Melhor ou pior?
A grande dúvida, para muitos, é se as mudanças no ministério
serviram para qualificar a equipe, para piorar ou se serviram apenas para
salvar a presidente de uma enrascada feia nas votações do Congresso.
Uma rápida conferida nas trocas, dá para, sem muito esforço,
notar que prevaleceram os atributos políticos partidários de cada um dos novos
integrantes. Técnicos, como Chioro na Saúde e Janine Ribeiro, na Educação,
foram ou serão substituídos por políticos.
No Ministério da Saúde, por exemplo,
em troca anunciada por telefone, Arthur Chioro, que desenvolvia um papel
importante como técnico e pessoa entrosada com o assunto, deverá assumir um
político do PMDB. Um deputado, inclusive suspeito de participação em grupos de
extermínio, é um dos indicados. No caso da saúde, então, já dá para se ver que
a troca não será nada proveitosa para a área.
Na pasta da Educação, onde foi colocado, cinco meses atrás,
o filósofo Renato Janine Ribeiro, depois de ampla campanha de apelo nas redes
sociais, sai para a entrada de um político carne e unha com a presidente.
Aloizio Mercadante deixa a Casa Civil, mesmo contra a vontade de Dilma, e
vai para a educação, onde já esteve antes. Troca desvantajosa para o setor.
Na Casa Civil, fica clara a interferência do ex-presidente
Lula. Para lá, vai o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner, homem de extrema
confiança de Luiz Inácio. Ex-governador da Bahia, o petista vai cuidar da
intimidade do Planalto como olho bem aberto de Lula. Uma troca vantajosa para
Lula e sua intenção de voltar á presidência.
Para o lugar dele, na Defesa, quem assume é o comunista Aldo
Rebelo, que é apadrinhado da presidente. A indicação de Rebelo já despertou a
ira de muitos brasileiros que, nas redes sociais, manifestaram sua indignação
com a nomeação de um comunista para a pasta da Defesa. A troca, no caso, mais
desagrada do que propriamente agrada, a não ser a presidente Dilma.
No ministério das Comunicações, outro apadrinhado de Dilma,
só que do PDT, André Figueiredo, vai para o lugar de Ricardo Berzoini (PT).
Figueiredo ocupa a vaga que pertencia ao PDT e que ficaria livre com a saída de
Manoel Dias da pasta do Trabalho. Ressalte-se que Berzoini, outro fiel aliado
de Lula, vai para a nova Secretaria de Governo, junção da Secretaria Geral e
Relações Institucionais. Mais uma troca vantajosa para Lula, que se fortalece
cada vez mais como “presidente adjunto”.
A relação de pastas que perdem o status de ministério, mostra
claramente o quanto se desperdiçou em verbas que poderiam ser aproveitadas em
outros programas, simplesmente para que companheiros de partido fossem
aproveitados em cargo com maior remuneração. Deixam de ter status de ministério
o Gabinete de Segurança Institucional, Controladoria Geral da União, Ministério
da Pesca, Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Assuntos
Estratégicos e Secretaria de Micro e Pequenas Empresas.
Com as mudanças, o PT que tinha 17 ministérios, ficará com
11, enquanto o PMDB, que tinha seis, terá sete. Os demais partidos da base
aliada permanecem com uma pasta cada um.
Para os petistas gaúchos, resta a expectativa de saber se
Miguel Rosseto será confirmado no Ministério da Cidadania ou se a vaga será da
baiana Moema Gramacho.
Um deputado petista, já esbravejou: “Se a Dilma fizer isso (nomear
Moema) não vai ter ninguém para recebe-la quando for ao Rio Grande do Sul.
Então que o PMDB receba a presidente no Estado."
Minha opinião sincera é de que o ministério da presidente
Dilma, principalmente para atender aos interesses de Lula, ficará muito pior do
que está. Mas vamos aguardar.
Tenham todos um Bom Dia!