terça-feira, 17 de março de 2015

Sem partido

Fortunati se licencia do PDT



O prefeito José Fortunati anunciou, nesta terça-feira, seu licenciamento do Partido Democrático Trabalhista (PDT) até o final de seu mandato em 31 de dezembro de 2016.

 A decisão foi tomada, de forma irrevogável, pelo descontentamento do prefeito com a bancada de vereadores em votações no Legislativo.
Fortunati disse que a decisão “é uma medida sobre a qual venho refletindo faz tempo. Infelizmente minha bancada na Câmara de Vereadores, sistematicamente, tem feito oposição aos projetos do governo e aos vetos que estão fundamentados”.

A gota d’agua foi a decisão tomada na tarde de segunda-feira (16). “Um projeto demagógico e populista que simplesmente coloca 14 áreas ocupadas na cidade, sem qualquer critério, áreas que foram invadidas, que estão em cima de lixões, que são alagadiças”, explicou.

Fortunati lembrou que uma das áreas “foi destinada a construção de uma escola, de um centro comunitário e de um centro de saúde”. O prefeito disse que colocou isso para os vereadores e que pediu um prazo de quatro meses para realizar um estudo sobre as áreas, “mas infelizmente a minha bancada, com apenas um voto a favor do governo, acabou ajudando a derrubar o veto”.

“Desta forma, estou me licenciando para que possa continuar administrando a cidade com aqueles que efetivamente estão interessados em pensar a cidade, não somente no pleito eleitoral do ano que vem”, concluiu.

Sobre a possibilidade de filiação em outra legenda, Fortunati admitiu que já foi procurado por diversos partidos, mas “a todos eles agradeci”.

CPI da Petrobras

Juiz autoriza depoimento de Duque


O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância, autorizou nesta terça-feira (17) o depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque na próxima quinta-feira (19). Duque é apontado por delatores como um dos protagonistas do esquema de corrupção na estatal e foi preso ontem pela PF (Polícia Federal).

Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, o depoimento ocorrerá na Superintendência da PF em Brasília.

Como Duque foi convocado pela comissão, ele é obrigado a comparecer. O ex-diretor é suspeito de receber propina em contratos superfaturados da Petrobras. Duque foi apontado pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços, como o responsável de negociar e cobrar uma propina de 2% a 3% dos contratos da estatal que seriam destinados a PT, PMDB e PP.

Barusco, que era subordinado a Duque, afirmou em depoimento à CPI na terça-feira (10) que o ex-diretor tratava com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o pagamento das propinas.

Duque chegou a ser preso em novembro passado, mas foi solto por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) com a condição de não deixar o país. O Ministério Público constatou que o ex-diretor movimentou dinheiro em contas na Suiça e enviou para o principado de Mônaco. Como há a suspeita de que o dinheiro é ilícito, o Moro determinou sua prisão novamente.

Em depoimento à Polícia Federal, Youssef afirmou que Duque aplicava "punições" a empresas que atrasavam o pagamento de propina ao alto escalão da estatal.

Duque nega todas as acusações.

Opinião

Os brasileiros falaram

O Estado de S.Paulo
17 Março 2015  

O recado é muito claro. Os brasileiros saíram às ruas - cerca de 1 milhão só em São Paulo - para dizer que não aceitam os caminhos pelos quais a presidente Dilma Rousseff e o PT estão conduzindo o País. Foi uma contundente manifestação espontânea, com o predomínio da classe média - assalariados, profissionais liberais, pequenos empreendedores, jovens e idosos - a exigir dos governantes probidade e competência na gestão da coisa pública.

O desprezo pela probidade por parte do partido que dirige o País há mais de 12 anos está cruamente exposto na sucessão de dois grandes escândalos de corrupção: o mensalão e o da Petrobrás. Com a agravante de que o PT, depois de mais de 20 anos de oposição implacável a "tudo o que está aí", chegou ao poder jurando acabar com a corrupção na administração pública.

Por outro lado, nos quatro anos de seu primeiro mandato, na tentativa desastrada de combater os efeitos da crise econômica internacional com medidas "anticíclicas" - orientadas, na verdade, por uma visão econômica anacrônica de viés ideológico -, entre outras proezas Dilma Rousseff conseguiu provocar a redução do investimento produtivo e a estagnação da indústria nacional, enquanto promovia uma gastança descontrolada que estourou as contas públicas e devastou as contas externas. Em resumo, conseguiu terminar seu primeiro mandato com o País em situação econômica pior do que a que encontrou em 2011.

Os brasileiros que saíram às ruas em 15 de março disseram basta a tudo isso, inclusive à teimosia da presidente da República em não admitir seus erros. Dilma concede, no máximo, como fez semana passada no Rio de Janeiro, que "esgotamos todos os nossos recursos de (sic) combater a crise que começou lá em 2009". E agora não tem nem disposição pessoal nem força política para adotar as medidas de correção que a vida real impõe.

Nesse sentido, embora as manifestações de protesto tenham sido focadas em Dilma e no PT, abrangeram como um todo o ente governamental - ou "a política" - e podem por essa razão produzir no Congresso o efeito positivo de facilitar a aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo Executivo. Afinal, os parlamentares estão empenhados em afirmar diante do Executivo a autonomia do poder que representam, mas sabem perfeitamente de onde vêm os votos que os elegem.

A teimosia de Dilma e sua pouca disposição para dar ouvidos ao que o povo exige ficou mais uma vez evidente nas palavras de dois ministros - José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência - escalados para, em entrevista coletiva, dar a resposta do governo à voz das ruas.

Cardozo falou para o público em geral e Rossetto, para os petistas. O primeiro repetiu todas as obviedades sobre manifestações democráticas e requentou as promessas de um pacote de medidas contra a corrupção e outro sobre reformas políticas. E logo depois de Cardozo ter afirmado que protestar é "um direito de todos", Rossetto contradisse-o, desqualificando as manifestações com o argumento de que quem saiu às ruas foi principalmente quem "não votou em Dilma". E fez questão de valorizar, mencionando-as duas vezes, as manifestações realizadas dois dias antes - com público significativamente menor do que as de domingo - organizadas pela CUT e outras entidades sobre as quais o PT exerce influência.

O grave é que não ouviram o que o povo falou.

E o povo falou que Dilma - reeleita há quatro meses - já não merece sua confiança. Falou que não quer mais, encastelada no governo, uma quadrilha que assalta sistematicamente a Fazenda Pública. Falou que não mais tolera uma administração que não trabalha para benefício de todos, e sim para a perpetuação de um projeto de poder que repudia, por antidemocrático e divorciado do interesse nacional. Falou, enfim, que não quer sustentar com seu suado trabalho uma oligarquia que se refestela no engodo, na corrupção e na desmoralização das instituições.

Nada disso a presidente Dilma Rousseff e seus asseclas ouviram. Até quando continuará esse descompasso com a realidade?

Tratamento contra HIV

SUS incorpora novo medicamento


O Ministério da Saúde decidiu incorporar o medicamento darunavir 600mg – comprimidos revestidos como terapia antirretroviral oferecida para adultos com HIV, em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).
 
O coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos dez anos, passando de 6,4 mortes para cada 100 mil habitantes, em 2003, para 5,7 mortes, em 2013. A faixa onde a epidemia mais cresceu foi entre jovens de 15 a 24 anos.

No ano passado, a pasta incorporou novas formulações para pacientes com aids, como o ritonavir 100 mg na apresentação termoestável e o tenofovir 300 mg composto com a lamivudina 300 mg em um único comprimido, o chamado dois em um.

Dados do governo indicam que, entre 2005 e 2013, o total de brasileiros com acesso ao tratamento antirretroviral mais que dobrou, passando de 165 mil para 400 mil. Atualmente, o SUS oferece 22 medicamentos para pacientes soropositivos. Desse total, 12 são produzidos no Brasil. (Agência Brasil)

Tesoureiro do partido

PT quer se livrar de Vaccari

Vaccari e sua mochila - Foto: Estadão
Mesmo que publicamente a presidente Dilma Rousseff declare que não acredita que o indiciamento de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT tenha reflexos no governo, o partido já estuda uma estratégia para se descolar dele. A cúpula do Partido dos Trabalhadores pressiona o tesoureiro a deixar o cargo, já que dirigentes consideram a situação de Vaccari como “insustentável”.

Em 2005, durante a apuração do mensalão, o então tesoureiro, Delúbio Soares, foi expulso do PT, numa clara tentativa de acalmar a opinião publica. Só que, em julho de 2011, ele foi readmitido nos quadros do partido, com festa. Foi a estratégia que o PT encontrou para tentar limpar a imagem do ex-tesoureiro com vistas ao julgamento no STF. Não adiantou; Delúbio foi condenado e hoje cumpre pena em regime aberto.

Vaccari Neto foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. Ele teria intermediado doações de R$ 4,2 milhões de empresas investigadas e que, na verdade, tinham origem no propinoduto da Petrobras. No período de 2008 a 2010, foram 24 repasses de empreiteiras.

O tesoureiro foi citado nos depoimentos de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Pedro Barusco. Todos afirmaram que João Vaccari Neto era responsável por receber propinas em nome do PT. Entre 2003 e 2013, conforme Barusco, Vaccari teria recebido 50 milhões de dólares. O valor desviado para o PT, com a participação do tesoureiro, seria de US$ 200 milhões. Foi Barusco quem esclareceu o significado da palavra “Moch”, que aparecia nas planilhas de divisão do dinheiro. Tratava-se do apelido de Vaccari – “mochila”, acessório que ele usa sempre.

Manifestações do dia 15

Líder do PT suspeita de envolvimento da CIA


Foto: Estadão
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), sugeriu que a CIA, a agência norte-americana de inteligência, esteve por trás das manifestações realizadas neste domingo, 15, contra a corrupção e contra o governo da presidente Dilma Rousseff.

"SUSPEITA: Que a CIA esteja coordenando a campanha pelo enfraquecimento dos governos da América do Sul 'não alinhados', tal como fizeram para instalar as ditaduras militar (sic) nos anos 60. A Orquestra é completa!", escreveu o parlamentar petista em sua página no Facebook no último sábado (14).
A declaração de Machado logo se tornou motivo de piadas nas redes sociais entre anônimos, artistas e políticos.

"A CIA já distribuiu as panelas para vocês? O panelaço é daqui a pouco", ironizou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). "O @sibamachado13 trocou as bolas: ele queria dizer CUT, em vez de CIA", escreveu o @coroneldoblog. "Não leiam como uma diminuição dos interesses americanos, mas nessas manifestações? CIA de um lado, Cuba do outro. Voltamos à Guerra Fria", escreveu @manucaferreira. (Agência Estado)

Bom Dia!

Humildade, diálogo e democracia



De uma hora para outra, logo depois de ver multidões nas ruas do Brasil protestando contra Dilma e o PT, o governo decidiu adotar um discurso conciliador. A empáfia, tão comum entre os petistas

Já na entrevista dos ministros Eduardo Cardozo e Miguel Rosseto, principalmente no tom das palavras do primeiro, se viu que era preciso demonstrar que o recado dos brasileiros tinha sido entendido e que várias providências seriam tomadas.

Ontem, discursando na assinatura do novo Código Civil e em entrevista coletiva, a presidente parecia outra pessoa, sem a arrogância de quando enfrentou a campanha eleitoral, mentindo sobre as providências que tomaria nos primeiros dias no do novo mandato. Até sem a empáfia com que , desmentindo tudo o que havia prometido, anunciou o pacotão de medidas que caiu como um peso quase insuportável sobre as costas de todos nós.

Dilma falou em humildade, admitiu que pode ter cometido erros (e cometeu) e salientou a necessidade de dialogar com a sociedade, coisa que nunca fez, a não ser com aqueles setores que lhe garantiriam votos. Não esqueceu de repetir o que seus ministros já haviam dito e destacou a importância de uma reforma política. Se bem que, depois de 12 anos no poder, fica difícil entender que somente depois de ver uma multidão nas ruas, o governo passe a encarar a reforma política como de extrema necessidade.

Mas, enquanto Dilma e seus ministros anunciavam uma luta feroz contra a corrupção, com medidas já anunciadas em outras oportunidades, o Ministério Público Federal dava início , começou a dar lugar a manifestações mais amenas onde se destacam as palavras humildade, diálogo e democracia.
a 10ª etapa da Operação Lava Jato. Paralelamente aos discursos do Planalto, a Polícia Federal prendia Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, elo do PT no esquema, e João Vaccari Neto, tesoureiro do partido e responsável pela arrecadação de propinas que, sutilmente, foram transformadas em doações oficiais de campanha.

Ambos, conforme o MPF, estão envolvidos no desvio de R$ 135 milhões em quatro obras da Petrobras. Desse recurso, pelo menos R$ 4,2 milhões abasteceram o caixa do PT através de 24 doações legais usadas como forma de ocultar sua verdadeira origem. ”O pagamento de propina era disfarçado em pagamento eleitoral, apenas com aparência licita”, afirmou o procurador que coordena a força-tarefa da operação.

Claro que os advogados de Duque e Vaccaria, imediatamente fizeram declarações em defesa de seus clientes, afirmando que ambos são inocentes e que nunca ouviram falar o nome dos delatores. Para o presidente do PT, todas as doações eleitorais feitas ao partido, é claro, são legais e foram aceitas pelo Justiça Eleitoral.

Humildade, diálogo e democracia são palavras que entusiasmam quem escuta a presidente falar. Mas de que adiantam se, ao mesmo tempo, seus aliados mais próximos estão cada vez mais envolvidos em um esquema de corrupção que, sob o manto da “legalidade” encheu os cofres do PT e financiou sua campanha eleitoral?

Tenham todos um Bom Dia!