domingo, 1 de maio de 2016

BOA NOITE!


Benito di Paula, cujo nome verdadeiro é Uday Vellozo é pianista, cantor e compositor brasileiro consagrado no Brasil inteiro com gravações que ocuparam as paradas de sucesso durante meses. Ainda hoje, mesmo tendo abandonado os palcos, Benito reaparece em programas especiais cantando suas principais composições.

Fiquem com Benito di Paula e Vai Ficar na Saudade




Bom Dia!

Explodir o País?*

Eliane Cantanhêde

A presidente Dilma Rousseff vai escorregando para o pé de página nos jornais, com a lengalenga do “golpe”, mas, além de falar, ela e o PT agem para detonar o Orçamento, que já está em frangalhos, e tentar inviabilizar qualquer chance de sucesso do virtual governo Temer à custa da economia e do País. A ordem é abrir as torneiras populistas e fechar os dados de governo para a nova equipe. Quem lucra com isso? Ninguém, nem a própria Dilma.

Neste domingo, Primeiro de Maio, a expectativa é que Dilma anuncie uma nova fraude embrulhada como “saco de bondades”: ao fingir dar boas notícias para o trabalhador, só estará piorando ainda mais a vida dele. Se já está deixando um déficit de quase R$ 100 bilhões neste ano, 11 milhões de desempregados e uma desconfiança descomunal em relação ao Brasil, qualquer novo gasto – com o carimbo ou não de “social” – não vai ajudar o trabalhador, só vai prejudicá-lo. Os incautos não sabem disso, mas Dilma sabe.

O grande temor é que a ainda presidente use a caneta nos estertores do seu mandato, até o último segundo, com o objetivo de empurrar Michel Temer contra a parede. Se ela der um aumento irreal do salário mínimo e corrigir a tabela do Imposto de Renda pensando com o fígado, não com a razão, como Temer poderá corrigir isso depois?

Então, é assim: para o PT, a democracia só existe quando está no poder. Se está fora, é “golpe”. O petista é do bem, justo, democrático e preocupado com o social. O não petista é do mal, injusto, golpista e tem horror de pobre. Então, vale tudo, até explodir as contas públicas e deixar uma terra arrasada. E dane-se o País! Numa outra imagem, só tem jogo se o PT está em campo. Se perde, ou se é expulso, leva a bola junto, com gritos ameaçadores para animar a arquibancada (os que se dizem de “esquerda” a qualquer custo) e o telespectador (a mídia e os mal informados do exterior).

Óbvio que há muita gente responsável e de bom senso que não apenas compreende o que está acontecendo como se preocupa mais com o País do que com um governo falido e um partido em polvorosa. Como exemplos, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e da Petrobrás, Aldemir Bendini. Segundo a turma do Temer, eles têm sido “homens de Estado”. Mantêm a compostura até o fim. Não se viraram contra o governo, mas não trabalham contra o País.

Nelson Barbosa, por exemplo, ouviu, mas não se comprometeu com a ordem de Lula para dar um “chega pra lá” na Receita Federal e abafar as investigações sobre sua família. E, agora, defende a chefe Dilma, nega as pedaladas fiscais e alerta sobre como a história verá tudo isso, mas se esforça para evitar a “bombas” acionadas por um governo que é um poço até aqui de mágoas e dá sinais de que não se recusará a passar os dados necessários para o novo governo.

Aliás, não deixa de ser de grande ironia que os maiores perseguidos por Lula e Dilma sejam hoje os que mais dão a cara a tapa para defender “o projeto”. Para ficar em três: a reforma agrária foi um fiasco com Dilma, mas o MST é o maior agitador de ruas contra o impeachment; Flávio Dino (PC do B) comeu o pão que o diabo amassou quando Lula jogou o PT do Maranhão no colo dos Sarney, mas é o governador mais radicalmente pró-Dilma no País; José Eduardo Cardozo foi perseguido e humilhado por Lula durante toda sua passagem pela Justiça, mas é o defensor mais efetivo do governo em todos os fóruns.

Há dignidade em cair lutando e em ser “fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, como haverá mais dignidade em cair sem explodir ainda mais a economia, a confiança, a imagem e os empregos do Brasil e dos brasileiros. Já passou da hora de Dilma sair do jogo, voltar para casa e deixar a bola em campo. A História agradeceria.
*Publicado no Estadão.com em 1º de maio de 2016