sexta-feira, 13 de maio de 2016

BOA NOITE!

Jorge Aragão da Cruz, que nasceu no Rio de Janeiro no dia 1º de março de 1940, é cantor, sambista e compositor que começou sua carreira na década de 70 em bailes e casas noturnas. Como compositor, despontou em 1976, quando Elza Soares gravou sua composição "Malandro". Jorge Aragão fez parte do grupo de samba Fundo de Quintal.

Para curtir a sexta-feira, fiquem com Jorge Aragão e um de seus maiores sucessos: O Barraco Desabou




Opinião

Cadê ‘o povo’?*

Eliane Cantanhêde

Cumpriu-se a profecia de Eduardo Campos: Dilma Rousseff é a única presidente do Brasil contemporâneo a deixar o País pior, muito pior, do que encontrou. Michel Temer não assumiu interinamente “só” com o desafio de recuperar a confiança, reequilibrar as contas públicas e aquecer a economia de forma a acolher o máximo possível dos 11 milhões de desempregados – o que já é um trabalho hercúleo. Ele terá, também, de refazer o governo, desaparelhar o Estado e restaurar as instâncias de controle, como a inteligência e as agências reguladoras. A sensação é de terra arrasada.

Ao lançar Dilma para a primeira eleição, em 2010, Lula contou como se encantara com aquela moça tão disciplinada, que andava para lá e para cá com um laptop e tinha todas as respostas na ponta da língua. Foi assim que Dilma, que não era próxima dele, não é da história do PT e nunca tinha tido destaque nacional, virou ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e, enfim, candidata à Presidência, por um único motivo: Lula quis, quis porque ela era... craque no Google.

No seu derradeiro discurso no Planalto ontem, ladeada por ministros, parlamentares e amigos petistas, Dilma repetiu o mesmo discurso de sempre, atribuindo a desagregação política e o desastre na economia à oposição. Não ganhou um voto com isso nesses meses. E não convenceu ninguém ontem. A maioria da Câmara, do Senado, dos agentes econômicos, dos analistas e da opinião pública não comprou a versão.

Dilma sai porque, apesar de manejar bem um computador, não sabe negociar, ceder, ouvir – nem mesmo o padrinho Lula –, nem compreender o jogo da política. Porque, apesar de economista, tomou decisões erradas na macroeconomia, na gestão dos juros, na intervenção no setor elétrico. E porque, apesar de “técnica”, cumpriu à risca a única coisa que aprendeu na política: “fazer o diabo” para ganhar eleições. Daí as pedaladas fiscais, o descalabro das contas públicas. 

“Estou vivendo a dor da traição e da injustiça”, disse Dilma ontem, com voz surpreendente firme e segura, ao se despedir do Planalto sem jamais ter admitido claramente seus erros. Se não admitiu, também não aprendeu com os próprios erros. Entrou e saiu do governo sem perceber que ganhar eleição é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente depois de prometer – e fazer – “o diabo”.

Para Temer, muda-se o verbo, não o princípio: chegar ao poder é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente quando se chega lá sem as urnas, precisando conquistar legitimidade pela imagem, pela palavra, pela ação – e por resultados que, no seu caso, têm de ser já. Apoio político e sólida base aliada no Congresso ele tem, boa vontade dos mercados, também. Mas lhe falta o principal: confiança popular.

A foto do dia da votação do Senado que a afastou foi do fotógrafo Dida Sampaio: Dilma e Jaques Wagner puxando a cortina do Planalto e olhando os arredores do Congresso e do palácio, como que repetindo a surpresa de Jânio Quadros depois da renúncia: “Cadê o povo?”. O povo, que é agente da mudança e desde junho de 2013 vai às ruas, foi o grande ausente nesta semana tão intensa em Brasília. Algumas centenas de militantes foram apoiar a saída de Dilma do Planalto. Um único cidadão se dignou a prestigiar a posse de Temer do lado de fora.

Militante petista está sempre a postos para quando seu mestre Lula mandar. Mas Temer não tem militantes, movimentos organizados e “povo”. Entre tantos e tão graves desafios, ele vai, de um lado, tourear MST, CUT, UNE e MTST e, de outro, lutar por índices nas pesquisas e por gente de carne e osso – especialmente as mulheres, mais da metade da população – que acredite e torça para que realmente dê um jeito nesse País tão pior que Dilma deixou.

*Publicado no Estadão.com em 13/05/2016

13/05/2016


Estadão - Meirelles defende idade mínima para aposentadoria
Novo ministro da Fazenda afirmou que ainda estuda qual será a regra de transição para o novo sistema previdenciário; ele descartou o anúncio de medidas hoje

O Globo - Estatais passarão por pente-fino para melhorar gestão
Missão foi dada pelo presidente em exercício Michel Temer à nova equipe econômica.Especialistas, porém, veem necessidade de aporte

Diário de Pernambuco - Mendonça afirma que manterá programas como Fies e Prouni
Pernambucano se apresenta formalmente à equipe nesta sexta-feira, promovendo as primeiras mudanças na pasta

Tribuna da Bahia - Temer diz que não é hora de falar em crise, mas em trabalhar
O presidente interino declarou que vai incentivar de ‘maneira significativa’ as parcerias público-privadas, por acreditar que esse instrumento tem potencial para geração de empregos

Estado de Minas - Novo ministro da Fazenda promete "medidas duras, porém necessárias"
No primeiro dia do expediente como ministro da Fazenda, Henrique Meirelles disse que a prioridades das prioridades do governo é cortar despesas para conter o crescimento do déficit fiscal

Correio Braziliense - Dilma tem 20 dias para apresentar a sua defesa
Presidente do julgamento de impeachment define prazo para a petista se posicionar

Gazeta do Povo - Fim do Ministério da Cultura não significa retrocesso
Fusão do Ministério da Cultura com o da Educação pode indicar bom momento para mudar como o financiamento das artes no Brasil é feito

Revista VEJA - Prioridade é controlar o crescimento das despesas públicas, diz Meirelles
Em entrevista à TV Globo, novo ministro da Fazenda também afirmou que é hora de o governo começar a "dizer a verdade" sobre a situação das contas públicas

Revista ÉPOCA - Comissão dará parecer favorável a eleição para presidente na Câmara dos Deputados
É uma tentativa de afastar Waldir Maranhão do comando da Casa

Revista CARTA CAPITAL - Temer pede diálogo e garante continuidade dos programas sociais
Em seu primeiro discurso como presidente interino, Michel Temer garantiu a continuidade dos programas sociais e da operação Lava Jato

Portal G1 - Dilma Rousseff viaja nesta sexta à tarde para Porto Alegre
Às 13h, presidente afastada dará uma entrevista para imprensa internacional

Portal IG - Justiça suspende nomeação de mulher de Pimentel como secretária de Estado
Carolina Oliveira, esposa do governador Fernando Pimentel, é investigada na operação Acrônimo; cinco ações populares foram ajuizadas pedindo a anulação da nomeação da primeira-dama para o cargo

Agência Brasil - Novo ministro do Trabalho acredita que desemprego será revertido até fim de 2016
O novo ministro do Trabalho, deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS), disse após a posse no Palácio do Planalto, acreditar que o desemprego será revertido até o fim do ano, mas não detalhou como isso será feito. “Precisamos acreditar no potencial do Brasil e do seu povo”

BOM DIA!

Querem o que, afinal?

Desde ontem (12) a presidente Dilma Rousseff (PT) está afastada por decisão, primeiro da Câmara e depois do Senado Federal, num processo avaliado pelo STF como legal, tanto que o presidente do Supremo presidirá os trabalhos de julgamento da presidente daqui prá frente.
Durante não sei quantos meses, as redes sociais, os jornais, as revistas, os portais de notícias, foram inundados por manifestações, entrevistas e notícias de pessoas ligadas ao governo, simpatizantes ou militantes, afirmando que o processo de impeachment era, na verdade, um golpe contra a democracia. Alegaram, entre muitas outras coisas, que a presidente fez mais de 54 milhões de votos, esquecendo, quem sabe propositalmente, que quem votou em Dilma votou em Temer, tanto que a foto dos dois aparecia no painel da urna eletrônica. Quem não aceitasse Temer, teve a oportunidade de não votar nele.
Então, os mesmos 54 milhões de votos em Dilma foram direcionados a Temer, já que ambos faziam parte da mesma chapa. Admito que muitos não queriam Temer, mas votaram nele pois não queriam deixar de votar em Dilma. Mas admito também, que muitos peemedebistas votaram em Dilma para não deixar de votar em Temer.

A campanha dos governistas, simpatizantes e militantes, envolvia cartazes e faixas afirmando que os cartazes com ‘Fora Dilma” faziam parte do golpe tramado pela oposição, pelos coxinhas.Pedir o afastamento da presidente, era golpe.

Agora, menos de 24 horas depois que a presidente foi afastada, surgem faixas, cartazes, declarações de políticos, simpatizantes e militantes, afirmando ‘Fora Temer’ e ‘Temer Golpista’. Isso sem contar as críticas contra o primeiro discurso do presidente interino do Brasil, que por não ter dito o que Dilma e Lula sempre disseram, foi taxado de golpista, contra o povo, contra o trabalhador e suas conquistas e não sei mais o que. Pedir o afastamento de Temer, não é golpe?

Devem ter ficado furiosos com o fato de Michel Temer ter afirmado que vai manter todos os programas sociais, principalmente os que tiveram origem em ações vindas do governo FHC. Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Fies, Pronatec, entre outros, terão continuidade e passarão por reajustes que impeçam que sejam apenas programas político e eleitoreiros, verdadeiros caça votos.

Numa ação orquestrada e anunciada pelo próprio Lula, iniciaram uma campanha de tentativa de desestabilização do governo criticando todas as ações de Temer, a partir da formação de seu ministério que, se não é o ideal, pelo menos é muito, mas muito menor que o da presidente petista.

Lendo, assistindo e ouvindo quem até ontem fez parte do governo, tenho a sensação clara de que jamais estiveram ao lado dos brasileiros, muito pelo contrário, sempre pensaram exclusivamente em manter o poder nas mãos, a qualquer custo. Se não fosse assim, esperariam que o tempo mostrasse se as ações do novo governo, pelo menos nos 180 dias de afastamento oficial da presidente, serão positivas ou não. Desejar que tudo de errado, trabalhar para que o caos permaneça, duvidar de tudo e de todos, é querer o pior para o Brasil. O quanto pior melhor que eles afirmavam que havia e condenavam, passou a ser lema para os que perderam as boquinhas federais.

Se tivessem um mínimo de patriotismo, de amor pelo Brasil, diriam , com palavras claras o que realmente querem. Não dizem. Querem o que, afinal?

Tenham todos um Bom Dia!