domingo, 27 de novembro de 2016

BRASILEIRÃO 2016

Palmeiras é o Campeão


O jejum de 22 anos sem um título brasileiro terminou com uma belíssima festa no Allianz Parque na tarde deste domingo. O Palmeiras venceu a Chapecoense por 1  a 0 diante de pouco mais de 40.000 torcedores e conquistou seu nono título do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. O lateral Fabiano, reserva durante toda a campanha, marcou seu nome na história do clube ao marcar o gol do título ainda na primeira etapa.

O cenário era todo favorável ao Palmeiras. Desde o início da tarde, milhares de torcedores se reuniram nas ruas de Perdizes para preparar a festa. A Polícia Militar, no entanto, voltou a fechar as ruas que cercam o Allianz Parque e  que tentaram furar o bloqueio. No estádio, muitas homenagens ao treinador Cuca e aos atletas, especialmente Gabriel Jesus, que se despediu da torcida neste domingo.  Muitos torcedores vestiram máscaras do atacante, que em janeiro, reforçará o Manchester City.

A Chapecoense, que nesta semana fez história ao garantir vaga na final da Sul-Americana, escalou uma equipe quase toda reserva, o que aumentou ainda mais a confiança dos palmeirenses. A superstição também esteve em campo: como no histórico título do Paulistão de 1993, o Palmeiras optou por jogar de meias brancas e não a tradicional verde.

Como na maioria das partidas, o Palmeiras conseguiu seu gol l cedo. Desta vez, o herói foi improvável: o lateral Fabiano, revelado na própria Chapecoense, marcou seu primeiro gol no campeonato em jogada estranha, mas ensaiada. Em cobrança de falta, Zé Roberto tocou para o meio da área, Moisés deu um toque de letra e a bola sobrou para Fabiano, que improvisou um chute e acertou o ângulo de Danilo.  A esta altura, os gritos de “festa no chiqueiro” e “eneacampeão” já eram ouvidas.

A vitória do Flamengo sobre o Santos, em jogo que terminou 2 a 0, também tranquilizou o Palmeiras, que seguiu criando chances, mas administrou com tranquilidade o resultado. Gabriel Jesus teve boas chances, mas parou no goleiro Danilo. Na segunda etapa, o Palmeiras passou a maior do tempo tocando a bola e desfrutando da festa nas arquibancadas.

Ainda houve tempo para o clube homenagear os goleiros Jailson e Fernando Prass. O ídolo do clube, que se lesionou e perdeu quase todo o segundo turno, voltou ao time nos minutos finais, no lugar de Jailson, que terminou o campeonato como um dos heróis do título, sem perder nenhuma partida.

A uma rodada do fim – o Palmeiras visita o Vitória no próximo domingo – o Palmeiras chegou a 77 pontos, sete a mais que o vice-líder Flamengo. O time perdeu apenas seis das 37 partidas e chegou ao título com 69.4 de aproveitamento.
Fonte: Portal VEJA

FUTEBOL

37ª RODADA

Sábado – 26/11
20 horas
Botafogo 1 X 1  Ponte Preta – Luso Brasileiro
América MG 2 X 2 Sport – Independência

21 horas
Corinthians 0 X 0 Atlético PR – Arena Corinthians

Domingo – 27/11
17 horas
Internacional 1 X 0 Cruzeiro – Beira Rio
Flamengo 2 X 0 Santos – Maracanã
Palmeiras 1 X 0 Chapecoense – Arena Palmeiras
Atlético MG 1 X 2 São Paulo – Independência

19h30
Santa Cruz 5 X 1 Grêmio – Arruda
Figueirense 1 X 0 Fluminense – Orlando Scarpelli

Segunda – 28/11
20 horas
Coritiba _ X _ Vitória – Couto Pereira

CLASSIFICAÇÃO


38ª RODADA
Domingo – 04/12
17 horas
Grêmio _ X _ Botafogo – Arena Grêmio
Fluminense _ X _ Internacional – Maracanã
Vitória _ X Palmeiras – Barradão
São Paulo _ X _ Santa Cruz – Pacaembu
Santos _ X _ América MG – Vila Belmiro
Cruzeiro _ X _ Corinthians – Mineirão
Atlético PR _ X _ Flamengo – Arena Baixada
Chapecoense _ X _ Atlético MG – Arena Conda
Ponte Preta _ X _ Coritiba – Moisés Lucarelli
Sport _ X _ Figueirense – Ilha do Retiro

ANISTIA AO CAIXA 2

Temer, Renan e Maia dizem que vão barrar

Foto: Estadão/Reprodução
O presidente da República, Michel Temer, e os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), anunciaram, há pouco, um acordo para barrar a anistia ao caixa 2, que vinha sendo discutida, pelos parlamentares, no bojo do pacote das dez medidas contra a corrupção. Temer disse que há unanimidade dos dirigentes do poder Executivo e Legislativo para atender a voz das ruas. "O poder é do povo", disse, emendando que "quando o povo se manifesta, essa audiência há de ser tomada pelo Executivo e Legislativo".

Na entrevista, Temer disse que "seria impossível não vetar uma matéria como a anistia ao caixa 2". E que o anúncio feito neste domingo, 27, pelos dirigentes da Câmara, Senado e por ele próprio "desestimula qualquer movimento para fazer essa matéria tramitar no Congresso Nacional". E disse que não foi só agora que chegou a essa conclusão, citando que já havia saído em defesa dos movimentos de rua em 2013 - "desde que não houvesse depredações do patrimônio público" - e na sexta-feira passada lembrou que falou a interlocutores que seria impossível o presidente da República sancionar uma matéria dessa natureza (anistia ao caixa 2). "Acordamos, eu, Renan e Maia que não há a menor condição de levar adiante essa proposta", reiterou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, argumentou na coletiva que também já havia falado, desde a semana passada, que havia uma confusão de comunicação no debate sobre a anistia a crimes de caixa 2. "Nas discussões com os líderes, nossa intenção jamais foi anistiar crime. Óbvio que quando se fala em anistia, não se fala em crimes eleitorais, como foi feito no projeto de repatriação", destacou. E repetiu: "O debate nunca aconteceu e não acontecerá no dia da votação das dez medidas contra a corrupção que vamos votar na terça-feira. Não estamos votando as dez medidas para anistiar crimes", frisou Maia.

Renan Calheiros reiterou na entrevista coletiva que "há um acordo, um ajuste institucional no sentido de que não haverá apreciação de anistia a crime eleitoral, a caixa dois ou a outro qualquer crime". Segundo ele, cabe ao Congresso fazer qualquer anistia, "tanto que acabamos de fazer uma de repatriação, mas para melhorar o caixa do tesouro nacional", mas isso não ocorrerá com o caixa 2. E lembrou que tudo que sai do parlamento passa pelo crivo do presidente da República, que pode vetar ou sancionar. O presidente do Senado disse também que Temer e os dirigentes do parlamento concordam que a anistia ao caixa 2 não deve tramitar. "Temos outras prioridades para o Brasil. Estamos fazendo o ajuste fiscal e vamos votar matérias econômicas que são prioritárias para retomar o crescimento da economia."

Na coletiva, Calheiros falou ainda que o Senado tem pauta fechada que não é a do seu presidente, numa referência às críticas que vem recebendo de setores do Judiciário. "Vamos dedicar toda nossa energia para votar essa pauta, como a lei orçamentária e outras pautas econômicas para retomar o crescimento do País."
Agência Estado

OPINIÃO

Um país pior para todos*

Da devastação social legada ao País pelo fracasso da administração lulopetista – liderada no seu final pela presidente afastada Dilma Rousseff – pode se dizer que foi democrática: afetou duramente a vida dos brasileiros de todas as faixas de renda, independentemente da origem de seu rendimento. O Brasil ficou mais pobre e a vida piorou para todos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que, em 2015, pela primeira vez em 11 anos, o rendimento real médio da população encolheu. A perda de rendimentos foi generalizada, tanto por fonte como por nível de renda. Tanto os que ganham pouco como os que ganham muito tiveram, no ano passado, rendimento médio menor do que o obtido um ano antes em valores reais.

Entre 2014 e 2015, o rendimento médio de todas as fontes – que, além do trabalho, incluem aposentadorias, demais benefícios sociais, recebimento de aluguéis e juros, entre outros – caiu de R$ 1.845 para R$ 1.745, com redução de 5,4%. O rendimento de todos os trabalhos diminuiu 5,0%, de R$ 1.950 para R$ 1.853. O rendimento domiciliar caiu ainda mais, de R$ 3.443 para R$ 3.186, uma redução de 7,5%, porque, além da redução da renda real dos residentes no domicílio que mantiveram sua fonte, cresceu em media o número de pessoas desempregadas, isto é, sem nenhuma renda.

Também pela primeira vez em 11 anos diminuiu o número de pessoas com alguma ocupação remunerada. Em 2015, a população ocupada perdeu 3,8 milhões de pessoas, uma redução de 3,9%. Esta é a medida mais dramática do impacto da recessão sobre o mercado de trabalho. Entende-se, com dados como esse, por que o número de desempregados no País, aferido mensalmente pela Pnad Contínua – outra pesquisa realizada pelo IBGE –, já ultrapassa 12 milhões.

Além do drama social que um número dessa ordem de grandeza gera, há ainda uma séria consequência do desemprego para as contas públicas. Cai o número de contribuintes do sistema previdenciário, o que agrava ainda mais seu desequilíbrio financeiro. No ano passado, 2 milhões de pessoas deixaram de contribuir para o INSS.
Entre os grupos de atividade, a indústria foi o mais afetado, com o fechamento de mais de 1 milhão de postos de trabalho no ano passado. Entre os que se mantiveram ocupados, diminuiu a participação dos empregados (de 61,3% para 60,6%) e aumentou a dos que trabalham por conta própria (de 21,4% para 23%). Mais do que indicação do fortalecimento do empreendedorismo e de capacidade de iniciativa dos brasileiros, a busca de trabalho por conta própria em períodos de crise é sinal de deterioração do mercado. Pessoas que perderam emprego buscam alguma forma de renda quaisquer que sejam as condições de trabalho, mesmo sem a proteção de que gozam os regularmente contratados ou com sua atividade regularizada.

Curiosamente, o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda num determinado grupo social, mostrou que o Brasil se tornou um país menos desigual em 2015. O índice – que varia de 0 a 1 e quanto mais perto do teto mostra maior concentração de renda – caiu de 0,497 para 0,491 no ano passado. Na realidade, o que ocorreu foi que, mesmo com distribuição menos desigual, a renda piorou para todos. Mas, como a crise afetou mais duramente os que ganham mais, o coeficiente de Gini melhorou. Não há o que comemorar. “Quando todo mundo perde, fica pior para todo mundo”, como destacou a gerente do Pnad, Maria Lucia Vieira.

A recessão começou no segundo semestre de 2014, último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Por isso, os indicadores econômicos e sociais vinham piorando desde então. Mas os dados sociais de 2015 agora apresentados pela Pnad mostram a rapidez com que o quadro se deteriorou no primeiro ano do segundo mandato de Dilma. A persistência da crise em 2016, mesmo depois do afastamento definitivo do PT do governo, é uma indicação de que, já ruim, o quadro social pode ter piorado.

*Publicado no Portal Estadão em 27/11/2016