segunda-feira, 3 de julho de 2017

➤BOA NOITE!



Zélia Duncan, carioca de Niterói é uma compositora e cantora brasileira que encontrou o sucesso em 1994 quando assinou contrato com a gravadora WEA.

Em 1995, Zélia estourou nas paradas de sucesso e todas as rádios do Brasil tocaram, insistentemente, a música Catedral.


➤Crise na Venezuela

Oposição convoca plebiscito contra Maduro


A oposição da Venezuela deve realizar no dia 16 de julho um plebiscito contra o presidente, Nicolás Maduro, a convocação da Assembleia Constituinte e o papel das forças armadas do país, de acordo com cronograma do partido de oposição MUD (Mesa da Unidade Democrática) obtido pelo jornal "El Nacional".

De acordo com o jornal, o MUD convocou para o evento figuras públicas que são críticas ao governo Maduro, como a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz. Foram convidados também ex-ministros chavistas, juízes, militares aposentados e outros dissidentes.

O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, não deu mais detalhes sobre o plebiscito e disse que técnico eleitoral do MUD, Roberto Picón, avaliava uma consulta para o país e por este motivo foi alvo de um sequestro realizado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional).

A Constituição venezuelana permite a convocação de um plebiscito desde que seja por iniciativa do presidente, da maioria do Parlamento ou de pelo menos 10% de eleitores inscritos no Registro Eleitoral do país.

Maduro enfrenta desde 1º de abril uma onda de protestos exigindo sua saída e que já deixou cerca de 80 mortos. Os protestos exigem a realização de eleições gerais.

Na semana passada, o presidente venezuelano disse que um helicóptero da polícia lançou quatro granadas contra a sede do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) e disparou 15 tiros contra o Ministério do Interior e Justiça, ambos em Caracas. O mandatário classificou o episódio de "ataque terrorista".

➤RESUMO

Comece o dia bem informado

Defesa de Temer
Se houver quórum na Câmara, começa o prazo de 10 sessões para Temer apresentar sua defesa aos deputados (veja como será a tramitação da denúncia contra o presidente). O prazo não começou a ser contado na sexta porque a sessão foi cancelada, já que só 1 dos 513 se apresentou: o deputado presidiário Celso Jacob (PMDB-RJ).

A volta de Aécio
Quem pode reaparecer no Congresso, só que no Senado, é o tucano Aécio Neves (PSDB-MG). Ele retomou seu mandato na sexta, após o ministro do STF Marco Aurélio Mello negar o pedido de prisão contra o senador e cancelar seu afastamento.

Empresário preso no Galeão
Jacob Barata Filho, um dos maiores empresários do ramo de ônibus do Rio, foi preso pela PF na noite deste domingo (2) tentando embarcar para Portugal. A PF diz ter indícios de que ele pagou milhões de reais em propina a políticos do Rio de Janeiro e tentava embarcar para Lisboa só com passagem de ida. A prisão antecipou um desdobramento da Lava Jato no Rio e, na manhã desta segunda-feira (3), a PF cumpre 8 mandados de prisão contra a cúpula do setor de transportes do Rio


Mudanças no aluguel
Preço de locação cai, e donos de imóveis já dão até três meses de aluguel de graça. 

Planos de saúde
Operadoras de planos de saúde compensam queda de clientes com reajuste. 

Últimos atos
Na reta final do mandato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende aprofundar as investigações contra o presidente Michel Temer.

Contra-ataque
Advogado de Temer explica estratégia de defesa que será apresentada esta semana na Câmara dos Deputados.

Em queda
Lava-Jato provoca impacto histórico no número de filiados do PT . PMDB e PSDB também sofrem os efeitos.

Concursos públicos
Mais de 100 concursos públicos estão com inscrições abertas pelo país e reúnem 12,2 mil vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade. Os salários chegam a R$ 27,5 mil no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Dívida pública
O Tesouro Nacional divulga a dívida pública federal de maio. O valor inclui o endividamento do governo no Brasil e no exterior, estava em R$ 3,24 trilhões em abril e deve chegar a R$ 3,65 trilhões no fim do ano. A dívida pública é a emitida pelo Tesouro para financiar o déficit do Orçamento do governo federal (que gasta mais do que arrecada com impostos). Em 2016 ela cresceu 11,42%.

Futebol
Campeonato Brasileiro
20h: Fluminense x Chapecoense.



➤BOM DIA!

A Lava Jato não está ameaçada*

A Operação Lava Jato teve uma origem modesta em março de 2014, circunscrita, naquela época, à investigação do crime de lavagem de dinheiro praticado por organizações criminosas lideradas por doleiros com atuação no Paraná. À medida que as investigações locais avançavam, um esquema de corrupção sem precedentes na história recente do País foi se descortinando diante de uma sociedade cada vez mais perplexa com a extensão da rede criminosa que foi lançada por algumas das mais altas autoridades da República – mancomunadas com empresários não menos inescrupulosos – a fim de capturar o Estado brasileiro para servir como meio de consecução de seus mais torpes desígnios, seja o enriquecimento ilícito, seja a subversão do processo democrático pela manutenção fraudulenta de um projeto de poder.

Em três anos de atividade, os resultados produzidos pela força-tarefa de Curitiba, agora não mais restrita ao Paraná, mas ampliada para outras unidades da Federação, já são robustos o bastante para atestar o vigor institucional da Operação Lava Jato e suas correlatas no âmbito da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), tanto por seu ineditismo como por seu alcance.
Baseado em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, o Estado analisou 2.325 operações deflagradas pela PF entre 1.º de janeiro de 2013 e 31 de março deste ano e constatou que houve, no período, um crescimento de 288% no número de prisões por corrupção no País.

Em que pesem as eventuais críticas que possam ser feitas – algumas delas já publicadas neste espaço – à natureza dessas prisões, aos métodos de investigação, fortemente amparados pelas chamadas delações premiadas, e à própria atuação de alguns agentes públicos que parecem tomados por um messianismo capaz de turvar a observância da lei, é inegável que a Operação Lava Jato é um marco divisor de nossa história que haverá de legar às futuras gerações um País melhor do que aquele de três anos atrás.

Tema de discussão recorrente em uma variada gama de fóruns nos meios sociais, jurídicos, políticos e acadêmicos, a continuidade da Lava Jato, não apenas como uma operação específica, mas como uma profunda reformulação da própria organização política do Estado, é um ponto sem retorno. Tanto é assim que no próprio seio da chamada sociedade civil já se discute com desenvoltura a natureza e os problemas dos acordos de colaboração firmados entre o Ministério Público e os empresários dispostos a revelar seus crimes em troca de benefícios estatais, alguns, aliás, bastante controvertidos.

Portanto, para o bem do País e valorização do importante papel desempenhado pela própria operação, é preciso virar a página e superar de uma vez por todas a contraproducente e paralisante cantilena das “ameaças” à Lava Jato. A distorção chegou a tal ponto que uma mera decisão administrativa, por mais comezinha que seja, pode ser tomada como um ataque pessoal aos responsáveis pelo andamento das investigações ou uma manobra espúria com o fito de travar seu andamento ou impedir a produção dos resultados almejados. A Lava Jato não está sob ameaça pelas razões que vêm sendo alardeadas ultimamente.

Se algo, de fato, ameaça a continuidade da Operação Lava Jato e põe sob risco a produção de seus benfazejos resultados para a vida institucional do País, não é a substituição de alguns servidores públicos a ela vinculados, mas o descumprimento da lei, seja por estes que hoje estão à frente das investigações, seja por quaisquer outros que porventura lhes sucedam.

Contando com o apoio majoritário da sociedade e a inarredável observância dos preceitos do devido processo legal pelos agentes públicos encarregados de sua condução, a Lava Jato tem elementos suficientemente fortes para se converter em importante estágio de respeito aos contribuintes e de moralidade na gestão da coisa pública.
*Publicado no Portal Estadão em 03/07/2017