terça-feira, 7 de abril de 2015

Opinião

Governo e PT perdem apoios

O ESTADO DE S.PAULO
07 Abril 2015

Partidos, sindicatos e organizações sociais. É com base nesse tripé e em políticas econômica e social populistas que o PT tem conseguido até agora se manter no poder. Enquanto uma conjuntura internacional favorável ajudou e o governo tinha gordura para queimar, foi tudo festa. Mas depois que o mundo mudou e Dilma não percebeu, mantendo escancarada a cornucópia do Estado-provedor, a nau lulopetista, que a essa altura já não fazia distinção entre governo e partido, começou a fazer água. Os indicadores econômicos e sociais despencaram, carregando junto a credibilidade e a popularidade da presidente. Eram os primeiros sintomas do esgotamento do modelo lulopetista. Hora da debandada dos partidos, sindicatos e organizações sociais.

Depois da pesquisa CNI/Ibope que na semana passada confirmou a tendência e revelou que 74% dos brasileiros não confiam na presidente da República, multiplicaram-se na mídia manifestações de líderes partidários, de dirigentes sindicais e de organizações sociais fazendo críticas e sinalizando a disposição de manter distância do Palácio do Planalto.

Na área política, a dissolução da "base aliada" é consequência menos da crise econômica do que da incompetência política de Dilma, que iniciou o segundo mandato imbuída da determinação de consolidar sua hegemonia pelo enfraquecimento da força política de seu mais importante aliado, o PMDB. Deu no que se vê. A tal base aliada continua, no papel, a mais ampla de que um governo jamais dispôs na história da República. Mas Dilma é refém dos presidentes peemedebistas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e sofre derrotas sucessivas no Congresso.

A base sindical é um dos esteios do PT desde sua origem. Concentra-se principalmente na maior central, a CUT, que leva seus filiados às ruas em manifestações "espontâneas" de apoio ao governo que a manipula. Mas até a CUT já não é mais a mesma. Além de ter sido incapaz de evitar a desfiliação de sindicatos importantes nos últimos meses - como o dos professores de Porto Alegre -, a central, que jamais disfarçou sua condição de braço sindical do PT, já registra o surgimento de um movimento oposicionista interno. São dirigentes jovens que percebem o risco que significa, em termos de fidelidade de seus filiados, manter-se incondicionalmente atrelada aos interesses do governo. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, quando Dilma assumiu o governo, a CUT representava 38,2% do total de trabalhadores registrados. Hoje são 33,6%.

Para manter o apoio "das ruas", os dirigentes petistas sempre contaram com o apoio de toda sorte de organizações sociais, até porque muitas delas constituíram o núcleo fundador do partido. Mas hoje até as organizações sociais mais politicamente ativas, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), formulam críticas pesadas ao governo petista.

De modo geral, entre partidos, organizações sindicais e sociais que historicamente dão apoio ao PT, a crítica principal - até porque é de entendimento mais fácil pelo público em geral e envolve conteúdo de forte apelo social - é a de que as medidas de ajuste fiscal que estão sendo propostas para botar em ordem as contas públicas, devastadas pela gastança irresponsável, prejudicam apenas os interesses dos trabalhadores.

Em entrevista do jornal Valor, o líder do MTST, Guilherme Boulos, centra suas críticas exatamente nesse ponto: o caráter "antipopular" do ajuste fiscal proposto pelo governo. "Não se joga a conta da crise no colo dos trabalhadores, dos mais pobres." Mas Boulos não se arrisca, como em geral todos os críticos do ajuste fiscal, a indicar caminhos concretos para resolver o problema das contas governamentais. Prefere ser genérico: "Vai ser preciso fazer um novo projeto político. Não dá mais para haver avanço popular sem reformas estruturais". E explica que tanto Lula quanto Dilma sempre tentaram "conciliar" os interesses populares com os "da banca", o que agora não é mais possível: "A política de fazer conciliação se esgotou. (...) Achar que se governa sem comprar briga é uma ilusão. Dilma preferiu comprar briga com o povo". E ameaça: "Do jeito que as coisas estão, é difícil pensar em 2018. Tem que ver se esse governo termina 2015". Boulos parece sugerir que, se depender do "povo", não termina.

Relações Institucionais

Dilma anuncia saída de Pepe e fim da secretaria


presidente Dilma Rousseff informou que a Secretaria de Relações Institucionais foi extinta. O anúncio foi feito durante a reunião de líderes partidários, nesta terça-feira (7/4). 

A presidente afirmou ainda que o vice Michel Temer será o novo articulador político do Governo Federal e com isto está confirmada a saída do petista Pepe Vargas. A pasta foi criada em janeiro de 2004, como desmembramento da Casa Civil. 

A saída de Pepe ocorre depois de a presidente sondar o titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para o cargo. O peemedebista negou o convite. Nesta tarde, após saber da sondagem pela imprensa, Vargas solicitou uma audiência com Dilma e ouviu da presidente que ela precisava dar a pasta ao PMDB.

Manifestações em Brasilia

Sindicalistas em confronto com a PM


Foto: O Globo
Manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar nesta terça-feira, em Brasília, após um pequeno grupo decidir bloquear o acesso de veículos à entrada da Câmara dos Deputados. Em frente ao Congresso Nacional, pessoas vestidas com camiseta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) deram bandeiradas em PMs, e a força policial revidou com spray de pimenta e golpes de cassetete. Pelo menos quatro foram encaminhadas para o serviço médico da Câmara.

Um dos feridos saiu desacordado e foi levado em uma cadeira de rodas, com o rosto ensanguentado. Segundo informações, ele é integrante do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O deputado Vicentinho (PT-SP), que também participava da manifestação, foi atingido com gás lacrimogênio. Ele também foi levado até o serviço médico para ser atendido. Na reunião de líderes, ao ser informado sobre o tumulto em frente ao Congresso, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se irritou e mandou restringir a entrada na Casa.

Ao tentar entrar no anexo 2 da Câmara, o deputado Lincoln Portela (PR-MG) foi cercado por um grupo de cerca de 15 manifestantes e levou socos.

— Eu fui agredido por bandidos. Não quero dizer que são trabalhadores, porque os que estão lá fora são marginais – disse o deputado.

Outros dois militantes do Sindieletro de Minas, filiado à CUT, foram agredidos e também levados para o serviço médico. Os sindicalistas dizem ter sido atingidos por seguranças da Casa, enquanto a Polícia Legislativa afirma que eles teriam sido feridos em uma confusão entre os próprios militantes quando eles invadiram o corredor das comissões.

Os manifestantes protestam contra o Projeto de Lei 4330, previsto para ser votado nesta terça-feira, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho. Segundo a Polícia Militar, cerca de 350 pessoas participaram do protesto, organizado pela CUT. Segundo os organizadores, o número de participantes do protestos foi de 5 mil. A segurança na Esplanada dos Ministérios foi reforçada com 350 policiais. Nesta terça, protestos aconteceram em dez estados e no Distrito Federal. (Agência Globo)

Poemas no Ônibus e no Trem

Lançado edital para concurso 


Uma das mais tradicionais realizações da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, o concurso Poemas no Ônibus e no Trem, começa a receber as inscrições para a sua edição 2015 na próxima segunda-feira, 20.

Interessados em publicar suas poesias internamente nas janelas de veículos das frotas da Carris, Coonorte, Unibus, STS e Trensurb no ano que vem poderão entregar os seus trabalhos até 22 de maio, pessoalmente na Coordenação do Livro e Literatura (CLL) ou via correio. Ao todo, serão selecionados 50 textos, que também serão editados em publicação lançada na próxima Feira do Livro.

Regulamento e ficha de inscrição já podem ser acessados na sessão "Editais" da página da Secretaria Municipal da Cultura. O material também está disponível no site coordenacaodolivro.blogspot.com, ou ainda na página da CLL no Facebook. Informações adicionais: (51) 3289-8072 / 3289-8074.

Relações institucionais

Pepe Vargas deve entregar o cargo 



Contrariado com o noticiário de que o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) foi convidado para assumir o comando da Secretaria de Relações Institucionais, o ministro Pepe Vargas decidiu deixar o cargo. Antes, no entanto, ele pediu uma audiência urgente com a presidente Dilma Rousseff. Ele quer ouvir da petista uma explicação sobre o assunto e consultar se ela realmente fez o convite a Padilha para o seu lugar.

Caso Dilma não tome a iniciativa de demiti-lo, Pepe deve entregar a chefia da pasta responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. Ele inclusive cancelou a reunião que faria com líderes da base aliada nesta terça, marcada para as 16h. (Agência Globo)

Terceirização

Cunha garante que votará projeto 



O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse no começo desta terça-feira (7/4) que não retirará de pauta o Projeto de Lei 4330/2004, que possibilita às empresas contratar mão de obra terceirizada também para atividades-fim.  Hoje, a lei brasileira restringe esse tipo de contratação a atividades-meio, que não tem relação com o negócio principal da empresa. Cunha disse que manterá o projeto na pauta do Plenário “nem que fique a semana inteira sem votar mais nada". O projeto enfrenta forte resistência de centrais sindicais e de partidos como PT e PCdoB, por supostamente precarizar relações de trabalho e dificultar o acesso a direitos trabalhistas para os terceirizados.

“Superada a votação da Medida Provisória (660), só vamos ter essa pauta para a semana. E faremos sessões extraordinárias, quantas forem necessárias, até quinta-feira à noite. Só vamos para a próxima pauta quando superarmos essa, nem que fique a semana inteira sem votar nada, se for esse o objetivo. Não há outra maneira de você votar um projeto desse, sem priorizar”, disse Cunha. Grupos de sindicalista da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ocupam as entradas do Congresso desde o começo da manhã de hoje, com faixas contra o projeto.

“Estender a terceirização a atividades-fim do ponto de vista da Fazenda não tem discussão. Esse da atividade-fim e atividade-meio, se não for para tratar disso no projeto, é melhor nem fazer o projeto. E o segundo ponto (de atrito) é aquela briga por dinheiro que existe, de quem recolhe a contribuição sindical. Esse é na realidade o grande ponto”, disse Cunha. O projeto também permite que o trabalhador terceirizado se aliste em um sindicato diferente daquele que representa a atividade principal da empresa.

Cunha informou ainda que a principal divergência do governo em relação ao projeto diz respeito às contribuições dos trabalhadores para a Receita e para o FGTS. “O governo entende que precisa negociar o texto com o relator. Existem duas preocupações: que a proposta não enfraqueça as relações de trabalho e que seja garantida a sustentabilidade dos fundos públicos”, disse o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas.(Com Agência Câmara)

Novo aumento - Correios

Fazenda autoriza reajuste de 9,3% nas tarifas 


O Ministério da Fazenda autorizou um reajuste linear de 9,329% nas tarifas e preços dos serviços postais de monopólio prestados pelos Correios. A decisão consta de portaria assinada pelo ministro Joaquim Levy publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira. O documento autoriza os valores máximos a serem praticados pela empresa. Os preços finais, no entanto, devem ser definidos pelo Ministério das Comunicações.

Segundo a portaria, a tarifa da carta comercial de até 20 gramas, por exemplo, não poderá exceder o valor de R$ 1,40. Já os telegramas internacionais para o grupo 1 de países não poderá custar mais que R$ 1,08, por palavra.(Agência Estado)

Ministério

Petistas estão em baixa


A presidente Dilma Rousseff (PT), convidou o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB) para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. 

Até aí, nenhuma novidade ou surpresa. Como se sabe, Dilma quer acalmar, quanto mais melhor, o PMDB, partido que vem se transformando em "oposição" em algumas pretensões do governo.

Acontece que a Secretaria de Relações Institucionais, é ocupada pelo ex-prefeito de Caxias do Sul, petista histórico, Pepe Vargas. Não se sabe se ele ocuparia um outro cargo de relevância no governo, mas se sabe claramente que quem deseja a mudança é o ex-presidente Lula. Ele defende uma maior participação do PMDB no núcleo de coordenação política do governo.

Quem diria, Lula e Dilma, criador e criatura, trocando um companheiro histórico por um peemedebista, partido que antes de chegar ao poder, o PT combatia ferozmente. Por falar em poder, o PT faz qualquer coisa para permanecer nele.

Bom Dia!

Dia do jornalista!


Já disse, mais de uma vez, que tenho um orgulho enorme de ser jornalista. Aliás, não sou o único na família. O pioneiro foi o Dilamar, meu querido e saudoso irmão, que acabou me ensinado a seguir, com dignidade, uma profissão que precisa muito de uma dose muito grande de honestidade. O André Machado, filho dele, seguiu os ensinamentos do pai e hoje é um jornalista de destaque, um orgulho para seu velho tio.

Ser jornalista, num país onde as coisas se confundem na hora de defender uma opinião, na hora de escrever sobre a verdade, não é uma coisa muito fácil. 

Muitas vezes, por força da necessidade de sobreviver, o profissional acaba sendo envolvido pela linha editorial ditada pelo patrão e termina tendo que publicar aquilo que nem sempre entende como verdadeiro. Poucos são os que se tornam independentes e podem escrever o que pensam e defendem.

Há os jornalistas integrados, aqueles que não se importam com a necessidade de serem verdadeiros enquanto defendem, por exemplo, suas ideologias partidárias. Usam os espaços possíveis para difundir teorias que buscam convencer leitores e ouvintes nem sempre bem avisados.

Comecei como locutor comercial na ZYO 2, Rádio São Gabriel, em 1959. Lá, por "determinação" do Osvaldo Nobre, um radialista dos melhores, assumi o "nome artístico" de Machado Filho. O tempo e a convivência profissional com o Dilamar, me transformaram em Machadinho. Se bem que a estatura também é responsável pelo apelido, reconheço.

Vim para Porto Alegre, fui locutor da Rádio Farroupilha, trabalhei como escuta e depois como repórter na Rádio Gaúcha e, aos poucos, virei repórter da TV Gaúcha. Quando a empresa se transformou em RBS, trabalhei na Zero Hora.

Depois de encerrar meu ciclo em rádios e jornais, fui trabalhar como assessor e atuei no Piratini, na Assembleia e na Câmara de Vereadores. Mais tarde, quando já estava aposentado, fui convidado pelo Ibsen Pinheiro, meu primo, para trabalhar na TVE. Fiquei lá por oito anos e apresentei o programa Consumidor em Pauta, um espaço que me realizou como jornalista.

Hoje, depois de coordenar a Comunicação Social na SECOPA, estou na Secretaria Municipal da Juventude, não pela idade, mas pelo que o secretário Diego Buralde acredita no meu trabalho.

Vivi emoções fortes, mas grandes decepções também. A profissão de jornalista nos leva para caminhos que trilhamos com entusiasmo, mas nos coloca diante de situações que não gostaríamos de viver. Mas, em qualquer circunstância, sobra a sensação de ter cumprido e vivido momentos que somente o jornalismo proporciona.

De repente, estamos compartilhando com milhares de leitores e ouvintes, a verdade sobre algo até então desconhecido. Não é raro o momento em que dividimos a surpresa e a emoção de momentos inesperados, alguns de alegria e outros de imensa tristeza. Faz parte da profissão.

No nosso dia, quero dividir com todos os meus amigos jornalistas, com tofos os profissionais que, como eu, amam e se orgulham de ser jornalista, a emoção de, quem sabe desde o primeiro dia em que sentou diante de um microfone, até hoje, sentir o coração vibrar com a emoção de ter escolhido esta profissão: JORNALISTA.

Tenham todos um Bom Dia!