sábado, 30 de julho de 2016

BOA NOITE!

James Taylor, com vocais serenos, naturais, introduziu o que foi chamado nos anos 1970 de Sweet beat folk, um estilo original, uma sonoridade acústica, com pitadas de country e blues-gospel, que fez muito sucesso. Taylor é um fingerpicker natural no seu estilo (i.e. ele dedilha o violão---com seus dedos e não com uso de palhetas---como na técnica erudita), mas com um violão de cordas de aço, em vez de nylon; e isto faz o seu som, com técnica clássica, de natureza popular, na forma e gênero de música que ele escreve.

The Best of James Taylor (2003) é o primeiro álbum que cobre uma coletânea de músicas gravadas durante as fases das 3 gravadoras: Apple, Warner e Columbia.


Para tornar este final de sábado ainda mais agradável, vamos ouvir James Taylor cantando Carolina In My Mind



BRASILEIRÃO 2016

17ª RODADA

SÁBADO - 30/07
18:30
Figueirense 1 X 0 Vitória - Orlando Scarpelli
Sport 2 X 0 Atlético PR -Ilha do Retiro

21:00 
Atlético MG 3 X 0 Santa Cruz - Independência

DOMINGO - 31/07
11:00 
São Paulo 2 X 2 Chapecoense - Morumbi
Fluminense 3 X 0 Ponte Preta - Edson Passos

16:00 
Internacional 0 X 1 Corinthians -Beira\rio
Santos 2 X 0 Cruzeiro - Vila Belmiro 
Coritiba 0 X 2 Flamengo - Couto Pereira

18:30 
América MG 0 X 0 Grêmio - Independência
Botafogo 3 X 1 Palmeiras - Luso Brasileiro

CLASSIFICAÇÃO



OPINIÃO

O risco de Lula ser preso*

Cristina Lobo


Enquanto Lula e o PT se preparavam para enfrentar decisões do juiz Sérgio Moro, o tiro partiu do juiz Ricardo Leite, de Brasília. O ex-presidente agora é réu, acusado de obstrução de Justiça. Se denúncia for acolhida na segunda instância, ele corre o risco de ser preso. Este é o grande temor entre petistas, algo que Lula já havia externado lá atrás, quando decidiu aceitar o convite de Dilma Rousseff para ser ministro.

A defesa de Lula estava atenta ao processo que corre em Brasília, tanto que recorreu quando o juiz Ricardo Leite foi designado para tratar do caso, alegando que a especialidade dele era lavagem de dinheiro. A  acusação contra Lula era por suposta tentativa de obstrução de Justiça. Foi feita nova redistribuição do processo e, mais uma vez, escolhido o mesmo juiz Ricardo Leite.

A denúncia contra Lula, anunciada nesta sexta-feira, ocorre um dia depois de a defesa dele recorrer ao Conselho de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sérgio Moro, sob a alegação de que é vítima de perseguição do juiz. Com o acolhimento de denúncia feito pelo juiz Ricardo Leite, o argumento apresentado à ONU perde força.

Tudo isso ocorre no momento em que o ex-presidente decidiu percorrer o país para tentar animar o partido e ajudar candidatos petistas às prefeituras municipais  depois da crise que abateu o partido e pode levar a presidente afastada, a petista Dilma Rousseff, a ter o mandato cassado. Nas últimas sete eleições, nacionais e municipais, Lula foi o principal cabo eleitoral do partido. Agora, terá de usar o tempo disponível para se defender.
*Publicado no Portal G1 em 30/07/2016

Dilma sabia do caixa 2

Santana diz que vai contar tudo


A presidente afastada Dilma Rousseff vem ajustando seu discurso de acordo com o avanço da Lava-Jato. Há cerca de um ano, diante das acusações de que sua campanha recebera doações por fora da construtora UTC, ela afirmou: “Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade (…) porque não houve”. De lá para cá, as negativas da petista ganharam um tom cada vez mais baixo. Há duas semanas, após o marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, admitirem ter recebido dinheiro pelo caixa dois na campanha presidencial de 2010, Dilma disse: “Não autorizei pagamento de caixa dois a ninguém. (…) Se houve, não foi com meu conhecimento”. Cinco dias depois, eis que surge outra justificativa: “Minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se dívida remanescente da campanha de 2010. (…) Ele (João Santana) tratou essa questão com a tesouraria do PT”. Em pouco tempo, a negativa da existência de dinheiro sujo saltou do “eu não sabia” e pousou no “a culpa é do partido”.

Em breve, Dilma terá de atualizar a versão. Em sua proposta de delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República, João Santana e sua mulher relatam que a presidente afastada não só sabia da existência do caixa dois como aprovou as operações ilegais. Segundo o casal, Dilma conhecia detalhes do custo real da campanha e o valor que era declarado oficialmente. A diferença, de algumas dezenas de milhões de reais, vinha de empresas envolvidas no petrolão. Uma parte dos recursos, oriundos de propinas avalizadas pela petista, foi usada até para pagar despesas pessoais da presidente. Para comprovar as acusações, que constam em mais de dez capítulos chamados de “anexos”, Santana apresentará documentos. Os detalhes do acordo do marqueteiro foram tratados recentemente numa reunião realizada com integrantes da PGR. Quem leu os anexos garante: o mago do marketing petista, que ajudou a construir a imagem de Dilma, está agora armado com provas para fulminá-la.
veja.com/conteúdo

BOM DIA!

Habeas corpus preventivo*


Diante do amplo elenco de ilicitudes de que Lula é suspeito de ter praticado desde que assumiu a Presidência em 2003, a tentativa de ocultar a propriedade de imóveis como o de Atibaia é café pequeno

Se Lula da Silva for preso proximamente pela Polícia Federal, não importa por qual motivo, parecerá ao mundo que é vítima de retaliação pelo fato de ter “denunciado” o Estado brasileiro ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo “abuso de poder” que teria sido praticado contra ele pelo juiz federal Sérgio Moro e pelos procuradores da Operação Lava Jato. Pois foi certamente por esse motivo esperto – a garantia de uma espécie de habeas corpus preventivo com aval internacional – que o chefão do PT foi apresentado como vítima de perseguição política. No mesmo dia, a Operação Lava Jato tornou público um laudo pericial da Polícia Federal que revela a existência de fortes indícios de que o casal Lula-Marisa Letícia tenha dado instruções específicas aos encarregados de realizar a instalação de uma “cozinha gourmet”, no valor de R$ 252 mil, no aprazível sítio de Atibaia que ambos negam veementemente ser de sua propriedade. E, no dia seguinte, Lula da Silva tornou-se réu, acusado de obstrução da Justiça.

Diante do amplo elenco de ilicitudes de que Lula é suspeito de ter praticado desde que assumiu a Presidência em 2003, a tentativa de ocultar a propriedade de imóveis como o de Atibaia é café pequeno. Não se compara à responsabilidade que lhe é atribuída, por óbvia, de ser o chefe da quadrilha que por mais de uma década aparelhou o Estado, cooptou aliados a peso de ouro e assaltou os cofres públicos, especialmente os das empresas estatais, com o objetivo de perpetuar um projeto de poder e enriquecer políticos, funcionários públicos e empresários inescrupulosos.

Alegam os filopetistas, de modo especial os intelectuais e artistas que gostam de parecer paladinos da justiça social, que o lulopetismo inaugurou uma era de conquistas populares e de desenvolvimento econômico, e que para fazê-lo teve de se submeter ao constrangimento de alianças indesejáveis, mas necessárias ao ato de governar. Ou seja: os fins justificam os meios. Mas o que na verdade resultou provado com o catastrófico desenlace da aventura lulopetista é que os meios explicam o fim do sonho de um projeto de poder que pode ter até nascido com as melhores intenções, mas que ao longo do caminho se deixou perder pela soberba, pela incompetência e pela corrupção.

Hoje, os brasileiros sofrem com o legado de desesperança que receberam de Lula e de sua desafortunada sucessora. Depois de ter frustrado todas as expectativas criadas por um perverso populismo que dividiu o País entre “nós” e “eles”, Lula vê agora frustrada sua própria expectativa de ter repouso virginal no panteão dos grandes heróis internacionais das causas populares. E reage com a mesma falta de escrúpulos que o levou aos descaminhos da moralidade na tentativa de se safar das consequências legais de seus trambiques. Pouco se lhe dá se, assim procedendo, enxovalha a imagem do Brasil no principal foro político internacional. Pois, recorrendo ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, Lula pode querer denegrir o juiz Moro, mas o que de fato faz é tentar comprometer o Estado brasileiro, insinuando que suas instituições são inermes diante do arbítrio de um funcionário. Com essa atitude mendaz, Lula quer fazer crer ao mundo que a Lava Jato transformou o País numa republiqueta refém do “abuso de poder” de uma autoridade judicial que peca pela “clara falta de imparcialidade” e se dedica a sucessivos “atos ilegais” movida pela obsessão de condená-lo.

Esse é o inescrupuloso estilo lulopetista de se safar de dificuldades: atirar para todos os lados, não importa quem possa ser atingido. É assim que Lula e sua tigrada se têm comportado desde o início do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, acionando suas relações nos círculos e foros esquerdistas internacionais para veicular a versão de que o Brasil está sendo vítima de um “golpe”.

É improvável que a “denúncia” de Lula progrida. Entre outros motivos, porque antes de o Comitê da ONU se manifestar sobre a petição, será necessário que Lula prove ter esgotado todos os recursos legais no Brasil para se livrar do “abuso de poder”. E mesmo que se configure a improvável hipótese de que a “denúncia” seja aceita para julgamento, a análise do processo pode se estender por cerca de dois anos. Para Lula, isso pouco importa. O que ele quer é manter a Polícia Federal longe de sua porta.

*Publicado no estadão.com em 30/07/2016