terça-feira, 23 de maio de 2017

➤BOA NOITE!




007 - Somente para seus olhos (For Your Eyes Only) é um filme anglo-norte-americano de acção, aventura e espionagem de 1981, o 12.º filme da série de James Bond e o 5.º com Roger Moore no papel do agente. O filme é baseado em dois contos da colecção do livro homónimo de Ian Fleming: "For Your Eyes Only" e "Risico" e alguns elementos de Live and Let Die. O filme foi realizado por John Glen e produzido por Albert R. Broccoli, com o argumento escrito por Michael G. Wilson e Richard Maibaum.

Para quem lembra das atuações de Roger Moore como 007, faço uma homenagem ao ator que morreu hoje, aos 89 anos. A música do filme, For Your Eyes Only, com  Sheena Easton


➤7 anos e 9 meses de prisão

Turma do STF condena Paulo Maluf 

STF definiu que Maluf deve cumprir pena em regime 
fechado e perder o mandato parlamentar

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta terça-feira o deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), a sete anos, nove meses e dez dias de prisão, em regime fechado, mais multa, pelo crime de lavagem de dinheiro. Pelo entendimento unânime do colegiado, em casos de condenação a regime fechado, o político deve também perder o mandato parlamentar, cabendo a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados apenas confirmar a decisão. No julgamento, a 1ª Turma determinou ainda a interdição de Maluf para o exercício de cargo e função pública de qualquer natureza pelo dobro da pena privativa de liberdade. O político ainda pode recorrer no próprio Supremo.

Na dosimetria da pena, o relator Edson Fachin afirmou que o juízo de reprovação contra Paulo Maluf é “particularmente intenso” e disse que a sanção contra o parlamentar deve considerar que o réu é deputado, que os ilícitos foram caracterizados pela “habitualidade” e “prática usual pelo acusado”. Para o relator, a lavagem ocorreu em contexto de múltiplas transações financeiras e de transnacionalidade.

O STF concluiu nesta terça-feira julgamento da ação penal em que o deputado federal Paulo Maluf é acusado de crimes de lavagem de dinheiro a partir de recursos de corrupção nas obras da Avenida Água Espraiada. As acusações contra Maluf envolviam desvio de dinheiro por meio de cobrança de propinas em obras públicas e a remessa de valores ao exterior por meio de doleiros. Segundo o Ministério Público, o esquema com participação de Maluf vigorava quando o político era prefeito de São Paulo, nos anos de 1997 e 1998, embora tenha continuado com envolvimento direto dele nos anos seguintes.
Agência Estado

➤EXCLUSIVO:

O encontro secreto de Lula e Renato Duque



A imagem publicada acima implode uma das principais teses de defesa apresentadas pelo ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro sobre uma das tantas acusações que o atormentam na Operação Lava-Jato. Em depoimento no dia 5 deste mês, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque afirmou que Lula tinha total conhecimento do petrolão, recebia propinas do esquema e era o comandante da estrutura criminosa. Duque disse que se reuniu três vezes com o petista para tratar de assuntos de interesse da quadrilha e, em pelo menos uma ocasião, discutiu a eliminação de provas que pudessem levar a Lava-Jato até o ex-presidente. Sentado diante de Sergio Moro, Lula negou as acusações e disse que sequer conhecia o ex-diretor da Petrobras quando esteve com ele no único encontro pessoal que tiveram num hangar do Aeroporto de Congonhas, em julho de 2014. Em sua versão para a conversa, Duque disse a Moro que ouviu de Lula um pedido para eliminar contas de propina no exterior. Lula, por sua vez, disse que apenas apurava denúncias de corrupção envolvendo diretores da estatal. Em meio a essa guerra de versões, a foto apresentada por Duque é uma bomba. Segundo o diretor, ela prova que Lula conhecia muito bem Duque quando esteve com ele no hangar do aeroporto. Prova também que Duque já frequentava o Instituto Lula em meados de 2012, quando a fotografia foi tirada. Apresentada pela defesa do ex-diretor nesta terça-feira, a imagem é o registro histórico de uma conversa, ocorrida durante o pleno funcionamento do petrolão, e que Duque e Lula discutiram assuntos de interesse das empreiteiras que comandavam o cartel bilionário na Petrobras.


No encontro, o “grande chefe”, como Duque descreve Lula, chega a rasgar elogios ao ex-diretor por seus competentes e relevantes serviços prestados. Como a Lava-Jato já demonstrou, Duque foi um eficiente arrecadador do PT na diretoria de Serviços da Petrobras. Ele atravessou oito anos de governo Lula e metade do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff recolhendo 1% de propina sobre cada contrato milionário da sua área. Preso em 2014, já foi condenado a 57 anos de prisão por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Incluída na proposta de delação premiada que o ex-diretor negocia com a força-tarefa da Lava-Jato, a foto é um dos elementos apresentados por Duque para provar que desfrutava, de fato, de prestígio dentro da hierarquia petista que saqueou a Petrobras. Duque encontrou Lula ainda no período em que o ex-presidente se recuperava de um câncer na garganta. Na imagem, o ex-presidente usa bigode. Mais tarde, voltaria a ostentar a barba.

Em depoimento a Moro, Duque revelou ter mantido três encontros com Lula para discutir assuntos relacionados ao petrolão. A foto registra o primeiro deles. “Nessas três vezes, ficou muito claro para mim que ele tinha pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”, disse Duque. Um dos encontros secretos com o ex-presidente se deu já durante as investigações da Lava-Jato, no qual recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras. Cinco dias depois, também falando a Moro, o ex-presidente admitiu a conversa, mas disse que sequer conhecia Renato Duque, tanto que precisou pedir ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para intermediar a reunião no aeroporto. “O Vaccari conhecia o Duque e eu não conhecia. Que tipo de relação eles tinham, eu não sei. Tinha conhecimento de que o Vaccari conhecia o Duque, só isso”, disse Lula.

O ex-diretor contou a Sergio Moro que Lula monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. O petista era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio ex-diretor. Ao dar sua versão sobre a conversa no aeroporto, Duque disse que o ex-presidente relatou que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.


“Ele me perguntou se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM, dizendo que a então presidente Dilma tinha recebido a informação que um ex-diretor da Petrobras tinha recebido dinheiro numa conta da Suíça da SBM. Eu falei: ‘Não, não tenho dinheiro da SBM nenhum. Nunca recebi dinheiro da SBM’. Aí, ele vira para mim e fala assim: ‘Olha, e das sondas? Tem alguma coisa?’. Falei… e tinha, né? Eu falei: ‘Não, também não tem’”, relatou Renato Duque. Lula, nas palavras do ex-diretor, replicou: “Olha, presta atenção no que vou te dizer: se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada no teu nome, entendeu?”, contou.

O petista também deu a sua versão para a conversa. Lula disse que procurou Renato Duque porque viu na imprensa denúncias de corrupção na Petrobras envolvendo o nome do ex-diretor. “Tive uma vez no Aeroporto de Congonhas, se não me falha a memória, porque tinha vários boatos no jornal de corrupção e de contas no exterior. Eu pedi para o Vaccari, que eu não tinha amizade com o Duque, trazer o Duque para conversar”, disse Lula. “Eu sei que foi num hangar em Congonhas e a pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: ‘Tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, que está pegando da Petrobras. Você tem contas no exterior? Ele falou: ‘Não tenho’. Falei: ‘Acabou’. Se não tem… Sabe, mentiu pra mim. Mentiu para ele mesmo”, disse Lula.

Em meados de 2014, Duque sequer mantinha vínculo com a Petrobras. Mas, para Lula, isso pouco importou. Questionado por Moro se tinha procurado outros diretores da estatal, igualmente enrolados na Lava-Jato, Lula disse que só procurou Duque. Moro quis saber o motivo. Lula justificou que Duque havia sido indicado pela bancada do PT.
Com Veja/Conteúdo

➤Sitio de Atibaia

Santana e Monica vão depor contra Lula


O ex-marqueteiro do PT, João Santana, e a mulher dele, Mônica Moura, foram arrolados como testemunhas de acusação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público Federal, na denúncia que envolve o sítio de Atibaia. Os dois firmaram acordo de delação premiada. Santana foi o marqueteiro das três últimas eleições presidenciais do PT: 2006, quando Lula venceu; e 2010 e 2014, quando Dilma Rousseff ganhou a disputa.

A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira à Justiça Federal de Curitiba e envolve R$ 1 milhão gastos com reformas no sítio. Para os procuradores, o valor refere-se a propina de contratos da Petrobras e as obras beneficiariam Lula e sua família.

Das 25 testemunhas de acusação contra o ex-presidente, 17 são delatores da Lava-Jato. Entre os arrolados pelos procuradores estão os políticos Delcídio do Amaral e Pedro Corrêa; os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa; os operadores de propina Fernando Soares, o Baiano, e Milton Pascowitch, e os empresários Augusto Mendonça Neto (Setal), Ricardo Pessoa (UTC) e Milton Schahin (Grupo Schahin).

Segundo a denúncia do MPF, Lula recebeu R$ 1 milhão em vantagens indevidas da Odebrecht, OAS e Grupo Schahin, vinculadas a contratos da Petrobras. O valor teria servido para obras de melhoria no sítio, que está em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho. Bittar foi denunciado por lavagem de dinheiro. Jonas Suassuna não.

Num texto divulgado nesta segunda-feira nas redes sociais, Lula afirmou que a Força Tarefa da Lava-Jato levou 18 meses para admitir a verdade: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é, e nunca foi, dono de um sítio em Atibaia.

Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que "os procuradores reconheceram não ter qualquer prova de que Lula seja o proprietário do sítio", já que não há denúncia vinculada à propriedade.
Agência Globo

➤Campanha do agasalho

Doações podem ser feitas a partir de hoje


Nesta terça-feira, 23, em frente ao Paço Municipal (Praça Montevidéu,10), a prefeitura lança oficialmente a Campanha do Agasalho 2017. Neste ano em que se comemora os 245 anos da Capital, com a reconhecida solidariedade do porto-alegrense, a meta é recolher 245 mil peças de agasalho, cobertores e outros itens que possam ser doados no período de inverno à população mais carente da cidade. O evento contará com a presença do prefeito Nelson Marchezan Júnior, do secretariado e dos parceiros da Campanha.

As atividades serão coordenadas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. "A ideia é envolver os moradores de Porto Alegre de forma intensa e dinâmica", disse a titular da pasta, Maria de Fátima Záchia Paludo.
PMPA/Divulgação

➤Resumo

Notícias do começo da manhã

Mané Garrincha
Operação contra fraudes em obras de estádio da Copa prende assessor de Temer e ex-governadores do DF. Melhorias no Mané Garrincha estavam orçadas em R$ 600 milhões, mas custaram R$ 1,575 bilhão aos cofres públicos.

Cartolas presos
Amistosos do Brasil levam dirigentes à prisão e colocam Teixeira na mira da polícia. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, é preso em Barcelona e polícia indica que mantém foco em ex-presidente da CBF.

Ariana Grande
Explosão em show para adolescentes deixa 22 mortos e 59 feridos em Manchester. Segundo a polícia britânica, detonação ocorreu logo após a apresentação da cantora e compositora americana Ariana Grande, em uma turnê programada para chegar ao Brasil ainda este ano; episódio é tratado como atentado pelos investigadores.

Operação Lava Jato
Lula é denunciado por corrupção e lavagem envolvendo sítio de Atibaia. Além de Lula, também foram denunciados pelos procuradores da Lava Jato outras 12 pessoas, entre elas os empreiteiros Léo Pinheiro (OAS), Emílio Odebrecht e seu filho, Marcelo Bahia Odebrecht, o pecuarista José Carlos Bumlai, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar, que é o dono oficial do sítio de Atibaia.

Delação de Joesley
Rodrigo Janot pede ao STF que decrete a prisão de Aécio Neves. Solicitação também envolve o deputado afastado Rocha Loures (PMDB-PR); ambos são alvos de inquérito após delação premiada de executivos da JBS

Mala preta
Rocha Loures entrega mala de R$ 500 mil na sede da PF em São Paulo. O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) entregou a mala com R$ 500 mil na sede da Polícia Federal de São Paulo, na noite desta segunda-feira (22), segundo informou a GloboNews. Não há a confirmação se ele entregou a mala pessoalmente ou se foi um assessor ou a defesa.

Câmara dos Deputados
Maia indica que não irá aceitar pedidos de impeachment de Temer. Presidente da Câmara afirma que a Casa ‘não será instrumento de desestabilização do governo’ e que a prioridade dos deputados é focar a agenda econômica

Preso em Bangu
MPF pede condenação de Sérgio Cabral pelos crimes de corrupção passiva e 114 atos de lavagem de dinheiro. Acusação diz que o ex-governador recebeu propina da Andrade Gutierrez em troca de contratos para obras do Comperj.

Paz e amor
Trump visita Belém, na Cisjordânia ocupada, para reunião com Abbas. Presidente americano, que faz sua primeira viagem internacional, encontrou-se com líder da Autoridade Palestina após encontro com autoridades israelenses.

Explosão
Theresa May diz que Reino Unido foi vítima de duro ataque terrorista. Explosão de uma bomba caseira matou 22 e feriu 59 pessoas após show de Ariana Grande, em Manchester. Suspeito de ter relação com o ataque foi preso.

Turbulência
Após de denúncias contra Temer, S&P coloca nota brasileira em observação.  Em resposta, Ministério da Fazenda reafirma o seu compromisso com a recuperação da economia brasileira por meio de reformas estruturais.

Libertadores
19h30: Chapecoense x Zulia
21h45: Santos x Sporting Cristal

Previsão do tempo
A chuva deve continuar no Centro-Oeste, no Nordeste e no Sul do país e fará frio em Porto Alegre. O tempo deve ficar firme em boa parte do Sudeste, mas há previsão de nevoeiro no início da manhã, o que pode prejudicar a visibilidade nos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos.
clicRBS/Estadão/IG/G1/Veja

➤BOM DIA!

Informações, comentários e opinião!


Começo pela informação que muitos já devem ter percebido. Dei uma repaginada na capa do machadofilho.com. Aproveitei o sucesso do programa Consumidor em Pauta e, com o auxilo da Ana Helena, editora do blog, troquei a foto. Acho que fica mais leve e acabo juntando o útil ao agradável. Espero, sinceramente, que todos gostem.

O comentário é sobre mais um discurso do ex-presidente Luiz Inácio. Mais uma vez ele berrou, esbravejou, gesticulou furiosamente e se apresentou como candidato em eleições diretas que ele e seu partido, o PT, estão propondo. 

Sabe onde foi o discurso delirante do 'chefe'? Na inauguração de um diretório do PT em São Bernardo do Campo. Aliás, o ídolo dos petistas só fala para os petistas. Ou será que alguém já ouviu ou assistiu, nos últimos tempos, algum discurso dele a não ser em concentração da 'cumpanherada' ou em programa do PT na televisão? E o pior de tudo é que, além dos que estão presentes, tem muita gente que acredita e defende as bravatas do fanfarrão do ABC.

Por falar em Luiz Inácio, ontem ele e seu filho, o Lulinha, foram indiciados em mais um processo. Agora o negócio envolve o sítio de Atibaia, que é dele mas que ele jura que não é. Como tudo que ele tem e diz que não tem, que sabe, mas diz que não sabe, que fez, mas diz que não fez!

A opinião é do Estadão e vem em forma de editorial - A responsabilidade da imprensa -  postado na edição de hoje do Portal Estadão. É um alerta para o uso que os procuradores estão fazendo da imprensa para divulgar acusações que, por si só, acabam se transformando em condenações prévias. É uma leitura que aconselho para o começo de manhã desta terça-feira.

Tenham todos um Bom Dia!
          
A responsabilidade da imprensa


Não é de hoje que os procuradores usam a imprensa para 
disseminar acusações que, uma vez veiculadas, ganham ares de condenação



A tarefa primária da imprensa consiste em fornecer ao leitor informações que lhe permitam formar opinião acerca do mundo em que vive. Da qualidade das informações processadas pelos jornalistas depende, em grande medida, a formação de consensos em torno do que é realmente melhor para o País, muitas vezes a despeito do que querem aqueles que estão no poder ou que lá querem chegar. O jornalismo que, por açodamento, se baseia no que está apenas na superfície e se contenta com o palavrório de autoridades para construir manchetes bombásticas se presta a ser caixa de ressonância de interesses particulares e corporativos, deixando de lado sua missão mais nobre – jogar luz onde os poderosos pretendem que haja sombras.

No dramático episódio das denúncias contra o presidente Michel Temer, feitas pela Procuradoria-Geral da República com base em delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, ficou claro, mais uma vez, que o Ministério Público sabe como explorar a ânsia dos jornalistas pela informação de grande impacto.

Não é de hoje que os procuradores usam a imprensa para disseminar acusações que, uma vez veiculadas, ganham ares de condenação. É evidente que a imprensa não pode ignorar denúncias graves emanadas do Ministério Público, ainda mais quando envolvem autoridades de primeiríssimo escalão, mas a história ensina que muitas vezes as acusações não têm fundamento, resultando em danos irreparáveis para os acusados.

Outro sintoma de que a imprensa se deixa levar pela sofreguidão do Ministério Público é que as manchetes e os noticiários estão reproduzindo a própria linguagem dos procuradores e dos delatores, que vêm tratando todo tipo de pagamento de empresários a partidos e políticos como “propina”, quando muitas vezes se trata de mera doação eleitoral. Assim, quase todos os políticos que em algum momento receberam dinheiro de empresas são, por definição, arrolados como corruptos – e então confirma-se a tese do Ministério Público de que o mundo político está podre.

Atribuir as denúncias ao Ministério Público não é o bastante, do ponto de vista ético, para isentar a imprensa de responsabilidade por esses danos, pois são os jornais que decidem dar ou não dar destaque a acusações que ainda carecem de confirmação, especialmente quando o que está em jogo é a estabilidade do País.

No caso específico que envolve Michel Temer, está claro, hoje, que as primeiras manchetes a respeito da delação dos irmãos Batista – segundo as quais o presidente teria dado aval ao pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha para que ele continuasse em silêncio – estavam imprecisas. A interpretação mais danosa a Temer – a de que teria havido “anuência do presidente da República” ao pagamento de suborno a Cunha – foi feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conforme se lê na avaliação que ele fez do diálogo entre o presidente e Joesley Batista.

Foi essa avaliação que pautou a imprensa. Nenhum jornalista teve acesso às gravações feitas por Joesley senão alguns dias depois. Nesse intervalo de tempo, a pergunta óbvia – é possível confiar cegamente no que diz o Ministério Público? – não foi feita. Tampouco se questionou que objetivos poderiam ter os vazadores do conteúdo de uma delação que deveria estar sob sigilo. Considerou-se que a versão de Janot bastava para incriminar o presidente da República.

Quando a imprensa enfim obteve a íntegra da gravação, os jornalistas puderam constatar que a interpretação de Janot era excessivamente subjetiva. Mas então o estrago político já estava consumado e o maior prejudicado não era Temer, mas o País, que precisava de estabilidade para a recuperação da economia. É um estrago grande e talvez irreversível, em certa medida.

É justamente em momentos tão graves como esses que o País e suas instituições – a imprensa entre elas – devem fazer profundas reflexões sobre a responsabilidade de cada um. Já temos crises em abundância. Não há necessidade de que se fabriquem mais.