Grupo de Cabral
usava mochilas e carros para pegar propina, diz MPF
As investigações da Polícia Federal e do Ministério
Público Federal (MPF) que deram origem à operação Calicute mostram que o
recebimento de propinas de empresas e o repasse ao grupo do ex-governador do
Rio Sérgio Cabral era feito pessoalmente pelos chamados operadores financeiros
da quadrilha. Investigadores contaram que quatro operadores recebiam dinheiro e
colocavam em mochilas antes de depositá-los em bancos ou adquirirem bens como
lanchas ou joias. Outra prática utilizada pelo grupo, segundo o MPF, foi o
recebimento de dinheiro vivo acomodado em carros. As investigações mostram, por
exemplo, Wagner Jordão, assessor do então subsecretário de Obras do Rio, Hudson
Braga, sendo pego pelo emissário da empreiteira Andrade Gutierrez nas
proximidades da Secretaria Estadual de Obras. A pasta fica no prédio conhecido
como Banerjão, no Centro do Rio. Enquanto, o veículo dava a volta no
quarteirão, Jordão colocava o dinheiro em mochilas. As investigações indicam
que, por, pelo menos, cinco vezes, entre 2010 e 2011, Rafael Campelo,
responsável indicado pela empreiteira Andrade Gutierrez para acompanhar as
obras do chamado PAC das favelas, na comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do
Rio, agiu assim para entregar a propina ao grupo. Os pagamentos totalizaram R$
1,876 milhão. Campelo revelou o esquema em depoimentos ao MPF homologados pela
Justiça.
STF autoriza 12º
inquérito contra Renan Calheiros
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal
(STF), autorizou a abertura de mais um inquérito, o 12º, contra o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em razão de uma movimentação financeira
suspeita de R$ 5,7 milhões. Procurada, a assessoria de Renan divulgou a
seguinte nota: "O senador já esclareceu todos os fatos relativos a esta
questão e é o maior interessado no esclarecimento definitivo do episódio.
Senador lembra ainda que foi o autor do pedido de investigação das falsas
denúncias em 2007, há quase dez anos". O pedido para investigar o
senador foi apresentado
em fevereiro pela
Procuradoria Geral da República. Após o término da investigação, o órgão poderá
apresentar uma denúncia (acusação fomal) e, se o STF aceitá-la, Calheiros se
tornará réu numa ação penal. Com a decisão de Toffoli, Calheiros passa a ser
alvo de 12 inquéritos no STF, incluindo oito relacionados à Operação Lava Jato.
Promotoria investiga
‘tratamento privilegiado’ a Garotinho no Souza Aguiar
O Ministério Público do Rio informou nesta sexta-feira,
18, que a 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da
Capital instaurou um procedimento preparatório de inquérito civil para
investigar suposto tratamento privilegiado recebido pelo ex-governador Anthony
Garotinho (PR) e seus familiares no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro
da capital fluminense. A Promotoria vai apurar se houve improbidade
administrativa, com violação do princípio constitucional da impessoalidade. A
Promotoria do Rio determinou que o secretário municipal de Saúde, Daniel
Soranz, e a diretoria do hospital prestem esclarecimento sobre o caso. Também
solicitou o envio do prontuário médico do ex-governador, no prazo de 20 dias.
Requer ainda, entre outras medidas, que o Grupo de Apoio Técnico Especializado
do Ministério Público do Rio (GATE Saúde) realize diligência no hospital para
indagar profissionais sobre o tratamento dispensado a Garotinho. As informações
foram passadas pelo assessoria de comunicação do Ministério Público do Rio
nesta sexta-feira, 18.
Roberto Freire
assumirá Cultura após demissão de Calero
O Palácio do Planalto informou que o deputado federal
Roberto Freire (PPS-SP) será o novo ministro da Cultura, após Marcelo Calero pedir demissão do cargo. Presidente
nacional do PPS, Freire foi convidado pelo presidente Michel Temer para assumir
o cargo nesta sexta-feira (18). À tarde, Calero telefonou a Temer, que está em
São Paulo, pedindo para deixar o cargo e alegando razões pessoais.
Marcelo Calero assumiu o cargo em maio deste ano, após Temer assumir
interinamente a Presidência da República. Inicialmente, ele havia sido nomeado
secretário nacional de Cultura, órgão que foi vinculado ao ministério da
Educação por algumas semanas, mas que voltou a ter autonomia depois de
movimentos de grupos culturais contra a medida. Roberto João Pereira Freire foi
senador entre 1995 e 2002, quando voltou a assumir novamente uma cadeira na
Câmara. Ele foi deputado por vários mandatos consecutivos, cinco ao todo, e já
passou pelo PMDB e PCB antes de se filiar ao PPS, em 1992.
Segunda aplicação do
Enem custará R$ 10,5 milhões, diz Inep
A reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
nos dias 3 e 4 de dezembro custará R$ 10.512.564,33, segundo nota divulgada
hoje (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). Os cálculos incluem os gastos com impressão, aplicação,
correção e distribuição das provas e materiais administrativos. O valor é
inferior ao inicialmente projetado pelo Ministério da Educação (MEC), de R$ 15
milhões. Ao todo, 271.033 candidatos tiveram a prova adiada devido a ocupações
de escolas, universidades e institutos federais. Além desses estudantes, também
farão as provas em dezembro candidatos que tiveram a aplicação das provas
prejudicadas por problemas de infraestrutura, como interrupção temporária do
fornecimento de energia elétrica. Na próxima terça-feira (22), o Inep divulgará
os novos locais de prova e o número final de inscritos habilitados a fazer as
provas em dezembro.