terça-feira, 4 de julho de 2017

Consumidor em Pauta | TVE - Dir. Trabalho com Paulo Dias e Diego Paim Me...

➤Reforma trabalhista

Senado aprova urgência para votação

O Senado aprovou nesta terça-feira, por 46 votos a favor e 19 contra, o requerimento de urgência para tramitação do PLC 38/2017, que trata da reforma trabalhista.

Agora, o projeto pode ser colocado em votação depois de duas sessões ordinárias da Casa. A proposta terá a discussão iniciada na sessão desta quarta-feira, e a votação deve ficar para a próxima terça-feira (11).

A base governista quer votar o texto antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho.

Para ser aprovado no plenário, o texto precisa de maioria simples (metade dos senadores presentes, mais um). Se passar sem mudanças, a reforma segue para a sanção do presidente Michel Temer. 

Mais cedo, o senador Jorge Viana (PT-AC) defendia que, durante esta semana, o tema fosse apenas debatido pelos parlamentares e que o encaminhamento e votação ficassem para o dia 12 de julho.

O líder do governo e relator da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a votação não poderia passar da próxima semana.

➤OPINIÃO 2

A preocupante barganha política sobre o imposto sindical*

Ao termo “insegurança jurídica”, usado em análises em vários campos, no econômico e fora dele, junta-se agora o da “insegurança política”, para designar o risco que projetos em tramitação no Congresso enfrentam devido à vulnerabilidade do presidente Michel Temer, na dependência de votações na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e no plenário da Casa para saber se será processado, ou não, pelo Supremo.

Cada projeto de importância que esteja na pauta do Congresso vira matéria de barganha entre parlamentares e Planalto em torno do destino de Temer. Padece de “insegurança política”.
Infelizmente, a proposta de reforma trabalhista, em fase de votação final pelo Senado, está sobre a mesa, em negociação. E nela, a principal vítima pode ser o fim do imposto sindical, convertido em contribuição espontânea, emenda correta feita ao projeto na sua passagem pela Câmara.

Pode-se imaginar a pressão para que Temer recue e inclua, na medida provisória que promete baixar depois da aprovação do projeto, uma regra de redução paulatina do imposto, a perder de vista. A fórmula da MP é para evitar que a proposta, alterada, volte à Câmara.

Por trás das pressões, por óbvio, estão centrais sindicais. É importante que o Planalto resista, porque o fim da transferência compulsória de dinheiro dos assalariados, equivalente a um dia de trabalho por ano, é essencial para a moralização e modernização dos sindicatos.

Trata-se de R$ 3,5 bilhões em dinheiro público, que cevam, por ano, 11 mil sindicatos, incluindo os patronais. Muitos deles sem representatividade, funcionando apenas como gazuas para abrir os cofres do Estado abastecidos pelo contribuinte.

Instituído por Getulio Vargas em 1940, na ditadura do Estado Novo, este imposto era um dos alvos do novo sindicalismo que surgiu entre metalúrgicos do ABC paulista, a partir do final da década de 70, sob a liderança de Lula. Aquele movimento, contrário à “herança varguista”, também investia contra a unicidade sindical — o monopólio regional por categoria; não pode haver sindicato concorrente na mesma base.

Ao chegarem ao poder, Lula e companheiros esqueceram-se das lutas da mocidade e passaram a usar a “herança varguista” em proveito próprio. Na CUT, braço sindical do PT, há quem se coloque contra o imposto sindical. Mas não vai às ruas defender seu fim.

O governo e Congresso, apesar da crise política, não podem perder esta oportunidade de afinal induzir a que sindicatos se aproximem das respectivas bases, passem a representá-las de fato, tenham legitimidade. Que é essencial para que surta efeito outra importante alteração feita por esta reforma, a de que acordos entre patrões e empregados, resguardados alguns direitos, sejam aceitos pela Justiça trabalhista, independentemente da CLT.
*Publicado no Portal O Globo em 04/07/2017

➤RAPIDINHAS


FGTS ainda tem R$ 1,6 bi não sacados de contas inativas
Longas filas se formam assim que a Caixa Econômica Federal inicia uma nova etapa de pagamento das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mas nem todas as pessoas com direito ao benefício correram para sacá-lo. Pelas contas da Caixa, ainda existem 5,3 milhões de trabalhadores nascidos de janeiro a novembro que ainda não pegaram o dinheiro. Dos 39,8 bilhões de reais disponíveis para esse grupo, 38,2 bilhões de reais foram resgatados. Ainda restam 1,6 bilhão de reais à espera do saque. O prazo para sacar o benefício se encerra em 31 de julho. Depois disso, o dinheiro volta para o FGTS e só poderá ser resgatado nos casos previstos em lei, como compra da casa própria e aposentadoria. Os nascidos em dezembro podem sacar o saldo da conta inativa do FGTS a partir de sábado. Estão nesse grupo 2,5 milhões de brasileiros, que podem sacar 3,5 bilhões de reais. Para pagar as contas inativas do FGTS, a Caixa terá 2.000 agências funcionando no sábado, das 9h às 15h. Na segunda, as agências abrirão duas horas mais cedo.

Senado define hoje calendário de votação da reforma trabalhista
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deve definir nesta terça-feira o calendário de votação da reforma trabalhista no plenário da Casa. A base governista quer votar o texto antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. Para dar tempo, Eunício vai colocar em votação hoje requerimento de urgência para a tramitação da proposta. Se o requerimento de urgência for aprovado, a reforma pode ser colocada em votação depois de duas sessões ordinárias do Senado. O senador Jorge Viana (PT-AC) defende que, durante esta semana, o tema seja apenas debatido pelos parlamentares e que o encaminhamento e votação fiquem para o dia 12 de julho. Os líderes se reúnem nesta terça, a partir das 14h30, para discutir a tramitação da reforma. O líder do governo e relator da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Romero Jucá (PMDB-RR), diz que a votação não pode passar da próxima semana.

Maia diz que Câmara respeitará 'rigorosamente' o  rito na denúncia contra Temer
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta terça (4) que vai seguir “rigorosamente” o rito do regimento da casa na denúncia contra o presidente Michel Temer. Mai se reuniu com a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, durante mais de uma hora para informa-la sobre como será o procedimento da Câmara.
“Fiz questão de relatar a ela o rito que estaremos usando no julgamento da denúncia do presidente Michel Temer, que é o artigo 217 de Regimento Interno”, disse ele ao sair do encontro no STF. “Apenas diz esse relato para que ela esteja informada porque sempre há risco de algum lado judicializar. E disse que vou respeitar rigorosamente o rito da casa, o regimento, e a liberdade de ter debate correto dessa matéria”, completou.

Aécio volta ao Senado e se reúne com integrantes da bancada do PSDB
Depois de mais de um mês afastado das atividades parlamentares, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou ao Congresso nesta terça-feira (4). Ele chegou por volta das 13h45 para participar de um almoço com integrantes da bancada tucana no Senado. A reunião foi realizada no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que está presidindo o partido interinamente no lugar de Aécio. Ao ser afastado, Aécio decidiu se licenciar da função. Na chegada ao Senado, ele não quis falar com a imprensa. Apenas disse que falaria mais tarde com os jornalistas, após participar do almoço do PSDB. Além disso, Aécio deve fazer um pronunciamento para se defender de acusações no plenário da Casa ainda na tarde desta terça.

Sartori anuncia concurso para preencher 6,1 mil vagas na Segurança 
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, anunciou nesta terça-feira (4) a abertura de um concurso público para preencher 6,1 mil vagas na área da segurança, incluindo Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
"Este será o maior concurso na área da Segurança Pública dos últimos 30 anos", disse Sartori no Palácio Piratini. A expectativa é que o edital seja lançado em um mês. "Nós vamos tentar abreviar o máximo de tal forma que a minha expectativa, não quero estabelecer prazo, mas não mais do que 30 dias, já vamos lançar os editais e fazer esse concurso", ponderou o secretário da Segurança Pública do estado, Cezar Schirmer. Em seu discurso, Sartori disse que a segurança pública é uma prioridade do governo. "Tanto que o orçamento para 2017 foi aprovado com aumento de custeio apenas para esta área, com incremento de 19%", citou o governador gaúcho sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pela Assembleia Legislativa no ano passado.

➤OPINIÃO

Saída negociada

Diretor-geral da PF entrou no cargo no início do governo Dilma 
e já viu seis ministros passarem pelo ministério da Justiça

Eliane Cantanhêde

A troca do diretor-geral da Polícia Federal nunca é simples, mas se tornou particularmente delicada com o avanço da Lava Jato sobre o Executivo e o Legislativo e a gritaria, dia sim e outro também, sobre supostos golpes contra a maior operação de combate à corrupção da história. Foi assim que Leandro Daiello foi se tornando “imexível”, mas ele pode estar se cansando.

Daiello assumiu a direção-geral em janeiro de 2011, no início do governo Dilma Rousseff, foi mantido no de Michel Temer e já está no sexto ministro da Justiça. Desde a Olimpíada do Rio, em agosto de 2016, ele já pediu para sair pelo menos três vezes, mas um ministro atrás do outro recusa a demissão.

Agora, ele estaria sendo irredutível, mas acertando algumas condições. As duas principais delas seriam: escolher o sucessor junto com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e ele próprio anunciar o escolhido à opinião pública. Isso seria importante para Daiello, como demonstração de prestígio e de liderança na “tropa”, e também para o governo, como forma de esvaziar ataques.

O mais temido deles seria a acusação, ou mesmo suspeita, de que a troca no comando da PF faria parte de uma grande manobra para esvaziar a Lava Jato e reduzir o papel da Federal nas investigações e operações especiais. O outro, uma consequência direta disso: a tentativa, equivocada, diga-se, de se juntar num mesmo saco a troca na PF e a nomeação de Raquel Dodge para a Procuradoria-Geral da República como parte dessa “manobra”.

Parte inferior do formulário
Enquanto não há decisão, nem previsão de data, Daiello e Jardim vão acertando medidas para a PF, inclusive um processo de modernização tecnológica e um novo software conjunto de órgãos da Justiça, abrangendo a Federal. Outra medida seria a realização de concursos e a oferta de treinamento internacional para novos quadros da PF.

Há conversas, também, para retirar da PF a atribuição de emitir passaportes em 192 postos espalhados pelo País inteiro, o que não passa de mera burocracia e ocupa agentes que poderiam ser muito mais úteis em operações de campo, ou na inteligência, ou em outras funções diretamente vinculadas a ações policiais. Só se fala na Lava Jato, mas, neste exato momento, a PF tem 473 operações especiais a pedido da Justiça Federal.

As relações entre Daiello e Jardim, ou entre PF e Justiça, parece caminhar, portanto, dentro da normalidade e dos limites institucionais. Aliás, como o diretor-geral manteve com os ministros anteriores, desde que nomeado na gestão de José Eduardo Cardozo, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Apesar disso, a Polícia Federal nunca deixou de fazer tudo o que tinha de fazer e de tocar as operações da Lava Jato com autonomia. “Doa a quem doer”, como se diz na corporação. Que assim continue...

Geddel. Preso ontem por tentar evitar a delação premiada de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, Geddel Vieira Lima é envolvido em falcatruas numa vice-presidência da CEF no governo Dilma, mas, politica e midiaticamente, o que vale é que ele é do “PMDB da Câmara”, grupo político de Temer, e foi ministro no atual governo com assento no Planalto. Depois de Henrique Alves, Eduardo Cunha, Rocha Loures e Tadeu Filippelli, é mais um a piorar a imagem de Temer e mais uma ameaça de delação. Sem contar quem ainda não foi preso...

Goiás. A nova PGR, Raquel Dodge, é de Morrinhos. A presidente do STJ, Laurita Vaz, é de Trindade. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é de Anápolis. E, do outro lado, estão os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, que são de Formosa e investiram em Anápolis. Goiás no centro do País e da crise.

*Publicado no Portal Estadão em 04/07/2017