terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pedalada da dívida

União bloqueia R$ 60 milhões do governo do RS


A opção do governo Sartori por quitar o salário dos servidores e manter em aberto a dívida com a União já dá reflexos à administração estadual. O Banco do Brasil informou, nesta terça-feira, o bloqueio de cerca de R$ 60 milhões que estavam no Tesouro.

O sequestro de valores seguirá como garantia até o Palácio Piratini quitar a dívida atrasada de julho. A parcela é de cerca de R$ 280 milhões. O governo estadual está, desta forma, impedido de repassar recursos inclusive a prefeituras e a fornecedores, assim como pagamento de precatórios e requisições de pequeno valor (RPVs).

Sartori disse que nesta quarta-feira vai a Brasília "continuar a jornada na defesa dos interesses do Estado" para reuniões no Supremo Tribunal Federal (STF), na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Ele encontrará na Capital Federal o Secretário do Tesouro, Marcelo Saintive.(Correio do Povo)

Opinião

Assuma seus erros, Dilma. Peça desculpas.
E - quem sabe? – poderemos conversar

Ricardo Noblat

Tem tudo para fracassar a diplomacia de Dilma à base de discursos para plateias de admiradores país a fora e de jantares para políticos amestrados no Palácio da Alvorada.

Dilma prega para convertidos selecionados mediante a garantia de que a aplaudirão. E se comporta entre os políticos da maneira que eles mais detestam: como um superior que dá instruções.

Ontem pela manhã, no Maranhão, o governador Flávio Dino (PC do B) recepcionou Dilma com gritos de aliados contra o “golpe”. Não há nenhum golpe em curso no país, mas isso não importa.

O PT e o governo chamam de “golpe” qualquer ameaça de impeachment mesmo que amparada na Constituição. E assim se comportam como supostas vítimas de uma direita enfurecida.

À noite, no Alvorada, Dilma jantou com 43 senadores dos partidos que sustentam o governo no Congresso e 21 ministros. Uma boa parte dos senadores foi embora depois reclamando dela.

Dilma não dialogou com ninguém – logo ela que só tem falado em diálogo para que o país atravesse as crises que o atormentam. Todas elas, diga-se, produzidas por Dilma e a sua turma.

Limitou-se a fazer um discurso indigesto, porque pobre de ideias e carente de novidades. Dilma cobrou apoio de todos. E, em troca, com nada acenou.

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi um dos senadores que consideram ter perdido o seu tempo para ouvir a presidente.

Dilma não aprendeu até hoje como proceder entre políticos. Se sabe como fazê-lo prefere não fazê-lo. E sequer consegue disfarçar a ojeriza que eles lhe causam.

Arrogante, resiste à proposta de assumir os erros que cometeu no seu primeiro mandato e de pedir desculpas por eles aos brasileiros.

Esse poderia ser o marco zero para o eventual reatamento de relações entre o distinto público e ela.

Ninguém a ajudará se ela não pedir ajuda. Se ela não se deixar ajudar. Se ele, principalmente, não fizer por onde ser ajudada.

Dilma fala como se tivesse o folgado apoio de uma maioria de governados. Quando, de fato, é rejeitada por 70% deles.

Presidente algum, nem mesmo o deposto Fernando Collor, foi mais rejeitado do que Dilma é.

Se ela não for capaz de compreender por que tantos querem vê-la pelas costas, jamais saberá como reconquistar o apoio deles. 

Publicado no jornal O Globo

Rapidinhas


Votação de nova fórmula da aposentadoria 
é prorrogada até 15 de outubro
O Congresso tem até o dia 15 de outubro para votar a MP 676 que instituiu a 
Fórmula 85/95 progressiva no cálculo das aposentadorias do INSS. Decreto 
publicado no DO da União no último dia 7 prorrogou a validade da medida por 60 dias. Se ela não for votada neste prazo, perderá a eficácia e a regra antiga, 
ou seja, apenas o fator previdenciário no cálculo dos benefícios, voltará a 
valer. A medida entrou em vigor em junho, instituindo um sistema de soma progressiva para o cálculo da aposentadoria, levando em conta o crescimento da expectativa de vida do brasileiro. A ferramenta foi editada pela presidenta Dilma em substituição ao fim do fator. Na hora da aposentadoria, vale o que for mais vantajoso para o trabalhador.

Cunha diz que governo tenta passar a imagem 
de que 'só existe o Senado'
Após a presidente Dilma Rousseff fazer um apelo aos senadores para barrar “pautas-bomba”, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (11) que não se considera um “incendiário” e que o governo tenta "passar a imagem de que só existe o Senado" Ele deu a declaração ao comentar um jantar oferecido pela presidente Dilma Rousseff a senadores na segunda-feira (10). Segundo ele, a conversa da presidente, que incluiu apenas ministros e senadores, não causou "constrangimentos" à Câmara. "Eu acho que é uma tentativa de passar a imagem que só existe o Senado. E achar que isso vai causar algum constrangimento para a Câmara, isso não vai, isso é bobagem", afirmou Cunha.

Decreto reduz em um ano prazo para estudante pagar dívida com o Fies
Decreto da presidente Dilma Rousseff (PT), publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (11), oficializou a redução de doze meses no prazo para que os estudantes beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) parcelem a dívida do financiamento. A determinação passa a valer nesta quarta-feira (12) e não altera os contratos já vigentes.
Até a publicação desta terça, o saldo devedor dos alunos poderia ser parcelado "em período equivalente a até três vezes o prazo de permanência do estudante na condição de financiado, acrescido de doze meses", como informava o decreto nº 7.790, de 15 de agosto de 2012, assinado pela própria presidente. Os doze meses de acréscimo foram retirados do texto original.

Estádio mais caro vira acampamento para trabalhadores do campo
O Estádio Mané Garrincha, o mais caro construído para a Copa do Mundo no Brasil, amanheceu nesta terça-feira (11) com colchões e barracas.
A área interna do complexo esportivo, que teve custo estimado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal em R$ 1,7 bilhão, tem servido de alojamento e dormitório para os participantes da 5ª Marcha das Margaridas, movimento em defesa das trabalhadores do campo. A expectativa da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), organizadora da marcha, é que 70 mil mulheres participem do encontro, que deverá ter as participações da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Governo reempacota projetos e anuncia 
novo programa de energia elétrica
O governo reempacotou projetos previstos para geração e transmissão de energia elétrica e lançou nesta terça-feira (11) o PIEE (Programa de Investimento em Energia Elétrica). No anúncio, o governo prometeu lançar até 2018 leilões de usinas de energia que seriam capazes de gerar entre 25 mil e 31 mil MW, além de 38 mil km de linhas de transmissão. A previsão é que esses investimentos cheguem a R$ 186 bilhões, sendo que R$ 106 bilhões seriam gastos somente após 2018. A presidente Dilma Rousseff também prometeu derrubar nos próximos meses em 15% o preço da bandeira tarifária vermelha, cobrança extra que tem sido empregada para compensar o uso mais intenso de termelétricas em meio à crise hídrica

Dólar volta a R$ 3,50 com desvalorização da moeda chinesa
Após duas quedas consecutivas, o dólar voltou a subir nesta terça-feira. Os operadores de mercado reagem à decisão do governo da China de desvalorizar fortemente o iuan, o que impactou os mercados de câmbio e ações ao redor do mundo, incluindo o do Brasil. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, opera em queda, também influenciado pelo fator chinês. A depreciação da moeda chinesa, de 1,9% - o maior ajuste feito desde 1994 -, ocorre após a divulgação de dados que mostram que a economia do país asiático passa por um momento de desaceleração.

11/08/2015


Governador confirma pagamento dos salários 
atrasados de julho (clicRBS)
Os valores começaram a ser depositados aos servidores ainda na noite de ontem

Preso suspeito de matar três mulheres e uma 
criança em Porto Alegre (Correio do Povo)
Jovem de 24 anos negou ser autor de chacina na Restinga

Contra protestos, Lula e Dilma apostam em 
movimentos sociais (O Globo)
Objetivo é responder aos protestos programados para domingo, que poderiam servir de combustível para articulação do impeachment

Dólar sobe frente a real após China desvalorizar iuan (Portal G1)
Na véspera, moeda recuou 1,85% frente ao real, a R$ 3,4429.Em agosto, dólar acumula alta de 0,53% e, em 2015, sobe 29%.

Dilma formaliza recondução de Janot ao cargo de 
procurador-geral (Portal IG)
Próximo passo é a aprovação da indicação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e pelo plenário do Senado

Reajuste do salário mínimo elevará em R$ 40 bi 
gasto da Previdência em 2016 (Estadão)

'A senhora foi legitimamente eleita, mas eu também fui', 
diz Collor a Dilma (Folha de S. Paulo)
Em meio à crise política que traga seu governo, a presidente Dilma Rousseff teve de ouvir um misto de conselho e desabafo do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que renunciou ao mandato de presidente em 1992 para escapar do impeachment.

Presidente da CNBB: "O povo já não aguenta mais 
tanta corrupção" (Correio Braziliense)
Chefe da Igreja Católica no Brasil critica, em entrevista ao Correio, a relação escusa entre os poderes político e econômico e afirma que o eleitor é o juiz dos candidatos

Dilma pede que senadores não aprovem pautas-bomba (Portal Terra)
A presidente Dilma Rousseff pediu o apoio dos senadores da base aliada para que não permitam a aprovação de matérias que causem despesas ao governo.

Auditores do TCU apontam falha em defesa de Dilma (Veja)
Julgamento das contas do governo relativas a 2014 deve acontecer a partir do dia 26 de agosto; parecer final sobre a rejeição ou aprovação das prestações é de competência do Congresso

Impeachment de Dilma seria "botar fogo no Brasil", 
diz Renan (Carta Capital)
Presidente do Senado afirma que o impeachment "não é o que a sociedade quer de nós" e define uma agenda para a retomada do crescimento

Governo pede penhora do CT e da Arena e cobra dívida de 
R$ 226,1 milhões do Atlético (Gazeta do Povo)
A CAP S/A, sociedade de propósito específico criada pelo Atlético para gerir a reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo, tem três dias para quitar uma dívida de R$ 226,1 milhões sob risco de ter o CT do Caju, o potencial construtivo cedido pela Prefeitura de Curitiba, receitas de faturamento do estádio, além da própria Arena, penhorados.

Bom Dia!

As razões do Gringo – 2


Na semana passada, quando alguns veículos tratavam o governador José Ivo Sartori como um verdadeiro judas em relação ao funcionalismo público, fiz um comentário, aqui mesmo, falando sobre ele e sua decisão de parcelar o salário dos servidores estaduais.

Defendi como tenho feito sempre, o direito dos trabalhadores de receberem seus salários em dia, sem parcelamento. Até comentei que muitos servidores do Estado ganham muito pouco.

Fiz uma ressalva, o que motivou muitos apoios ao que escrevi e algumas poucas discordâncias. Certamente de trabalhadores indignados por ter o salário parcelado, pagando juros sobre contas atrasadas, sem que tivessem qualquer tipo de culpa.

Falei que não acreditava que algum homem público, o Governador, por exemplo, simplesmente por querer massacrar o funcionalismo, por prazer ou algo parecido, decidisse pagar salários em parcelas, criando um confronto e uma barreira quase intransponível entre ele e o funcionalismo.

Se um governante toma a decisão tomada pelo Sartori, certamente, o fez baseado em fatos relevantes que determinaram tal atitude. No caso, como se ficou sabendo logo, foi o descalabro das contas públicas, a total falta de dinheiro e a ingovernabilidade das finanças.

Conheço o Gringo faz muito tempo e sei da seriedade com que trata as coisas públicas. Tanto é verdade que foi prefeito de Caxias do Sul, uma das maiores e mais desenvolvidas cidades do RS, por duas vezes e, para completar, elegeu seu sucessor. O voto dos caxienses, pelo menos para mim, é prova de que a administração da cidade andou muito bem com o Sartori.

Hoje, escutando sua fala antes da coletiva em que anunciou a regularização do pagamento dos salários do funcionalismo, ouvi dele as informações que deveriam ter sido analisadas antes, principalmente no momento de escrever matérias pesadas contra ele. Se bem que a motivação para a campanha contrária ao governo estadual passa por outros motivos que, lamentavelmente, também envolvem dinheiro.

Como estamos no dia 11 de agosto, fica fácil fazer a conta e ver que o salário, em tese, sofreu um atraso de poucos dias, o que deve representar muito, concordo, para quem depende dele. Mas para o Gringo deve representar muito mais. Representa, no meu entender, o alívio por poder cumpri com o compromisso sagrado de pagar os salários dos trabalhadores. Representa, também, a certeza de que o parcelamento foi a prova de que alguma coisa precisa ser feito para que o Rio Grande do Sul, finalmente, encontre o caminho da solução para problemas tão graves. Se ninguém fizer isso, logo teremos novos governantes que se elegerão prometendo aquilo que não poderão cumprir, mentindo para o funcionalismo e massacrando o Estado.

Nunca duvidei, mas hoje entendo ainda mais as razões do Gringo.

Machado Filho