente do Partido Colorado, o também senador Juan Pedro Bordaberry, defendem a revogação.
O candidato do partido governista Frente Ampla, Tabaré Vázquez, apoia a lei e disse inclusivo defender a regularização do consumo de cocaína. Segundo as últimas sondagens, a Frente Ampla tem entre 43% e 42% das intenções de voto. 
Produção. Nesta semana, o instituto Factum divulgou que, caso haja um segundo turno no Uruguai, 51% dos eleitores votariam na Frente Ampla e 46%, no Partido Nacional, que são as duas legendas com mais chances de vencer.
Hoje, a lei uruguaia permite o consumo de 40 gramas de maconha por mês, que poderão ser adquiridos nas farmácias em doses de 10 gramas por semana. A possibilidade é somente para uruguaios ou residentes maiores de 18 anos. 
A droga será produzida por empresas privadas, com controle estatal. A lei também permite o cultivo autônomo de até seis plantas de maconha e a criação de clubes de fumantes que poderiam ter entre 15 e 45 sócios. 

Apoio. O governo anunciou que, no fim do ano, começará a venda de maconha. Um grama custará 22 pesos uruguaios (em torno de R$ 2). Segundo o instituto Cifra, a posição contrária à lei tem mais apoio nos partidos opositores: 86% dos eleitores do Partido Nacional e do Colorado não gostam da norma. Na Frente Ampla, a opinião é dividida: 41% dos eleitores são contra e 46% defendem a lei. (Agência Estado)

Eleições 2014

Mercado financeiro reavalia chances de Dilma

Várias consultorias atualizaram nesta semana palpites sobre o resultado da eleição com base nas recentes pesquisas Datafolha e Ibope.
Usando modelos mais ou menos sofisticados que levam em conta intenções de voto, rejeição, resultados e tendências de pleitos passados, elas chegam a cravar percentuais.
A brasileira MCM apostou pela primeira vez que a oposição tem chance de 60% a 40% de derrotar Dilma (antes dava lances iguais). E a japonesa Nomura ampliou de 60% (junho) para 70% agora as chances de Aécio.
Outras consultorias ainda veem Dilma com maior probabilidade de vitória. Mas ela seria cada vez menor.
Caso da brasileira Tendências, que reduziu de 60% em maio para 55% agora as chances da petista. E do norte-americano Eurasia Group, que via 70% de probabilidade em abril ante 60% hoje.
O mercado está sensível a prognósticos eleitorais. Na semana passada, o Ibovespa foi ao maior nível em 16 meses depois de o Datafolha apontar empate técnico, em um eventual segundo turno, entre Dilma e Aécio.
A Nomura aumentou para 70% as chances de vitória de Aécio apostando, principalmente, em um crescimento do candidato no Sul do país.
Em 2006 e 2010, o PSDB venceu na região. Pelo Datafolha da semana passada, Dilma lidera ali, com 36%; ante 18% de Aécio e 6% de Eduardo Campos (PSB).
"Até esse ponto, isso é uma anomalia, pois vai contra o que já aconteceu no Sudeste, que é similar ao Sul em termos políticos e sociais", afirma Tony Volpon, diretor da Nomura em Nova York.
No Sudeste, segundo o Datafolha, Dilma também lidera, com 28%. Mas a soma de Aécio (27%) e Campos (6%) já a coloca atrás da oposição.
Na contramão, mesmo tendo reduzido as chances de Dilma de 70% para 60%, o Eurasia Group vê Dilma "claramente favorita", embora com "grande probabilidade" de ir ao segundo turno.
"O andamento da economia justifica reduzir as chances da presidente", diz João Castro Neves, diretor da consultoria em Washington.
O Eurasia usa modelo desenvolvido com o instituto Ipsos que analisou 200 eleições nos últimos 20 anos. Nele, governantes com taxas de aprovação entre 40% e 60% venceram disputas em 85% das vezes. Na pesquisa Ibope, o governo é aprovado por 44%.
Para Ricardo Ribeiro, da MCM, que dá 60% de chance de vitória para a oposição, a derrota de Dilma não é garantida. Mas haveria uma "nítida deterioração da situação econômica e política" atual. (Folha de São Paulo/Conteúdo)

Brasileirão 2014

12ª rodada




Datas, horários, jogos e locais





Sábado - 26/7

18h30

Santos _X_ Chapecoense - Vila Belmiro
Cruzeiro _X_ Figueirense - Mineirão
Criciúma _X_ Vitória - Heriberto Hulse

21h30

Bahia _X_ Internacional - Arena Fonte Nova

Domingo - 27/7

16h

Sport _X_ Atlético MG - Ilha da Retiro
Corinthians _X_ Palmeiras - Arena Corinthians
Atlético PR _X_ Fluminense - Arena da Baixada
Goiás _X_ São Paulo - Serra Dourada

18h30

Grêmio _X_ Coritiba - Arena do Grêmio
Flamengo _X_ Botafogo - Maracanã

Ex-diretor da Petrobras

Agenda aponta uso de offshores
PF suspeita que Paulo Roberto Costa operou um esquema para ocultar desvios de verba que era direcionada a doações para partidos e políticos

Fausto Macedo e Ricardo Brandt*


A Polícia Federal suspeita que o engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, e o doleiro Alberto Youssef – alvos da operação Lava Jato – empenharam-se na montagem de complexo esquema de criação de offshores para blindagem de patrimônio e ocultação de valores ilícitos doados a políticos e partidos.
A maior parte do dinheiro, para os investigadores, teria origem em supostos desvios de contratos da estatal com empreiteiras e fornecedoras. Essas offshores (empresas de fachada) teriam sido usadas para a remessa de dinheiro para o exterior. Pelo menos duas já são citadas em uma ação penal instaurada contra o doleiro: DGX Imp and Exp Limited e RFY Imp. Exp. Ltd.
Por meio delas, de junho de 2011 a março de 2014, Youssef teria lavado dinheiro supostamente desviado da Petrobrás. Os investigadores rastrearam pelo menos US$ 78,2 milhões enviados por meio de 1.114 contratos de câmbio fraudulentos, que simulavam importações. 
Costa está com US$ 23 milhões bloqueados na Suíça. Youssef está com US$ 5 milhões congelados naquele país. A suspeita é que as offshores foram usadas para movimentação desses valores.
A avaliação dos investigadores foi feita a partir da análise dos documentos aprendidos no dia 17 de março, quando a Operação Lava Jato foi desencadeada. Entre esses papéis estão a agenda pessoal de Costa e uma planilha de duas páginas com anotações manuscritas, esta encontrada em poder de um ex-aliado do ex-deputado José Janene (PR) que, no escândalo do mensalão federal, era o líder do PP na Câmara.
Janene, que morreu em setembro de 2010, era amigo e mantinha negócios com Youssef. A PF e a Procuradoria da República cravam que Youssef e Costa foram os mentores de organização criminosa que se teria infiltrado em órgãos públicos e na própria Petrobrás.
Conexão. Os investigadores cruzaram informações da planilha do ex-assessor de Janene e da agenda de Costa e identificaram menção a offshores para lavar o dinheiro que teria como fonte pelo menos seis empresas citadas no documento.
A planilha, juntada a um inquéritos instaurado há três meses sobre a lavagem do dinheiro, representa para os agentes indício forte da colaboração de campanha para candidatos. Nela há nomes de doadoras e executivos supostamente ligados a Costa. Eles deverão ser ouvidos no inquérito.
Defesa. O criminalista Nelio Machado, que defende o engenheiro Paulo Roberto Costa, declarou que nas duas ações penais instauradas contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás não há nenhuma referência à planilha com nomes de empreiteiras e supostas doações. Segundo Machado, as testemunhas ouvidas em um dos processos “nada declararam nessa direção”.
Para o advogado, as acusações contra Costa “são uma presunção, não propriamente uma decorrência de investigação policial”. Machado disse que o ex-diretor da estatal “jamais falou sobre isso (as informações da planilha e da agenda pessoal)”.

Na planilha manuscrita usada para identificar as supostas origens do dinheiro lavado por meio das offshores, estão seis empresas que têm 77 contratos com a Petrobrás: Mendes Júnior, UTC/Constran, Engevix, Iesa, Hope e Toyo Sental. Elas doaram até R$ 35,3 milhões para partidos da base aliada do governo federal nas eleições de 2010, segundo a investigação.
*Estadão