sexta-feira, 17 de julho de 2015

BNDES e fundos de pensão

Eduardo Cunha autoriza CPIs 

Não demorou muito e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já colocou em prática na tarde desta sexta-feira o seu primeiro ato no papel de oposicionista: autorizou a instalação de CPIs (comissão parlamentar de inquérito) que causam pavor no governo. As duas frentes devem investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os fundos de pensão de bancos públicos e estatais.

Os requerimentos de criação das CPIs foram apresentados em abril deste ano pelos partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - e aguardavam a ordem de instalação para entrar em funcionamento. Para viabilizar as comissões - estavam no 7º e 8º lugar na fila, sendo que apenas cinco podem funcionar ao mesmo tempo -, o peemedebista arquivou outras propostas de CPI: a do setor elétrico, de violência contra as mulheres, desabastecimento de água e telefonia móvel.

A CPI do BNDES pretende apurar os empréstimos secretos concedidos pelo banco a outros países, como Angola e Cuba, e os repasses feitos a empresas de fachada que foram alvo de denúncia na operação Lava Jato. Entre 2003 e 2014, o BNDES concedeu financiamentos de pelo menos 2,4 bilhões de reais a essas empreiteiras.

Já a outra CPI visa apurar a aplicação de recursos destinados a quatro fundos de pensão: Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis). Conforme requerimento apresentado pela oposição, há a suspeita "de que houve má-fé na gestão do patrimônio desses fundos".

Eduardo Cunha também deu aval nesta sexta a outras duas CPIs: para investigar crimes cibernéticos e maus tratos a animais.(Fonte: veja.com)

Rapidinhas








Governo federal suspende verbas do 'Minha Casa’ 
das famílias mais pobres 
Determinação é não contratar novos financiamentos para a faixa 1 do programa habitacional, voltado para as famílias que ganham até R$ 1,6 mil por mês, até que o governo federal consiga colocar em dia os pagamentos atrasados das obras.
Os dados mostram que o governo descumpriu a promessa de construir 350 mil novas casas no primeiro semestre deste ano. O anúncio oficial da prorrogação da segunda etapa foi um agrado para o setor da construção civil, que tinha medo do que realmente viria a acontecer: uma paralisia do segmento.

Líder do governo na Câmara diz que aliança com PMDB continua
O líder de governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta sexta-feira (17) que a aliança do Palácio do Planalto com o PMDB vai continuar. Ele foi questionado sobre a aliança após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter anunciado seu rompimento político com o Palácio do Planalto por entender que há uma articulação do governo para envolvê-lo na Operação Lava Jato.
“A aliança do governo é com o PMDB e vai continuar porque é necessário e fundamental. O Temer é o articulador político do governo e vai continuar sendo”, disse Guimarães.

Busca e apreensão e quebra de sigilo podem 
ser usados em investigação contra Lula
A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu um procedimento de investigação criminal para apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico internacional de influência em favor da construtora Norberto Odebrecht.
A procuradoria suspeita de fatos que tenham ocorrido entre 2011 e 2014 - quando Lula já havia deixado a Presidência. O documento diz que a suspeita é de que Lula teria obtido "vantagens econômicas da empreiteira Odebrecht, a pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente dos governos da República Dominicana e de Cuba (neste caso, em relação a obras financiadas pelo BNDES) e por agentes públicos federais brasileiros".
Segundo a Procuradoria, agora poderão ser usados todos os instrumentos investigatórios - incluindo ações de busca e apreensão e quebra de sigilo. A investigação é conduzida pela procuradora Mirela Aguiar.

'O senhor é diferente pessoalmente', disse 
funcionário de Youssef a Collor
Em seu acordo de delação premiada, Rafael Angulo Lopes, braço direito do doleiro Alberto Youssef contou ter feito essa declaração a Fernando Collor de Mello (PTB-AL) porque o senador parecia ser mais velho pessoalmente.
A frase, disse, provocou um sorriso forçado do ex-presidente e teria encerrado o encontro com Angulo. Na visita, o emissário de um dos principais delatores do esquema de corrupção da Petrobras teria repassado suposta propina no valor de R$ 60 mil ao ex-presidente.
Angulo revelou aos investigadores que se encontrou com o congressista em seu apartamento, em São Paulo, localizado na Bela Vista. Ele disse que quando chegou ao imóvel, foi levado para uma sala grande, com móveis antigos, coloniais em tons dourados, e que após alguns minutos foi atendido pessoalmente por Collor.
De acordo com o emissário, Collor trancou a sala com chave, o levou para outra antessala e questionou sobre a visita. Ele explicou que deseja entregar um "documento", e questionou se Collor sabia quantas páginas tinha.
O funcionário de Youssef reproduziu o seguinte diálogo: "O senhor que está vindo, o senhor que deve saber", teria afirmado Collor de maneira séria. "Eu trouxe 60, o senhor sabe", rebateu. "Sei", respondeu Collor.

Emprego na indústria recua 1% em maio, mostra IBGE
Pela quinta vez seguida, o emprego na indústria recuou. De abril para maio, a queda foi de 1%,  a mais intensa desde fevereiro de 2009 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). o recuo nesse mês foi o mais intenso desde fevereiro de 2009 (-1,3%) Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi ainda maior, de 5,8%.
O contingente de trabalhadores recuou na maioria dos ramos pesquisados, com destaque para meios de transporte (-11%), alimentos e bebidas (-3,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,9%), produtos de metal (-10,6%) e máquinas e equipamentos (-7,2%), entre outros.

Prévia do PIB mostra economia paralisada em maio
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,03% em maio em relação ao mês anterior, informou o Banco Central nesta sexta-feira. Isso significa que o nível da atividade econômica ficou praticamente estagnado nesse período.
Sem dar sinais de recuperação da contração de 0,2% verificada no primeiro trimestre, o PIB caminha, assim, para um quadro de recessão técnica, quando o desempenho da economia cai por dois trimestres seguidos. Com isso, a trajetória de recuo da atividade prossegue no país, em um ambiente marcado por ajuste fiscal, inflação alta, aperto da política monetária e aumento do desemprego.

Assembleia de SP abre compra de 56 carros de luxo para deputados
A Assembleia Legislativa de São Paulo vai gastar pelo menos R$ 4,8 milhões na compra de 56 carros de luxo para os deputados estaduais e funcionários de alto escalão da Casa. O valor unitário de cada veículo foi estimado em R$ 82.668,00. Cada revisão vai custar R$ 4.156.
A abertura do pregão eletrônico para escolha da empresa fornecedora está marcada para 27 de julho. Vencerá quem oferecer o menor preço. O edital exige sedan médio, quatro portas, distância mínima entre eixos de 264 cm, motor de 1.8 litros, potência de 140 cavalos, transmissão automática, direção assistida, ar condicionado, trio elétrico, air bag duplo, freios ABS e navegador GPS integrado ao painel.
A licitação diz que a empresa vencedora, após a assinatura do contrato, deverá entregar os veículos na sede da Assembleia, no prazo de até 60 dias corridos, com todos os tributos, embalagens, fretes, licenciamento e emplacamento.

Rompimento pessoal

Cunha: 'Governo quer me arrastar para a lama'

Foto: Estadão


Em coletiva realizada nesta sexta-feira, presidente da Câmara anunciou a sua ruptura com o Planalto e disse que vai defender que seu partido também quebre a aliança


Além de anunciar, como era esperado, seu rompimento pessoal com o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na manhã desta sexta-feira (17), que vai defender que o PMDB saia do governo. "Eu, como político e deputado do PMDB, e não como presidente da Câmara, vou pregar no congresso do PMDB, em setembro, que o PMDB saia do governo. Eu, pessoalmente, a partir de hoje, me considero com um rompimento pessoal com o governo", disse Cunha, um dia depois que veio a público o depoimento do lobista Júlio Camargo, que acusa o peemedebista de cobrar US$ 5 milhões em propinas.


Cunha disse que, como deputado, não aceita que o PMDB faça parte de um governo que quer arrastar os que o cercam "para a lama".
O presidente da Câmara se defendeu das acusações de ter recebido propina e atacou o governo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o juiz Sérgio Moro e os delatores Julio Camargo e Alberto Youssef. Cunha vai pedir ainda que o processo vá para o Supremo Tribunal Federal.
Segundo Cunha, "estão pegando dados do Youssef seletivamente", uma vez que o doleiro disse que Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva sabiam do esquema, mas não foram alvo de inquérito (Agência Estado)

Bom Dia!



Assim que der, explico para todos as razões que me impedem de trabalhar como gosto, e como vocês merecem, aqui no blog.São problemas particulares que já estão sendo solucionados. Volto logo.

No espaço do meu comentário diário, deixo com todos o artigo da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado no Estadão de hoje.

Tenham todos um Bom Dia!

Ruptura
Eliane Cantanhêde
17 Julho 2015 

Alguém achou a coisa mais natural do mundo o PMDB reunir solenemente toda a sua cúpula só para apresentar as novidades digitais do partido para 2016 e 2018? Pois não teve nada de natural. Foi apenas o pretexto para uma comunicação oficial muito mais importante: o descolamento do PT e a ruptura branca com o governo Dilma Rousseff.

Toda a linha sucessória da República perfilou-se para o anúncio: o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. Para não deixar dúvidas quanto ao significado e à seriedade do gesto, compareceu também o ex-presidente José Sarney.

Temer anunciou que o PMDB terá candidato próprio à Presidência em 2018, Renan desdenhou a aliança com o PT como "circunstancial" e Cunha, o mais novo frasista da República, soltou os cachorros. Para ele, a aliança "já acabou" e o casal "está dormindo em quartos separados".

Se todas essas manifestações ocorressem no último ano de governo e às vésperas da sucessão presidencial, ok. Mas no primeiro semestre de mandato?! Não faz sentido (ou, ao contrário, faz todo sentido) que justamente o vice-presidente da República comunique, a três anos e meio do fim do mandato, que a aliança vai terminar. Significa que já terminou, como disse Eduardo Cunha, bem mais belicoso.

Ele, aliás, completou o serviço ontem, num café da manhã com jornalistas de diferentes mídias. Com aquele jeitão que Deus lhe deu e que a presidência da Câmara aperfeiçoou, Cunha declarou que o PMDB "está doido para ficar longe do PT, ninguém mais aguenta a aliança com o PT". E sobre o governo Dilma, qual a opinião de Sua Excelência? Conforme os relatos dos colegas, Cunha previu que o Congresso será "ainda mais duro" depois do recesso e que o governo "não tem maioria": "Finge ter maioria, mas essa maioria só finge que é governo".

Cunha só não contava que a nova bomba da Lava Jato explodiria horas depois: a revelação do lobista Julio Camargo de que ele teria pedido US$ 5 milhões (US$ 5 milhões!!!) em propina num contrato de navios-sonda com a Petrobrás. Tudo o que Cunha conseguiu dizer, em sua defesa, foi que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "obrigou o delator a mentir". Pode uma coisa dessas? Os implicados querem fazer picadinho de Janot, mas eles é que estão assando na panela.

E assim "la nave va", com o governo ainda na metade do primeiro ano e Dilma já às vésperas dos julgamentos de suas contas no TSE e no TCU, as previsões de recessão e de desemprego só piorando e a agência Moody's com a caneta pronta para, a qualquer momento, rebaixar a nota de investimento do Brasil. E também pairam sobre o País - e sobre o mundo - a crise da Grécia e as incertezas quanto à China.

Desenha-se assim um cenário em que o "aliado" PMDB se tornou o mais ameaçador adversário do PT e do governo e discute à luz do dia o "day after" da deposição de Dilma com ministros e ex-ministros do Supremo, líderes "aliados" ao Planalto e próceres do PSDB. A saída não seria pelo TSE, com a possibilidade de posse do segundo colocado em 2014 ou de novas eleições, porque ambas desembocariam na solução Aécio Neves, mas sim via TCU, que empurraria o imbróglio do mandato de Dilma para o Congresso, ou seja, para o colo do PMDB, que é quem manda e desmanda na Câmara e cada vez mais no Senado.

Conclusão: quando reúne toda a cúpula mais graduada e sela publicamente o descolamento do PT e a ruptura branca com o governo, o PMDB está não só lançando com absurda antecedência a tese da candidatura própria em 2018, mas sim preparando a posse já de Michel Temer. Se é que o PMDB vai sobreviver à crise e à Lava Jato...

A posse de Temer, portanto, pode ser uma saída política, não uma solução para duas emergências: a economia esfarelando e a possibilidade crescente de prisões de ex-ministros e de batida policial na residência oficial do presidente da Câmara e até na do presidente do Senado. Mas antes das 6 da manhã, combinado?