terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Operação Lava Jato

Mais 10 empresas são investigadas


A Polícia Federal abriu novos inquéritos na Operação Lava Jato para investigar especificamente dez empresas supostamente envolvidas em fraudes na Petrobrás. A informação consta de ofício encaminhado à Justiça Federal no último dia 23 pelo delegado Eduardo Mauat, da PF em Curitiba, base da Lava Jato.

O delegado ressalta a “necessidade de abertura de novos inquéritos policiais a fim de receber de forma organizada os dados relativos a outras empresas possivelmente envolvidas em fraudes ligadas à estatal Petrobrás”. Por meio dos inquéritos a PF poderá pedir à Justiça autorização para novas buscas e apreensões, por meio das quais poderá colher provas  contra novos suspeitos de envolvimento no escândalo da estatal .

A PF lista as empresas alvo da nova etapa da investigação: MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Construtora Andrade Gutierrez, Skanska Brasil, GDK S/A, Schahin Engenharia, Carioca Christian Neilsen Engenharia, Setal Engenharia Construções e Perfurações.

A Andrade Gutierrez apareceu na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa divulgada na semana passada, na qual ele afirmou que a empreiteira pagou propinas para o PMDB.
Segundo Costa, os valores foram “cobrados e geridos” pelo empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista e operador do partido no esquema de corrupção que se instalou na estatal petrolífera.

O delator afirmou à Polícia Federal, em relato de 7 de setembro de 2014, que a partir de 2008 ou 2009 a cobrança à Andrade Gutierrez passou a ser feita por Fernando Baiano, não mais pelo doleiro Alberto Youssef – personagem central da Lava Jato.

Paulo Roberto Costa contou que a empreiteira, mesmo após “ganhar algum contrato” sob responsabilidade de sua diretoria “custava a depositar o valor devido ao PP”. (Com Estadão/conteúdo)

Ministro do Esporte

Salvo pelo delegado camarada
Ministro George Hilton
O novo ministro do Esporte, George Hilton, chegou ao primeiro escalão de Dilma Rousseff debaixo de uma enxurrada de críticas. O fato de ele não ser familiarizado com a área que passou a comandar – o que ele mesmo admitiu em recente entrevista – foi a razão de uma das ressalvas feitas ao seu nome. A outra decorre de seu passado marcado por atitudes, no mínimo, questionáveis. Em 2005, Hilton desembarcou de um jato particular no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, transportando 11 caixas de dinheiro. Detido pela polícia de Minas Gerais, o então deputado pelo PFL escapou ileso do episódio, depois que o inquérito aberto contra ele foi arquivado no Supremo Tribunal Federal. Esse é o principal argumento usado pelo novo integrante do Ministério de Dilma quando sua conduta ética é posta em xeque. Entretanto, o ministro omite que por trás da decisão do STF de livrá-lo da punição há uma teia de manobras e tráfico de influência que inviabilizaram a apuração do caso pelo Ministério Público Federal. O insucesso da investigação envolvendo George Hilton e suas caixas de dinheiro teve um personagem decisivo: o delegado federal Domingos Pereira Reis. Primeira autoridade a ser informada sobre o flagrante ocorrido no Aeroporto da Pampulha, o delegado Pereira foi bastante camarada com George Hilton.

Delegado Domingos Reis
A conduta do delegado é detalhadamente explicada em três depoimentos que constam na ação analisada pelo STF. Em um deles, o agente de plantão conta que, ao ser informado por telefone sobre a apreensão das caixas, Pereira mandou o oficial liberar George Hilton sem contar o dinheiro e sem sequer registrar a ocorrência. O mais grave: segundo outra testemunha, o delegado se comunicou com o então deputado estadual por telefone e avisou que o caso estava resolvido. O único registro teria sido feito no livro da polícia, que apenas cita exemplos do que é declarado pelos passageiros. Hilton disse transportar R$ 600 mil e afirmou que o dinheiro pertencia à igreja da qual era pastor. Depois disso, deixou a delegacia sem constrangimentos. O episódio gerou um inquérito na Justiça Federal de Minas, mas ficou paralisado por dois anos. Somente em 2007, quando o atual ministro tornou-se deputado federal e o processo chegou ao STF, a ação foi finalmente analisada.
Ao estudar a fundo o processo, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, concluiu que a atuação do delegado em favor de George Hilton invalidou qualquer possibilidade de apuração, tornando impossível o registro e o recolhimento de provas. Segundo o procurador, a falta de registros e a liberação do interceptado sem depoimentos ou quaisquer explicações formais impediram o trabalho do MP e da polícia em busca de respostas para a origem do dinheiro e o real valor transportado. Por isso, não houve como avançar nas investigações e o processo foi arquivado. Antonio Fernando de Souza solicitou, no entanto, que a conduta do delegado federal fosse apurada em um processo paralelo e conseguiu dar novo fôlego às apurações.
Atendendo à orientação da PGR, o Ministério Público de Minas Gerais acusou Domingos Pereira de “falta de interesse de agir” no desempenho de sua função pública. Investigado, passou três anos respondendo a um inquérito e tentando explicar o porquê de ter livrado o deputado. Segundo os procuradores, Pereira não conseguiu convencer o MP sobre a legalidade da sua conduta e tampouco encontrou amparo legal para justificar a omissão. Por isso, o MP o acusa de uma sequência de atos que figuram a condenável “camaradagem entre um agente público e um político”. O caso rendeu desgastes em série para Domingos Pereira. Além de perder o cargo, ficou anos sem desfrutar de qualquer prestígio na polícia, sendo criticado internamente por colegas e subordinados. Em 2009, ele solicitou aposentadoria. (Com IstoÉ/conteúdo e fotos)

Juros do cheque especial

Taxa de 200,6%. A maior em 16 anos

Depois de 16 anos, os juros do cheque especial chegam a 200,6% ao ano, atingindo o maior patamar desde fevereiro de 1999,quando chegou aos 204,3% ao ano.
No final de 2013, o índice era de 147,9% o que dá um crescimento de 52,7 pontos no ano.
No mês passado, matéria do jornal The New York Times, disse que os juros praticados em certas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”.O jornal destacou os cartões de crédito, com mais de 240% ao ano, e os empréstimos bancários que chegam a 100%.

Bom Dia!

Vai uma medalha ai, meu?

É difícil definir a decisão da deputada do PT, Marisa Formolo, concedendo medalhas a 21 parentes, em solenidade na Assembléia Legislativa.

A coisa se complica quando tomamos conhecimento que, depois de cinco horas de reunião, a executiva do Partido dos Trabalhadores sugeriu que a deputada devolva as medalhas, sob o argumento de que o estatuto do partido é contra, prevendo punições como advertência até expulsão do envolvido.

O presidente do PT, Ary Vanazzi, disse que essa não é a política do partido que “quer preservar o princípio básico da impessoalidade” e já anunciou que a bancada vai rever a concessão de homenagens “tomando decisões coletivas”.

Mesmo tendo participado da reunião, Marisa Formolo não disse se devolverá as medalhas e que só se manifestará depois de ser notificada da decisão partidária. Mas a petista disse, também, que vai conversar com a família antes de informar o que fará.

Ao sair do encontro, a petista deu uma dica do que pretende ao lamentar que “tenham dado tanta importância a essa notícia” mas ressaltou que “precisamos resgatar o papel da família”.

Nesse ponto, resgate do papel da família,  concordo com a deputada Formolo, só que entregar medalhas a 21 familiares, não me parece a melhor forma de buscar este resgate.

Tornar banal um ato que deveria ser solene, é extremamente constrangedor. Imaginem se todos os deputados decidissem entregar medalhas a seus familiares. A despesa, apenas com a confecção delas, seria enorme e, como sempre, paga por nós, contribuintes.

Uma boa solução seria o deputado comprar as medalhas que quisesse entregar. Neste caso, a banalidade poderia transformar a venda de medalhas, como já sugeriu meu amigo Rick Jardim,  em rentável atividade para os camelôs da cidade.

Já pensaram passar na esquina de Porto Alegre, ou na volta do Mercado e ouvir o camelô, diante de um balaio cheio, gritando: “Vai uma medalha aí, meu?”

Tenham todos um Bom Dia!