Dono da JBS gravou Aécio pedindo R$ 2 mi
Senador teria justificado o pedido dizendo que precisava
de dinheiro para custear defesa na Lava Jato. Informação é do jornal 'O Globo'
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, maior processadora de
carne do mundo, teria gravado o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (MG)
pedindo 2 milhões de reais sob a justificativa de custear sua defesa
na Operação Lava Jato. A informação foi publicada no início da noite desta
quarta-feira pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Na gravação de Batista, que fechou acordo de delação
premiada com a Procuradoria-Geral da República, ao lado de seu irmão Wesley
Batista e outros cinco executivos da JBS, Aécio teria sugerido que o dinheiro
fosse entregue a um primo seu. De acordo com o jornal, o presidente do PSDB
teria dito ao empresário que o valor custearia o trabalho do advogado Alberto
Zacharias Toron. A conversa teria durado 30 minutos e foi gravada em um hotel
em São Paulo.
“Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas,
se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, teria
dito Joesley ao tucano. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer
delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu
porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”,
teria respondido Aécio, em uma suposta referência a seu primo Frederico Pacheco
de Medeiros.
Segundo o colunista de O Globo, o dinheiro foi
entregue em quatro parcelas de 500.000 reais a Medeiros pelo diretor de
relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. Uma das entregas teria sido
filmada pela Polícia Federal, ocasião em que Frederico Medeiros teria repassado
o dinheiro a Mendherson Souza Lima, secretário do senador Zezé Perrella
(PMDB-MG).
O jornal também informa que a PGR tem indícios de que
essa parte do dinheiro não foi destinada ao pagamento do advogado. A PF teria
seguido Souza Lima, que fez três viagens de carro a Belo Horizonte para levar a
propina. Ele teria remetido os 500.000 reais à empresa Tapera Participações
Empreendimentos Imobiliários, de Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella.