sexta-feira, 26 de maio de 2017

➤BOA NOITE!


Boca Livre, grupo musical brasileiro de MPB, em 1979 lançou, independentemente, seu primeiro disco. Com seu estilo refinado, o Boca Livre logo se destacou por suas composições e também pelas versões de músicas de outros compositores. Seus arranjos instrumentais e, principalmente, vocais fogem da métrica convencional utilizada por outros grupos, através do uso de acordes vocais.

Para os que gostam de boas e inesquecíveis músicas, selecionei para hoje uma gravação (vídeo) de 1979 com o Boca Livre cantando Quem tem a viola, um de seus grandes sucessos.



➤OPINIÃO - 2

Sobre seletividade*

Lulopetistas oferecem ao País vergonhosa exibição de hipocrisia 
quando incendeiam ministérios e plenários do Senado e da Câmara

O PT e seus lambe-botas passaram meses protestando contra a Operação Lava Jato sob o argumento de que se tratava de uma “investigação seletiva” dedicada exclusivamente a “perseguir” Lula e a tigrada. Decepcionaram-se quando a evolução das investigações demonstrou que nenhum partido e nenhuma liderança política está imune à ação da Justiça. Agora, demonstrando que eles próprios também sabem ser seletivos quando lhes convém, os lulopetistas oferecem ao País uma vergonhosa exibição de hipocrisia quando incendeiam – em alguns casos, literalmente – a Esplanada dos Ministérios e os plenários do Senado e da Câmara dos Deputados com iradas manifestações de indignação diante da profunda crise em que o País está mergulhado, escamoteando o fato de que eles próprios têm enorme responsabilidade por essa crise, pois durante longos 13 anos foram os donos do poder, do qual foram apeados, com apoio maciço dos brasileiros, há apenas 12 meses. Os vândalos que botaram fogo e destruíram o patrimônio público numa “manifestação pacífica” a favor do “Fora Temer” e contra as reformas, bem como os senadores e deputados baderneiros que pelos mesmos motivos promoveram cenas de pugilato dentro do Congresso Nacional, cometeram essas barbaridades movidos por uma seletiva indignação contra a crise que eles próprios provocaram e agora procuram agravar em benefício próprio, pois alimentam a pretensão de voltar ao poder ressuscitando Luiz Inácio Lula da Silva.

Quanto pior a crise, recomenda o bom senso, tanto maior a necessidade de que as lideranças políticas assumam a responsabilidade de serenar os ânimos e manter dentro dos limites da racionalidade o confronto político inerente à vida democrática. É mais fácil compreender as motivações que levam um cidadão comum a realizar atos de vandalismo do que aceitar a atitude de um parlamentar que desrespeita uma Casa de representação popular com um comportamento violento. É péssimo exemplo dado por quem tem obrigação de se comportar com civilidade.

A existência de oposição é uma condição inerente à democracia, pois a complexidade da natureza humana exige consenso na gestão da coisa pública, não unanimidade. A oposição não pode se comportar como única e legítima representante da vontade popular, pretensão implicitamente invocada para justificar, “em nome do povo”, o desrespeito às instituições e a agressão a quem ousa dissentir. O dogmatismo messiânico do PT e das facções esquerdistas que navegam em suas águas resultou na redução da questão social à divisão do País entre “nós” e “eles” – uma regressão histórica ao princípio da luta de classes –, como se a política consistisse em dirimir o conflito de interesses por meio da eliminação do “inimigo”. Numa democracia, as divergências se resolvem pela conciliação de interesses e não pela potencialização de seu entrechoque.

Essa visão primária que o PT e seus agregados têm, de que os problemas se resolvem pela submissão do opositor e não pela conciliação de interesses, tem sido sistematicamente materializada nos debates parlamentares em torno de questões mais agudas, como foi o caso do impeachment de Dilma Rousseff e, agora, da discussão das reformas propostas pelo governo Temer. Quando os trabalhos são abertos, no Senado ou na Câmara, em comissões ou em plenário, as primeiras fileiras já estão ocupadas por um grupo que pode ser definido como “tropa de choque”. São sempre os mesmos, que se distinguem e se identificam pela especial habilidade de tumultuar a discussão com repetidas tentativas de desqualificar a condução dos trabalhos e as posições de “inimigos”. Não são senadores ou deputados, mas “guerreiros” dispostos a impor-se “no berro”, recorrendo frequentemente à violência de “ocupar” o espaço da mesa diretora dos trabalhos, em flagrante atentado ao decoro parlamentar e desrespeito aos cidadãos que deveriam representar.

Resta esperar que essas lamentáveis demonstrações de falta de compostura e espírito cívico estimulem os eleitores a serem mais seletivos na próxima vez que forem às urnas.
*Publicado no Portal Estadão em 26/05/2017

➤OPINIÃO

Loucura atinge ápice: 
Manifestação a favor da Cracolândia*


As pragas da insanidade correm soltas pelo país, mas é difícil imaginar algo mais estarrecedor do que “manifestantes”, ONGs e juristas pelo direito ao crack


Vilma Gryzinski

Quem anda de metrô, tem conta em banco e assina serviços de internet costuma ser chamado de usuário. Sem saber, todas estas pessoas estão na companhia dos infelizes e perigosos viciados em crack que transformaram um pedaço de São Paulo numa sucursal do inferno.

Existem viciados em praticamente todos os lugares do Brasil, mas só em São Paulo existe uma rede de proteção ao vício, ao tráfico e ao crime. Por isso, a Cracolândia se transformou em território livre de viciados, traficantes e criminosos.

Qualquer iniciativa tomada para acabar com este escândalo a céu aberto é imediatamente contestada por especialistas preocupados com tudo, menos com os cidadãos infernizados por esta aberração.

Consideram que os viciados são doentes – como se estivessem indo ao trabalho ou à escola e tivessem sido picados por algum dos pernilongos assassinos que pululam no nosso meio-ambiente. Mas não doentes comuns, daqueles amontoados nos serviços públicos de saúdes.

Segundo estes especialistas, cada um dos viciados, ou “usuários”, teria que ser acompanhado dia e noite por uma equipe multidisciplinar. Psicólogos, psiquiatras, médicos especialistas em todas as inúmeras enfermidades que adquirem através de seu estilo arriscado de vida.

Terapeutas, talvez acupunturistas e massagistas. Também arquitetos que desenhariam as moradias bem planejadas onde ficariam abrigados, com banheiras de hidromassagem para relaxar as tensões.

Drogas Recreativas

Pelo menos, advogados, juristas e promotores eles já têm. Encostou na Cracolândia e o mundo vem abaixo com um vigor não encontrado em todas as outras inúmeras áreas onde falta praticamente de tudo à população, em especial aos mais pobres.


Foto: Reuters/Reprodução
A última novidade foi uma manifestação a favor da Cracolândia. Repetindo: a favor da Cracolândia. Não era muito grande, mas teve repercussão e cobertura enormes. Só saiu um pouco do noticiário porque um outro pessoal da mesma estirpe estava tocando fogo em ministérios em Brasilia.

Marchas pela legalização da maconha são comuns – e redundantes, consideram-se que na prática seu uso é livre. Em geral, jovens de classe média usam drogas recreativas que só causam impacto forte na saúde mental em quem tem predisposição a determinados distúrbios ou for um idiota total.

Marcha pela Cracolândia é uma aberração tão distorcida que até os jornais estrangeiros loucos por um “progressismo” ficaram um pouco fora dessa. A BBC registrou a intervenção e os “críticos” que dizem que ela “vai meramente empurrar o problema para outras partes da cidade”.

Vertigem Nacional

O que foi feito na Cracolândia em São Paulo pode ser discutido e contestado até o fim dos tempos. Mas é impossível não ver a motivação política por trás das reações desequilibradas que provocou.

O titular da prefeitura, evidentemente, tem seus interesses e entende muito bem o repúdio universal ao espetáculo grotesco da Cracolândia. No universo das pessoas comuns, evidentemente.

Os que condenam a ação têm pavor da popularidade gerada por iniciativas como a que tomou. Inclusive entre os que são, nominalmente, correligionários. Na vertigem nacional em que o país está mergulhado, qualquer índice de popularidade pode acabar no Planalto.


O crack destrói cidadãos principalmente das camadas mais pobres. Quem já viu uma pessoa normal se transformar em zumbi, de olhos e alma capturados pelo vício, sabe o que acontece. Família, trabalho, moradia, amigos, dentes, roupas e, por fim, sapatos, tudo é tragado.

“Usuários” passam a exalar um cheiro terrível.Traficam, roubam, assaltam, se prostituem, engravidam e dão à luz crianças devastadas pelo vício.  O olhar humilde de quem pede um dinheirinho para o “ônibus” se transforma em ameaçador, movido fissura incontrolável pela pedra maldita.

De que outra forma quem não trabalha pode sustentar um vício avassalador? Muitos alternam períodos de remissão, quando se afastam do vício e conseguem trabalhar. Devem receber todo o apoio. Daí vem a recidiva. De ciclo em ciclo, chegam ao fundo, quando perdem o principal: o poder de tomar decisões.

Mudança de Turno

Proteger os mais desprotegidos é uma obrigação das sociedades civilizadas. Ter compaixão e oferecer ajuda aos viciados é um dever moral. Que não pode ser confundido com um laissez-faire ideologizado, com permissividade incondicional e paralisante.

Mas quem está preocupado com moradores, transeuntes, donos de pequenos comércios, todos infernizados pelo território livre de viciados e traficantes? Com os trabalhadores humildes assaltados por um celular que vai virar pedra?

Quem já olhou pelas janelas dos prédios onde as castas superiores trabalham e viu faxineiras sairem em grupo, na hora da mudança de turno, agarrando as bolsas, tentando se proteger mutuamente dos “nóias” ?

Muitas dessas mulheres demonstram bondade com os viciados que, em seus bairros, “não fazem mal a ninguém”, exceto pelo tráfico entre si. Têm medo muito maior de que seus filhos sejam “levados” para o mundo dos zumbis.

Poltrona Mole

Do alto de seu saber jurídico, os membros das castas não levantam sequer um dedinho humanitário para fazer algo contra o fluxo constante e inalterado de cocaína transformada em crack diante de seus próprios olhos. Quando se dão ao trabalho de olhar, claro.

Em suas ONGs moderninhas, advogados brilhantes e ascendentes são pagos para defender com argumentos bem escritos, que aprenderam nas melhores faculdades, a legalização das drogas.

Convivem com seu benfeitores ricos, aprendem a tomar vinhos cada vez melhores, andam de bicicletas cheias de maiúsculas. Quando realizam o sonho de comprar uma poltrona Mole, objeto de desejo a um nível quase tão absoluto quanto as pedras de crack para os viciados, foram totalmente cooptados. Moralmente, estão mais moles do que a poltrona.

E, ainda por cima, todos se acham paladinos da justiça.

*Publicado no Portal Estadão em 26/05/2017

➤RAPIDINHAS


Ex-gerente da Petrobras e ex-banqueiro são presos em nova fase da Lava-Jato
Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos e José Augusto Ferreira dos Santos teriam recebido R$ 18 mi em propina durante transação para explorar poços de petróleo na África. Principais alvos da Operação Poço Seco, foram presos, nesta sexta-feira. Eles são suspeitos de ter recebido propina de US$ 5,5 milhões (equivalente a R$ 18 milhões) da empresa Compagnie Béninoise des Hydrocarbures SARL (CBH), que atua na área de exploração de petróleo. Além do ex-gerente a do ex-banqueiro, outras cinco pessoas relacionadas a cinco contas mantidas na Suíça e nos Estados Unidos são suspeitos de terem recebido pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de US$ 7 milhões. Os fatos podem configurar os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Os grandes nomes para eleição indireta são FHC e Tasso, diz Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu publicamente nesta sexta-feira, 26, os nomes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para disputar uma eleição indireta na eventual saída do presidente Michel Temer (PMDB) do poder. O tucano reforçou que, nesse cenário, não é candidato. Ele pretende disputar as eleições gerais no pleito de outubro do ano que veM. A declaração foi dada um dia depois de Alckmin se reunir com Jereissati e com o prefeito João Doria na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A reunião foi organizada entre as lideranças como parte das viagens de Jereissati para ouvir os caciques do partido e decidir uma posição de permanecer ou desembarcar do governo Temer na semana que vem, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento da ação que pode cassar o presidente. 

Gilmar Mendes critica Janot e pede que STF arquive pedido de impedimento
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou que a Corte arquive o pedido de impedimento proposto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na ação envolvendo o empresário Eike Batista. Gilmar Mendes respondeu a ofício enviado pela presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, que abriu espaço para que o magistrado se manifestasse sobre a ação. No início do mês, Janot entrou com ação para que Gilmar Mendes seja impedido de atuar no caso de Eike, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em um desdobramento da Lava Jato. Relator do processo na Suprema Corte, Gilmar mandou soltar o empresário no final de abril. O chefe do Ministério Público questionou a isenção e a imparcialidade do ministro do Supremo Gilmar Mendes e afirmou que Gilmar Mendes não poderia ter atuado na análise do habeas corpus apresentado pela defesa de Eike. O argumento utilizado por Janot é de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, trabalha no escritório de advocacia de Sérgio Bermudes, que advoga para para o empresário.

Dois projetos de lei antipichação tramitam na Câmara de Vereadores de Porto Alegre
O projeto de lei da vereadora Mônica Leal pede o aumento no valor da multa às pessoas que picharem edificações ou monumentos, sejam ele públicos ou particulares. Atualmente, uma lei de autoria da própria vereadora determina multa de R$ 585,78 e R$ 2.928,90. Com o novo projeto, o valor poderia chegar a R$ 10.153,32. Além disso, no projeto da vereadora, fica mantida a obrigação de reparação de dano pelo pichador. Ou seja, ele mesmo seria obrigado a eliminar as marcas da pichação, pintando a edificação ou o monumento público ou particular, ou contratando alguém para fazer o serviço. Na proposta do governo municipal, diversos atos de vandalismo teriam sanções mais duras. Desde urinar ou defecar na rua, resíduos domésticos, comerciais ou industriais nos locais públicos ou terrenos baldios, depositar lixo em recipientes que não sejam do tipo aprovado pelo município, até causar dano a bem do patrimônio público municipal. Além disso, a Guarda Municipal passaria a ter novas atribuições e seus agentes poderiam atuar na fiscalização das infrações à legislação, em especial ao Código de Posturas. Exerceria o poder de polícia administrativa do município, podendo trabalhar de forma preventiva, educativa, fiscalizadora e repressiva.

Nova cracolândia no centro de SP dobra de tamanho em apenas um dia
Dobrou o número de viciados de drogas na praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista, segundo balanço da Guarda Civil Metropolitana. Entre a noite de quarta-feira (24) e a madrugada desta sexta (26) passou de 300 para 600 o total de usuários no local. A praça reúne a maior concentração de viciados entre as 23 minicracolândias surgidas na cidade desde a realização da operação policial contra o tráfico de drogas na antiga cracolândia, no último domingo (23). As gestões tucanas do governador Geraldo Alckmin e a do prefeito João Doria afirmam que a ação foi planejada em conjunto. Na manhã desta sexta-feira (26), os viciados seguiam ocupando o bosque da praça. O vaivém do grupo, o chamado fluxo, pelo terreno, era interrompido com a abordagem de assistentes sociais que buscavam dar orientações para tirá-los dali.

➤Chuva forte

Trânsito lento em diversos pontos de Porto Alegre

Foto: Jornal do Comércio/Reprodução
A forte chuva que cai em Porto Alegre desde a madrugada, deixa o trânsito lento em diversas ruas e faz com que os motoristas tenham mais atenção. Embora não haja nenhuma via bloqueada, diversas ruas e avenidas estão com água acumulada.

Nas avenidas Mauá, Farrapos  e da Legalidade, na rua Siqueira Campos e no Túnel da Conceição, sentido bairro-Centro, há congestionamento, enquanto que na BR 116, sentido interior-Capital, o trânsito é bem lento.

O Centro de Comando Integrado informa que os pontos em que o acumulo de água é mais intenso, são os seguintes:

Zona Sul - Ponte da Avenida Juca Batista, próximo a Gedeon Leite e Estrada Chapéu do Sol, próximo a Juca Batista.

Zona Norte - Rua Emílio Lucio Esteves com Avenida Sertório - José Pedro Boéssio com Ernesto Neugebauer e Lauro Müller com A. J. Renner

Zona Leste - Freitas de Castro com Avenida João Pessoa - Bento Gonçalves, altura da Estação São Jorge

Centro Histórico - Não apresenta alagamentos

Acidentes foram registrados pela Briga Militar (BM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo dois em Canoas (BR 116 e BR 448), 
A chuva constante é a principal culpada pelos acidentes acontecidos na manhã de hoje, informa a PRF.

➤Petrobrás reduz preços

Nas refinarias a gasolina baixa 5,4% e o Diesel 3,5% 

A Petrobras reduziu em 5,4% o preço médio da gasolina nas refinarias e em 3,5%, o do diesel. Segundo a companhia, a decisão é resultado da avaliação feita pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP), acompanhando a política de preços anunciada em outubro do ano passado.

A estatal destacou que, como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas para as refinarias podem, ou não, se refletir no preço final ao consumidor. “Isso depende de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis, especialmente distribuidoras e postos revendedores.”

Pelos cálculos da Petrobras, caso o ajuste seja repassado integralmente e não haja alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, o custo do diesel para o consumidor final pode cair 2,2%, ou cerca de R$ 0,07 por litro, em média; e o da gasolina, 2,4%, ou R$ 0,09 por litro, em média.
Agência BRASIL

➤Resumo

Comece o dia bem informado

Perdão Judicial
É o que prevê o acordo de delação premiada dos donos da JBS que foi o combustível da crise política que explodiu sobre o governo Temer nos últimos dias. Os irmãos Wesley e Joesley Batista não serão presos, mesmo com a participação no esquema criminoso. 

Mas pode mudar
STF admite que pode rever termos da delação da JBS. Ministros do Supremo reconhecem que cabe revisão do acordo que deu imunidade penal aos irmãos Joesley e Wesley Batista, mas tema não é consenso na Corte

Brasil não vai parar
O presidente Michel Temer disse que o país "não parou nem vai parar" - em um discurso nas redes sociais checado por nossos repórteres. Mas quer uma parada: mais tempo para que o TSE julgue a chapa Dilma-Temer.

Vacinação
A campanha nacional de vacinação contra a gripe, que terminaria hoje, foi prorrogada. O público-alvo agora tem até o dia 9 de junho para se imunizar. Nenhum grupo prioritário atingiu a meta do Ministério da Saúde. Crianças, gestantes e trabalhadores de saúde foram os que menos procuraram os postos de saúde.

Pensando no futuro
Gilmar Mendes estuda rever prisão após 2ª instância. Ministro do STF admite autorizar o cumprimento de pena só após decisão do Superior Tribunal de Justiça 

Para sair, tem que pagar
Moro confisca R$ 640 mil de Cláudia.  Na sentença em que absolveu a mulher do ex-presidente da Câmara dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas, juiz da Lava Jato decidiu reter o saldo de conta secreta na Suíça: R$ 640 mil.

Se Temer cair
Aliados testam hipótese de Tasso candidato, com Jobim na Justiça. A mais nova configuração testada na cúpula dos aliados que apostam na cassação de Michel Temer prevê o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como candidato indireto a presidente, o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB) como titular da Justiça e a manutenção de Henrique Meirelles (PSD) à frente da equipe econômica em caso de vitória.

Corrupção em Brasília
Obras do BRT também podem ter servido para rateio de propina. Caso o teor das delações da Andrade Gutierrez confirme as da Odebrecht, o sistema de transporte expresso também serviu para repasses ilícitos a políticos e emissários brasilienses

Dependendo do Congresso
O governo aprovou ontem seis medidas provisórias voltadas para a retomada da economia. Mesmo com o rolo compressor, a agenda econômica tem muitos itens pendurados no Congresso.

Genro investigado
O genro de Donald Trump é alvo de uma investigação do FBI sobre a influência da Rússia nas eleições americanas, afirma o “Washington Post”.

Plano de segurança
Temer se reúne em Brasília com ministros para discutir um plano de segurança para o estado do Rio de Janeiro, escolhido como 'laboratório' para receber um programa nacional de combate à criminalidade.

Sem saída
Jornalistas e líderes políticos denunciam que o governo venezuelano está impedindo que companhias aéreas locais vendam passagens a opositores.

Previsão do tempo
Alerta para temporais no Sul e chuva moderada em todo o litoral nordestino. Tempo firme nas demais regiões do país. Veja a previsão do tempo nas capitais.
Estadão/Globo/Folha/G1/IG/VEJA

➤BOM DIA

Prá cachorro beber água em pé


Quando chovia muito lá em São Gabriel, a gente dizia que era tanta água que os cachorros estavam bebendo água em pé. Tirando o exagero, é claro, desde ontem chove como fazia muito tempo que não chovia. Se bem que as altas temperaturas e o abafamento mostravam que estava por chover, e bastante.

Enquanto isso, a Lava Jato iniciou sua 41ª Ação (notícia abaixo) mirando venda de ações da Petrobras na África. Quando a gente pensa que já viu tudo em termos de corrupção, aparece muito mais. Mas ainda falta prender peixes dos bem graúdos.

A seguir, no artigo - O Calote do Século - da jornalista Eliane Cantanhêde, uma análise do delação de Joesley Batista, que abocanhou R$ 9 bilhões do BNDES mais R$ 4 bilhões da CEF. Coisa que só acontece no Brasil e durante governos extremamente corruptos. É leitura que recomendo como imperdível.

Tenham todos um Bom Dia!

O calote do século*


Temer tem muito a explicar, mas perdão a Joesley Batista 
é premiar a corrupção

Eliane Cantanhêde


Antes que a gente se esqueça, Joesley Batista, da JBS, que já foi um dos “campeões nacionais” do BNDES, é agora campeão internacional do calote, um calote não numa pessoa, numa empresa ou num banco, mas num país inteiro. Um país chamado Brasil, onde não sobra ninguém para contar uma história decente e abrir horizontes.

Enquanto amealhava R$ 9 bilhões do BNDES, mais uns R$ 3 bilhões da CEF, mais sabe-se lá quanto de outros bancos públicos nos anos beneficentes de Lula, Joesley saiu comprando governos, partidos e parlamentares. Quando a coisa ficou feia, explodiu o governo Temer, a recuperação da economia e a aprovação das reformas, fez um acordo de pai para filho homologado pelo STF e foi viver a vida no coração de Nova York.

O BNDES, banco de fomento do desenvolvimento nacional, foi usado para fomento de empregos, fábricas e crescimento nos Estados Unidos, onde Joesley e o irmão, Wesley, usaram o rico e suado dinheirinho dos brasileiros para comprar tudo o que viam pela frente. Detalhe sórdido: os frigoríficos que adquiriram lá competem com os exportadores brasileiros de carne. Uma concorrência para lá de desleal.

Eles se negam a pagar os R$ 11 bilhões do acordo de leniência com a PGR, até porque o dinheiro público camarada do Brasil foi usado para sediar 70% dos negócios nos EUA, 10% em dezenas de outros países e só 20% no Brasil. Se esses procuradores encherem muito a paciência, eles jogam esses 20% pra lá, fecham as portas e esquecem a republiqueta de bananas.

Além de sua linda mulher (como nos clássicos sobre gângsteres), Joesley levou para a grande potência seu avião Gulfstream G650, de 20 lugares e US$ 65 milhões. Também despachou num navio para Miami seu iate do estaleiro Azimut, de três andares, 25 lugares e US$ 10 milhões. Quando enjoar de Nova York, vai passar uns tempos nos mares da Flórida.

Enquanto arrumava as malas, Joesley aplicou US$ 1 bilhão no mercado de câmbio, fez megaoperações nas Bolsas e ficou aguardando calmamente o Brasil implodir no dia seguinte, para colher novos milhões de dólares. E deixou para trás sua vidinha de açougueiro no interior de Goiás, uma sociedade pasma e um monte de interrogações.

Por que, raios, Lula e o BNDES jorraram tantos bilhões numa única empresa? Joesley podia usar o dinheiro com juros camaradas e comprar aviões e iates para uso pessoal? Os recursos não teriam de gerar desenvolvimento e emprego para os brasileiros? E, se o seu amigão (como dos Odebrecht) era Lula, a JBS virou uma potência planetária na era Lula e se ele diz que despejou US$ 150 milhões para Lula e Dilma Rousseff no exterior, por que Joesley, em vez de gravar Lula, foi direto gravar Temer?

Mais: como um biliardário, que adora brinquedos caros e sofisticados, partiu para uma empreitada de tal audácia com um gravadorzinho de camelô? Como dar andamento e virar o País de ponta-cabeça sem uma perícia elementar na gravação? Enfim, por que abrir monocraticamente um processo contra o presidente da República? E, enquanto Marcelo Odebrecht conclui seu segundo ano na cadeia, já condenado a mais de 10 anos, os Batista estão livres da prisão, sem tornozeleira e sem restrição para sair do País.

Nada disso, claro, significa livrar Aécio ou Temer, que tem muchas cositas más a explicar, como R$ 1 milhão na casa do coronel amigo, R$ 500 mil da mala do assessor Rocha Loures, um terceiro andar do Planalto onde assessores só produziam escândalos.

A sociedade, porém, reage mal ao final feliz dos Batista. A não ser que não seja final ainda, pois a homologação do STF é uma validação formal, mas cabe ao juiz, na sentença, fixar os benefícios da delação. Em geral, o juiz segue os termos do acordo original, mas não obrigatoriamente, e pode haver, sim, fixação de penas. Oremos, pois!
*Artigo publicado no Portal Estadão em 26/05/2017

➤Operação Lava Jato

Polícia Federal realiza 41ª fase 

A ação mira operações financeiras negociadas na aquisição pela 
Petrobras de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África


Foto: Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) realiza nesta sexta-feira (26) a 41ª fase da Operação Lava Jato, que mira complexas operações financeiras negociadas durante a aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África. 

A mando do juiz Sérgio Moro, os agentes cumprem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, 13 mandados judiciais. Oito de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e três mandados de condução coercitiva. Os presos serão encaminhados para a superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

A ação envolve os lobistas ligados ao PMDB Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, que operavam para o partido dentro da Petrobras. Os dois foram presos na 38ª fase da Lava Jato e aguardam julgamento no Complexo Médico-Penal, em Curitiba.

Os investigados devem responder pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros.

Batizada de “Poço Seco”, a operação faz referência aos resultados negativos do investimento realizado pela Petrobras na aquisição de direitos de exploração de poços de petróleo em Benin, na África.
Com Revista EXAME