Igreja pede
apoio ao PT
Site do Políbio
Braga*
Os fiéis
católicos que foram ontem à noite, sexta-feira, até a novena pela Festa da
Nossa Senhora do Trabalho, que acontecerá no dia 1º de maio na zona norte de
Porto Alegre, foram surpreendidos pelo anúncio feito dentro da igreja, a mando
do padre Alcides José Viergutz, segundo o qual todos deveriam ir até o altar
para assinar proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela
Reforma Política Democrática" na forma de um projeto de lei do PT.
Isto acontece em
todas as igrejas do RS, mas o projeto não é apresentado aos fiéis, que assinam
tudo em branco.
A ordem é da
Arquidiocese e vale para todas as igrejas católicas do RS.
A Paróquia
Santuário Nossa Senhora do Trabalho fica na avenida Benno Mentz 1560, Vila
Ipiranga, zona Norte.
O projeto do PT,
apoiado pela CNBB, que nem foi mostrado aos fiéis da novena de ontem a noite,
contempla itens absolutamente contestáveis. (1) A proibição do financiamento de
campanha por empresas, termo que apresenta um componente ideológico
escandaloso, excluindo as empresas - representadas por seus proprietários - de
se posicionarem em um plano da vida pública que é determinante para o exercício
de suas atividades. (2) Eleições proporcionais em dois turnos, processo que, ao
contrário da economia advogada no projeto, geraria um gasto monstruoso de
recursos públicos. (3) Paridade de gênero, com o estabelecimento descabido do
sexo - e não da competência e qualificação - como critério para pleitear o
exercício de um mandato político.
Mas o elemento
que definitivamente compromete o apoio da CNBB à proposta de reforma política é
o fortalecimento dos mecanismos de "democracia direta". Trata-se de
uma forma de inserir a "sociedade civil" nas decisões que envolvem "questões
de grande relevância nacional", colocando-a na elaboração e na condução de
plebiscitos e referendos.
Acontece que a "sociedade civil" será
representada - não pelo cidadão comum -, mas por uma série de organizações e
"movimentos sociais" como MST, CUT, UNE, CTB, UBM, CONTAG, ABONG, ou
seja, quase todos aparelhos do PT e seus aliados. Estes grupos - que assinam a
proposta de reforma política com a CNBB - serão inseridos nas instâncias
decisórias da vida pública e eles irão definir quais são as "questões de
grande relevância nacional".
Grupos que contrariam frontalmente os
princípios e orientações da Igreja Católica: disseminam a luta de classes;
promovem atividades criminosas contra o patrimônio público e privado; estão
comprometidos com a ideologia de gênero; exigem a legalização das drogas e a
implantação definitiva do aborto.É, claramente, que o projeto maquia um
consórcio para administrar as "questões de grande relevância
nacional" e realizá-las.
Já existe forte
movimento em Porto Alegre e em várias cidades brasileiras, pelo qual os fiéis
da Igreja católica exigem que a CNBB volte atrás na sua aliança com a vanguarda
do atraso da esquerda e seus aliados dos movimentos dos ressentidos sociais.
*Publicado no site do jornalista Políbio Braga
Machado Filho