Querem o que, afinal?
Desde ontem (12) a presidente Dilma Rousseff (PT) está
afastada por decisão, primeiro da Câmara e depois do Senado Federal, num
processo avaliado pelo STF como legal, tanto que o presidente do Supremo
presidirá os trabalhos de julgamento da presidente daqui prá frente.
Durante não sei quantos meses, as redes sociais, os
jornais, as revistas, os portais de notícias, foram inundados por manifestações,
entrevistas e notícias de pessoas ligadas ao governo, simpatizantes ou
militantes, afirmando que o processo de impeachment era, na verdade, um golpe contra
a democracia. Alegaram, entre muitas outras coisas, que a presidente fez mais
de 54 milhões de votos, esquecendo, quem sabe propositalmente, que quem votou
em Dilma votou em Temer, tanto que a foto dos dois aparecia no painel da urna
eletrônica. Quem não aceitasse Temer, teve a oportunidade de não votar nele.
Então, os mesmos 54 milhões de votos em Dilma foram direcionados a Temer, já
que ambos faziam parte da mesma chapa. Admito que muitos não queriam Temer, mas
votaram nele pois não queriam deixar de votar em Dilma. Mas admito também, que
muitos peemedebistas votaram em Dilma para não deixar de votar em Temer.
A campanha dos governistas, simpatizantes e militantes,
envolvia cartazes e faixas afirmando que os cartazes com ‘Fora Dilma” faziam
parte do golpe tramado pela oposição, pelos coxinhas.Pedir o afastamento da presidente, era golpe.
Agora, menos de 24 horas depois que a presidente foi
afastada, surgem faixas, cartazes, declarações de políticos, simpatizantes e
militantes, afirmando ‘Fora Temer’ e ‘Temer Golpista’. Isso sem contar as
críticas contra o primeiro discurso do presidente interino do Brasil, que por
não ter dito o que Dilma e Lula sempre disseram, foi taxado de golpista, contra
o povo, contra o trabalhador e suas conquistas e não sei mais o que. Pedir o afastamento de Temer, não é golpe?
Devem ter ficado furiosos com o fato de Michel Temer ter
afirmado que vai manter todos os programas sociais, principalmente os que
tiveram origem em ações vindas do governo FHC. Bolsa Família, Minha Casa Minha
Vida, Fies, Pronatec, entre outros, terão continuidade e passarão por reajustes
que impeçam que sejam apenas programas político e eleitoreiros, verdadeiros
caça votos.
Numa ação orquestrada e anunciada pelo próprio Lula,
iniciaram uma campanha de tentativa de desestabilização do governo criticando
todas as ações de Temer, a partir da formação de seu ministério que, se não é o
ideal, pelo menos é muito, mas muito menor que o da presidente petista.
Lendo, assistindo e ouvindo quem até ontem fez parte do
governo, tenho a sensação clara de que jamais estiveram ao lado dos
brasileiros, muito pelo contrário, sempre pensaram exclusivamente em manter o
poder nas mãos, a qualquer custo. Se não fosse assim, esperariam que o tempo
mostrasse se as ações do novo governo, pelo menos nos 180 dias de afastamento
oficial da presidente, serão positivas ou não. Desejar que tudo de errado,
trabalhar para que o caos permaneça, duvidar de tudo e de todos, é querer o pior
para o Brasil. O quanto pior melhor que eles afirmavam que havia e condenavam, passou a ser lema para os que perderam as boquinhas federais.
Se tivessem um mínimo de patriotismo, de amor pelo
Brasil, diriam , com palavras claras o que realmente querem. Não dizem. Querem
o que, afinal?
Tenham todos um Bom Dia!