sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Bom Dia!

Estamos começando a viver o último dia útil do segundo mês de 2015. Amanhã, dia 28, termina o mês de fevereiro e entraremos em março, terceiro mês do ano.

Este papo é quase um lugar comum sempre que a gente encontra alguém, principalmente para jogar conversa fora. “O tempo passa correndo”, comenta o amigo e, imediatamente, respondemos: “Parece que foi ontem que estávamos festejando o Réveillon”.

Mesmo que seja um lugar comum, estes dois primeiros meses de 2015, que passaram voando, deixaram uma marca incomum na vida dos brasileiros. Não lembro de ter vivido os dois primeiros meses de algum ano, com tanta conturbação e notícias ruins em relação a decisões e medidas adotadas por qualquer governo.

Janeiro e fevereiro de 2015, não nos permitiram respirar. Mal assumiu, e a presidente (presidenta, para os petistas) inundou o noticiário anunciando que estava começando a fazer tudo o que havia prometido não fazer. Só o aumento nos combustíveis desencadeou uma onda de preços altos como fazia tempos que não acontecia. Basta ir ao supermercado para saber.

Se bem que a presidente Dilma afirmou que “não aumentamos uma vírgula no preço dos combustíveis. Apenas redefinimos a Cide”. Pena que os proprietários de postos não tenham entendido e imediatamente colocaram o preço da gasolina lá pra cima.

Outros que não entenderam as boas intenções da presidente, foram os caminhoneiros. Tanto que estão bloqueando estradas, provocando o desabastecimento em vários estados, por não concordarem com o aumento no preço do litro do Diesel. Se soubessem que não foi o preço do óleo que subiu, mas a Cide que foi “redefinida”, certamente estariam felizes cruzando as estradas brasileiras.

Mas fevereiro não terminou sem que a propaganda do PMDB enchesse de esperanças a todos os que não concordam com seu desempenho e ocupação de espaços no governo federal onde, pacificamente, segue fazendo tudo que seu mestre mandar.

O programa do PMDB na televisão, abriu com “Não, não são as estrelas que vão me guiar. São escolhas que vão me levar”, (uau!) e terminou com “A falta de credibilidade é entre todas a pior crise, é a crise que acaba com a esperança,  com os sonhos e com as oportunidades”.

Ufa! Agora sim! Agora vai!

Vai pra onde? Não sei!

Tenham todos um Bom Dia!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Novo governo Dilma

Desemprego sobe no primeiro mês

O desemprego subiu no primeiro mês do novo governo Dilma: a taxa foi de 5,3% em janeiro na média de seis regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) acompanhadas pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE. A taxa é a maior desde setembro de 2013, quando o percentual de desocupados foi de 5,4%. O desemprego avançou na comparação com os 4,8% registrados em janeiro do ano passado, e subiu 1 ponto percentual em relação aos 4,3% apurados em dezembro de 2014.

A taxa veio acima do esperado pelo mercado financeiro. Economistas ouvidos pela Bloomberg News esperavam que a taxa ficasse em 5% em janeiro, com projeções entre 4,5% e 5,6%.

Em janeiro, a população desocupada foi de 1,3 milhão de pessoas, o que representa 237 mil pessoas a mais que em dezembro (22,5%). Na comparação com janeiro de 2014, houve aumento de 10,7%, ou 125 mil pessoas.

Já a população ocupada chegou a 23 milhões, o que representa 220 mil pessoas a menos ou um recuo de 0,9% em relação a dezembro. Frente a janeiro de 2014, ficou estável. Houve ainda uma elevação de 237 mil pessoas no número daqueles em busca de trabalho.

Caminhoneiros

Governo cede mas não garante fim da greve 

Dilma afirma que não houve aumento no preço dos 
combustíveis, mas recomposição da Cide.



Após um dia de tensão e de reuniões com representantes dos caminhoneiros, empresas transportadoras e líderes dos setores afetados pelos bloqueios das rodovias, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, anunciou a conclusão de um acordo, com propostas (veja quadro) sendo aceitas pela maioria dos líderes das manifestações. A desmobilização nas estradas começou ainda ontem. Mas Ivar Luiz Schmidt, do Comando Nacional dos Transportes, retirado da primeira mesa de negociações por ter sido considerado “liderança excedente”, avisou, depois de reunião em separado com Rossetto, que o movimento está dividido e os protestos continuam.
Segundo o ministro, as medidas “cobrem grande parte das expectativas” dos manifestantes, mas afirmou que as propostas só seriam mantidas à medida que as estradas fossem liberadas. “Interessa aos caminhoneiros, à sociedade e ao país que haja suspensão do movimento”, ressaltou. O ministro assinalou, ainda, que a manutenção do valor dos combustíveis não é congelamento, mas uma informação da Petrobras.
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo não tem como baixar o preço do diesel e que não há aumento previsto. “Não mexemos (no valor do litro), o que fizemos foi recompor a Cide”, afirmou, se referindo à retomada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre combustíveis.

Bom Dia!


O editorial - Lula estimula o conflito social - do jornal O Estado de São Paulo, descreve exatamente a situação criada pelo líder máximo dos petistas em discurso no ato em defesa da Petrobras. Lula não teve meias palavras para dizer que conta com o exército do MST, para manter seu partido no poder.
Leia o editorial abaixo e diga se não estamos vivendo perigosamente.



Lula estimula o conflito social

O ESTADO DE S.PAULO
26 Fevereiro 2015 

No desespero para salvar o PT de um desastre que a incompetência do governo de Dilma Rousseff torna a cada dia mais grave, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ameaça incendiar as ruas com "o exército do Stédile", a massa de manobra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Lula acenou com essa ameaça em evento "em defesa da Petrobrás" promovido na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, pelo braço sindical do PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Basta abrir as páginas dos jornais ou assistir ao noticiário da televisão para perceber que a radicalização política começa a levar a violência às ruas das principais cidades do País. De um lado, militantes de organizações sindicais e movimentos sociais, quase sempre manipulados pelo PT, aliados a radicais de esquerda; do outro lado, sectários antigovernistas engajados na inoportuna campanha de impeachment da presidente da República. Esses grupos antagônicos se agrediram mutuamente diante da ABI, pouco antes do evento protagonizado por Lula.

Diante do sintoma claro de que o agravamento da crise política em que o País está mergulhado pode acender o rastilho da instabilidade social, o que se espera das lideranças políticas é que ajam com responsabilidade para evitar o pior. Mas Lula, assustado com a possibilidade crescente do naufrágio de seu projeto de poder, parece disposto, em último recurso, a correr o risco de virar a mesa. Não há outra interpretação para sua atitude no evento.

Em seu discurso, o coordenador do MST, João Pedro Stédile, como de hábito botou lenha na fogueira: "Ganhamos as eleições nas urnas, mas nos derrotaram no Congresso e na mídia. Só temos uma forma de derrotá-los agora: é nas ruas". É o caso de perguntar o que Stédile quer dizer com "derrotá-los nas ruas". Mas Lula parece saber a resposta. E aproveitou a deixa, ao falar no encerramento do ato: "Quero paz e democracia. Mas eles não querem. E nós sabemos brigar também, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele na rua". Uma declaração de guerra?

A atitude irresponsavelmente incendiária do ex-presidente é coerente com a estratégia por ele traçada e transmitida à militância petista com o objetivo de reverter a repercussão extremamente negativa para a imagem do PT provocada pelo desgoverno Dilma e, em particular, pelo escândalo da Petrobrás. A ideia é, como sempre, transformar o PT em vítima da "elite", os temíveis "eles" que só querem fazer mal ao povo brasileiro.

Do mesmo modo que para Lula o escândalo do mensalão foi uma "farsa" que resultou na condenação injusta dos "guerreiros do povo brasileiro", o petrolão é coisa de "meia dúzia de pessoas" para a qual Dilma Rousseff "não pode ficar dando trela": "O que estamos vendo é a criminalização da ascensão de uma classe social neste país. As pessoas subiram um degrau e isso incomoda a elite", disse Lula.

Ou seja, o que abala o Brasil não é a ação da quadrilha que, há 12 anos, pilha a Petrobrás e ocupa, para proveito próprio ou do PT, cada escaninho possível da administração pública. Muito menos é a incompetência administrativa demonstrada pelos petralhas que sugam o Tesouro. É - no entender de Lula e companhia bela - a reação dos brasileiros honestos e indignados com a roubalheira e a desfaçatez.

Esse discurso populista pode fazer vibrar a militância partidária manipulada e paga pela nomenklatura petista, mas é inútil para garantir ao PT e ao governo o apoio de que necessitam para tirar o País do buraco em que Dilma Rousseff o meteu ao longo de quatro anos de persistentes equívocos.

O principal aliado do PT, o PMDB do vice-presidente Michel Temer, agora decidiu exigir o papel que lhe cabe como corresponsável pela condução dos destinos do País. Não aceita mais, por exemplo, que o núcleo duro do poder de decisão no Planalto seja integrado exclusivamente por petistas. O PMDB tampouco aceita que os petistas continuem se fazendo passar por bonzinhos na votação das medidas de ajuste fiscal, posicionando-se na defesa dos "interesses dos trabalhadores" e deixando o ônus da aprovação do pacote para os aliados.

Os arreganhos de Lula e do agitador Stédile mostram que a tigrada está cada vez mais isolada - e feroz - na aventura em que se meteu de arruinar o Brasil.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Movimento dos caminhoneiros

Bloqueios começam a causar desabastecimento


Com o bloqueio em mais de cinquenta pontos de estradas gaúchas, o movimento dos caminhoneiros começa a ter reflexos no abastecimento, principalmente nos supermercados.

O setor de carnes de uma rede na Capital prevê que, caso não seja retomado o abastecimento com o respectivo aumento de preços do produto, a carne deverá faltar nos açougues.

Para a Associação Gaúcha de Supermercados, o maior prejuízo acaba ficando com os estabelecimentos de Porto Alegre, já que, no interior, o abastecimento pode ser feito por outros fornecedores, principalmente no setor de hortifrutigranjeiros.

Segundo Antonio Cesa Longo, presidente da Agas,  “Uma região pode ter efeito zero, mas outra pode já estar com desabastecimento”.

O presidente do Sindicato dos Lojistas, Paulo Kruse, lembra que não apenas os supermercados sofrem com o bloqueio das estradas. Com a entrega de roupas trancada, os estoques das lojas estão sendo afetados.
- Trabalhamos recebendo cargas todo dia. Hoje, não. Nossas confecções não estão sendo entregues, o que dificulta a atividade dos lojistas.

Bom Dia!

Ouvido no coletivo

Plagiando o jornalista Flavio Dutra e seu já famoso “ouvido na mesa ao lado”, decidi escrever sobre o que escutei,hoje de manhã, no ônibus que me trouxe ao Centro. Estava lendo o jornal quando comecei a ouvir a conversa do cobrador com um passageiro.

- Não dá mais, meu amigo. A Dilma está perdida e só o impeachment pra resolver. Agora até o PMDB está contra ela. Viu a propaganda na TV? É muito aumento. Tudo sobe 200% e a inflação oficial é de 5%.
- É verdade. Não existe mais lei no Brasil. Viu aquele juiz que ‘tomou’ os carros e o iate do Eike Batista? O cara tava dando uma banda de porsche, meu!
- Bah, cara. Só mudando tudo mesmo!

Dobrei o jornal, guardei na pasta e fiquei pensando na conversa que acabara de escutar e que certamente muitos outros passageiros escutaram. Se concordaram ou não, não sei.

Quando o povo, e aqueles dois eram representantes do povo, da classe assalariada, trabalhadores, começa a reclamar, alguma coisa está realmente muito errada. Se está ruim para eles, é sinal de que o governo não está acertando o passo.

Aliás, a conversa do cobrador com o passageiro, reflete muito bem o sentimento que vai tomando conta dos brasileiros. Quase ninguém mais aguenta tanto aumento, tanta desculpa, tanta mentira e tanta corrupção. Ouço, quase que constantemente, pessoas afirmando que alguma coisa precisa ser feita e que pior do que está, é impossível.

Agora mesmo, confirmando o que escuto nas ruas e leio nas redes sociais, a inflação atingiu índices que só aconteciam em 2003. Diz o IBGE que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), ficou em 1,33% em fevereiro, o que significa um índice acumulado, em dois meses, de 2,23%. Nos últimos 12 meses , o indicador acumula 7,36%, a maior taxa desde 2005. Ficando como está, e acho difícil que mude, teremos uma inflação oficial bem acima dos 6,5% previstos pelo governo.

Enquanto isso o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou no Diário Oficial de ontem, tabela com novos preços médios dos combustíveis a serem aplicados em 15 estados e no Distrito Federal, a partir de março. Joaquim Lewy, o ministro da Fazenda, disse que “são medidas para o governo federal elevar a arrecadação”.Ou seja, o governo precisa de mais dinheiro e, como sempre, ele sai do nosso bolso.

Tem razão o cobrador do ônibus: “Assim não dá. Só mudando tudo mesmo”.

Tenham todos um Bom Dia!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Preço da tarifa

Protesto com poucos manifestantes


O chamado Bloco de Lutas pelo Transporte Coletivo, mesmo tendo anunciado a presença de “milhares” de participantes, não conseguiu reunir mais do que 300 pessoas no movimento que começou por volta de 19 horas.

Desde as 17 horas, integrantes do grupo começaram a chegar ao Largo da Prefeitura, de onde partiu s marcha que percorreu a Salgado Filho, Osvaldo Aranha e outras ruas da Capital.

Eles protestavam contra o aumento da passagem de ônibus, que desde domingo custa R$ 3,25. Portanto faixas,  cartazes, bandeiras do PSol e da CUT, os representantes do Bloco de Lutas não disseram se haverá nova manifestação, ou não nos próximos dias. A presença de poucos manifestantes, pode esvaziar o movimento.

A Brigada Militar deslocou 150 brigadianos para acompanhar a caminhada.

Jantar de campanha

TRE cassa Gilmar Sossela


Em julgamento realizado na tarde desta terça-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o mandato do deputado estadual Gilmar Sossela (PDT) Foram cinco votos favoráveis e um contra.

Na campanha pela reeleição, Sossella, que ocupava o cargo de presidente da Assembleia RS, foi acusado de coagir servidores do Legislativo para a compra de ingressos no valor de R$ 2,5 mil, de um jantar para angariar fundos.

O trabalhista poderá recorrer da decisão do TRE, mas se for confirmado o resultado do julgamento de hoje, Sossella perderá o mandato e ficará inelegível até 2022.

Greve dos caminhoneiros

Começa a faltar combustível


A greve dos caminhoneiros chega ao quarto dia e afeta a produção e o abastecimento de algumas regiões do País. Em Betim (MG), a Fiat dispensou 6 mil funcionários dos dois primeiros turnos pelo segundo dia consecutivo. Os manifestantes protestam contra o aumento do preço do diesel e o baixo valor dos fretes nas viagens.
Considerando que a planta produz aproximadamente 3 mil carros diariamente, a paralisação dos dois turnos faz com que pelo menos 2 mil veículos deixem de ser produzidos por dia. Nesta segunda-feira, 23, cerca de 6 mil trabalhadores do segundo e do terceiro turnos já tinham sido liberados. Segundo a Fiat, eles estão sendo dispensados porque o protesto impediu que as autopeças e componentes utilizados na fabricação de veículos chegue no horário programado. A fábrica de Betim está localizada na BR-381 (rodovia Fernão Dias), principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte. A unidade fica em uma região de alta concentração industrial, próxima à refinaria Gabriel Passos da Petrobrás. 

Desabastecimento. O protesto de caminhoneiros começa a provocar desabastecimento em Minas Gerais. No Estado, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há oito pontos de paralisação dos profissionais em três rodovias, sendo que em alguns deles os trabalhadores estão parados desde o início de domingo, 22. Na região centro-oeste de Minas, já há falta de combustíveis em postos e de frios em supermercados e padarias.

Paraná. A paralisação de caminhoneiros, responsável pelo bloqueio de 37 pontos no interior do Paraná, pode aumentar o desabastecimento que já começa a ser sentido nas cidades de Pato Branco, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e em Foz do Iguaçu (PR). Nessas áreas há denúncias de que alguns locais estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5,00. Por causa da greve, os produtores também estão alertas com o risco de cargas perecíveis, congelados e hortifrutigranjeiros também serem perdidos. Em Santo Antônio do Sudoeste as aulas foram suspensas por causa da falta de combustível. Ainda não há um cálculo sobre o total dos prejuízos

Mato Grosso do Sul. O Estado do Mato Grosso do Sul tem seis trechos de rodovias federais fechadas por caminhoneiros nesta terça-feira, 24,. Este é o quarto dia de protesto da categoria em MS. A rodovia mais afetada é a BR-163, que corta o Estado de norte a sul e tem pouco mais de 800 km. Nela, quatro trechos estão bloqueados. 
(Conteúdo/Foto: Estadão)

Operação Lava Jato

MPF denuncia Nestor Cerveró, 
Fernando Baiano e Oscar Algorta

O Ministério Público Federal ofereceu na segunda-feira, 23, denúncia contra o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Fernando Soares e Oscar Algorta, os investigados na Operação Lava Jato, pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Cerveró é acusado pelo MPF de usar o cargo na empresa para favorecer contratações de empreiteiras, mediante pagamento de propina. O operador do esquema seria Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Algorta, por sua vez, teria lavado dinheiro ao comprar – com valores ilícitos – um apartamento de luxo no Rio de Janeiro em nome da offshore Jolmey. A compra serviu, segundo o MPF, para ocultar a propriedade de Cerveró.

Parte dos valores recebidos por Cerveró como propina foi remetida para o exterior, para offshore na Suíça e no Uruguai. A Operação Lava Jato apurou que parte dos valores voltou ao Brasil em simulação de investimentos na empresa Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, uma filial da uruguaia Jolmey S/A. A denúncia do MPF aponta que as duas empresas eram de Cerveró, apesar de registradas em nome de terceiros.

Algorta era o presidente do Conselho de Administração da Jolmey S/A e, segundo o MPF, o “mentor intelectual” da operação que beneficiou o ex-diretor da Petrobras.

O apartamento no bairro de Ipanema, no Rio, foi adquirido pela Jolmey do Brasil por R$ 1,532 milhão e depois reformado com R$ 700 mil. O imóvel está avaliado atualmente em R$ 7,5 milhões. Segundo o MPF, desde o início o apartamento pertencia a Cerveró. Depois da reforma, a propriedade foi alugada ao ex-presidente da estatal por R$ 3.650, valor abaixo do de mercado.

O MPF pede, entre outras coisas, que a empresa perca o apartamento e solicita os valores das contas correntes da empresa. Também é pedido o pagamento de reparação dos danos causados no valor de R$ 7,5 milhões. A denúncia foi oferecida à Justiça Federal do Paraná.(Agência Estado)



Inflação oficial

A maior taxa desde 2003


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial do governo, fechou o mês de fevereiro com variação de 1,33%, a maior alta desde fevereiro de 2003, quando atingiu 2,19%. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 ficou 0,44 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,89%).

A alta de preços já era esperada, inclusive pelo IBGE, uma vez que a inflação de fevereiro reflete a alta de diversos preços administrados pelo governo, como mensalidades escolares, combustíveis e tarifas de energia.

O IPCA-15 tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre um e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos. Com a alta de fevereiro, o IPCA-15 fechou o ano com inflação acumulada de 2,33%, com a alta acumulada nos últimos 12 meses (a taxa anualizada) fechando em 7,36%. O IPCA-15 tem a mesma metodologia do IPCA, abrange as mesmas regiões envolvidas na pesquisa e a mesma faixa de renda, mas tem período de coleta diferenciada – última metade do mês anterior e a primeira do mês de referência. (Agência Brasil)

Opinião

Fui buscar no Blog do Percival Puggina, mesmo sem pedir licença (espero que ele não se importe), este artigo do Milton Pires. Por concordar com praticamente tudo o que o Milton escreve, estou dividindo com vocês. Leiam, meditem e respondam se não é verdade!

A “CAUSA”
Resposta ao Manifesto dos “Intelectuais”

por Milton Pires

Ontem, dia 20 de fevereiro de 2015, mais uma vez, um grupo de brasileiros que recebeu da imprensa amiga o título de “intelectuais” veio a público afirmar que “a democracia está em risco, que a situação é a mesma de 1964 e que prepara-se no país um golpe contra o Governo Dilma”.

Não tenho mais argumentos e não vejo mais necessidade de escrever um artigo para refutar os conceitos dessa gente. Tampouco entendo ser necessário definir, mais uma vez, quem tem, numa nação livre, o direito de apresentar-se como “intelectual”. Acho, por outro lado, que é essa uma oportunidade para me dirigir à sociedade em mais um apelo para que ela, sociedade, consiga entender a diferença entre o PT e qualquer outro partido que esteve antes no Governo Federal.

Certa vez eu disse que o entendimento do brasileiro médio, a sua capacidade de emitir juízo sobre a realidade política, “oscila entre o lúdico e o obrigatório”, entre a mulata e o imposto de renda, entre o churrasco do final de semana e a conta do dentista. Existe no Brasil, desde sempre, uma espécie de mistura entre o pragmatismo e o utilitarismo, uma incapacidade congênita de avaliar qualquer ação em termos transcendentais e que atravessa, que perpassa toda atividade ou pensamento. Essa regra que aqui descrevo não é exceção no conjunto de motivos que seduziram, que motivaram até hoje, os marginais do poder. Os brasileiros sempre souberam que foram roubados, sempre tiveram, de forma clara e independente do seu nível de informação e educação, a noção de que o poder corrompe, de que os partidos mentem, e os candidatos mudam. O que então está acontecendo de diferente desde a chegada do PT ao poder em 2003? Por que a necessidade constante de invocar o Governo FHC como a origem da corrupção? Por que a reunião e a manifestação desses supostos intelectuais em defesa de Dilma Rousseff? Qual a importância de afirmar veementemente, fanática e histericamente, que tudo que estamos assistindo “sempre foi assim”?

Leitores que até aqui tiveram a paciência de seguir meu raciocínio, a resposta é uma só: porque em toda história do Brasil isso NUNCA foi assim ! É a primeira vez que a Nação enfrenta como governantes um grupo de criminosos com uma “causa”. Não estamos mais tratando com Sarneys ou Malufs, não lidamos mais com projetos de enriquecimento pessoal, com a compra de bens materiais ou com o acesso ao “sexo fácil”.Não é freudiana a explicação para o projeto de poder petista e eu diria que sequer sei, na verdade, se alguma teoria existe capaz de fornecer completamente os elementos para uma “explicação”. Pela primeira vez, em toda história, os brasileiros enfrentam uma força que rouba em nome de uma “causa”, que supera a crise imediata, a questão prática do dilema que envolve prazer e obrigação e que imperava, até hoje, no firmamento dessa nau chamada Brasil que, em pleno século XXI, navega orientada pelas estrelas. Nossa “estrela guia” é agora desgraçadamente vermelha, nosso timão é uma foice e nossa âncora um martelo. Pobre do nosso país ! Até hoje essa nação sabia o que significava ser governada por aqueles que lhe tiravam dinheiro mas agora vai aprender, a qualquer custo, o que é ser governado por alguém que lhe rouba a liberdade. É para confundir matéria e pensamento, dinheiro e liberdade..É para tornar a mesma toda história do Brasil contada até aqui, para dizer que estamos novamente em 1964 que os “intelectuais” vieram a público: o Foro de São Paulo continua (e assim dever ficar) ignorado. A ideia de uma América Latina inteira governada pelo socialismo segue como “teoria da conspiração”, não é ?

O PT “é um partido como outro qualquer”..Foram indivíduos que, visando “enriquecimento pessoal” praticaram “mal feitos” ..Em outras palavras: “A Luta Continua” e mais importante - “A Causa” segue ignorada...

Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2015.

Bom Dia!

A culpa é do FHC

Decidi dar um tempo e estou acessando muito raramente minha página no Facebook. Não aguento mais a enxurrada de publicações dos petistas (xiitas) defendendo, ou tentando defender a presidente (presidenta para eles) Dilma, acusando, ou tentando acusar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a imprensa golpista, com destaque para a Rede Globo, e a todos os que, de alguma forma, não estão alinhados com o pensamento (?) deles.

Não se dão conta que, com sua atitude irracional e manipulada, estão cada vez mais fazendo com que as pessoas, as que realmente querem ver os corruptos investigados, julgados e condenados, não se importem mais com esta pregação de militantes sem noção. Muito pelo contrário.

Mas fazer o que? Mandaram que eles fizessem, encheram os sites e blogs petistas de propaganda em favor do governo e do PT, e se sentem na obrigação de fazer o que a cartilha determina.

A novidade, agora, é a tentativa de ampliar a investigação da CPI da Petrobras, incluindo o governo de FHC. Como se já não tivessem feito uma CPI (?) que terminou com o ridículo e surreal relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), afirmando, entre outras barbaridades, que estava tudo bem e que nada merecia investigação, muito menos condenação para alguém.

Vão querer convencer alguém que não investigaram, pois não sabiam de nada? Que só agora, depois da delação de Barusco, é que ficaram sabendo. Mas ele disse, também, que a bandalheira (termo meu) se institucionalizou no governo Lula, e que o tesoureiro do PT recebeu R$ 200 milhões em nome do partido.

Acho que o governo FHC, caso comprovadas as afirmações do delator, precisa ser investigado. Mas, ao mesmo tempo, caso se decida pela investigação, Lula também deve ser alvo da CPI, pelos mesmos motivos e fonte.

Posso garantir que os mesmos que defendem a investigação de FHC, caso a CPI decida investigar Lula, passarão a chamar os membros da Comissão de golpistas e reacionários de direita. Menos os deputados do PT, é claro.

Daí, mais uma vez, a culpa será do FHC.

Tenham todos um Bom Dia!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Secretariado Municipal

Novos titulares tomam posse

Foto: PMPA
O prefeito José Fortunati e o vice-prefeito Sebastião Melo deram posse, na tarde desta segunda-feira, 23, aos novos secretários e adjuntos que passam a compor a administração do município. A cerimônia de posse dos 11 novos nomes, sendo seis secretários, quatro secretários-adjuntos e um diretor-executivo, foi realizada no Salão Nobre do Paço Municipal. 
De acordo com o prefeito, os novos gestores irão manter a identidade da atual administração. “Temos consciência de que 2015 não será um ano fácil, mas a nossa garantia é de que a transparência seja mantida, assim como a correta aplicação das políticas públicas e do dinheiro público. Combateremos as desigualdades e continuaremos respeitando as diferenças”, garantiu Fortunati.
Citando o nome dos secretários que deixam os cargos, Fortunati falou das conquistas de cada pasta. Citou a modernização e a agilidade alcançadas pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) e pelo EdificaPOA, o Programa Integrado Socioambiental (Pisa), as políticas de inovação implementadas e os impulsos nas áreas de Defesa do Consumidor, Juventude e Procuradoria, entre outros. “Sabemos que esses secretários nos deixam mas, em outras esferas, continuarão sendo parceiros da cidade”, comentou.

Missão Oficial

Bendine e Val viajaram em avião do BB

Aldemir Bendine e Val Marchiori

O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, foi acusado por um ex-vice-presidente do Banco do Brasil de ter dado carona à socialite Val Marchiori e mais dois amigos num jato a serviço do BB, durante uma visita oficial de Bendine a Buenos Aires, em 2010. Na época, Bendine era presidente do Banco do Brasil. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela Folha de São Paulo.

Segundo a Folha, Bendine e o presidente da área internacional do Banco na época, Allan Toledo, viajaram à capital argentina em uma missão oficial ocorrida em 20 de abril de 2010, que tinha como objetivo concluir a aquisição do Banco da Patagônia. Marchiori, conforme depoimento de Toledo ao Ministério Público, também fez parte desta comitiva.

Além de pegar carona em um avião a serviço do Banco do Brasil, Marchiori também se hospedou no mesmo hotel que o então presidente do banco. “Val Marchiori acompanhava Aldemir Bendine, sendo que se tratava de avião pequeno. Neste voo foi um casal de amigos de Bendine ou de Marchiori, além do próprio depoente e dois pilotos”, disse Toledo em seu depoimento, conforme a Folha. O depoimento faz parte de um processo de investigação instaurado pelo Ministério Público para apurar denúncias do motorista Sebastião Ferreira da Silva, segundo as quais, ele teria transportado dinheiro vivo para Bendine em várias ocasiões.

Silva também revelou aos procuradores que, a pedido do novo presidente da Petrobras, levou a socialite a vários endereços em São Paulo até o ano de 2013, sempre em carros oficiais do banco.
Ainda conforme a Folha, três anos após essa viagem, Marchiori conseguiu um empréstimo de R$ 2,7 milhões junto ao Banco do Brasil mas sem atender às normas internas do banco. Essa transação também está sendo investigada pelo MP.

Aposentadoria

Governo quer mudar cálculo

Ministro Carlos Garbas
Primeiro, o governo pretende negociar com o Congresso Nacional, as medidas de restrição como pensões por morte e auxilio doença. Em seguida, Dilma quer iniciar uma discussão com os movimentos sindicais que leve ao fim do fator previdenciário.

A ideia, conforme o ministro Carlos Garbas, da Previdência Social, é substituir o fator previdenciário por uma fórmula que retarde as aposentadorias no Brasil. O ministro entende que “o fator previdenciário é ruim porque não cumpre o papel de retardar as aposentadorias, e o governo precisa encontrar uma fórmula que faça isso”.

Garbas defende, como base de partida, a fórmula 85/95, ou seja, a soma da idade com o tempo de serviço. As mulheres se aposentariam com 50 e os homens com 60 anos de idade, desde que comprovassem 35 anos de contribuição. Para que a soma seja 85/95, ambos teriam que começar a contribuir para a Previdência aos 15 anos de idade. Quanto mais tarde a pessoa começar a contribuir, mais tarde alcançará a aposentadoria. Se a primeira contribuição for feita aos 20 anos, por exemplo, as mulheres só conseguirão aposentadoria aos 55 anos de idade e os homens aos 65.

Joaquim Levy

“Não há nada de problemático na economia”


"Não há nada de problemático na economia brasileira. Ainda há inúmeras vantagens no país, como nosso capital humano. Temos certeza de que temos condições de fazer essa reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade. No ano passado, o governo fez alguns ajustes em programas de transferência, e atacou situações em que havia distorções para garantir sua efetividade conhecida pela população", afirmou o ministro em referência às mudanças nos programas de seguro desemprego e pensões. 
Levy afirmou que o governo deve criar sustentação para um crescimento baseado no capital humano e na capacidade de poupança.
"Temos que tomar decisões rapidamente. O governo deve criar e consolidar um novo ambiente, criar as bases para um novo ciclo de crescimento, se valendo dos recursos naturais... Um crescimento baseado no nosso capital humano e na nossa capacidade de poupança", afirmou.

Banco Central

PIB recua e inflação aumenta em 2015


Os investidores e analistas do mercado financeiro esperam retração de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) em 2015. A expectativa piorou em relação à semana anterior, quando era prevista queda de 0,42%. Os dados, divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC), estão no boletim Focus, pesquisa semanal feita com instituições financeiras. Os analistas também estão mais pessimistas em relação à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O mercado espera que ela encerre 2015 em 7,33% contra 7,27% da projeção anterior. O teto da meta estabelecido pela equipe econômica é 6,5%. Para os preços administrados, que são regulados pelo governo, a estimativa é que haja alta de 10,4%. A projeção anterior era 10%.
Com relação à taxa básica de juros, a Selic, a previsão é que feche 2015 em 12,75% ao ano. A projeção de câmbio pemanece R$ 2,90. A estimativa da dívida líquida do setor público ficou em 37,9% do PIB. A produção industrial deve recuar 0,35% na avaliação do mercado financeiro.

Bom Dia!

Horário de Verão

Tem muita gente que gosta, mas tem muita gente que não gosta. Desde que foi implantado, o chamado Horário de Verão vem dividindo opiniões. Eu, por exemplo, sou favorável, mas respeito quem, por algum motivo, não admite a mudança.

Independentemente de gostar ou não, pela primeira vez, desde que me lembro, senti os efeitos da mudança de horário neste domingo. Acabei acordando mais cedo, pois despertei no meu horário habitual e tive uma noite, de domingo para segunda, nada agradável. Dormi e acordei várias vezes durante a noite, e acabei levantando antes mesmo do celular tocar para me avisar da hora de saltar da cama.

Como isso não ocorreu nos anos anteriores, pensei que pudesse se reflexo da idade. A gente vai ficando mais velho e vai sentindo menos sono. No meu caso é assim.

Na hora do café, conversando com minha mulher, fiquei sabendo que ela também sentiu os mesmos efeitos da mudança. Claro, então, que a idade não influiu.

Já a Gabriela, ansiosa pelo recomeço das aulas, dormiu bem e levantou cedo pois queria se preparar para o reencontro com as amigas e, certamente, com algum colega especial.

Na  vinda para o Centro, fiquei matutando sobre o quanto nosso organismo é influenciado por coisas que nem sempre imaginamos que possam refletir no nosso cotidiano. O tal de relógio biológico, no meu caso pelo menos, desajustou no dia e na noite de ontem. Hoje, retomando minhas atividades normais, espero que os ponteiros voltem para o lugar certo.

Difícil, imagino, será chegar em casa no começo do anoitecer. Com o Horário de Verão, a chegada com dia claro, me permitia tirar o sapato, sentar na poltrona da sala e saborear uma bem gelada. Antes mesmo de um banho revigorante.

Mas vejam bem, não é só isso que me faz gostar do Horário de Verão!

Tenham todos um Bom Dia!

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Opinião

A Nação Estarrecida

Lya Luft*

Os extraordinários fatos que nas últimas semanas vêm se desenrolando diante dos nossos olhos estupefatos, a série de denúncias logo comprovadas de corrupção em órgãos estatais e partidos políticos, de­ixam-nos alertas: o que fizemos? Como permitimos que tudo isso chegasse a esse ponto — que nos parece quase sem volta —, exigindo terra arrasada para começar a construir, do erro, uma nova nação?

Pode até haver chefes que, em qualquer escalão, não percebam a corrupção entre seus funcionários, se for um breve episódio; mas, se se prolongar por um pouco de tempo que seja, denota grave incompetência de parte dos mandantes. Se souberem e fecharem os olhos permitindo que os crimes continuem, porque “afinal no Brasil é assim, sempre foi assim, e assim é por toda parte”, serão pelo menos cúmplices, ainda que não metam a mão pessoalmente no dinheiro (que neste caso se acumula em milhões e bilhões).
Dinheiro que faz uma desesperada falta em todos os aspectos tão carentes do país de que os responsáveis não cuidaram, ocupados em conseguir mais poder.
A roubalheira é ainda mais repulsiva, pois não se trata de roubar o não essencial, mas de tirar do prato dos pobres a comida, o dinheiro do remédio, os livros, mesas e cadeiras da escola, instrumentos e pessoal de hospitais e postos de saúde, possibilidade de tráfego aos caminhões que transportam alimento e bens de consumo, funcionamento ou mera manutenção das imensas engrenagens deste pobre país, que agora podemos chamar de “pobre” nos dois sentidos, material e moral.
Pobres de nós, que não sabíamos porque olhávamos para o outro lado, porque éramos mesmo ignorantes, porque acreditamos nos líderes errados, porque não nos informamos, porque não estávamos nem aí.
O que vai acontecer? Ao que vemos, muito mais denúncias, provas, prisões e — espero — condenações. Como ocupar os lugares de mando vazios? Que seja com gente competente, não com apaniguados e correligionários. Que seja com gente corajosa, disposta a enfrentar desafios que dinheiro nenhum compensa.
Todos de certa forma permitimos que acontecesse o que agora nos horroriza, ao menos a nós que acordamos, ou sempre denunciamos, nós que nos preocupamos tardiamente ou que já havia um bom tempo balançávamos a cabeça prenunciando os dias de hoje. “Virão tempos sombrios”, dizíamos uns aos outros: pois chegaram.
Uma inflação descontrolada, uma população assustada e a cada dia mais empobrecida, endividada e desatendida, autoridades confusas e desnorteadas, algumas tentando salvar o que pode ser salvo e corrigir o que pode ser corrigido, delineiam uma boa temporada de sofrimento para quase todos nós.
Aqueles em que tantos acreditaram nutrem pensamentos delirantes em sua ilha da fantasia, negando a tragédia que ocorre debaixo de seus olhos: pobreza, inflação descontrolada, endividamento em massa, decadência da educação, saúde, moradia, transporte, segurança e dignidade, e — pior de tudo — a morte lenta da confiança. Eles de todos os modos procuram pateticamente negar o verdadeiro drama que nos assola a todos, sem exceção.
A nação estará estarrecida? O título desta coluna reflete o que eu sinto e o que desejaria que todos sentissem. Parte do país finalmente abre os olhos, aponta as orelhas e atina com a realidade dura destes tempos que apenas começam a se revelar incrédulos. Porém, há semanas multidões requebram ao ritmo das músicas de Carnaval — porque afinal ninguém é de ferro.
Não sou contra o Carnaval, mas imagino que, quando elas despertarem para a realidade depois dessas festas, se botassem nariz de palhaço e voltassem às ruas, não para dançar enquanto o Titanic afunda, mas para protestar e exigir, poderiam salvar o que ainda pode ser salvo.
Que os deuses — e técnicos competentes — nos ajudem, e esta nau brasileira não se rompa, não se destroce, mas se equilibre e, ainda que penosamente, suba à tona e retome algum tipo de rota salvadora — antes que se apaguem as últimas luzes desta maltratada pátria.
*Escritora - Artigo publicado na Revista Veja

Opinião

Lula e seus bons amigos

O ESTADO DE S.PAULO
22 Fevereiro 2015 

Conforme foi amplamente noticiado, advogados de empreiteiras sob investigação no escândalo da Petrobrás tentaram obter a interferência política de Luiz Inácio Lula da Silva a favor de seus clientes. Essa informação foi confirmada pelo amigo e sócio do ex-presidente Paulo Okamotto, que preside o Instituto Lula. Por outro lado, a presidente Dilma Rousseff, questionada sobre o episódio pelos jornalistas no Palácio do Planalto, garantiu: "Nós iremos tratar as empresas tentando principalmente considerar que é necessário criar emprego e gerar renda no Brasil. Isso não significa de maneira alguma ser conivente ou apoiar ou impedir qualquer investigação ou qualquer punição a quem quer que seja. Doa a quem doer". A presidente fez ainda uma clara distinção entre as empresas, seus gestores e seus acionistas.

É compreensível que as empreiteiras acusadas de alimentar o propinoduto do petrolão estejam empenhadas em minimizar as consequências da lambança em que se meteram. Mas a consciência cívica do País jamais admitirá que interesses políticos predominem sobre o império da lei. O julgamento do mensalão, em 2012, foi um marco histórico do qual é impossível retroceder sem provocar uma grave fratura institucional. E Dilma Rousseff parece se dar conta disso.

Dessa perspectiva, é essencial que todos os fatos fora da esfera policial e judicial relacionados a esse processo sejam tratados com transparência por autoridades ou figuras públicas. As repercussões políticas negativas das trapalhadas do ministro da Justiça na frustrada tentativa de manter em sigilo a audiência que concedeu a advogados da Odebrecht teriam sido evitadas se tivesse havido transparência, em vez de uma deliberada e, como se viu, inútil omissão na agenda do ministro do nome da empreiteira e do assunto a ser tratado na audiência.

Pois é exatamente diante dessa demanda democraticamente irrecusável - a de agir com transparência quando se trata de assunto de interesse público - que Lula se encontra depois da firme manifestação da presidente da República e de Paulo Okamotto ter feito sua parte e admitido o assédio por parte das empreiteiras. É claro que nenhum empresário procura Okamotto para elogiar seu belo trabalho na presidência do instituto que leva o nome do ex-presidente. Na maior parte dos casos, aliás, Okamotto recebe as pessoas a pedido do próprio Lula. E é de imaginar que, dependendo do assunto a ser tratado, Lula prefira receber com maior discrição, fora de sua base oficial, as pessoas que lhe solicitam "um particular". O ex-presidente é muito bem relacionado nos altos escalões da iniciativa privada, onde cultiva muitos e bons amigos e chega a privar da intimidade de alguns deles.

Por esse motivo conviria ao próprio Lula vir a público para esclarecer como se posiciona diante do assédio de alguns bons amigos cujos interesses estão ameaçados pelo escândalo da estatal petroleira. É claro que semelhante postura contraria frontalmente a prática por ele consagrada de se fechar em copas e fingir-se de morto quando o perigo ronda. E deve-se levar em conta também que, se vier a público para declarar-se indignado com o escândalo e defender a "rigorosa punição de todos os culpados", Lula estará correndo o risco de, como aconteceu no caso do mensalão, ser levado a desdizer-se mais adiante e proclamar que tudo não passou de "uma farsa" que ele próprio, com seus superpoderes, se encarregará de desmontar.

De qualquer modo, o próprio Lula há de convir - especialmente depois das declarações da presidente Dilma Rousseff - que hoje a situação é muito mais complicada e grave do que no caso do mensalão, do qual saiu ileso. E é exatamente a gravidade da situação, principalmente quando considerada do ponto de vista do lulopetismo e de seu projeto de poder, que pode levar a suspeitas de que se tente armar um grande esquema político destinado a tirar do forno o que seria a maior pizza da história da República.

Afinal, muitos dos empreiteiros do País estão sendo levados, uns, ao desespero, e outros, à desesperança pelas provas já colhidas dos delitos que praticaram e pelas ameaças implícitas nas negociações em curso para mais delações premiadas. E a tanto desalento se juntará, dentro de mais alguns dias, o de políticos também corruptos, que serão denunciados no Supremo Tribunal Federal.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Bom Dia!

Pega ladrão!

Dois motivos me fizeram sentir vergonha quando assisti o pronunciamento da presidente (presidenta, para os petistas) Dilma no começo da noite de ontem.

Primeiro, como brasileiro,  foi ouvir a melancólica declaração dela ao afirmar que “a investigação na Petrobras deveria ter acontecido no anos 90”, tentando, como sempre, jogar a culpa de seus próprios erros, dos erros de seu partido, nas costas da oposição.

Segundo, como jornalista, não ouvir um único repórter questionar a presidente sobre os motivos que levaram os governos petistas, durante 12 anos, silenciarem sobre a corrupção na Petrobras. Se os petistas sabiam e não denunciaram, tinham algum motivo.

Como existem muitos militantes petistas tentando, sob os mais baixos argumentos, classificar quem denuncia a corrupção oficial que se instalou no Brasil desde a chegada do PT ao governo, como apoiador de FHC, ou de tucano reacionário, me adianto em esclarecer que, mesmo tendo o direito, não estou entre eles. Mesmo admitindo que existe uma astronômica distância de capacidade entre Fernando Henrique e Lula, com grande vantagem para o tucano, procuro tratar da questão tão somente em defesa de uma transparência e de uma honestidade que não encontro no atual governo.

Nem precisaria dar este tipo de explicação, já que sou um brasileiro, pelo menos até aqui, livre para manifestar minhas opiniões e defender quem eu julgue que deva ser defendido. Mas faço em respeito aos meus inúmeros amigos e leitores de todos os dias.

Voltando à vaca, não a que tosse, mas a fria, ouvi a presidente afirmar que o ex-gerente de engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, em sua delação, afirmou que a corrupção na estatal vem dos tempos de Fernando Henrique na presidência.

Dilma, no entanto, esqueceu de seguir em frente e lembrar que o próprio Barusco afirmou que “somente a partir do governo Lula, a corrupção se tornou sistemática”.

Dilma também deve ter esquecido que Pedro Barusco declarou que “entre 2003 e 2013, os cofres do PT receberam entre R$ 150 e R$ 200 milhões” fruto de comissões das propinas pagas por empreiteiras.

Se é verdade uma coisa, as outras também devem ser admitidas como tal. Ou é tudo mentira de Barusco? Ou só é verdade o que interessa ao PT?

Para não me alongar e não correr o risco de estragar o sábado de todos, reproduzo um trecho do que li, hoje bem cedo, no Estadão.

O valor pago em propina para a Diretoria de Serviços da Petrobrás – cota do PT no esquema de corrupção desbaratado pela Operação Lava Jato - em contratos que eram da área de Abastecimento alcançou R$ 640 milhões. É o que aponta o primeiro pacote de cinco ações cíveis por improbidade administrativa ajuizado contra seis empreiteiras do cartel e 28 executivos. A área de Serviços é estratégica dentro da estatal. Por ela, passam todas as licitações feitas na companhia.

Assim, fica fácil sair gritando pega ladrão!

Tenham todos um Bom Dia!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Opinião

Desafios do Congresso

Ana Amélia Lemos*

As nuvens cinzentas da crise política pairam sobre o Congresso Nacional, exigindo de senadores e deputados protagonismo para influir na superação dos graves problemas econômicos, institucionais e éticos do país. Em meio a ajuste fiscal e consequente tarifaço (energia, água e combustíveis), o orçamento dos brasileiros será também afetado pelo preocupante reajuste geral de preços e pela insignificante correção da tabela do imposto de renda dos contribuintes pessoas físicas.

Não serão poucos, portanto, os embates no parlamento e, dependendo do desfecho da crise, nascida com a Operação Lava-Jato, haverá desgastes para boa parte dos agentes políticos. Discussões sobre os relevantes temas nacionais, que se intensificaram em 2014, a partir das disputas eleitorais, não podem se limitar à retórica e ao embate político. São situações mais complexas, neste ano, exigindo diálogo maduro e responsável entre as instituições e seus líderes.

Para construirmos opções adequadas às demandas mais urgentes, a sociedade espera do parlamento compromisso com o interesse nacional e não com a mesquinhez de causas particulares, alimentadas pelo condenável clientelismo. Será necessário, nesse contexto, mais que a independência dos Poderes, requisito fundamental da democracia.

Precisaremos assumir outros compromissos, como a responsabilidade e a efetividade. Responsabilidade para que o Congresso Nacional assuma, definitivamente, os compromissos com iniciativas propositivas, sem omissão diante da crise. Efetividade quanto aos processos legislativos para que se traduzam em resultados. 

Mostrar à sociedade, como têm feito o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal no trabalho de investigação do escândalo que continua impactando negativamente a maior empresa estatal do país, a Petrobras. Aliás, a Câmara Federal, reconheçamos, tem sido bem mais produtiva do que o Senado, neste início de exercício legislativo. Os dois princípios combinados - responsabilidade e efetividade - criarão as condições necessárias para recuperar outro indispensável valor: a credibilidade do parlamento.

Para conseguir algum avanço nessa direção, algumas iniciativas estão a caminho. Apresentei projeto de resolução (PRS nº 3/2015) para institucionalizar, no Senado, o colégio de líderes partidários, como ocorre na Câmara, preservando o princípio da proporcionalidade. Essa proposta depende da análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Para que entre em vigor, precisará ser acolhida, não apenas pela CCJ, mas, também, pelo plenário. O objetivo é democratizar a definição da pauta de votações e ampliar a transparência.

A inexistência do colegiado, no Regimento Interno do Senado, concentra, na mão do presidente, poder sobre a pauta de votações. Esses movimentos políticos começam na Casa, sem perder de vista as necessidades da população em questões críticas, como serviços públicos de saúde, segurança, educação, além das demandas sempre crescentes da sociedade por melhor qualidade na gestão pública.

Será um trabalho árduo, considerando-se a elevação alarmante de gastos sem contrapartida aos contribuintes que pagam essa conta. O deficit nas contas públicas alcançou R$ 32,53 bilhões, em 2014, segundo o Banco Central. A fuga de recursos da poupança é a maior em 20 anos. Em janeiro, os saques superaram os depósitos em R$ 5,5 bilhões, incentivados, principalmente, pela inflação alta e pelo aumento dos juros.

As ufanistas promessas de campanha mostram, agora, a dura realidade. São preocupantes as perspectivas, com ameaças, inclusive, de recessão em 2015 com crescimento zero na economia. A tarefa legislativa, portanto, não será fácil. Exigirá dedicação de todos. Precisaremos fiscalizar seriamente as ações do governo e, de modo republicano, avaliar a qualidade do ajuste já proposto, formalmente, ao parlamento para impedirmos qualquer prejuízo aos direitos trabalhistas e conquistas sociais, penosamente consagrados.

É inegável que no Congresso, com 22 senadores iniciantes e 198 deputados federais novatos, será necessário resgatar também antigos princípios. Como ensinava Ulysses Guimarães, é preciso, sem violência, fazer mudanças com, ou mesmo contra a vontade dos governantes. Valerá rememorar, inclusive, as sábias manifestações do pensador grego Aristóteles, feitas nos anos 300 a.C.: "A sociedade política existe com a finalidade das nobres ações, não por mero companheirismo". Esses são os nossos desafios.

*Senadora - PP/RS




Democracia venezuelana?

Serviço secreto prende prefeito de Caracas

O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso em seu escritório, em Caracas, por agentes do Serviço Bolivariano de Informação (Sebin), o serviço secreto chavista. O escritório do dirigente opositor foi cercado por agentes do Sebin no fim da tarde. Segundo dirigentes da oposição, ele foi agredido. A notícia desencadeou protestos na capital do país. 

De acordo com a mulher de Ledezma, Mitzy Capriles, cerca de 80 homens levaram o prefeito à sede do Sebin, na Praça Venezuela, no centro de Caracas. “Não se sabe por que ele foi preso”, disse Mitzy à Rádio Unión.

Antes da prisão, Ledezma denunciou em sua conta no Twitter que seu escritório estava cercado. “Meu escritório está prestes a ser invadido por agentes do regime”, escreveu.

O advogado do prefeito metropolitano, Omar Estácio, disse que não foi apresentado mandado de prisão durante a operação. “Essa medida é, sob todos os aspectos, arbitrária”, disse ao jornal El Nacional. “Com todo o aparato que montaram, não havia uma ordem judicial.”

Ledezma, a ex-deputada Maria Corina Machado e o deputado Julio Borges, foram acusados na semana passada pelo chavismo de tramar um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro. (Agência Estado)