sexta-feira, 26 de junho de 2015

Delação premiada

Ex-presidente da UTC afirma que tesoureiros
de Dilma e do PT receberam R$ 3,6 milhões

Filippi e Vaccari
O ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores. 

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações. 

Atual secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Filippi, é uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma Rousseff ele foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil). (Agência Estado)

Opinião

Aperta-se o cerco a Dilma

O ESTADO DE S. PAULO
26 Junho 2015

A clara disposição de Luiz Inácio Lula da Silva de se descolar de sua própria criatura aparentemente está sendo interpretada como um sinal de liberação geral da campanha de isolamento político de Dilma Rousseff e do consequente confinamento do governo aos estreitos limites de sua incompetência para lidar com a crise em que ele próprio mergulhou o País. A se confirmar essa tendência bem expressa no clima de salve-se quem puder em que a chamada classe política se debate, os desdobramentos da crise no plano político – no econômico é outra história – são imprevisíveis, uma vez que Dilma tem ainda três anos e meio de mandato pela frente, o que torna praticamente impossível empurrar a crise com a barriga até que nova eleição presidencial acomode a situação.

A conjugação de duas iniciativas cujos primeiros movimentos já se tornaram visíveis anuncia o quadro sombrio que se desenha para o Planalto. De um lado, forças de esquerda reunidas numa aliança de pequenos partidos ideológicos com a ala autoproclamada “progressista” do PT articulam a formação de uma “frente ampla” de combate ao ajuste fiscal e à política econômica “liberal” personificada na figura do ministro Joaquim Levy. De outro lado, dentro do PMDB ganha corpo a disposição de devolver a Dilma Rousseff a coordenação política por ela delegada, em desespero de causa, ao vice-presidente da República, Michel Temer, o que implicaria, pelo menos tacitamente, o rompimento da combalida aliança dos peemedebistas com o governo petista.

De acordo com o jornal Valor, a oportunidade – na verdade, o pretexto – para que Michel Temer devolva a articulação política ao Planalto seria o fim da votação do ajuste fiscal no Congresso, que deverá ocorrer provavelmente em agosto. Com isso, estaria cumprida a missão confiada por Dilma ao vice-presidente da República. A essa intenção dos caciques peemedebistas – estimulada tanto pelo fato de Lula estar procurando se descolar de Dilma quanto pela crescente deterioração da credibilidade e da popularidade da presidente – não estaria alheio Michel Temer, um político geralmente cauteloso, cuja preocupação maior seria a de calibrar o avanço na direção do descolamento de Dilma para não comprometer gravemente o projeto de ajuste fiscal do qual o PMDB se tornou avalista. De resto, muitos peemedebistas – que consideram pacífica a opção de lançar candidato próprio no pleito presidencial de 2018 – entendem que o PMDB deve se apresentar já para as eleições municipais do próximo ano livre da conotação eleitoralmente negativa de uma aliança com Dilma e o PT.

De qualquer forma, a articulação da tal “frente ampla” contra a política econômica “liberal” avança a cada dia, tendo à frente, entre outros líderes das correntes de esquerda do PT, o fundador do partido, ex-ministro de Lula e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que seria um dos responsáveis pela redação do manifesto do grupo, a ser divulgado no início de julho. 

Especula-se que por detrás desse movimento estaria o próprio Lula, embora essa possibilidade seja desmentida pelos articuladores. Afinal, não é despropositado imaginar que o ex-presidente se anime com a possibilidade de contar com o apoio de algo parecido com uma aliança de forças “progressistas” para embalar sua candidatura à Presidência em 2018 empunhando a bandeira do combate ao “liberalismo”. Isso se até lá Dilma e sua incompetência política e administrativa já não tiverem desmoralizado definitivamente o “progressismo” esquerdista aos olhos de um eleitorado que, na verdade, almeja condições dignas de vida representadas pela garantia de acesso a bens sociais e de consumo num ambiente de plena liberdade.

Esses dois movimentos – o do PMDB e o dos “progressistas” –, produtos de uma mesma circunstância, mas sem nenhuma relação um com o outro, significariam o cerco do Palácio do Planalto pela direita e pela esquerda, deixando pouco espaço para a ineficiente oposição partidária, representada pelo PSDB.

O risco desse tipo de jogo partidário é o de seus principais personagens se entredevorarem, deixando sozinho na cena algum ousado aventureiro.

Linha Turismo

Embarque em frente ao BarraShopping


Foto: PMPA
A partir desta sexta-feira, 26, moradores e visitantes que frequentam o BarraShoppingSul, na zona Sul da Capital, têm a facilidade de poder comprar bilhetes para o city tour Linha Turismo dentro do próprio empreendimento e, além disso, embarcar nos ônibus de dois andares para um passeio no Centro Histórico em um terminal localizado em frente ao shopping. A novidade foi lançada nessa quinta-feira, 25, por meio de parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR) e o shopping, que passa a contar também com um Ponto de Orientação e Informação Turística (Pint) no espaço de recepção e informação do estabelecimento, localizado no Nível Guaíba, próximo às escadas rolantes.

Operação Acrônimo

PF investiga possíveis "vantagens indevidas"
recebidas pela empresa de Carolina Oliveira


Pimentel e Carolina
A Polícia Federal apura se o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), recebeu vantagens indevidas e valores ocultos de empresas com interesse em contratos com o BNDES por intermédio da firma de sua mulher, Carolina Oliveira. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a polícia, a Oli Comunicação, de Carolina, e empresas parceiras receberam 3,6 milhões de reais entre 2012 e 2014 de empresas que "mantinham relações" ou tinham "interesses" no BNDES. O período abriga justamente o período em que Pimentel esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento, ao qual o banco de fomento é subordinado.

Na avaliação da PF, segundo o jornal, Pimentel e Carolina podem ter cometido "corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de capitais".Na segunda fase da Operação Acrônimo, deflagrada na quinta-feira, a PF encontrou planilhas que mostram pagamentos dos grupos Marfrig e Casino (que controla o Pão de Açúcar) de 595.000 reais e 363.000 reais, respectivamente. 

"É razoável inferir-se que pode ter havido simulação de contratação da Oli Comunicação pelo Grupo Casino e pelo Marfrig Global Foods, a fim de repassar valores que, em última análise, poderiam ter como destinatário o então Ministro de Estado titular do MDIC", disse a PF.

 A defesa de Carolina e Pimentel informou, no entanto, que os valores foram pagos para a MR Consultoria, empresa do consultor Mário Rosa, próximo de Pimentel. A PF também fez buscas na agência Pepper e encontrou repasses de 230.000 reais da empresa à Oli, em 2013, após ela receber do BNDES para "produção e manutenção de um hot site e peças para internet" da campanha "Conte com o BNDES".

Tesouro Nacional

Pior resultado em 17 anos

O governo central registrou um deficit de R$ 8 bilhões em maio, resultado menor que os R$ 10,4 bilhões negativos do mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (25/06) pelo Tesouro Nacional. No acumulado em cinco meses, foi computado um superavit primário (economia para o pagamento da dívida pública) de R$ 6,6 bilhões, o pior para o período desde 1998, quando o saldo ficou positivo em R$ 4,9 bilhões. Esse resultado encolheu 67,5%, em valores corrigidos pela inflação em relação aos R$ 19,3 bilhões registrados no mesmo período de 2014.

A receita líquida total das contas do Tesouro, do Banco Central e da Previdência Social registrou queda real de 3% de janeiro a maio, para R$ 432,2 bilhões. Enquanto isso, as despesas cresceram 0,2%, para R$ 425,5 bilhões.

Esse resultado fiscal deixa o governo bastante distante da meta de superavit primário prometida para o ano, de R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Desse total, a meta para o governo central é de R$ 55,3 bilhões, ou seja, até maio, o Tesouro só conseguiu cumprir 12% da meta. (Fonte: Correio Braziliense)

Corrupção na FIFA

Suiça nega recurso de envolvidos


José Maria Marin
A Justiça da Suíça fecha as portas para que os dirigentes da Fifa presos há um mês aguardem a eventual extradição aos EUA em liberdade condicional. O Tribunal Superior do país rejeitou nesta sexta-feira um recurso apresentado pelo uruguaio Eugênio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e que no dia 27 de maio foi preso em Zurique à pedido do FBI. Ele, ao lado de José Maria Marin e outros seis dirigentes, são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção e fraude no futebol envolvendo milhões de dólares. 

Figueredo foi o único a entrar com um recurso para pedir para aguardar a extradição em liberdade. Os advogados de Marin optaram por esperar até que o pedido oficial de extradição fosse realizado pelos americanos para avaliar qual será a estratégia. 

A tese da defesa do brasileiro é de que, em caso de uma resposta negativa da Justiça, como acabou ocorrendo no caso de Figueredo, o acusado teria todas suas opções fechadas, até o final do processo. (Agência Estado)

Bom Dia!

Descendo da Nuvem


Tenho que confessar minha profunda admiração pela quase ineditismo da atitude do Léo Iolovitch. Exatamente quando o mundo inteiro começa a falar em fim do livro impresso, superado pelas publicações na internet, ele faz exatamente o contrário. 

Depois de muitos anos publicando seus maravilhosos textos no blog Na Nuvem, ele decide transformar tudo em um livro definitivamente imperdível.

"Descendo da Nuvem" traz em suas páginas, os textos que encantaram a maioria daqueles que estão lendo este comentário e que acessaram a internet para provar as delícias das histórias contadas pelo Léo e que sempre acabam com a sugestão de uma música para se ouvir depois, ou durante a leitura. 

Amanhã, dia 27, no Museu de Artes, na Praça da Alfândega, às 10 e meia,  haverá um encontro de amigos que sairão de lá com um uma quase relíquia nas mãos. Amanhã o Léo Iolovitch estará autografando o Descendo da Nuvem e entregando aos privilegiados que estiverem lá.

Será um momento raro de reencontro de pessoas amigas, de admiradores do Léo e seu texto maravilhoso sobre as coisas de Porto Alegre. São crônicas que fotografam acontecimentos e momentos da cidade.

Só de lembrar da história da visita do Ray Charles a um bar da Joaquim Nabuco, onde tocou piano e cantou por algumas horas, e do comentário de um cliente já bem alcoolizado, contada pelo Léo, fico pensando no quanto os leitores viverão de surpresas e alegrias ao ler todo o Descendo da Nuvem.

Parabéns, Léo Iolovitch. Amanhã a gente se encontra.

Tenham todos um Bom Dia!

O Som do Dia

Como hoje é sexta, começo do fim de semana, Prova de Carinho,  um samba maravilhoso na voz de Adoniram Barbosa e Vânia Carvalho.