terça-feira, 30 de junho de 2015

Crime de extorsão

Oposição aciona PGR contra Dilma e Edinho


Os partidos de oposição decidiram nesta terça-feira entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva (PT). A oposição acusa Dilma e Edinho de praticar crime de extorsão contra o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia. O empresário, réu na Operação Lava Jato, fechou um acordo de delação premiada e disse aos investigadores que doou 7,5 milhões de reais desviados da Petrobras à campanha à reeleição da petista em 2014 por pressão de Edinho.

Apesar da ofensiva contra o governo federal junto ao Ministério Público, os oposicionistas, que reuniram suas principais lideranças na manhã desta terça, não chegaram, mais uma, vez a um acordo sobre um eventual pedido de impeachment da presidente.

O dono da UTC Engenharia afirmou em depoimento aos investigadores que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de dezoito políticos, entre eles os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e que repassou dinheiro desviado da Petrobras para as campanhas do ex-presidente Lula, em 2006, e da presidente Dilma, no ano passado. No caso da campanha de Dilma, os recursos foram entregues depois de uma abordagem de Edinho Silva, então tesoureiro da campanha presidencial, que insinuou que a UTC poderia perder contratos com a Petrobras se não ajudasse na arrecadação eleitoral, segundo relato do empreiteiro. Edinho nega e afirma que a delação "não expressa a verdade dos fatos". Dilma rechaçou o depoimento e disse que "não respeita delator".

"Há ali, explicitado por ele, uma clara chantagem. Ou ele aumentava as doações ao Partido dos Trabalhadores e à campanha da presidente da República ou ele não continuava com suas obras na Petrobras", disse o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014.(Fonte: Veja/Foto: Reuters)

Opinião

Quem tem mais a ganhar mentindo?
Ricardo Pessoa, o delator?
Ou Dilma, o alvo da delação?

Ricardo Noblat

Foto: Givaldo Barbosa/O Globo
A mente primária e confusa da presidente Dilma Rousseff, capaz de produzir elogios à mandioca, “uma das maiores conquistas” do Brasil, e de identificar uma nova categoria na escala humana, a “mulher sapiens”, voltou a brilhar, desta vez em Nova York.

Para evitar o vexame de comentar o assunto, hoje, quando ela e o presidente Barack Obama responderão a quatro perguntas de jornalistas, Dilma correu a dizer o que acha das revelações feitas em delação premiada pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Apontado como chefe do cartel das empreiteiras que roubaram a Petrobras e pagaram propinas a partidos e a políticos, Pessoa contou que doou à campanha de Dilma no ano passado US$ 7,5 milhões. A doação foi legal. A origem do dinheiro, criminosa, segundo ele.

— Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas — desabafou Dilma.

— Em Minas (Gerais), na escola, quando você aprende sobre a Inconfidência Mineira, tem um personagem de quem a gente não gosta porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. Ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator.

Dilma lembrou que a UTC de Pessoa também financiou a campanha de Aécio Neves (PSDB), que recebeu da empresa doações “com uma diferença muito pequena de valores”.

Por fim, proclamou-se honesta. E disse esperar que a Justiça investigasse tudo o que disse Pessoa.

Iluminemos a mente confusa de Dilma.

Se as pessoas que até agora negociaram a delação premiada compartilhassem das mesmas opiniões de Dilma, a roubalheira na Petrobras continuaria intocada. Era o que Dilma preferia?

O instituto da delação premiada é reconhecido em quase todas as partes do mundo. É responsável pela descoberta de verdades que, de outra maneira, permaneceriam encobertas.

Quem se socorre da delação premiada tenta merecer uma pena menor. Para isso não pode mentir. E o que diz deve ser confirmado com provas. Do contrário não vale.

Esse tipo de delação acaba sendo a favor do bem, digamos assim. É mais fácil para um delator como Pessoa confessar a verdade do que para Dilma, alvo de uma delação, dizer a verdade.

Se não mentir, Pessoa poderá se salvar. Se falar a verdade, Dilma poderá ser condenada por ação ou omissão.

A delação na época da ditadura militar era encarada do ponto de vista político, ideológico. Entregar um companheiro, mesmo sob tortura, era considerado abominável. Uma traição. Muito diferente.

Dilma tenta confundir tudo quando destaca que seu adversário de campanha, Aécio, recebeu doações da UTC.

Por que Pessoa, que disse ter doado dinheiro para políticos de vários partidos, inclusive do PSDB, pouparia Aécio? Por que a origem do dinheiro que ele doou à campanha de Aécio teria que ser obrigatoriamente criminosa?

Pessoa repetiu que o dinheiro doado a Dilma foi em troca de contratos firmados por ele com a Petrobras. Por suposto, Aécio não tinha contratos a lhe oferecer.

Dilma quer ganhar a parada na base do grito, da manipulação dos fatos, da argumentação adjetivada e da cara feia. Bobagem. Quem ainda acredita nela?

Em tempo: a delação premiada está prevista na Lei 12.850, sancionada por Dilma. Ali ela é chamada de “colaboração premiada”.

Publicado no O Globo/ 30/06/15

Bom Dia!

O Som do Dia!


Uma série de compromissos que começaram bem cedo, estão impedindo que eu escreva meu comentário diário. Mais tarde, se der, conto o que está acontecendo na minha atividade profissional.
Mesmo assim, vou deixa-los com uma música que foi solicitada pelo Giovanni Gama, Pela Marcely Matheus e pelo Celso Pereira. Num momento de muita inspiração, Fagner musicou os versos de Ferreira Gular e gravou "Me Leve", que divido com todos esperando que tenham um Bom Dia!






segunda-feira, 29 de junho de 2015

Incandescentes

Lâmpadas de 60 watts saem do mercado

A partir de 1º de julho não serão mais comercializadas lâmpadas incandescente de 60 watts. As lâmpadas mais usadas pelos brasileiros vão desaparecer do mercado pois não atendem os índices mínimos de eficiência luminosa fixados pela Portaria Interministerial 1007, de dezembro de 2010, dos Ministérios de Minas e Energia, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Já as de 25 e 40 watts poderão ser comercializadas apenas por mais um ano.

As lâmpadas incandescentes sempre foram a opção mais barata para o consumidor, porém gastam mais energia e duram menos que as outras opções: fluorescentes, incandescentes halogenas ou LED.

Indústria automotiva

Montadoras devem começar julho demitindo



O recuo nas vendas de automóveis, altos estoques e as previsões de que a atividade econômica continue fria no segundo semestre de 2015 fazem aumentar o receio de uma onda de desemprego no setor automotivo. Estima-se que 5 mil trabalhadores sejam demitidos neste ano apenas no Estado de São Paulo. O último dado da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta para um excedente no número de trabalhadores da ordem de 30 mil no Brasil.

Além de férias coletivas, as empresas estão utilizando amplamente o mecanismo de lay off (suspensão de contratos de trabalho). O lay off tem duração de 5 meses e pode ser renovado. Ele é utilizado para que as empresas dividam o pagamento do salário com o governo – via recursos do Fundo de Amparo (FAT) ao Trabalhador – e assim evitem as demissões.

Os estoques da indústria no País chegam a 361,1 mil unidades e 51 dias. Essa medida de estoques em dias significa que toda a indústria tem veículos para vender, sem ter de produzir, por 51 dias, segundo a Anfavea. Em janeiro deste ano, a indústria empregava 144,2 mil pessoas, número reduzido para 138,2 mil, em maio. Em maio do ano passado, eram 152,3 mil empregados. Dados da Anfavea, do fim de maio, contavam 25 mil trabalhadores em regime de férias coletivas ou lay off.(Fonte: Anfavea)

Aproveitador

Lula negocia saída para a crise

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai aproveitar a viagem da presidente Dilma aos Estados Unidos para negociar com líderes do Congresso saídas para a crise política. Nesta segunda-feira (29) , em Brasília, Lula terá conversas reservadas com parlamentares do PT.
Aliados do ex-presidente esperam uma nova rodada de críticas a Dilma no encontro. Lula considera o governo “letárgico” e “apático” diante das recentes denúncias de irregularidades. Segundo ele, o partido não pode ter a mesma postura. A estratégia do ex-presidente, no entanto, enfrenta resistências, uma vez que aliados não querem se desgastar perante a opinião pública, já refratária ao partido.
Outro ponto que tem incomodado o ex-presidente é o fato de Dilma ter limitado a influência dos ministros Jaques Wagner(Defesa) e Ricardo Berzoini (Comunicações) no núcleo duro de tomada de decisões do Planalto.

Para evitar escândalo

Dilma deixa Mercadante no Brasil

A presidente Dilma Rousseff iniciou neste domingo (28) sua viagem oficial aos Estados Unidos com a preocupação de não deixar que a principal aposta de sua agenda internacional este ano seja contaminada pela citação dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC. Dilma se encontra nesta segunda-feira (29) com investidores americanos e o presidente Barack Obama.

A decisão de manter Mercadante em Brasília foi tomada na reunião emergencial convocada na sexta-feira (26) à noite, no Palácio da Alvorada, justamente para evitar que a crise embarcasse junto com a comitiva presidencial. A medida, acreditam auxiliares da presidente, serviu para proteger o governo do escândalo e deixá-lo circunscrito ao território nacional e minimizar o desconforto com o episódio.

Em um momento considerado crucial para a agenda positiva do governo, o Planalto quis evitar que um dos ministros mais próximos de Dilma fosse obrigado a dar novas explicações à imprensa nos Estados Unidos, enquanto as atenções estão voltadas à atração de novos investidores e no resgate da credibilidade da economia perante a comunidade internacional.
“A viagem vai servir para dizer que o governo não está afogado em uma série de notícias negativas circunstanciais”, comentou um integrante da comitiva presidencial. (Fonte: Gazeta do Povo/PR)

Inflação e PIB

Estimativas de 9% e -1,49%

A estimativa do mercado para a inflação deste ano já alcançou 9%, segundo pesquisa do Banco Central. Na semana anterior, a previsão era de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechasse o ano em 8,97%. Foi a 11ª semana seguida de alta nesse indicador. Para 2016, a estimativa do mercado para a inflação permaneceu estável em 5,5%.

As perspectivas para o crescimento da economia também ficaram piores. De acordo com o boletim Focus – que reúne estimativas de mais de cem instituições financeiras – o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve "encolher" 1,49% este ano. A estimativa anterior era de queda de 1,45%.

Inflação
Com a nova alta, a estimativa do mercado se equipara à do próprio Banco Central que, na semana passada, admitiu que o IPCA deve ficar em 9% este ano, estourando a meta do governo, que é de até 6,5%.  Segundo o BC, a probabilidade de a inflação ficar acima do teto do sistema de metas, em 2015, é de cerca de 99%.
Se confirmada a estimativa para o IPCA, a inflação de 2015 atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada no decreto de programação financeira em maio, está em 8,26%.

Produto Interno Bruto
Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro reduziram ainda mais a previsão, na semana passada, para uma retração de 1,49%. Foi a sexta queda seguida deste indicador. Até então, a estimativa do mercado era de um recuo de 1,45%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015, puxada pelo desempenho negativo do setor de serviços e da indústria, bem como pelo recuo do consumo das famílias e dos investimentos. Neste início de ano, o que evitou um tombo ainda maior do PIB foi a agropecuária. (Fonte: BC/G1)

Bom Dia!

Nossas praias sem segurança!


Sou do tempo em que ir para a praia, era um momento especial. A gente aproveitava finais de semanas ensolarados, ou até não, para curtir a casa da praia. Nos feriados era programa obrigatório. A gente ia pra praia e lá se sentia muito mais seguro do que aqui.

No tempo em que comecei a veranear, as casas não tinham cerca, os gramados eram liberados, pouquíssimas casas tinham muro e a parte da frente era usada para colocar uma rede onde muitos sesteavam.

Lamentavelmente, as coisas mudaram, e muito. Dificilmente se vê uma casa na praia sem uma tela cercando todo o terreno. Os portões estão sempre com cadeados e, cedo da noite, as pessoas começam a fechar janelas e portas. Quase mais ninguém  vai pra praia a não ser na temporada de verão.

Ultimamente, surgiram as zeladorias, empresas com equipamentos sofisticados, vigilantes que rodam com carros e motos e que recebem, caso algo aconteça em alguma casa segurada, um aviso imediato de que alguma abertura foi violada.

Eu tenho alarme em toda a casa e barreiras eletrônicas no pátio. Se alguém ultrapassar a grade, o alarme dispara. Faz oito anos que minha casa é protegida pela ZM, em Tramandai Sul. Nunca tive problemas.

Mas lendo os jornais de hoje, fiquei impressionado e entristecido com matérias alertando para a insegurança no litoral, onde moradores se organizam para se auto protegerem. A qualquer sinal de presença de algum suspeito, imediatamente se telefonam e alertam. 

Enquanto isso, no veraneio, onde o número de pessoas é infinitamente maior, a Brigada Militar também aumenta, não suficientemente, seu efetivo. Mas, lamentavelmente, o que mais se vê, é brigadiano multando e recolhendo carros de pessoas que, antes de merecerem proteção, passam o veraneio preocupados com as barreiras policiais. Tá certo que as irregularidades cometidas devem ser fiscalizadas, mas o patrimônio do cidadão merece um pouco mais de atenção, também. 

Tenham todos um Bom Dia!

O Som do Dia

Recebi um pedido especial para postar aqui Ain't that a kick in the head, com a voz e interpretação inconfundíveis de Dean Martin. Aproveitem!



domingo, 28 de junho de 2015

Bom Dia!

O PT se considera acima da lei?

A executiva Nacional do PT esteve reunida na última quinta-feira para analisar os estragos que as operações Lava Jato e Acrônimo estão causando ao partido. 

Os petistas, então, decidiram por duas ações. A primeira é defender as empreiteiras que estão com seus diretores presos, suspeitos de  desviar recursos da Petrobras. Como item dois, os petistas decidiram convidar o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, para dar explicações sobre as ações da Polícia Federal, havendo possibilidade, segundo participantes da reunião, de que o ministro seja enquadrado, já que mesmo sendo homem de confiança de Dilma e ligado ao PT há mais de 30 anos, Cardozo é responsabilizado, por exemplo, pela manutenção da prisão de João Vaccari Neto e também por buscas que estão sendo feitas no escritório político do governador mineiro, Fernando Pimentel.

José Eduardo Cardozo foi classificado, nas conversas entre petistas, como “omisso”, “inoperante”, “egoísta” e “sem pulso firme nem liderança”. Uma dirigente chegou a sugerir que o ministro seja demitido.

Durante a reunião da executiva petista, aumentou a intensidade das críticas aos responsáveis pelas investigações consideradas contra o partido. Num dos itens aprovados pela executiva, constante de uma resolução política, o PT se diz preocupado com “os efeitos econômicos do prejulgamento das empreiteiras”, mesmo que pessoas ligadas a pelo menos cinco delas, tenham confessado participação nos desvios de recursos da Petrobras.

A impressão que se tem, é que o PT, o mesmo partido que grita aos quatro cantos que “nunca ninguém investigou tanto como nos governos petistas”, não admite seus próprios erros e não quer que nada do que acontece de errado no governo, seja investigado. 

Agora, quando o cerco ao ex-presidente Lula e aos assessores mais diretos de Dilma, começa a se fechar, buscam um culpado e partem exatamente para cima de quem deveria ser respeitado por comandar uma instituição, a PF, que busca a verdade e que já provou que o monte de lixo é muito maior do que parece.

Decididamente, quando se trata de investigar a corrupção praticada por petistas, o PT se julga acima da lei.


Tenham todos um Bom Dia!

O Som do Dia

Um pouco da música maravilhosa de Bach, para encantar ainda mais o domingo ensolarado.



sábado, 27 de junho de 2015

Brasileirão 2015



9ª Rodada







Sábado- 27/06
16:00

Avai 1 X 2 Grêmio -Ressacada
Chapecoense  1 X 1 Sport - Arena Condá

21:00 

Corinthians 2 X 1 Figueirense - A. Corintihans

Domingo - 28/06
11:00

Atlético MG 1 X 0 Joinville - Mineirão

16:00

Ponte Preta 2 X 1 Atlético PR - Moisés Lucarelli
Palmeiras 4 X 0 São Paulo - Arena Palmeiras
Coritiba 1 X 0 Cruzeiro - Couto Pereira
Goiás 1 X 2 Fluminense - Serra Dourada

18:30

Internacional 1 X 0 Santos - Beira Rio
Vasco 1 X 0 Flamengo - Arena Pantanal

Classificação






Delação premiada

Ricardo pessoa entrega lista de favorecidos


A delação premiada de Ricardo Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran e apontando como chefe do “cartel das empreiteiras” que fatiou os contratos da Petrobras, provocou apreensão no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, e levou a presidente Dilma Rousseff a convocar às pressas uma reunião com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e com o assessor especial Giles Azevedo, no Palácio da Alvorada.

No depoimento, o empreiteiro listou como beneficiários de recursos a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014; a campanha do ex-presidente Lula em 2006; a campanha de Mercadante, ao governo de São Paulo em 2010; e mais cinco senadores e três deputados federais. O Ministério Público Federal e a PF agora vão investigar se as doações foram legais ou se houve irregularidades.

A lista dos que receberam as verbas foi publicada nesta sexta-feira à noite pelo site da revista “Veja” e confirmada pelo GLOBO junto a duas fontes com acesso às investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

O empreiteiro disse que boa parte dos recursos repassados a políticos é proveniente de contratos com a Petrobras. Para investigadores, isso poderá ser considerado ilegal mesmo havendo registro das doações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Esses investigadores afirmam haver indícios de que se trata de propina, mas admitem que isso ainda precisará ser provado nas investigações da Operação Lava-Jato.

A lista feita a partir do depoimento de Ricardo Pessoa inclui ainda o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), eleito em 2012; o secretário de Saúde do município de São Paulo, José de Fillipi (PT); o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu; o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado; e o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), derrotado em outubro. O ministro Edinho Silva também foi listado pelo delator.

Os senadores delatados por Pessoa são Aloysio Nunes (PSDB-SP), Edison Lobão (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Collor (PTB-AL) e Benedito de Lira (PP-AL). Os deputados são: Júlio Delgado (PSB-MG), Eduardo da Fonte (PP-PE) e Arthur Lira (PP-AL). Todos os parlamentares têm foro privilegiado e só podem ser investigados na esfera do STF.

A avaliação no Palácio do Planalto, segundo um ministro, é que a Operação Lava-Jato tomou uma dimensão em que os responsáveis por ela perderam o controle. O governo já estava preocupado com a situação das empreiteiras, mas agora o problema político chegou ao quarto andar do Planalto.

Desde a manhã de ontem, o Planalto entrou em alerta por causa do depoimento de Ricardo Pessoa. Mercadante e Edinho Silva vinham conversando desde cedo sobre o vazamento das informações, segundo fontes. Os dois afirmaram que as doações foram legais e que não há qualquer ligação com a Petrobras. Tesoureiro de Dilma na campanha à reeleição da presidente em 2014, Edinho Silva, em conversas com integrantes do Planalto, admitiu que se reuniu com Ricardo Pessoa, mas ressaltou que, como tesoureiro de campanha, era seu papel arrecadar recursos. Ele afirma que tudo foi feito dentro da lei, sem relação com a Petrobras.

A reportagem da revista “Veja” detalhou os valores repassados a cada um dos citados. Os números não foram confirmados pelo GLOBO na consulta aos responsáveis pela Lava-Jato. Tanto o conteúdo dos depoimentos quanto os termos do acordo são mantidos sob sigilo. O ministro Teori Zavascki, do Supremo, que relata os processos da Operação, homologou na quinta-feira a delação premiada de Pessoa. O empreiteiro, depois de quase seis meses detido preventivamente em Curitiba, cumpre prisão em regime domiciliar.

A tônica da delação de Pessoa foi relacionar repasses a campanhas eleitorais — boa parte deles registrada no TSE — a dinheiro desviado de contratos da UTC com a Petrobras. Anteriormente, outros delatores já haviam relacionado as doações eleitorais, legalizadas e declaradas ao TSE, com dinheiro de propina do esquema investigado.
A lista dos favorecidos
Valores
Campanha de Dilma em 2014
7,5 milhões de reais
Campanha de Lula em 2006
2,4 milhões de reais
Ministro Edinho Silva (PT)
*
Ministro Aloizio Mercadante (PT)
250.000 reais
Senador Fernando Collor (PTB)
20 milhões de reais
Senador Edison Lobão (PMDB)
1 milhão de reais
Senador Gim Argello (PTB)
5 milhões de reais
Senador Ciro Nogueira (PP)
2 milhões de reais
Senador Aloysio Nunes (PSDB)
200.000 reais
Senador Benedito de Lira (PP)
400.000 reais
Deputado José de Fillipi (PT)
750.000 reais
Deputado Arthur Lira (PP)
1 milhão de reais
Deputado Júlio Delgado (PSB)
150.000 reais
Deputado Dudu da Fonte (PP)
300.000 reais
Prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT)
2,6 milhões de reais
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto
15 milhões de reais
O ex-ministro José Dirceu
3,2 milhões de reais
O ex-presidente da Transpetro Sergio Machado
1 milhão de reais
* Como tesoureiro, arrecadou dinheiro para a campanha de Dilma de 2014
(Fonte: Veja/O Globo/Estadão)



Bom Dia!

Será que não passarão fome?

Está publicado no Diário Oficial: promotores e procuradores do MP receberão, todos os meses, R$ 799,00 a titulo de auxilio alimentação. É bom lembrar que juízes e desembargadores já recebem o benefício. Somando-se os atrasados, desde 2011, cada um receberá R$ 38 mil.

Para quem acha um absurdo pagar R$ 799 por mês, como auxilio alimentação, a quem já ganha altos salários, lembro que o salário mínimo nacional é de R$ 788, ou seja, somente como benefício para alimentação, membros do MP receberão mais do que o mínimo.

E olha que um operário trabalha, normalmente, desde as 7 horas da manhã até às 18, muitas vezes aos sábados. A maioria mora na periferia e depende de transporte coletivo para chegar ao trabalho, o que significa que tem que sair de madrugada de casa.

Será que um juiz, um desembargador, um promotor ou um procurador do MP precisa cumprir uma carga horária igual? Será que eles têm direito ao mesmo número de dias de férias que um operário?

As coisas no Brasil são muito engraçadas. Aqui se paga benefícios (penduricalhos) a quem já ganha bem. Quem tem altos salários, normalmente tem muito mais privilégios do que quem ganha muito pouco. É só comparar o que ganha o pessoal do MP com a maioria dos brasileiros.

Agora, me digam quem decidiu que um integrante do MP tem que ganhar mais do que um salário mínimo por mês a título de auxilio alimentação? Afinal, a maioria dos trabalhadores do Brasil ganha vale alimentação, que não chega nem perto desse valor.

Minha única preocupação é saber se, com um auxílio assim, o pessoal do MP não vai passar fome!


Tenham todos um Bom Dia!

O Som do Dia

Para o sábado, que começa com sol, Ivan Lins, com acompanhamento do pianista Nelson Ayres, cantando Lembra de mim, que teve vários pedidos durante a semana.





sexta-feira, 26 de junho de 2015

Delação premiada

Ex-presidente da UTC afirma que tesoureiros
de Dilma e do PT receberam R$ 3,6 milhões

Filippi e Vaccari
O ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores. 

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações. 

Atual secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Filippi, é uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma Rousseff ele foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil). (Agência Estado)

Opinião

Aperta-se o cerco a Dilma

O ESTADO DE S. PAULO
26 Junho 2015

A clara disposição de Luiz Inácio Lula da Silva de se descolar de sua própria criatura aparentemente está sendo interpretada como um sinal de liberação geral da campanha de isolamento político de Dilma Rousseff e do consequente confinamento do governo aos estreitos limites de sua incompetência para lidar com a crise em que ele próprio mergulhou o País. A se confirmar essa tendência bem expressa no clima de salve-se quem puder em que a chamada classe política se debate, os desdobramentos da crise no plano político – no econômico é outra história – são imprevisíveis, uma vez que Dilma tem ainda três anos e meio de mandato pela frente, o que torna praticamente impossível empurrar a crise com a barriga até que nova eleição presidencial acomode a situação.

A conjugação de duas iniciativas cujos primeiros movimentos já se tornaram visíveis anuncia o quadro sombrio que se desenha para o Planalto. De um lado, forças de esquerda reunidas numa aliança de pequenos partidos ideológicos com a ala autoproclamada “progressista” do PT articulam a formação de uma “frente ampla” de combate ao ajuste fiscal e à política econômica “liberal” personificada na figura do ministro Joaquim Levy. De outro lado, dentro do PMDB ganha corpo a disposição de devolver a Dilma Rousseff a coordenação política por ela delegada, em desespero de causa, ao vice-presidente da República, Michel Temer, o que implicaria, pelo menos tacitamente, o rompimento da combalida aliança dos peemedebistas com o governo petista.

De acordo com o jornal Valor, a oportunidade – na verdade, o pretexto – para que Michel Temer devolva a articulação política ao Planalto seria o fim da votação do ajuste fiscal no Congresso, que deverá ocorrer provavelmente em agosto. Com isso, estaria cumprida a missão confiada por Dilma ao vice-presidente da República. A essa intenção dos caciques peemedebistas – estimulada tanto pelo fato de Lula estar procurando se descolar de Dilma quanto pela crescente deterioração da credibilidade e da popularidade da presidente – não estaria alheio Michel Temer, um político geralmente cauteloso, cuja preocupação maior seria a de calibrar o avanço na direção do descolamento de Dilma para não comprometer gravemente o projeto de ajuste fiscal do qual o PMDB se tornou avalista. De resto, muitos peemedebistas – que consideram pacífica a opção de lançar candidato próprio no pleito presidencial de 2018 – entendem que o PMDB deve se apresentar já para as eleições municipais do próximo ano livre da conotação eleitoralmente negativa de uma aliança com Dilma e o PT.

De qualquer forma, a articulação da tal “frente ampla” contra a política econômica “liberal” avança a cada dia, tendo à frente, entre outros líderes das correntes de esquerda do PT, o fundador do partido, ex-ministro de Lula e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que seria um dos responsáveis pela redação do manifesto do grupo, a ser divulgado no início de julho. 

Especula-se que por detrás desse movimento estaria o próprio Lula, embora essa possibilidade seja desmentida pelos articuladores. Afinal, não é despropositado imaginar que o ex-presidente se anime com a possibilidade de contar com o apoio de algo parecido com uma aliança de forças “progressistas” para embalar sua candidatura à Presidência em 2018 empunhando a bandeira do combate ao “liberalismo”. Isso se até lá Dilma e sua incompetência política e administrativa já não tiverem desmoralizado definitivamente o “progressismo” esquerdista aos olhos de um eleitorado que, na verdade, almeja condições dignas de vida representadas pela garantia de acesso a bens sociais e de consumo num ambiente de plena liberdade.

Esses dois movimentos – o do PMDB e o dos “progressistas” –, produtos de uma mesma circunstância, mas sem nenhuma relação um com o outro, significariam o cerco do Palácio do Planalto pela direita e pela esquerda, deixando pouco espaço para a ineficiente oposição partidária, representada pelo PSDB.

O risco desse tipo de jogo partidário é o de seus principais personagens se entredevorarem, deixando sozinho na cena algum ousado aventureiro.

Linha Turismo

Embarque em frente ao BarraShopping


Foto: PMPA
A partir desta sexta-feira, 26, moradores e visitantes que frequentam o BarraShoppingSul, na zona Sul da Capital, têm a facilidade de poder comprar bilhetes para o city tour Linha Turismo dentro do próprio empreendimento e, além disso, embarcar nos ônibus de dois andares para um passeio no Centro Histórico em um terminal localizado em frente ao shopping. A novidade foi lançada nessa quinta-feira, 25, por meio de parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR) e o shopping, que passa a contar também com um Ponto de Orientação e Informação Turística (Pint) no espaço de recepção e informação do estabelecimento, localizado no Nível Guaíba, próximo às escadas rolantes.

Operação Acrônimo

PF investiga possíveis "vantagens indevidas"
recebidas pela empresa de Carolina Oliveira


Pimentel e Carolina
A Polícia Federal apura se o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), recebeu vantagens indevidas e valores ocultos de empresas com interesse em contratos com o BNDES por intermédio da firma de sua mulher, Carolina Oliveira. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a polícia, a Oli Comunicação, de Carolina, e empresas parceiras receberam 3,6 milhões de reais entre 2012 e 2014 de empresas que "mantinham relações" ou tinham "interesses" no BNDES. O período abriga justamente o período em que Pimentel esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento, ao qual o banco de fomento é subordinado.

Na avaliação da PF, segundo o jornal, Pimentel e Carolina podem ter cometido "corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de capitais".Na segunda fase da Operação Acrônimo, deflagrada na quinta-feira, a PF encontrou planilhas que mostram pagamentos dos grupos Marfrig e Casino (que controla o Pão de Açúcar) de 595.000 reais e 363.000 reais, respectivamente. 

"É razoável inferir-se que pode ter havido simulação de contratação da Oli Comunicação pelo Grupo Casino e pelo Marfrig Global Foods, a fim de repassar valores que, em última análise, poderiam ter como destinatário o então Ministro de Estado titular do MDIC", disse a PF.

 A defesa de Carolina e Pimentel informou, no entanto, que os valores foram pagos para a MR Consultoria, empresa do consultor Mário Rosa, próximo de Pimentel. A PF também fez buscas na agência Pepper e encontrou repasses de 230.000 reais da empresa à Oli, em 2013, após ela receber do BNDES para "produção e manutenção de um hot site e peças para internet" da campanha "Conte com o BNDES".

Tesouro Nacional

Pior resultado em 17 anos

O governo central registrou um deficit de R$ 8 bilhões em maio, resultado menor que os R$ 10,4 bilhões negativos do mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (25/06) pelo Tesouro Nacional. No acumulado em cinco meses, foi computado um superavit primário (economia para o pagamento da dívida pública) de R$ 6,6 bilhões, o pior para o período desde 1998, quando o saldo ficou positivo em R$ 4,9 bilhões. Esse resultado encolheu 67,5%, em valores corrigidos pela inflação em relação aos R$ 19,3 bilhões registrados no mesmo período de 2014.

A receita líquida total das contas do Tesouro, do Banco Central e da Previdência Social registrou queda real de 3% de janeiro a maio, para R$ 432,2 bilhões. Enquanto isso, as despesas cresceram 0,2%, para R$ 425,5 bilhões.

Esse resultado fiscal deixa o governo bastante distante da meta de superavit primário prometida para o ano, de R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Desse total, a meta para o governo central é de R$ 55,3 bilhões, ou seja, até maio, o Tesouro só conseguiu cumprir 12% da meta. (Fonte: Correio Braziliense)

Corrupção na FIFA

Suiça nega recurso de envolvidos


José Maria Marin
A Justiça da Suíça fecha as portas para que os dirigentes da Fifa presos há um mês aguardem a eventual extradição aos EUA em liberdade condicional. O Tribunal Superior do país rejeitou nesta sexta-feira um recurso apresentado pelo uruguaio Eugênio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e que no dia 27 de maio foi preso em Zurique à pedido do FBI. Ele, ao lado de José Maria Marin e outros seis dirigentes, são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção e fraude no futebol envolvendo milhões de dólares. 

Figueredo foi o único a entrar com um recurso para pedir para aguardar a extradição em liberdade. Os advogados de Marin optaram por esperar até que o pedido oficial de extradição fosse realizado pelos americanos para avaliar qual será a estratégia. 

A tese da defesa do brasileiro é de que, em caso de uma resposta negativa da Justiça, como acabou ocorrendo no caso de Figueredo, o acusado teria todas suas opções fechadas, até o final do processo. (Agência Estado)

Bom Dia!

Descendo da Nuvem


Tenho que confessar minha profunda admiração pela quase ineditismo da atitude do Léo Iolovitch. Exatamente quando o mundo inteiro começa a falar em fim do livro impresso, superado pelas publicações na internet, ele faz exatamente o contrário. 

Depois de muitos anos publicando seus maravilhosos textos no blog Na Nuvem, ele decide transformar tudo em um livro definitivamente imperdível.

"Descendo da Nuvem" traz em suas páginas, os textos que encantaram a maioria daqueles que estão lendo este comentário e que acessaram a internet para provar as delícias das histórias contadas pelo Léo e que sempre acabam com a sugestão de uma música para se ouvir depois, ou durante a leitura. 

Amanhã, dia 27, no Museu de Artes, na Praça da Alfândega, às 10 e meia,  haverá um encontro de amigos que sairão de lá com um uma quase relíquia nas mãos. Amanhã o Léo Iolovitch estará autografando o Descendo da Nuvem e entregando aos privilegiados que estiverem lá.

Será um momento raro de reencontro de pessoas amigas, de admiradores do Léo e seu texto maravilhoso sobre as coisas de Porto Alegre. São crônicas que fotografam acontecimentos e momentos da cidade.

Só de lembrar da história da visita do Ray Charles a um bar da Joaquim Nabuco, onde tocou piano e cantou por algumas horas, e do comentário de um cliente já bem alcoolizado, contada pelo Léo, fico pensando no quanto os leitores viverão de surpresas e alegrias ao ler todo o Descendo da Nuvem.

Parabéns, Léo Iolovitch. Amanhã a gente se encontra.

Tenham todos um Bom Dia!

O Som do Dia

Como hoje é sexta, começo do fim de semana, Prova de Carinho,  um samba maravilhoso na voz de Adoniram Barbosa e Vânia Carvalho.



quinta-feira, 25 de junho de 2015

Opinião

A desconfiança impera

O ESTADO DE S. PAULO
25 Junho 2015


É risível a repercussão, no centro do poder e nos quadros do partido, dos recentes pronunciamentos de Luiz Inácio Lula da Silva com críticas devastadoras ao governo Dilma e ao PT. Enquanto a presidente da República mal disfarçava seu constrangimento com a declaração de que “todo mundo tem direito de fazer críticas, principalmente o presidente Lula”, a bancada petista no Senado divulgava uma nota de “desagravo” ao ex-presidente, que estaria sendo vítima de uma “sórdida campanha” por parte dos adversários políticos, que usam a luta contra a corrupção como pretexto para “tentar destruir um projeto nacional e popular”.

Por parte de Dilma não se poderia esperar mais do que uma encabulada contemporização, pois cabe à comandante da nau que soçobra fazer o possível para manter a água abaixo do queixo. E, oficialmente, a postura de toda a equipe de governo é a mesma. Por exemplo, para o palavroso ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um quadro petista à esquerda de Lula, este está assumindo uma posição “de vanguarda” e suas palavras “induzem todos os petistas e simpatizantes a refletirem”. No máximo, os ministros de Dilma se permitem manifestar alguma surpresa diante das manifestações de Lula, como Jaques Wagner, da Defesa, que admitiu não estar “entendendo” e considerar “estranho” o discurso do chefe.

Já no PT e no Congresso ninguém se preocupa muito em ficar em cima do muro. As reações variaram desde o desagravo ao agravador promovido pelos próprios agravados – como foi o caso da bancada petista no Senado –, até a manifestação de cauteloso repúdio feita pelo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE): “Quem fica apregoando essa história do PT estar no fundo do poço, estar no volume morto... vamos esperar as eleições”. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, refugiou-se na ironia: “Prefiro quando o Lula diz que os que acham que o PT vai acabar darão com os burros n’água”.

Em resumo, no clima de salve-se quem puder que domina o governo e, muito mais ainda, o PT, Lula, com suas críticas, colocou todo mundo na defensiva e reitera seu protagonismo na cena política. E é claro que não vai ficar só no discurso. A ridícula nota de “desagravo” não surgiu espontaneamente na bancada de senadores, mas foi o resultado da mobilização que Lula promove entre seus correligionários no Congresso para reforçar sua imagem de líder e preparar a blindagem de que ele precisa diante do avanço das investigações da Operação Lava Jato.

Do ponto de vista estratégico há um certo consenso, entre os observadores e os agentes da cena política, de que Lula está preparando o terreno para um gradual afastamento de Dilma e de seu pessimamente avaliado governo. E esse prognóstico decorre da avaliação de que a economia dificilmente dará sinais sólidos de recuperação em tempo de não prejudicar a candidatura à Presidência, em 2018, de um nome apoiado pela presidente. O “puxão de orelha” que Lula está dando no PT demonstraria que é hora de mais uma reviravolta na trajetória do partido para garantir a continuidade de seu projeto de poder. E essa guinada só ele próprio tem condições de liderar, como já fez uma vez com sucesso ao adotar um programa econômico “neoliberal” para vencer a eleição de 2002. Mas para tanto é necessário desvencilhar-se da notória identificação com Dilma e ferretear em seu governo o estigma de “dissidência” do PT. Essa nova metamorfose não parece impossível para um político que não tem nenhum compromisso com a coerência e já demonstrou grande capacidade de seduzir as massas.

Essa estratégia incorre, porém, na imprudência de subestimar o discernimento dos brasileiros, inclusive os que vivem nos mais tradicionais redutos eleitorais do lulopetismo, que estão sofrendo em seu cotidiano os amargos efeitos de uma “nova matriz econômica” irresponsavelmente imposta pela combinação de miopia ideológica com oportunismo eleitoral e indignados com o assalto aos cofres públicos que se tornou marca registrada dos governos petistas.

Afinal, se Lula demonstra não confiar em Dilma e esta certamente já não confia em seu criador, por que os brasileiros hão de confiar em qualquer um dos dois?