domingo, 23 de abril de 2017

➤Eleições francesas

92% dos votos apurados: 
Macron e Le Pen vão para o 2º turno

Foto: AFP/Reprodução
O centrista Emmanuel Macron e a candidata da extrema direita Marine Le Pen seguem para o segundo turno das eleições presidenciais da França, apontam resultados preliminares, em uma das corridas eleitorais mais disputadas da história recente do país.

Com 92% dos votos dos inscritos contabilizados, Macron tem 23,72% de votos válidos contra 21,91% de Le Pen, segundo informações do Ministério do Interior publicadas pelo jornal Le Figaro.

O segundo turno está marcado para o dia 7 de maio. Pesquisas de opinião apontam que Macron, numa disputa contra Le Pen, se sairia vencedor e se tornaria o próximo presidente francês. Qualquer um dos dois candidatos fará história: Macron como o presidente mais jovem da França (aos 39 anos) e Le Pen como a primeira mulher chefe de Estado no país.
Fonte: Revista VEJA

➤Reforma da Previdência

Governo não cede a lobby de servidores e mantém proposta


Em reunião que durou mais de três horas hoje no Palácio do Jaburu, o presidente Michel Temer, ministros e líderes do governo decidiram brecar novas alterações no relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA), já lido na comissão especial na última quarta-feira. Na reunião de hoje o comando do governo, na presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-PE), se discutiu a possibilidade de flexibilização maior das regras para os servidores públicos que ingressaram na carreira até 2003, mas se chegou a conclusão que se governo ceder ao pesado lobby da categoria, as perdas serão gigantescas e não haverá retorno significativo em termos de votos, já que essas categorias são fechadas com partidos da oposição, que são contra a reforma da Previdência.

O ministro da Secretaria geral, Moreira Franco, disse, após a reunião, que continua valendo o texto fechado pelo relator Arthur Maia e lido na última quarta-feira. Na reunião, os técnicos e a equipe econômica refizeram todas as contas e se chegou a conclusão que se o governo ceder ao pesado lobby dos servidores que ganham altos salários e o texto do relator não for aprovado, “ a União vai virar um Rio de Janeiro”.

- A proposta fechada preserva os direitos da maioria da população, que ganha um Salário Mínimo. Ficou acertado que o texto fechado pelo relator é o que vai continuar valendo. Quem está contra é uma minoria que tem salários elevados - disse Moreira Franco, garantindo que a reforma deve ser aprovada ainda no primeiro semestre.

Agência Globo

➤BOA NOITE


Jerry Adriani (Jair Alves de Sousa)  nasceu em São Paulo, no dia  29 de janeiro de 1947 e faleceu hoje, 23 de abril de 2017, no Rio de Janeiro.

Impossível falar neste cantor e ator brasileiro que começou sua carreira na TV Tupi de São Paulo, como vocalista do conjunto Os Rebeldes, sem lembrar que mais tarde se transformou num dos ídolos do movimento chamado Jovem Guarda, comandado por Roberto, Erasmo e Vanderleia.

Jerry Adriani gravou músicas que ficaram eternizadas entre os que curtiram a época de ouro do rock brasileiro como "Tudo Que É Bom Dura Pouco", "Tarde Demais",  "Doce Doce Amor", “Querida” e tantas outras.

Na noite de hoje, triste com vazio que Jerry Adriani deixa na música popular brasileira, tão carente de valores musicais, vamos relembrar um de seus maiores sucessos  e que fez parte de um de seus últimos shows. Para matar a saudade, Ninguém Poderá Julgar-me


➤Eleições francesas

Boca de urna: 
Macron e Le Pen devem ir para o segundo turno

Eleitores de Macron aguardam chegada do candidato ao diretório de campanha (Foto:Reuters/Reprodução). 
Pesquisas de boca de urna do instituto Ipsos-Sopra Steria, encomendada pela France Télévisions, Radio France e “Le Monde”, indica que Emmanuel Macron e Marine Le Pen irão disputar o segundo turno da eleição presidencial, marcada para o dia 7 de maio.

De acordo com a pesquisa, Macron alcançou 23,7% dos votos, contra 21,7% da segunda colocada, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen. François Fillon ficou em terceiro lugar, com 19,5% dos votos, e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, em quarto, com 19,5%.

Benoît Hamon, do partido do atual presidente, Frnçois Hollande, ficou apenas na quinta colocação, com 6,2% do votos, segundo a pesquisa de boca de urna.

Já segundo uma pesquisa da Kantar Sofres-Onepoint para o diário "Le Figaro" coloca Macron e Le Pen empatados em 23%, enquanto Mélenchon e Fillon teriam 19% cada. Hamon alcançaria 5,8%.

O primeiro turno desta eleição presidencial foi o mais acirrado da história recente da França. Quatro candidatos chegaram neste domingo com chances reais de irem para o segundo turno, mas o resultado confirmou as últimas pesquisas de intenção de voto.
Agência Globo

➤OPINIÃO

Lula, o sócio oculto*

Tal qual um Fausto dos trópicos, Lula vendeu ao diabo 
o que era uma biografia virtuosa

Vera Magalhães

As últimas e estarrecedoras revelações do submundo da empreiteirocracia instituída no Brasil por Luiz Inácio Lula da Silva e mantida sob Dilma Rousseff não deixam dúvida: Lula não era apenas beneficiário, mas sócio majoritário e idealizador do esquema que pilhou a Petrobrás, o BNDES, o setor elétrico, a Receita Federal e sabe-se lá mais quantos pedaços do Estado.

Mais: Lula se tornou sócio dos empreiteiros não só depois de instalado no Palácio do Planalto. As negociatas começaram bem antes, quando o sindicalista ainda começava a angariar a fama que viria a ter.

Foi nessa época, ainda no fim dos anos 1970, que o petista começou a se mostrar maleável a vender suas convicções na bacia das almas do pragmatismo, ajudando Emílio Odebrecht a pacificar uma greve no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia.

Depois de perder três eleições presidenciais, o pacto se tornou escancarado. O que até algumas semanas era atribuído a uma ideia conjunta de José Dirceu, Antonio Palocci e Duda Mendonça, a tal Carta ao Povo Brasileiro, de 2002, agora se sabe que foi uma nota promissória assinada por Lula com a Odebrecht, que viria a ser descontada em gordas parcelas ao longo dos 13 anos seguintes.

Foi já naquela primeira campanha vitoriosa que a empreiteira percebeu as chances de vitória do antes triderrotado e apostou nele suas fichas, na forma de financiamentos de campanha por meio de caixa 2 e pagamentos no exterior. Antonio Palocci foi o intermediário, desde então, disso que viria a se tornar uma sociedade lucrativa para todos.

Diante da enormidade dos desvios de recursos públicos, contratos fraudados, medidas provisórias sob encomenda, empréstimos danosos aos interesses nacionais, loteamento de diretorias e gerências de estatais, obras superfaturadas e superdimensionadas e políticas econômicas deletérias — como as regras do pré-sal, as desonerações, os múltiplos Refis, investimentos em países como Cuba e Angola —, o apartamento triplex no Guarujá e o sítio de Atibaia entregues à família Lula, e ridiculamente disfarçados em nome de terceiros, são migalhas.

Tal qual um Fausto dos trópicos, Lula vendeu ao diabo o que era uma biografia virtuosa, de um homem que se fez lutando contra circunstâncias pessoais, econômicas, familiares e políticas em tudo adversas, que mudou a lógica do sindicalismo pelego que se praticava desde Vargas, que fundou um partido do nada liderando de operários a intelectuais, que chegou ao poder prometendo fazer a inclusão social tão adiada no Brasil.

E o fez de caso pensado, sem nenhum drama de consciência. Usando sua propagada inteligência e a intuição política sempre louvada, inverteu o jogo e submeteu as poderosas empreiteiras à lógica do “dão ou descem” do trem do Brasil grande, inflado por ele e implodido por sua sucessora.

Dada a dimensão do sequestro institucional, econômico e político praticado pelo PT e revelado em capítulos cada vez mais deprimentes desde o mensalão, chegando ao ápice com as delações dos “capos” das empreiteiras, chega a soar ridícula qualquer tentativa de paralelo traçada pela esquerda aturdida com outros esquemas criminosos pescados junto na rede da Lava Jato.

Todos têm de ser punidos e seus beneficiários de diferentes partidos, de tucanos a comunistas, passando pelos peemedebistas de sempre, merecem a aposentadoria compulsória da política e a pena da lei.

Mas que não reste dúvida: o verdadeiro sócio do esquema criminoso que colocou em xeque a ainda incipiente democracia brasileira atende pela alcunha de Lula, e sua máscara caiu indubitavelmente diante dos olhos da Nação. Quem ainda não enxergou é porque não quer mesmo ver.

*Publicado no Portal Estadão em 23/04/2017

➤Eleições na França

Forte esquema de segurança garante votação

Foto: O Globo/Reprodução
Os franceses foram às urnas neste domingo sob um forte aparato de segurança. É o primeiro turno da eleição presidencial francesa, considerada importantíssima para o futuro da União Europeia. Desde as 8 horas (local) 50 mil policiais e 7 mil militares estão mobilizados para impedir atos que prejudiquem a segurança dos eleitores.

Quatro dos 11 candidatos disputam a preferência dos franceses, mesmo havendo um nível muito elevado de indecisos. Emmanuel Macron (centrista) e Marine Le Pen (extrema-direita) lideravam as pesquisas até a última sexta-feira, acompanhados, de perto, por François Filon (conservador) e Jean-Luc Mélenchon (esquerda radical), todos com chances de chegar ao segundo turno já que as diferenças entre os quatro estão dentro da margem de erro das pesquisas.

Informações do Ministério do Interior Francês, dizem que a taxa de participação alcançou 28,54% ao meio dia (7 horas em Brasília), mostrando ligeira alta em relação ao último pleito (2012) quando a parcial foi de 28,29%. Os quatro principais candidatos já votaram.

➤BOM DIA!

Lições da Venezuela*

O caos no país de Chávez e Maduro é um 
alerta contra salvadores da Pátria

Eliane Cantanhêde

A Venezuela está esfarelando espantosamente aqui ao lado, mas a situação lá não tem a ver com a situação cá e vai enterrando a ideia, ou ameaça, de que o Brasil viraria “uma Venezuela”. Apesar disso, temos muito o que aprender no país vizinho.

Há três enganos quando se olha para a Venezuela e se depara com a fome, o desabastecimento, o descalabro, o ridículo, os tumultos e as mortes: achar que toda essa tragédia é resultado só de Hugo Chávez, que Chávez era um boçal e que a aproximação do Brasil com o regime começou com Lula e o PT.

A tragédia venezuelana vem sendo costurada há décadas, desde quando o país era um dos mais ricos da América do Sul, mas usava perdulariamente os recursos do petróleo e se jogava nos braços dos Estados Unidos. Mesquinha, a elite empresarial se gabava de só tomar água importada. Sentada no petróleo estatal, a burocracia enlameou-se de corrupção e contaminou as instituições. E ninguém cuidou de converter os recursos que jorravam do petróleo em planta industrial, desenvolvimento, justiça social, futuro, enfim.

Chávez foi resultado de tudo isso. Engana-se quem pensa que ele era um tosco, um ignorante. Era um estrategista. Militar, tentou dar um golpe de Estado em 1992, aproveitou os anos de cadeia para aprimorar a leitura e saiu decidido a bombardear o sistema com as armas do próprio sistema. Criou um partido, seduziu as Forças Armadas e aliou-se a setores tradicionais da esquerda para atacar os doentios Executivo, Legislativo e Judiciário na arena da democracia formal e se eleger quatro vezes.

Sobreviveu aos protestos e ao golpe frustrado dos derrotados, mas não ao erro comum aos ditadores: achar que eles não só sabem tudo, como só eles sabem tudo. O projeto de Chávez fazia sentido, mas não resistiu ao próprio Chávez e implodiu dolorosamente com o desqualificado Nicolás Maduro.

A ideia bolivarianista de virar as costas para os Estados Unidos e de frente para a América do Sul significou automaticamente ficar cara a cara com o Brasil e com o então presidente FHC, a quem Chávez chamava de “mi maestro”, e os dois abriram as portas da Venezuela para as empresas brasileiras. O país tinha dinheiro e não produzia nada, o Brasil precisava de dinheiro e produzia de produtos agrícolas a ônibus e aviões.

Um bom casamento, que foi ao auge com o impulso ideológico de Lula e Dilma e se tornou perigosamente incondicional, mesmo quando o regime saiu dos trilhos. Hoje, faltam comida, remédio, emprego e futuro. O Brasil de Temer caiu fora, a Venezuela vive um caos.

O Brasil também convive historicamente com elites gananciosas, excesso de estatismo, desigualdade social cruel e corrupção crônica, mas, ao contrário da Venezuela de ontem e de hoje, tem instituições sólidas, planta industrial, uma das agriculturas mais pujantes do mundo, sociedade complexa e bem informada e adequação ao sistema internacional. Até por isso, o “nós contra eles” nunca vingou com a dimensão que assumiu lá.

Então, o que a Venezuela tem a ver? Afora a questão geoestratégica, temos muito o que observar, pois, mal comparando, o Brasil está num estágio pré-Chávez, com colapso do sistema político, corrupção a céu aberto, empresas privadas absolutamente fora de controle e o desarranjo da máquina pública e das estatais. Detalhe: a PDVSA foi o eixo das grandes guinadas na Venezuela, como a Petrobrás está sendo no Brasil.

Lá, o caos produziu um caos ainda maior e o que mais temos a aprender com a Venezuela é que combater a corrupção é fundamental, mas implodir as instituições e a política não é salvação. Ao contrário, pode ser a perdição. Que aqui não surjam Chávez, Maduros ou qualquer tipo de salvador da Pátria, aproveitando-se da desilusão e da terra arrasada.

*Publicado no Portal Estadão em 23/04/2017