quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quinta alta seguida

Juros avançam para 13,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar nesta quarta-feira (29) os juros básicos da economia de 12,75% para 13,25% ao ano, uma nova alta de 0,50 ponto percentual. Foi o quinto aumento consecutivo da taxa Selic, que segue no maior patamar desde o início de 2009, quando estava em 13,75% ao ano, ou seja, em seis anos.

A decisão confirmou a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro. Com uma taxa mais alta de juros, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia.

O novo aumento dos juros básicos acontece em um momento delicado, com a economia ainda se ressentindo de um baixo nível de atividade, com desemprego em alta (o maior desde 2011), mas com a inflação fortemente pressionada pelo aumento de tarifas públicas, como energia elétrica e gasolina, embora o dólar tenha registrado queda nas últimas semanas.

Ao fim do encontro do Copom, o BC divulgou o seguinte comunicado: "Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 13,25% a.a., sem viés". 

Operações do BNDES

Senado aprova fim do sigilo

O governo Dilma Rousseff sofreu nesta quarta-feira, 29, uma derrota no Senado com a aprovação do fim do sigilo nas operações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apresentada pela oposição na Câmara, a mudança foi incluída na Medida Provisória 661. A MP, que agora seguirá para a sanção da presidente Dilma Rousseff, também autorizou o Tesouro Nacional a conceder um empréstimo de R$ 30 bilhões ao BNDES.

O texto altera uma lei de 2009 para prever que "não poderá ser alegado sigilo ou definidas como secretas operações de apoio do BNDES ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras". Ou seja, a mudança permite a abertura das operações do banco com países estrangeiros e com os chamados campeões nacionais", empresas que receberam aportes de recursos da instituição de fomento. Originalmente, a MP foi editada com o propósito de autorizar a União a conceder crédito ao BNDES e a destinar superávit financeiro das fontes de recursos existentes no Tesouro Nacional à cobertura de despesas primárias obrigatórias.

Um dos objetivos da oposição é ter acesso aos dados do financiamento do BNDES na construção do Porto de Mariel, em Cuba. As obras custaram US$ 957 milhões e receberam aporte de US$ 682 milhões do BNDES. Os oposicionistas na Câmara já protocolaram um pedido de criação da CPI sobre as operações do banco, mas ainda não há uma definição se ela efetivamente será aberta.
"Imagine o BID ou o Bird fazendo empréstimos secretos? Aqui, no BNDES, não temos o direito de saber em que condições recursos públicos estão sendo repassados, a taxas privilegiadas concedidas para governos amigos, cobertos pelo manto do sigilo", criticou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Após a votação, o novo líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), disse que a maior preocupação com o fim do sigilo é com os empréstimos internacionais. Segundo ele, é preciso evoluir na questão.

"Eu conversei com o Luciano Coutinho (<i>presidente do BNDES</i>). Ele está disposto a fazer uma reunião fechada e ajustar quais são as informações que o BNDES pode socializar e que tipo de informação é segredo comercial e tem que ser preservado. Para estabelecer critérios claros, para começar acabar com esse discurso que o BNDES é uma caixa preta", disse o líder governista. (Agência Estado)

Luto

Morreu o treinador Valmir Louruz



O técnico campeão da Copa do Brasil, em 1999, pelo Juventude de Caxias, morreu esta tarde em Porto Alegre. Valmir Louruz, que tinha 71 anos, sofreu um mal súbito e morreu na Santa Casa de Misericórdia.

Além do título pelo Juventude, ele foi terceiro colocado no Brasileiro de 1985, treinando o Brasil de Pelotas. Valmir Louruz também treinou o Internacional, Pelotas, Figueirense-SC, Náutico-PE, Vitória-BA, Santa Cruz-PE, Júbilo Hiwata (Japão) e Al-Ahli (Arábia Saudita).

Valmir Louruz recebeu o título de Treinador do Século, do Juventude de Caxias do Sul.

Mega-Sena

Preço da aposta vai subir


A Caixa Econômica Federal foi autorizada a reajustar os preços das apostas da Mega-Sena, Lotofácil, Quina e Dupla-sena. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" nesta quarta-feira (29) e passa a valer a partir de 24 de maio.

O preço da aposta mínima da Mega-Sena, com 6 números, passa de R$ 2,50 para R$ 3,50. Os preços das combinadas serão:



7 números – R$ 24,50
8 números – R$ 98
9 números – R$ 294
10 números – R$ 735
11 números – R$ 1.617
12 números – R$ 3.234
13 números – R$ 6.006
14 númreos – R$ 10.510,50
15 números – R$ 17.517,50

Quina

Para a Quina, o valor da aposta de 5 números será reajustado para R$ 1,50 a partir de 24 de maio no concurso 3.486.

Lotofácil e Dupla-sena

A partir de 23 de maio de 2015, o apostador vai pagar R$ 2,00 na aposta da Lotofácil. Na Dupla-sena, o preço da aposta de seis números passa a R$ 2.

Opinião

Bendine precisa da ajuda da santa

Elio Gaspari*

29/04/2015


O presidente da Petrobras indicou que já resolveu o caso da SBM, atropelando o Tribunal de Contas da União

O presidente da Petrobras usa na lapela um broche com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Que ela o proteja. O comissário acaba de anunciar que no seu plano de investimentos, “talvez você pegue uma SBM, que é uma importante fornecedora”.

Importantíssima, porém proibida de fazer negócios com a empresa que Bendine preside. A SBM é uma das maiores companhias da Holanda. Em 2012, faturou algo como US$ 5,5 bilhões e 60% de seus negócios vieram da Petrobras, a quem aluga navios, sondas e plataformas. Dois anos depois, ela pagou uma multa de US$ 240 milhões por ter distribuído propinas pelo mundo afora. No seu acordo com o governo holandês, a empresa reconheceu que molhou mãos em Angola e na Guiné Equatorial. Em relação à Petrobras, apareceram apenas “bandeiras vermelhas”. Tudo bem. Foram pagas comissões “legítimas” de US$ 139 milhões ao seu representante no Brasil, que, a esta altura, mora em Londres. O petrocomissário Pedro Barusco confessou que a SBM pagava-lhe propinas desde 1997. Graças a elas, fez um pé de meia de US$ 22 milhões.

Ao dizer que a SBM “é uma importante fornecedora”, de duas uma: Bendine não lê jornais ou acredita que pode dizer o que bem entende. Como a primeira hipótese é implausível, resta a segunda. Maria das Graças Foster, sua antecessora, acreditou que era uma “Dama de Ferro” e talvez tenha até acreditado que na infância viveu no Morro do Alemão. Referindo-se à sua capacidade de combater roubalheiras na empresa, disse que “não ficará pedra sobre pedra”. Parolagem.

A SBM foi uma das primeiras empresas a entrar na roda da Lava-Jato e em novembro passado a doutora Graça suspendeu os contratos que ela mantinha com a Petrobras, vendando-lhe acesso a novas licitações. Documentos da própria SBM mostram que na transação do navio-plataforma P-57, vendida por US$ 1,2 bilhão, a comissão foi de US$ 36,3 milhões. Barrada no baile, a SBM começou a negociar um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União. A CGU pedia uma indenização de R$ 1 bilhão e a SBM teria oferecido R$ 400 milhões. No dia 17 de março, chegou-se a um memorando de entendimento cujo teor ainda não é conhecido. Sabe-se apenas que contém a base para a discussão de um “acordo mutuamente aceitável”. Esses acordos destinam-se a proteger as empresas das malfeitorias atribuídas a funcionários. Tudo bem, desde que a empresa conte quanto deu, quem pagou e quem recebeu. Sem essa fulanização, inverte-se a equação e blinda os malfeitores. Compra o próprio silêncio.

Aldemir Bendine antecipou sua própria leniência para com a “importante fornecedora”. Atropelou a CGU e o Tribunal de Contas da União, a quem cabe a última palavra, e deixou as duas instituições numa situação constrangedora.

Pode-se entender que bancos, empreiteiras ou fornecedores de equipamentos e propinas queiram proteger suas reputações e, sobretudo, seus investimentos em projetos micados. A pior maneira para se conseguir isso é o estilo-trator, com a ajuda de hierarcas da Petrobras atropelando instâncias e empulhando a patuleia. Foi assim que se criou a encrenca desvendada pela Lava-Jato. Desde 1997, a SBM, Pedro Barusco e outros petrocomissários faziam as coisas no peito. Deu no que deu.

*Elio Gaspari é jornalista
Artigo publicado no jornal O Globo




Bom Dia!

Começou a montagem da grande pizza!


A decisão da 2ª Turma do STF, na tarde de ontem, mandando nove empresários presos pela Operação Lava Jato para o regime de prisão domiciliar, indica que começou a ser montada a imensa pizza em que se transformará o petrolão.

Sob o comando do relator, Teori Zavascki e com os votos favoráveis de Dias Toffoli e Gilmar Mendes, os envolvidos no escândalo das propinas na Petrobras, foram para casa. Votaram contra os ministros Celso de Mello e Carmem Lúcia. 
Mas os detalhes de tudo é que chamam a atenção. Vamos por partes, como diria o esquartejador. 

O ministro Dias Toffoli, sabidamente alinhado ao PT, que chegou ao STF simplesmente por ser amigo de Lula e advogado do Partido dos Trabalhadores, agora também presidente do TSE, de uma hora para outra decidiu ocupar uma vaga na 2ª Turma, casualmente a que julgará os empresários envolvidos. 
Teori Zavascki, o relator, já se sabe que está totalmente alinhado com o governo, sendo que seu voto não causou nenhuma surpresa. Gilmar Mendes,bem, esse é um ministro do qual se pode esperar qualquer tipo de voto. Assim como foi odiado, já foi idolatrado pelos petistas.

Dois dias antes do julgamento do pedido de liberdade condicional dos prisioneiros, a revista Veja publicou que o empresário Leo Pinheiro estava ameaçando fazer delação premiada contando os pedidos de ajuda que recebeu do ex-presidente Lula. O empresário teria ajudado, por exemplo, na reforma do sítio paradisíaco de Luiz Inácio, em Atibaia, e conseguido emprego, com alto salário, para o marido de Rosimeire, a amante de Lula.

Melhor liberar Léo e evitar que ele abra a boca e acabe contando o que não interessa ao PT e, principalmente, ao Lula.

Um dos beneficiados é Ricardo Pessoa, presidente da UTC e coordenador do clube das empreiteiras que dividiam as autorizações para obras e pagavam as propinas bilionárias, muitas delas entregues ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O que impressiona, são as condições impostas para que os pressos passem para o regime de prisão domiciliar. Devem usar tornozeleira, entregar o passaporte a Justiça, não podem sair do país, são obrigados a ficar dentro de casa e não podem manter contato com outros investigados. Precisam, também, comparecer a cada 15 dias em juízo e não podem mudar de endereço sem avisar a Justiça. 

Quem leu as condições impostas para a mudança de regime, pode até pensar que se trata de algo muito duro e sério. Basta ver o que está acontecendo com os condenados no mensalão para saber que estamos no Brasil, onde quase tudo parece ser o que não é. Breve teremos notícias de que alguns já foram liberados, por exemplo, para viagens com familiares, assim como aconteceu com o Zé Dirceu.

Não tenho nenhuma dúvida de que aquilo que a gente esperava ser o começo do fim da grande corrupção institucionalizada no governo federal, não vai dar em nada, ou melhor, vai dar sim. A partir da decisão dos ministros da 2ª Turma do STF, com os votos comandados por Teori Zavascki e Dias Toffoli, ou seja, pelo governo, o petrolão, que causou um rombo bilionário na Petrobras, que encheu os cofres de alguns partidos, principalmente do PT, que financiou campanhas milionárias, está provado que começou a montagem de uma grande pizza!

Tenham todos um Bom Dia!