Caos no Espírito
Santo: Polícia Civil paralisa atividades até a meia-noite
A Polícia Civil do Espírito Santo decidiu paralisar suas
atividades até a meia-noite desta quarta-feira. A partir de amanhã, os
policiais atenderão apenas nas 18 delegacias regionais e especializadas do
Estado – são quatro na Grande Vitória – por tempo indeterminado. O Departamento
Médico Legal (DML) permanecerá em funcionamento.
A paralisação foi decidida no pátio da sede da polícia.
Enquanto cerca de 300 policiais de nove entidades que representam a categoria
deliberavam pela greve, o comando da Polícia Civil publicava nota desmentindo a
suspensão dos serviços. Mas o protesto está mantido.
Mais cedo, uma das associações que representa os
policiais chegou a deliberar em outra assembleia que iniciaria uma greve e que
colocaria apenas 30% dos agentes em serviço. Depois, um ato que reuniu as
diversas entidades unificou o protesto.
Com a decisão, a partir desta quinta todas as delegacias
locais deverão permanecer fechadas.
Cunha se nega a
fazer exame médico para provar que tem aneurisma
O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) se negou a passar por um exame médico para comprovar que
tem um aneurisma (dilatação anormal de um vaso sanguíneo), como afirmou em
depoimento prestado na terça-feira ao juiz Sergio Moro,
durante audiência relativa a processo em que é réu na Operação Lava Jato.
Após depor por três horas na Justiça Federal em
Curitiba, Cunha leu uma carta de próprio punho na qual afirma que tem o
problema – o mesmo que tinha a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da
Silva, e que não teria condições de se tratar na cadeia, onde está preso.
Segundo Luiz Alberto Cartaxo de Moura, diretor do
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen-PR), os médicos
convocaram Cunha nesta manhã para realizar uma tomografia “capaz de dizer se
efetivamente ele é portador dessa enfermidade”, mas ele não aceitou. “O
custodiado se negou terminantemente a fazer os exames”, disse.
A recusa em se submeter aos exames caracteriza infração
disciplinar leve e isso será anotado na ficha de Cunha na prisão, onde ele está
desde outubro do ano passado.
“Ressalto ainda
que essa enfermidade foi revelada no dia 21 de dezembro ao corpo médico do
Complexo Médico Penal, que solicitou à família e aos advogados que fossem
encaminhados os exames e os documentos comprobatórios de tal situação, o que
até hoje não aconteceu”, disse. “Então, por duas vezes, já se tentou
comprovar a presença desse aneurisma e por duas vezes isso não foi possível”, esclareceu.
Para Gilmar Mendes,
projeto que restringe atuação do TSE "consagra impunidade"
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministro Gilmar Mendes, classificou hoje (8) como “preocupante” a urgência
aprovada pelos deputados na tramitação de um projeto de lei que revoga o
direito da Justiça Eleitoral de expedir instruções que disciplinem a execução
da Lei dos Partidos Políticos. Para ele, a proposta consagrará a impunidade.
A urgência da proposta foi aprovada ontem (7), na
primeira votação da Câmara após o retorno do recesso, o que possibilita que o
projeto seja votado pelo plenário da Casa já nesta quarta-feira.
“Só ontem que fui advertido desse pedido de urgência e
dessa possibilidade de aprovação. Vejo realmente com muita preocupação essa
iniciativa, que praticamente impede que o tribunal regulamente as eleições via
resolução, revoga o dispositivo que permite ao tribunal fazer as resoluções que
muito têm contribuído para disciplinar, para efetivar, para realizar as
próprias eleições”, afirmou Mendes.
Mendes destacou ainda o trecho do texto que prevê o fim
de sanções para os partidos que não apresentarem suas prestações de contas
anuais em dia. "[Isso] torna inútil esse grande esforço que estamos fazendo
de cobrar a prestação de contas, na medida em que nos impede de aplicar
qualquer sanção", disse o ministro.
Donald Trump tem
chances reais de sofrer impeachment
Nem bem começou e já há quem quer que termine. Antes
mesmo de completar três semanas no cargo, o impeachment do presidente
americano Donald Trump já é considerado como uma pauta no horizonte
da política dos Estados
Unidos.
Um grupo de democratas tenta fazer do tema uma pauta do
partido. Jornais e revistas têm publicado artigos e reportagens sobre o
assunto. A petição “Impeach Donald Trump Now” elenca argumentos para a retirada
de Trump e já conta mais de 500.000 assinaturas. Há diversas petições no site
da Casa Branca pedindo que o presidente divulgue seus impostos e suas relações
comerciais pessoais – o objetivo é detectar conflitos de interesse que, no
limite, levem a uma saída forçada do presidente.
O site de apostas Paddy Power estima em 2 para 1 as
chances de um impeachment. E até mesmo republicanos duvidam da capacidade de
Trump de terminar o mandato. Em um artigo escrito para a revista The
Atlantic, Eliot Cohen, ex-consultor de Condoleezza Rice durante o governo de
George W. Bush, argumenta que “não seria a menor surpresa se a gestão não
terminasse em 4 ou 8 anos, mas muito antes disso, com um impeachment”.
Moro nega a Lula
suspensão de processo por morte de Marisa
O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, em Curitiba,
negou nesta quarta-feira, 8, pedido de suspensão do processo contra o
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados do petista
protocolaram petição, em que solicitaram o adiamento das audiências de
testemunhas de defesa, em decorrência da morte da ex-primeira-dama Marisa
Letícia,
“Apesar de trágico e lamentável acontecimento, há
diversas audiências já designadas, com dezenas de testemunhas, e para as quais
foram realizadas dezenas de diligências por este Juízo e pelos diversos Juízos
deprecados para a sua viabilização”, escreveu Moro, em despacho desta quarta,
8. “Assim, indefiro o requerido.”
Lula é réu nesse processo pelo recebimento de R$ 3,8
milhões em propinas da OAS, em forma de reforma e ampliação do tríplex no
Edifício Solaris, no Guarujá (SP) – que a Lava Jato diz ser do ex-presidente, e
ele nega – e no custeio do armazenamento de bens, em empresa especializada.