sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Já é hora de dormir!


                              "Se desejas tanto a liberdade e a felicidade, não vês que ambas estão dentro de ti? Pensas que a tens e a terás. Age como se fossem tuas e serão."

Richard Bach





Operação Zelotes - 2

Lula diz que foi Dilma quem editou MP


O Instituto Lula divulgou nota nesta sexta-feira, 11, na qual diz que ainda não foi notificado pela Polícia Federal para que o ex-presidente preste depoimento no inquérito que investiga suposta compra de medidas provisórias, mas que “sempre esteve à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade.” O ex-presidente mencionou que “não tem qualquer relação com os fatos investigados” ao afirmar que “a MP em questão foi editada em 2013”, quando ele não estava mais no Planalto e a presidente já era Dilma Rousseff. “A Medida Provisória em questão foi editada e aprovada pelo Congresso em 2013, quando ele não era mais presidente da República”, diz a nota.

O filho do ex-presidente Lula, Luís Claudio Lula da Silva, é suspeito de ter recebido R$ 2,5 milhões do esquema de lobby que atuou na suposta compra das MPs justamente pela edição da 627/2013, medida provisória a que o petista faz referência na nota.

O ex-presidente ainda não foi intimado porque o processo não é automático e o petista está em viagem ao exterior. O mandado de intimação foi expedido no último dia três de dezembro.

As investigações da Operação Zelotes, contudo, não se concentram apenas na MP 627/2013. Também há suspeitas de pagamento de propina para as MPs 471/2009 e 512/2010 editadas por Lula quando presidente. Todas renovaram incentivos fiscais para montadoras de veículos com fábricas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O esquema de lobby para a compra de medidas provisórias envolveu a contratação da consultoria Marcondes & Mautoni que tem como sócios Mauro e Cristina Marcondes, amigos do ex-presidente Lula.  O Estado revelou que Mauro Marcondes disse em depoimento a um livro que ajudou a tirar Lula da prisão na época em que o petista era sindicalista em São Bernardo do Campo. O chefe de gabinete de Lula na presidência, Gilberto Carvalho, também é ligado a Mauro Marcondes, segundo os investigadores, e teria atuado pela edição da MP 471 assinada por Lula.(Com Estado de São Paulo/Conteúdo)

Operação Zelotes

PF vai intimar Lula para depor

A Polícia Federal expediu mandado para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja intimado a prestar depoimento na Operação Zelotes. O mandado 6262 é do dia três de dezembro e define o comparecimento do ex-presidente na próxima quinta-feira, dia 17, na sede da Polícia Federal em Brasília. 

Lula assinou as medidas provisórias 471/2009 e 512/2010 que estão sob suspeita de ter sido compradas por esquema de corrupção que envolve lobistas e montadoras de veículos que se beneficiaram de prorrogação de incentivos fiscais definidas por essas normas. O filho mais novo do ex-presidente Lula, Luís Claudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes & Mautoni, consultoria contratada pelas montadoras para fazer o lobby pelas MPs.

Os sócios da consultoria, Mauro e Cristina Marcondes, estão presos pela PF e já foram denunciados. O esquema de compras da MP foi revelado pelo Estado em série de reportagens.(Agência Estado)

Amigos íntimos

PF encontra fotos de Lula e Bumlai


Documentos anexados pela Polícia Federal ao inquérito que investiga o pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela Operação Lava Jato, denotam a intimidade entre o empresário e o ex-presidente Lula. Fotos apreendidas pela PF mostram Bumlai ao lado de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia em diversos momentos - inlusive dançando quadrilha em um 'arraiá' com os Lula da Silva. O material foi apreendido em endereço de Bumlai no Mato Grosso do Sul. Há ainda um cartão de apresentação com o brasão da República, em nome da ex-primeira-dama.

O amigo próximo de Lula, preso há três semanas, foi citado por diversos delatores da Lava Jato. Um deles, o lobista Fernando Baiano, que declarou ter repassado a uma nora do ex-presidente Lula uma quantia de 2 milhões de reais a pedido de Bumlai. De acordo com as investigações, os valores eram referentes a uma comissão a que o pecuarista tinha direito e, na transação, foi simulado um contrato de aluguel de equipamentos e emitidas notas fiscais falsas.

Bumlai é suspeito de ter atuado diretamente em um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras para operação do navio sonda Vitoria 10.000. A transação só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras, ao próprio pecuarista e ao PT. A exemplo do escândalo do mensalão, o pagamento de dinheiro sujo foi camuflado a partir da simulação de um empréstimo no valor de 12,17 milhões de reais.

Não são apenas as imagens apreendidas que indicam a proximidade entre Bumlai e Lula: VEJA revelou em 2011 que o pecuarista foi favorecido por financiamentos do BNDES e tinha livre acesso ao Palácio do Planalto no governo petista. Um recado na portaria do principal prédio da administração pública federal determinava: "O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer circunstância". (Com Veja/conteúdo)

Opinião

Legislar não é preciso

Dora Kramer

É polêmica, no mínimo, a decisão do ministro Edson Fachin, de propor ao Supremo Tribunal Federal uma nova definição para o rito do impeachment. Não haverá concordância – ao menos, não unânime – na Corte quando o assunto for examinado na próxima quarta-feira, 16.

Assim que se conheceu a posição de Fachin, na quarta-feira, 9, houve inquietação entre ministros do STF que tomaram a iniciativa de se movimentar em sentido contrário, sob o argumento de que o colega estaria querendo reinventar a roda sem ter prerrogativa para isso.

O rito do impeachment está estabelecido em lei datada de 1950 e foi com base nela que o Supremo, nas manifestações dos ministros Rosa Weber e Teori Zavascki, recentemente determinou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deveria seguir rigorosamente o que está escrito naquela norma: a decisão é atribuição exclusiva do presidente da Casa.

Com isso, ele ficou impedido de adotar o procedimento que havia combinado com a oposição: Cunha não aceitaria a tramitação do impeachment, um parlamentar apresentaria recurso para que a palavra definitiva fosse do plenário. Pela lógica, já há dois votos certos contra a proposta que Fachin pretende apresentar na próxima quarta-feira ao colegiado.

Se está posto que vale a lei em vigor, a ideia de estabelecer um novo rito equivaleria a ato legislativo, na concepção de ministros que nos bastidores externam preocupação com a sugestão de Edson Fachin. O Supremo pode e deve interpretar a Constituição, mas se se propuser a alterar ao que diz a lei, estará invadindo função de estrita responsabilidade do Parlamento.

Esse é o cerne da discussão a ser travada no Supremo e, talvez, a motivação para um pedido de vista que poderá levar ao adiamento da decisão para 2016. 

Mesmo que o Congresso cancele ou reduza a duração do recesso parlamentar, as férias do Poder Judiciário impedirão que os deputados voltem a examinar a questão do impeachment, já que os trabalhos da Comissão Especial foram suspensos por decisão do próprio ministro Fachin.

Publicado no Estadão.com em 11/12/;2015

11/12/2015


Estadão – Empreiteiras da Lava Jato são alvo da PF por desvios na transposição do Rio São Francisco
Operação apura esquema que teria desviado R$ 200 milhões em dois lotes da obra tocados por OAS, Galvão Engenharia, Barbosa Melo e Coesa por meio dos doleiros Alberto Youssef e Adir Assad, já condenados na Lava Jato

Folha de São Paulo – Parte do ST¨F já analisa tese para afastamento de Eduardo Cunha
Ministros do Supremo começam a defender uma tese para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara

O Globo – Michel Temer ameaça retirar apoio do PMDB a Dilma
Vice-presidente avisou que partido poderá antecipar convenção e rompimento 

Gazeta do Povo – Ex-relator do caso Cunha diz ter recebido oferta de propina
O deputado Fausto Pinato (PRB-SP) confirmou ter recebido, em três ocasiões, oferta de propina para que seu parecer fosse favorável ao peemedemista

Correio Braziliense – Com apoio de FHC, tucanos fecham apoio ao impeachment de Dilma
Encontro realizado em Brasília contou com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, dos seis governadores da legenda e lideranças do partido da Câmara e do Senado

Estado de Minas – Cunha coleciona medidas polêmicas para fazer valer sua vontade
Presidente da Câmara dos Deputados adota medidas que vão desde manobras regimentais à manipulação de votações no plenário

Veja – Aliados de Cunha reagem à cooptação do Planalto para salvar Picciani
Governo teria até pedido para parlamentares do PR migrarem para o PMDB para levantar o número suficiente de assinaturas para recuperar a liderança de Picciani

Carta Capital – No Conselho de Ética, Cunha vence mais uma vez
Manobra adia novamente a abertura do processo de cassação do presidente da Câmara

Época – Superfaturamento de R$ 200 milhões na transposição do São Francisco
Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas destinadas à transposição, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba

Portal IG – PSDB ajuda Temer a buscar mais 70 votos na Câmara
Articuladores com experiência no jogo de poder em Brasília, os tucanos Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e José Serra ajudam o vice-presidente Michel Temer a obter votos necessários na Câmara para o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff

Portal UOL – Aécio fala em intromissão caso STF anule comissão
Senador diz que Supremo deve manter chapa que analisará saída de Dilma

Portal G1 – PF faz ação contra superfaturamento em obra no São Francisco
Investigação de superfaturamento aponta nomes de doleiros da Lava Jato. São cumpridos 24 mandados de busca e 4 de prisão em 8 estados e no DF

Bom Dia!

Geleia geral!

Definitivamente estamos vivendo tempos incrivelmente anormais no Brasil. Está tudo errado em termos de governo, de economia, de política, de justiça, ou seja, não há um só segmento em que não se encontre um erro, uma falcatrua, uma suspeita de corrupção.

Confesso que espantado, ouvi um ministro do STF, não lembro qual, afirmar que é preciso decidir se a lei que foi aplicada no impeachment de Fernando Collor de Mello é a mesma a ser usada no caso do pedido de impedimento da presidente Dilma Rousseff.

Juro que fiquei matutando e buscando na memória alguma informação que eu tenha esquecido sobre algum tipo de mudança na lei desde o impeachment de Collor. Não lembrei de nada. E fiquei mais aliviado, ou nem tanto, quando ouvi um comentarista na televisão, explicando que a lei é exatamente a mesma, não mudou nada.

Se a lei não mudou, não consigo entender a preocupação do ministro que faz parte da mais alta corte de justiça do Brasil, afirmar que não sabe se se aplica o mesmo rito no pedido de impeachment da atual presidente. Se houve um pedido de impeachment de Collor e se há um pedido de impeachment de Dilma, e a lei não mudou qual o motivo para a preocupação do ministro? Se ele não sabe, quem é que vai saber? Isso sem contar que, dependendo de um possível pedido de vista de algum ministro, o caso pode ser remetido para o ano que vem. Uma vergonha!

Na sessão da Comissão de Ética (?) da Câmara, quando se tentava votar, pela sétima vez, o prosseguimento ou não do processo de cassação de Eduardo Cunha, deputados partiram para a briga com tapas, empurrões e a turma do deixa-disso tendo que intervir. A decisão ficou para outro dia. Uma vergonha!

Num jantar de final de ano na casa de um senador do PMDB, a ministra Katia Abreu, depois de ser chamada de “namoradeira”, jogou uma taça de vinho no senador José Serra, do PSDB. Katia disse que é “uma mulher casada e honrada” e Serra disse que foi uma “brincadeira inocente”. Uma vergonha!

De uma cela do Presídio Central de Porto Alegre, um criminoso decidia sobre a vida e a morte de pessoas, especialmente em Canoas e Cachoeirinha. Dados da polícia afirmam que 27 foram mortas por ordem dele. Os executores, ou justiceiros, como queiram, eram elementos ligados ao tráfico e que matavam por determinação do chefe, recolhido ao Presídio Central. Uma vergonha!

Pois é, como se diz lá em São Gabriel, “assim se conta a história de um povo”. Só que, no caso do Brasil, a história é muito triste e vergonhosa. E fica pior quando somos ameaçados por agências de classificação de rebaixamento e perda do grau de investimentos. Com um PIB vergonhoso, com uma inflação acima de 10%, com a presidente ameaçada de perder o cargo, com o presidente da Câmara se mantendo lá graças a manobras de uma afinada tropa de choque, definitivamente estamos em meio a uma geleia geral. Uma vergonha!

Tenham todos um Bom Dia!