segunda-feira, 10 de abril de 2017

➤Odebrecht para Moro:

“Lula é o ‘amigo’ da planilha de propinas”

Foto: Reprodução
O empresário Marcelo Odebrecht confirmou ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que o ex-presidente Lula é o ‘amigo’ da planilha de propinas milionárias da empreiteira. Em depoimento nesta segunda-feira, 10, Odebrecht disse ainda que ‘Italiano’ – alcunha também lançada na planilha – é uma referência ao ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma) e ‘Pós Itália’ referência a Guido Mantega, que também ocupou a pasta da Fazenda. Odebrecht descreveu a Moro a planilha elaborada pelo Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, o Departamento de Propinas.

Ele falou sobre R$ 4 milhões que teriam sido repassados ao Instituto Lula e na soma de R$ 12,4 milhões supostamente investidos na compra do prédio do Instituto. Também abordou a cifra de R$ 50 milhões em propinas para Mantega que teriam sido usados na campanha de Dilma e, ainda, R$ 13 milhões em espécie sacados pelo ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, ou Programa B, entre 2012 e 2013, valor que teria sido entregue a Lula, segundo o empresário.
As informações foram divulgadas pelo site O Antagonista.

Odebrecht foi interrogado durante cerca de duas horas  e meia. Ele praticamente reiterou o que já disse à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal Superior Eleitoral no âmbito de delação premiada.

Como delator da Lava Jato Odebrecht se obrigou a responder a todas as perguntas, diferentemente da primeira vez em que foi ouvido por Moro, ainda em 2016 – na ocasião, limitou-se a entregar esclarecimentos por escrito, não respondeu nenhuma indagação do magistrado e acabou condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de propinas e cartel na Petrobrás.

Odebrecht disse no interrogatório que Palocci era ‘o principal interlocutor da empresa com o governo Lula’. Ele definiu o ex-ministro como ‘o intermediário’. Esclareceu todos os pagamentos lançados na planilha das propinas a Palocci, Lula e o PT.

Ainda segundo revelou O Antagonista, Odebrecht confirmou uma doação de R$ 4 milhões ao Instituto Lula em 2014. A propina teria saído da conta corrente que supostamente o petista tinha com a empreiteira e foi registrada na ‘Planilha Italiano’, subplanilha ‘Amigo’.
No interrogatório, Odebrecht contou que, por meio de uma empresa laranja, a empreiteira comprou o terreno que serviria para abrigar a sede do Instituto Lula.

Nesta ação que o levou a novo encontro frente a frente com Moro, Odebrecht é réu ao lado de outros 14 acusados, entre eles Palocci, que, segundo o Ministério Público Federal, teria recebido propinas de R$ 128 milhões da empreiteira.

Relatório da Polícia Federal entregue ao Ministério Público Federal e ao juiz Moro já havia cravado que o ‘amigo’ da planilha de corrupção era uma alusão a Lula. A defesa do petista nega taxativamente envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade.

Ainda segundo o site O Antagonista, o empresário confirmou a Moro que tentou avisar o governo Dilma do risco de que a Lava Jato pudesse chegar à conta secreta do marqueteiro João Santana – das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014). Odebrecht teria ido até o México alertar pessoalmente a então presidente, mas ela não teria demonstrado preocupação.

Odebrecht descreveu a Moro a planilha elaborada pelo Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, o Departamento de Propinas.

Odebrecht disse no interrogatório que Palocci era ‘o principal interlocutor da empresa com o governo Lula’. Ele definiu o ex-ministro como ‘o intermediário’. Esclareceu todos os pagamentos lançados na planilha das propinas a Palocci, Lula e o PT.

Odebrecht confirmou uma doação de R$ 4 milhões ao Instituto Lula em 2014. A propina teria saído da conta corrente que supostamente o petista tinha com a empreiteira e foi registrada na ‘Planilha Italiano’, subplanilha ‘Amigo’.

No interrogatório, Odebrecht contou que, por meio de uma empresa laranja, a empreiteira comprou o terreno que serviria para abrigar a sede do Instituto Lula.

Agência Estado

➤BOA NOITE!


Quando um homem ama uma mulher (When a Man Loves a Woman), filme americano de 1994 com direção de Luis Mandoki.

Michael Green (Andy Garcia) é um piloto de avião apaixonado por sua esposa Alice (Meg Ryan). Juntos, eles têm duas filhas, Jessica (Tina Majorino) e Casey (Mae Whitman), e fazem de tudo para construir uma vida agradável para elas. Quando um segredo do passado de Alice vêm a tona e ela é obrigada a se internar em uma clínica, a relação deles é abalada, e tudo pelo o que eles lutaram pode ser destruído, inclusive a integridade deles próprios como indivíduos, amantes e família. Resta saber se o amor entre Michael e Alice poderá superar essa situação.

Para começar a semana, selecionei um vídeo com cenas do filme e a banda R.E.M cantando a música Every Body Hurts






➤RAPIDINHAS


'Estamos fazendo um aperto de despesas fenomenal em 2018', diz Meirelles
Depois de anunciar uma previsão de déficit maior das contas públicas para 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, rebateu as avaliações de que a nova meta é frouxa ou mesmo apertada de mais. Em entrevista ao Broadcast,  do Grupo Estado, Meirelles negou que a revisão da meta de déficit de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões do ano que vem, divulgada na última sexta-feira foi feita para abrir espaço a gastos maiores do governo em ano de eleições presidenciais, como ocorreu em 2014 durante a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff. "Estamos fazendo um aperto de despesa fenomenal", disse Meirelles. 
"Uns acham que é frouxa e outros acham que está apertada de fato. Significa que está certa. Está no meio, onde deveria estar. É a primeira indicação que ela está certa."

TCE do Rio achacava prefeitos, diz delator
Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) receberam propina para ignorar irregularidades em gestões municipais, segundo Jonas Lopes, ex-presidente da corte. Em depoimento de delação premiada, ele revelou um esquema de arrecadação digno de máfias italianas, que incluía fidelidade na divisão da propina, lealdade aos “acordos” firmados por colegas e acusações de traição.
Os depoimentos de Lopes, e de seu filho, Jonas Lopes Neto, citam Macaé (litoral norte), Duque de Caxias (Baixada Fluminense) e Niterói (região metropolitana). As delações feitas à força-tarefa da Lava Jato no Rio,  revelam a ramificação da corrupção além de editais de obras públicas no Estado, como o Maracanã, durante a gestão Sérgio Cabral (PMDB), e envolvem também prefeituras. 

Focus: economistas reduzem previsão da Selic para 8,5% em 2017
A expectativa para a taxa básica de juros no final deste ano voltou a ser reduzida na pesquisa Focus, do Banco Central. Os economistas apostam que a Selic fechará 2017 em 8,50%, ante previsão de 8,75% no boletim da última semana.
A taxa básica de juros está atualmente em 12,25%. E o mercado estima que o BC aumente o ritmo de cortes, para 1 ponto porcentual, na reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) marcada para esta quarta-feira.
O BC tem sinalizado que reduzirá os juros em razão da queda da inflação. Na última sexta-feira, o IBGE divulgou que o IPCA, índice oficial do país, registrou o menor avanço dos preços em um trimestre desde o início do Plano Real, em 1994.  No acumulado de 12 meses até março deste ano, o IPCA subiu 4,57%. A meta de inflação para 2017 é de 4,5%, e com a margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual pode ficar entre 3% e 6%. A aposta dos analistas de mercado é que o IPCA  encerre este ano abaixo do centro da meta, em 4,09%, 0,01 ponto porcentual menor que a previsão da semana anterior.

Agências da Caixa abrem 2 horas mais cedo entre hoje e quarta-feira
A Caixa Econômica Federal antecipou em duas horas a abertura de suas agências entre segunda e quarta-feira (10, 11 e 12 de abril). A maioria das agências abrirá às 8h para ajudar os titulares de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no processo de saques.
Na última semana, a Caixa já havia antecipado o início dos saques de quem nasceu nos meses de março, abril e maio. Antes previsto para o dia 10, o dinheiro foi liberado no último sábado, dia 8. Nesse dia, cerca de 2,1 mil agências do país abriram.
Desde o anúncio do saque das contas inativas, mais de 1,8 mil agências foram abertas em dois sábados: dias 18 de fevereiro e 11 de março. Os demais sábados em que agências abrirão das 9h às 15h serão dias 13 de maio, 17 de junho e 15 de julho.

Marchezan analisa os primeiros 100 dias na Prefeitura de Porto Alegre: 'Estamos em absoluto caos'
Ao completar 100 dias como prefeito de Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) analisou os primeiros três meses de mandato: os desafios, as surpresas e as possibilidades.
Marchezan admitiu estar satisfeito com o trabalho realizado, elogiou a equipe que formou para governar, mas não negou o descontentamento com o que vê na cidade. "Está feia por causa da pobreza", comentou, reiterando os problemas financeiros. Apesar da redução de 340 cargos em comissão (CCs) – na gestão anterior havia 1.032 -, e do teto salarial dos servidores, os resultados, na prática, só devem aparecer em longo prazo.
“Eu diria que estamos em absoluto caos. Não deu para fazer e nem dará pra fazer o que é necessário no primeiro ano. Nós vamos passar por grandes dificuldades, tanto a prefeitura quanto a cidade, até o final de 2018. Mas acho que a crise é uma grande oportunidade para fazer o que precisa ser feito”, ponderou.

➤Roubo de carros

Cinco bairros perigosos na Capital


O Sindicato das Seguradoras do RS (Sindsergs) fez um levantamento que aponta os cinco bairros onde mais ocorrem roubo e furto de carros em Porto Alegre. O levantamento mostra os bairros, Jardim Itu Sabará, Rubem Berta, Vila Ipiranga, Lindoia e Sarandi como onde mais ocorre este tipo de crime.

No horário entre 18h e 24h ocorrem 52% dos casos e das 12h até 18h, acontece 22% de roubos e furtos de veículos. O Sindsergs alerta para o fato de que, mesmo em horários de pico onde ocorrem entradas e saídas de faculdades, escolas e trabalho, as pessoas devem permanecer atentas já que os bandidos não temem o movimento de pessoas e partem para a ação.

Quem for deixar o carro, buscar um filho na escola, trabalhar nas áreas relacionadas, deve ter mais cuidado, já que é lá que se concentra o maior número de casos.

➤10/04/2017


Estadão - Partidos apelam a dinheiro público para pagar multas
Líderes querem usar Fundo Partidário para devolver R$ 35,6 mi gastos de forma irregular; dirigentes reclamam de mudança de regra feita pelo STF 

Folha de São Paulo - Reajuste do salário mínimo faz subir a projeção oficial de despesa do INSS
Conta da reforma da Previdência considera aumento do piso salarial acima da inflação

O Globo - Reajuste de servidores estaduais pressiona contas da Previdência
por Daiane Costa Alta de 50% em 9 anos é mais que o dobro da média dos outros trabalhadores, de 21%

Correio Braziliense - Inep publica edital do Enem; taxa de inscrição será de R$ 82,00
A autarquia diz que mesmo com a alta, o Enem está abaixo da média dos vestibulares do país, que é R$ 140,00

Estado de Minas - Renan Calheiros critica abertamente o governo Temer de olho em 2018
Patinando na baixa popularidade, Temer virou alvo da artilharia do seu correligionário, que é também líder do PMDB no Senado.

Tribuna da Bahia - Estudantes surdos terão acesso a vídeo com prova do Enem traduzida
Os estudantes que optarem pela tradução no vídeo terão também acesso a um tradutor por dupla de candidatos

Diário do Nordeste -Prevista em lei, prisão domiciliar para mães ainda é exceção no Ceará
Marco Legal da Primeira Infância completa um ano e permanece como desafio para Defensoria

Gazeta do Povo - Porto de Paranaguá dobra de “tamanho”
27 milhões de toneladas é a estimativa de movimentação de cargas pelo corredor de exportação do Porto de Paranaguá em 2017

Diário Catarinense - Santa Catarina atinge apenas 7% da meta de vacinação contra HPV
Dos 295 municípios, só 21 conseguiram imunizar meninas na faixa dos 9 anos contra a doença que está relacionada ao câncer no colo do útero

Revista VEJA - Eike Batista planeja uma delação conjunta com seu ex-executivo
Mas as negociações, ainda embrionárias, passam por uma série de garantias que o empresário pleiteia

Revista EXAME - O que Doria conseguiu tirar do papel até agora
Checamos o que o prefeito de São Paulo fez em 100 dias sobre 4 promessas de campanha

Revista ÉPOCA - Cabral está indignado com vida serena de ex-assessor
O personagem é o advogado Regis Fichtner

➤BOM DIA!

Os efeitos da má política*

Deputados da bancada governista têm levado ao Palácio do Planalto 
a avaliação de que está cada vez mais difícil aprovar a reforma da Previdência, porque “as bases estão contra”   
     
A aparente tendência da base governista na Câmara de dificultar a aprovação das reformas propostas pelo governo Temer, como revelou o Estado em reportagem publicada na sexta-feira passada, é um dos sintomas mais preocupantes da má política praticada, em particular, por quem tem a responsabilidade da representação popular. Deputados da bancada governista têm levado ao Palácio do Planalto a avaliação de que está cada vez mais difícil aprovar a reforma da Previdência, porque “as bases estão contra”. É fácil transferir para o eleitor anônimo a culpa pela rejeição de uma proposta governamental que, por definição, o deputado da base aliada tem o dever político – e, neste caso, também o dever cívico – de viabilizar.

A legítima representação popular implica não apenas o representante eleito ter sensibilidade para conhecer os anseios de seus representados, mas também capacidade e determinação para orientá-los sobre o que ele, com a responsabilidade que o mandato parlamentar lhe impõe, entende ser o melhor para si, para o eleitor e para a comunidade, ainda que isso exija a busca da conciliação de eventuais interesses divergentes. Esse é o papel da liderança responsável. Negligenciá-lo é praticar a má política.

É fácil, também, atribuir ao caráter “impopular” da agenda do governo a tendência dos cidadãos de rejeitarem as reformas propostas. Quem alardeia a “impopularidade” dos projetos governamentais é a oposição, à qual só interessa destruir ou paralisar todas as iniciativas do governo, qualquer que seja o preço que o País terá de pagar por essa irresponsabilidade. À base aliada cabe refutar os argumentos de quem tem interesse eleitoral no combate a reformas que, se é verdade que podem significar sacrifícios no presente, representam a garantia da manutenção de benefícios que, sem as mudanças ora em discussão, estarão comprometidos no futuro. Basta o eleitor não estar intoxicado pelo populismo irresponsável para entender que reformas como a da Previdência são essenciais à busca do equilíbrio das finanças públicas, ou seja, para que a União tenha condições de continuar pagando os benefícios previdenciários sem precisar interromper suas ações e seus planos em áreas igualmente vitais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura sob sua responsabilidade.

Decerto muitos aproveitam a oportunidade para chantagear o governo, cobrando vantagens às vezes inconfessáveis em troca de uma fidelidade que deveria se basear em identidade programática e em compromisso com a governabilidade, e não em distribuição de vantagens. Esse é o pior aspecto da má política.

Durante muito tempo a capacidade de articulação política do presidente Michel Temer e a experiência no trato com os deputados desenvolvida nos três mandatos que exerceu como presidente da Câmara foram colocadas como garantias suficientes para manter uma base aliada unida em torno dos projetos de reforma que a crise econômica, política e social exige. A aprovação com relativa folga de votos da PEC do Teto dos Gastos, na votação em dois turnos tanto na Câmara como no Senado, em dezembro, parecia sinalizar uma tramitação tranquila para as propostas do Planalto.

Mais recentemente, a derrota na Câmara de projetos como o do chamado Cartão Reforma e da PEC que permitia às universidades públicas cobrar cursos como os de pós-graduação, somada à aprovação apertada do projeto que regulamenta a terceirização, tem levado os estrategistas do governo a rever os termos da negociação com os parlamentares reticentes da base. A reforma da Previdência impôs ao governo um novo desafio, o de negociar – mas sem recuar – pontos de um projeto naturalmente de grande complexidade e que afeta muitos interesses. O que os cidadãos responsáveis esperam é que a capacidade de negociação e a habilidade política do presidente da República levem a um projeto que, mantendo a essência de sua versão original, alcance a aprovação do Congresso.

O conjunto de episódios inoculados pela má política está a exigir como antídoto uma ampla e profunda reforma política, especialmente focada na organização e funcionamento dos partidos. Se o atual Congresso não for capaz de aprovar tal reforma, será imperativo que o próximo, eleito pelo voto consciente dos cidadãos brasileiros, o faça.
*Publicado no Portal Estadão em 10/04/2017