Documentos da Suíça serão usados em processo da Lava
Jato, diz Moro
O juiz federal Sérgio Moro decidiu que documentos
enviados pela Suíça ao Brasil serão usados em um dos processos da Operação Lava
Jato envolvendo a empreiteira Odebrecht. A defesa do ex-executivo da empresa
Márcio Faria havia solicitado a exclusão das informações dos autos, após a
Justiça suíça avaliar que o envio de dados foi irregular. O pedido dos advogados de defesa
do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria era para que o juiz tornasse ilícita
parte dos documentos que foram encaminhados ao Brasil pela promotoria da Suíça.
Já o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro pediu o contrário, para que Moro utilizasse os documentos para
as investigações. Apesar de avaliar o envio das informações irregular, a
Justiça suíça não solicitou a devolução dos documentos e também não considerou
que isso deveria ter algum impacto na Justiça brasileira.
Frango subiu 36% em um ano e deve ter acréscimo de mais
15% nos próximos dias
Recém passada a folia, é hora de encarar mais um
aumento – que, dessa vez, atinge a carne mais barata para o bolso do
gaúcho. Depois de aumentar 36% de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, o preço do
quilo do frango deve saltar mais 15% nos próximos dias. O presidente da
Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, afirma que a
valorização do preço será sentida pelo consumidor ainda na primeira quinzena de
fevereiro. Mais uma vez, o dólar
é o vilão do aumento. A cotação da moeda norte-americana influencia no preço de
venda do milho e da soja, responsáveis por 70% do custo de produção do frango.
Embora o Rio Grande do Sul seja produtor destes insumos, a maior parte do que é
plantado aqui é exportado.
— Teremos que aumentar de imediato, pois estamos numa situação desfavorável. Só
o milho subiu 63% em um ano, ou seja, ainda estamos em defasagem. Não temos
mais como segurar — justifica Nestor.
Mercado passa a prever inflação no limite do sistema de
metas para 2017
Os economistas do mercado financeiro estimaram mais
inflação para 2016 e 2017, assim como um desempenho pior para a economia
brasileira. A pesquisa com mais de 100 instituições financeiras foi feita pelo
Banco Central na semana passada, e divulgada nesta quarta-feira (10). O
levantamento é conhecido como relatório Focus. Para 2016, a expectativa dos
economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação
oficial do país, subiu de 7,26% para 7,56% no sexto aumento seguido. Com isso,
permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas do ano que vem e bem
distante do objetivo central de 4,5%. Para
2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação passou de 5,80% para
6%. Com isso, se distanciou muito da meta central de 4,5% do ano que vem e
ficou exatamente no teto de 6% do regime de metas para o período.
Não se para de puxar o
fio a corrupção, diz procurador
O procurador da força-tarefa da Lava Jato Antonio Carlos
Welter disse, em um evento na noite desta terça-feira, 9, em Nova York, que a
operação começou pequena há cerca de dois anos, mas conseguiu demonstrar que
havia uma organização criminosa dentro da Petrobrás que envolvia de políticos a
empreiteiros, além de executivos da companhia e doleiros. "Não se para
mais de puxar o fio", disse Welter, falando que a cada dia se descobrem
mais coisas novas envolvendo a corrupção. "O caso da Petrobrás começou de
uma forma bastante pequena. Havia uma investigação envolvendo cinco
doleiros", afirmou o procurador, logo no início do evento, para uma sala
lotada na sede da Americas Society/Council of the Americas em Manhattan.
"O fio era pequeno e quando veio, não se para mais de puxar esse
fio", ressaltou. A partir destes cinco doleiros, foi se chegando a
diretores da Petrobrás, a políticos, a empreiteiros. "Conseguiu se
demonstrar que havia uma organização criminosa", disse Welter, ressaltando
que ela era composta por quatro grupos: grandes empreiteiras, funcionários da
Petrobras, políticos (parlamentares e membros do governo) e doleiros.
Desemprego agora também afeta o setor de serviços
Um dos últimos pilares de resistência à crise, o setor de
serviços administrativos e complementares começou a demitir no fim do ano
passado diante da escolha de empresas em reduzir a demanda por esse tipo de
atividade. Sem escolha, o segmento - que inclui tarefas de limpeza, vigilância
e telemarketing - está mandando para a fila do desemprego pessoas com menor
qualificação e remuneração, que podem encontrar dificuldades para se recolocar
no mercado de trabalho.Além disso, como o setor é intensivo em mão de obra, o
sinal de que a crise bateu à porta pode ainda reforçar o círculo vicioso já
visto nos últimos meses. Quando essas pessoas são demitidas, elas passam a
consumir e gastar menos, deprimindo ainda mais a atividade econômica e gerando
mais desemprego. Luis Carlos Avelino, de 40 anos, trabalhou por uma década no
setor de vigilância. Após três anos de atuação como segurança em uma empresa do
ramo de hotelaria em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foi dispensado em
outubro passado por "redução de custos". "Depois de mim,
mandaram outros embora. Sobrevivi porque recebi o seguro-desemprego e fiquei
fazendo bicos. Agora, o seguro vai acabar. Estou entregando currículos."
Fabricantes de sorvete e chocolate revoltados com alta de
imposto
Fabricantes de sorvetes e chocolates estiveram, na semana
passada, com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), Paulo Skaf, e aproveitaram para reclamar da alta do IPI sobre os
produtos, anunciada recentemente pela Receita Federal e que passará a valer a
partir de maio. A cobrança será de 5% em cima do valor de venda dos produtos.
Atualmente a incidência se dá sobre o peso e volume dos produtos. Outros
setores, como fumo, também foram atingidos. Com as medidas, o governo espera
aumentar a arrecadação em mais de R$ 600 milhões. Skaf se solidarizou com
as queixas e disse que o governo sempre prefere aumentar impostos em vez de
"cortar na própria carne".