sexta-feira, 28 de julho de 2017

➤Nicolasito

O extravagante filho de Maduro


Candidato à eleição que vai formar uma Assembleia Constituinte, 
Nicolás Ernesto Maduro Guerra ficou conhecido após vídeo mostrá-lo 
tomando 'banho de dólares'


Economista, "soldado de Chávez" e filho do presidente venezuelano, "Nicolasito" Maduro era conhecido, até então, por suas extravagâncias, como tomar um "banho de dólares". Agora, resolveu entrar na arena política como candidato à Constituinte de seu pai.

Nos comícios, o único filho do presidente faz uso da palavra ao lado de pesos pesados do chavismo, e seu discurso segue a escola do falecido Hugo Chávez, carregado de ditados "criollos" e de analogias de beisebol, que também herdou do pai.

"Está de ressaca? Tome uma sopinha e saia para votar", afirmou Nicolás Ernesto Maduro Guerra, 27 anos, alto e corpulento como seu pai.
Sua apresentação no Twitter diz que é formado em Economia, flautista do aclamado sistema de orquestras juvenis, "soldado de Chávez além da vida" e, agora, candidato à Constituinte para representar o setor dos trabalhadores.

"Nicolasito" é fruto do primeiro casamento do presidente, que, em julho de 2013, depois de assumir a presidência, casou-se em segundas núpcias com Cilia Flores. A "primeira-combatente", como Maduro a chama, também disputa uma vaga na assembleia que mudará a Constituição.

"Nicolasito" viralizou nas redes sociais em março de 2014 depois de ser visto em um vídeo, dançando sob "uma chuva de dólares", em um casamento realizado em um luxuoso hotel de Caracas.O fato ocorreu quando a crise econômica, a inflação alta e a escassez de alimentos e de remédios já afetavam a população.

Ele foi também um dos primeiros a reagir ao vídeo, no qual o filho do Defensor do Povo, Tarek William Saab, pediu a seu pai que rompesse com o governo pela repressão aos protestos opositores. Em quatro meses, mais de 100 pessoas morreram em atos relacionados às manifestações contra o governo.

"Pai, neste momento, você tem o poder de acabar com a injustiça que afundou o país. Peço - como filho e em nome da Venezuela, país ao qual você serve -, que reflita e faça o que tem de fazer", afirmou Yibram Saab, ao ler uma carta no vídeo, muito criticado por "Nicolasito".

A política nunca foi desconhecida para "Nicolasito", que tinha oito anos quando Chávez chegou ao poder, tendo Maduro como um de seus mais próximos colaboradores. Com a morte de "El Comandante" e com o pai lançado à presidência em 2013, multiplicou suas aparições públicas. Em muitas fotos, posa com sua flauta.

Depois de vencer as eleições, o governo criou três cargos de alto escalão para ele.

O primeiro foi de chefe de um corpo anticorrupção da presidência. Em 21 de junho de 2014, dia de seu aniversário, ganhou de presente o cargo de diretor de uma escola de cinema. E, por fim, diretor-geral das delegações presidenciais na vice-presidência.
France Press

➤Operação Cobra

Moro quebra sigilo de bendine@petrobras.com.br


Decisão atende pedido do Ministério Público Federal sob argumento 
de que caixa postal do endereço funcional do ex-presidente da estatal, 
preso na Operação Lava Jato, ‘pode conter informações de grande relevância para a investigação’



O juiz federal Sérgio Moro decretou a quebra do sigilo do e-mail funcional que Aldemir Bendine usou no período em que presidiu a Petrobrás. A decisão, de quarta-feira, 26, foi tornada pública nesta sexta, 28, e atende pedido do Ministério Público Federal.

“O endereço eletrônico funcional do representado pode conter informações de grande relevância para a investigação, na senda do revelado pelas quebras já implementadas e pelo fato de que os crimes alvos desta investigação ocorreram exatamente em razão da posição de Aldemir Bendine dentro da Petrobrás. Assim, mostra-se necessária a extensão da presente medida para abarcar a conta bendine@petrobras.com.br”, requereu a força tarefa da Operação Lava Jato.

Ao ordenar a quebra de sigilo do e-mail funcional de Bendine, o juiz da Lava Jato mandou expedir um ofício à Petrobrás, ‘a ser entregue pela autoridade policial ou pelo Ministério Público Federal aos advogados que a representam nesta Vara, após a deflagração da fase ostensiva da investigação’.
Agência Estado

➤Obamacare

Senado dos EUA rejeita projeto de Trump 

Três senadores republicanos se juntaram à oposição democrata 
contra a medida, matando o projeto de lei por 51 votos a 49


Os republicanos do Senado dos Estados Unidos não conseguiram derrubar a lei do sistema de saúde conhecida como Obamacare, em um duro golpe para o presidente Donald Trump. É o fim de uma campanha de sete anos do partido em busca de revogar a legislação implantada pelo ex-presidente Barack Obama.

Na votação, realizada na madrugada desta sexta-feira, 28, três senadores republicanos se juntaram à oposição democrata contra a medida, matando o projeto de lei por 51 votos a 49.

O Partido Republicano levou à votação uma proposta minimizada de reforma da saúde que revogaria o Obamacare parcialmente, já que não houve consenso do próprio partido quanto a rejeição total do projeto, tal como ocorreu na Câmara dos Deputados em maio.

“Este é claramente um momento decepcionante”, disse o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, após a votação.

Em seu perfil no Twitter, Trump afirmou que “três republicanos e 48 democratas deixaram o povo americano para baixo. Como eu disse desde o início, deixem o Obamacare implodir e depois lidem com isso. Assistam!”.

A líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, disse, após a derrota republicana, que o povo americano falou alto e claro contra os custos mais elevados e a monstruosa crueldade do Trumpcare. Segundo a deputada, o Congresso, agora, deve finalmente voltar ao trabalho bipartidário há muito atrasado para atualizar e melhorar a economia e continuar a diminuir os custos de saúde dos americanos.

Já o senador republicano John McCain, que contrariou a liderança de seu partido ao votar contra a proposta, afirmou que acreditava que o Obamacare deveria ser revogado e substituído desde o início, mas que o projeto em votação não cumpriria os objetivos de diminuir os custos e a melhora do sistema de saúde americano.
Com VEJA/Conteúdo

➤Antibiótico Benzetacil

Produção é suspensa temporariamente


Eurofarma informou que interrupção ocorreu para 
'implantação de melhorias'; medicamento é usado no 
tratamento de infecções


A produção do medicamento Benzetacil, antibiótico usado para tratar sífilis e outras infecções causadas por germes, foi suspensa temporariamente no País. 
Responsável pela fabricação do produto, a Eurofarma informou, em nota, que a interrupção ocorreu para "implantação de melhorias", sem dar detalhes.

"Estamos empenhados em restabelecer a produção o mais rápido possível e envidando nossos melhores esforços para a retomada do abastecimento de Benzetacil", disse a empresa farmacêutica.

Segundo a Eurofarma, as unidades remanescentes do produto poderão ser consumidas normalmente até a data de validade informada na embalagem.

"Cabe ainda ressaltar que outros medicamentos disponíveis no mercado podem ser utilizados como alternativa terapêutica", afirmou a Eurofarma.
Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não se pronunciou sobre a suspensão da fabricação do Benzetacil.

O Benzetacil é um medicamento composto por penicilina benzatina usado no tratamento de infecções provocadas por microrganismos sensíveis à penicilina G. O produto é aplicado na pele por meio de uma injeção.
Agência Estado

➤BOM DIA!

Cobras criadas*


Dilma deve explicações por nomear Bendine na Petrobrás, 
apesar de todos os alertas


A então presidente Dilma Rousseff descumpriu uma regra básica do poder ao transferir o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para a Petrobrás num momento muito delicado para o País e para a estatal. Essa regra é que “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta”. Bendine era considerado competente na gestão do BB, mas pairavam sobre ele várias polêmicas de ordem ética.

Como presidente do BB, ele foi pego pela Receita Federal por “evolução atípica” de patrimônio, por valores não justificados e pela compra de um imóvel com dinheiro vivo. Sem ter o que responder, alegou que guardava R$ 280 mil em casa. Soou excêntrico o presidente do maior banco público guardar pilhas de notas de reais debaixo do colchão e comprar apartamentos em “cash”. 

Será que Bendine, funcionário de carreira de uma das instituições mais sólidas do Brasil, não acredita no sistema financeiro? Vê com desconfiança o próprio Banco do Brasil? Ou, como a Receita suspeitava, ele não tinha como justificar a origem do dinheiro e não podia depositá-lo? A Lava Jato está respondendo a essas dúvidas agora.

Além disso, Bendine tinha passado pelo vexame de liberar um empréstimo camarada, de R$ 2,7 milhões, para a socialite Val Marchiori, que tinha um probleminha: estava inadimplente com o banco e não poderia receber empréstimos. Mas ela guardava um trunfo: era amigona de Bendine, com quem até viajou para o exterior.

Numa outra frente, Bendine foi processado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por suspeita de “violação de silêncio” sobre uma oferta pública inicial de ações da BB Seguridade. No início deste ano, ele pagou multa e ficou por isso mesmo, mas as multas e os jeitinhos não resolvem uma questão básica: um cidadão com tantas situações “atípicas” poderia assumir a presidência da Petrobrás?

E ele não assumiu num momento qualquer, de normalidade no País e na própria petroleira. Assumiu justamente com o País de pernas para o ar e a Petrobrás estraçalhada desde o governo Lula e com operações estranhíssimas também na era Dilma (como Pasadena), e já alvo da Lava Jato, que completava então um ano.

Assim como a grande amizade com Bendine justificou a quebra de regras e um empréstimo milionário para Val Marchiori, a proximidade de Bendine com Lula e com o PT o catapultou à presidência do maior banco público, a ótimas relações com ministros e assessores-chave de Lula e Dilma e depois à maior e mais simbólica companhia brasileira.

Foi por essas e outras que, apesar de o próprio BB ainda passar razoavelmente ileso pelas investigações, nada mais escapou da sanha da corrupção ou da má-fé: Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Correios, Furnas, administração direta, crédito consignado dos aposentados, sistema bancário, agências reguladoras...

A teia ficou tão imensa, tão diversificada – e tão fácil – que Aldemir Bendine não se intimidou com a Lava Jato, a maior operação de combate à corrupção do mundo, nem com a crescente atuação e competência do MP, da PF e da Justiça e é acusado não apenas de cometer crimes, mas de ter uma ousadia espantosa. Com todos os holofotes na Odebrecht e na Petrobrás, lá foi ele pedir propina justamente para a Odebrecht, e para manipular decisões da Petrobrás. Até na véspera da posse! 

Parece doença, mas não é. É a sensação de poder, de costas quentes e de impunidade que contamina o Brasil, onde a mulher de César não precisa ser honesta nem parecer ser honesta. Tem só de ser cobra criada, com as amizades certas, nas horas certas, para se infiltrar nos palácios, ministérios, órgãos e empresas públicas. Depois, o céu é o limite.
*Publicado no Portal Estadão em 28/07/2017

➤DESTAQUES

Comece o dia bem informado

Corte no PAC
Governo tira R$ 7,5 bi do PAC. Segundo O Estado de S. Paulo, após os cortes anunciados ontem, os valores destinados a essas despesas vão cair praticamente à metade: dos R$ 36,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária para este ano apenas R$ 19,7 bilhões estão disponíveis.

Meta fiscal
Aliados pressionam Temer a rever meta fiscal. Base aliada estaria coagindo o governo para revisar a meta fiscal do governo, hoje de R$ 139 bilhões; afirma a Folha de S. Paulo. Parlamentares já se articulam para apresentar projeto de lei aumentando o rombo em R$ 30 bilhões.

Presidente TQQ
Preso ontem, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine ganhou o apelido por só trabalhar às terças, quartas e quintas. Entre seus 'causos', suspeitas sobre benefícios à 'amiga' socialite.

Servidores
Governo planeja reduzir benefícios de servidores do Executivo. O Estado de S. Paulo diz que uma revisão sobre os complementos salarias do Executivo está sendo preparada para reduzir as despesas e melhorar o resultado fiscal, principalmente em 2018.

Economia
Economia mantém ritmo lento e frágil recuperação. Apesar das incertezas sobre o mandato de Temer, indicadores mostram que a crise política não provocou forte impacto na atividade econômica, publica o Valor Econômico.

Lista falsa
Valério apresentou como prova em proposta de delação lista de propina que já alegou ser falsa. A lista apresentada ao Ministério Público de Minas, que enumera repasses de propina a autoridades, anteriormente, foi encontrada com Nilton Monteiro, o estelionatário que fez a chamada “lista de Furnas”. No entanto, na ocasião, o próprio Valério disse que os papéis eram falsos, de acordo com a Folha de S. Paulo.

Prejuízo na Cedae
O MP do Rio entrou com ação para reaver milhões que teriam sido desviados da Previdência da Cedae, em mais um esquema de... Eduardo Cunha.

JBS
Acordo com a JBS causou dano à imagem da Lava Jato, diz procurador. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Carlos Fernando dos Santos Lima faz críticas aos benefícios concedidos aos irmãos Batista após delação e comenta sobre falhas de comunicação na operação.

Contingenciamento
Governo remaneja R$2,2 bi do Orçamento para demandas emergenciais. A medida visa aplacar ânimos de alguns órgãos que vinham denunciando a falta de recursos e chegaram a paralisar serviços. O governo também confirmou o contingenciamento de R$ 5,9 bilhões.

Gasolina
Petrobras eleva preço da gasolina e do diesel nas refinarias. A gasolina terá reajuste de 2,2%, e o diesel será elevado em 1,8% nesta sexta-feira.

Casa de show
Ministro da Cultura quer reabrir o antigo Canecão, em Botafogo, fechado há 7 anos.

Metrô
Metrô e CPTM ameaçam paralisação na próxima terça-feira. Os metroviários protestam contra a privatização de linhas e a terceirização das bilheterias do Metrô.

Trump e a Russia
Aprovadas no Senado, sanções contra Rússia ficam na mão de Trump. O texto teve 98 votos a favor e apenas 2 contrários, uma medida parlamentar que pode pressionar o presidente Donald Trump a assinar a lei.

Barraco na Casa Branca
O clima esquentou no governo Trump, e agora um funcionário acusa o outro de ser o famoso "vazador" de informações secretas. Não faltou palavrão.

Intervenção
Governo avalia intervenção na Oi mesmo sem projeto de lei. Tramita em esferas do governo federal desde abril um projeto de lei que daria mais segurança jurídica a uma eventual intervenção na Oi.

Queda
Amazon tem queda de 77% no lucro em meio a aumento de custos. A companhia disse que seu lucro líquido caiu para 197 milhões de dólares, ou 0,40 dólar por ação, no segundo trimestre.

Lucro
Receita da Intel sobe 9,1% no 2º tri, para US$ 14,76 bi. O lucro líquido subiu para 2,81 bilhões de dólares, ou 0,58 dólar por ação, no segundo trimestre encerrado em 1º de julho.

Aposentadoria
Eletrobras tem 1,9 mil adesões em programa de aposentadoria. O presidente da empresa disse que a companhia terá uma reunião com o BNDES na segunda-feira sobre a privatização de suas distribuidoras de energia que atuam no Norte e Nordeste.