segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Tá na hora de dormir!


“Os que negam liberdade aos outros não merecem liberdade. ” 

Abraham Lincoln



Tarifas bancárias

Em 3 anos sobem 8,6 vezes acima da inflação

As tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do país subiram 169% desde janeiro de 2013 – um aumento até 8,6 vezes maior que a inflação do período, constatou uma pesquisa feita pela Proteste Associação de consumidores. A inflação acumulada no período até agosto de 2015 foi de 19,63%.

O levantamento comparou as tarifas informadas nas tabelas das instituições bancárias. A entidade avaliou as tarifas dos seguintes bancos: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander.

O maior aumento encontrado foi na cesta Exclusive Fácil (antiga Conta Fácil Bradesco Super) do banco Bradesco, que em 2013 custava R$ 23 mensais, em 2014 R$ 27,40 e agora no mês de outubro, passará para R$ 61,90 por mês. Ao longo do ano, o consumidor terá um custo anual de R$ 742,80 – desembolso R$ 466,80 maior por ano em relação a 2013.

No levantamento, foram encontrados pacotes de serviços com valores de até R$ 74 mensais, como o cobrado pelo Santander na cesta de serviço Van Gogh Max, que em um ano soma R$ 888.

Farmácia Popular

Governo zera repasse para 2016

O aperto nas contas vai atingir em cheio um dos programas prediletos da classe média na área de saúde, o Aqui Tem Farmácia Popular. A proposta orçamentária para 2016 encaminhada para o Congresso prevê repasse zero para a ação, que neste ano receberá R$ 578 milhões.

Criado em 2006, o programa permite a compra em farmácias credenciadas pelo governo de medicamentos para rinite, colesterol, mal de Parkinson, glaucoma, osteoporose, anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Os descontos chegam a 90%. Com a redução a zero os recursos, na prática essa política deixa de existir.

Pela proposta encaminhada pelo governo ao Congresso, ficam mantidos o braço do programa chamado de Saúde Não Tem Preço (em que o paciente não precisa pagar na farmácia remédios para diabetes, hipertensão e asma) e as unidades próprias do Farmácia Popular.

O problema, no entanto, é que o número de unidades próprias dessas farmácias, que já é pequeno, deve minguar mais em 2016. A previsão é de que não ultrapasse 460 postos de venda, em todo o País.

Opinião

A volta dos que não foram

Eliane Cantanhêde
O Estado de S. Paulo

Em meio a tantas crises, o Brasil vive algo como a volta dos que não foram. Se Marina Silva respira aliviada e o tucano Aécio Neves diz que agradece todos os dias ao seu anjo da guarda por ter se livrado do desastre, tenta-se adivinhar o que se passa pela cabeça do vice-presidente Michel Temer.

Todo político, em todo lugar do mundo, delicia-se com os holofotes, só pensa em vencer e tem um objetivo na vida: o poder. Uns até para melhorar sua cidade, seu estado, seu país, o mundo. Outros disputam o poder pelo poder. Outros tantos querem mesmo é garfar algum. Em qualquer caso, o alvo maior de um político é a Presidência da República.

Isso, evidentemente, é ainda mais forte nos vice-presidentes, em especial se as coisas vão de mal a pior para os titulares e eles se veem ali na boca de assumir o mandato, colocar a faixa e posar para a foto oficial. Mas nem sempre esse passo rampa acima prenuncia o melhor dos mundos. Hoje, parece o pior dos mundos.

Pelo relato de amigos, Michel Temer até se posiciona para “não fugir às responsabilidades”, mas está longe de parecer desesperado para sentar na cadeira de Dilma Rousseff e esfregando as mãos de excitação para virar presidente. Dizem, inclusive, que vez ou outra bate a insônia e até um certo pânico: “E se?”

A previsão é de recessão por dois anos consecutivos, pela primeira vez desde 1930 e da “Grande Depressão” de 1929. A indústria vai ladeira abaixo, a inflação passa dos 9%, os juros são de 14,25%, o dólar atingiu o recorde de R$ 4,25 e o desemprego só cresce. Você gostaria de presidir um país quando o mercado formal de trabalho cortou quase 1 milhão de vagas em 12 meses e o corte de agosto é o pior para o mês desde 1995? Temer gostaria?

Os movimentos sociais ligados ao PT se mostram cada vez mais desconfortáveis e o próprio PT virou biruta de aeroporto, com o líder do partido na Câmara defendendo a queda dos três ministros mais fortes, os da Fazenda, Casa Civil e Justiça. Ou seja, o líder petista articula o desmanche do governo. Se já é assim com o governo do PT, como seria numa transição com Temer? Sem falar que Lula está ferido, mas continua vivíssimo.

Temer, assim, está numa posição semelhante à de Aécio, a de quase chegar lá, mas dizer que é melhor não chegar (ou não ter chegado). Assim como o PT fez história e chegou aos píncaros da glória fazendo oposição sistemática a todo e qualquer governo, Aécio descobriu as delícias de se livrar das obrigações do Executivo, criticar dia e noite o governo dos outros e ainda ter tempo para a família.

O mesmo vale para a senadora Ana Amélia, que perdeu o governo do Rio Grande do Sul e assiste de camarote, ou do plenário, às agruras do “vitorioso” José Ivo Sartori com a falta de dinheiro para tudo, as greves e os processos na Justiça. Como vale para Jofran Frejat, adversário de Rodrigo Rollemberg, que assumiu um DF destroçado pelo antecessor Agnelo Queiroz e anuncia aumento de impostos, passagens de ônibus e metrô, até do zoológico. Um inferno.

Pois é, os vitoriosos sentem-se derrotados, os derrotados sentem-se no mínimo aliviados. E Temer balança. Mas aqui vai o anticlímax: quem conhece a política e sabe o quando o poder inebria aposta que, com inferno ou sem inferno, com crise ou sem crise, Aécio e Marina adorariam ter sido eleitos, Ana Amélia e Frejat adorariam assumir o Rio Grande do Sul e o DF e os governadores Tarso Genro e Agnelo dariam a vida para serem reeleitos. É da índole do político.

Não depende de Temer, depende da história, da Justiça, do “baixo clero” do PMDB, do Congresso e de um fator fundamental da política, o “imponderável”, mas as articulações correm soltas e o fato é que, se necessário, o vice está prontíssimo para assumir. A insônia e a angústia dele ninguém vê, mas o programa de TV do PMDB todo mundo viu. Alguma dúvida?

28/09/2015


Senado retoma discussão sobre doações de empresas (O Globo)
Líder do PMDB diz que vai liberar bancada para votar emenda, depois de votação do STF

Empresas bancam 2/3 das doações de PT, PSDB e PMDB 
(Gazeta do Povo)

Líder do PMDB na Câmara defende autonomia de ministros 
(Correio Braziliense)
Ao se antecipar à guerra com petistas sobre os cargos de segundo escalão na Esplanada, líder peemedebista e principal negociador com o governo afirma que os chefes das pastas precisam de liberdade para montar as próprias equipes

Queda da economia chega a 2,8% este ano, dizem instituições financeiras (Agência Brasil)
A economia brasileira deve ter queda de 2,8%, este ano, e de 1%, em 2016

Dilma retorna ao Brasil nesta terça-feira com reforma política e vetos na pauta (Estado de Minas)
Presidente desembarca no país com a missão de descascar o abacaxi da reforma ministerial e articular a manutenção dos vetos a projetos que aumentam despesas do governo

Lobista revela propina a sucessor de Barusco na Petrobrás (Estadão)
Mário Góes detalhou em delação premiada o papel de Roberto Gonçalves em esquema de corrupção na Gerência de Engenharia da Diretoria de Serviços da estatal

Recessão leva classe média a trabalhar por conta própria 
(Folha de São Paulo)
Modalidade representa 20% da população ocupada, maior patamar desde 2006

Dilma deixa de confiar em análises políticas de Mercadante (Época)
Chefe da Casa Civil foi idealizador de estratégia que levou ao isolamento do governo no Congresso

Radical, PSOL perde único senador e prefeito de capital (Veja.com)
O senador Randolfe Rodrigues e o prefeito de Macapá, Clécio Luís, se desfiliaram do PSOL

Mercado prevê nova queda no PIB e inflação de 9,46% (Portal G1)
Se confirmado, recuo de 2,8% no PIB em 2015 seria o pior resultado em 25 anos

PMDB pode se tornar o algoz de Dilma em impeachment (Portal IG)
Partido adota discurso de independência para não se indispor com os descontentes com a petista

Comissão aponta que Cunha teve lucro indevido de R$ 900 mil 
(Portal UOL)
A CVM diz que Cunha é responsável por "ter anuído e se beneficiado de negócios realizados em seu nome" intermediados pela corretora Laeta DTVM

Bom Dia!

Temos sol! Que maravilha!

Depois de não sei quantos dias de chuva e tempo fechado, a segunda-feira acordou com um sol brilhante, forte e quente! Minha mulher abriu as janelas para que ele, desaparecido há dias, entrasse para aquecer o apartamento. Que seja bem vindo, então!

Falando em aquecer o ambiente, a proximidade do fim do prazo para troca de partidos, faz com que as coisas comecem a mudar na política brasileira. 
Juntado-se a ela a criação do partido da Marina Silva, o troca-troca se estabeleceu forte no final da semana e tende a crescer até sexta-feira, dia 2 de outubro, quando termina o prazo para novas filiações daqueles que pretendem disputar as eleições de 2016.

Uma das primeiras consequências, é o final da bancada (?) do PSol no Senado. O único senador eleito pela sigla, Randolfe Rodrigues, anunciou sua ida para a Rede, deixando o partido que apoia o governo para entrar num que, até aqui, parece não apoiar.

Na bancada petista da Câmara Federal, o deputado Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, também deixa o PT e se joga nos braços de Marina. Depois de 18 anos de filiação, o carioca deixa o PT, mesmo sendo um dos vice-líderes da bancada. Molon deverá ser o candidato da Rede à prefeitura do Rio.

A ex-senadora Heloísa Helena, candidata à Presidência em 2006 e atual vereadora em Maceió, também deixa o PSol e vai para a Rede. Ela foi expulsa do PT em 2003. Heloísa tem planos de concorrer à reeleição em 2016 e disputar vaga ao Senado em 2018.

Pensando um pouco mais alto, Ciro Gomes trocou o PROS pelo PDT. Ele quer ser candidato do partido em 2018 para o lugar de Dilma Rousseff. Ciro levou com ele, para o PDT, o irmão Cid Gomes, o atual prefeito de Fortaleza, o presidente da Assembleia do Ceará, 79 prefeitos, 10 deputados estaduais e dois federais.

Aqui no Rio Grande do Sul, nada foi anunciado em termos de troca de partidos entre os parlamentares e governistas. O que se sabe, é que algumas filiações serão feitas ainda esta semana, de políticos que pretendem disputar uma vaga na Câmara de Vereadores ou concorrer à prefeitura da Capital ou em algum município.

Quem sabe a chegada do sol não sirva para clarear bem a mente de alguns que, pelo menos até agora, parece que não estão entendo bem o momento político, triste e preocupante que vivemos.

Tenham todos um Bom Dia!