domingo, 30 de julho de 2017

➤VENEZUELA

Fotos de manifestantes protestando contra a Constituinte venezuelana, em várias partes do mundo.


MÉXICO


MADRI


HONG KONG


COLÔMBIA


CHINA


BRASIL


ARGENTINA

➤BOA NOITE!



Em 1954, Billy Wilder dirigiu um filme que ficou na memória de muitos, especialmente pelas interpretações de Audrey Hepburn, Humphrey Bogart e William Holdem. 

A comédia/romance Sabrina, além do elenco maravilhoso, teve cenas inesquecíveis, como algumas que aparecem no vídeo que selecionei para hoje, que servem de fundo para a Orquestra de Mantovani interpretar La Vie en Rose.


➤Violência na Venezuela

Itamaraty pede que Constituinte seja suspensa


Em nota, governo brasileiro diz que decisão de Maduro 'desrespeita o princípio da soberania popular e confirma a ruptura da ordem constitucional na Venezuela' e lamenta que pedidos da comunidade internacional não tenham sido atendidos.

O governo brasileiro pediu na noite deste domingo (30) que a Venezuela suspenda sua Constituinte, no dia em que o país realizou a eleição para sua Assembleia. Em nota, o Itamaraty afirma que o governo venezuelano não respeitou o desejo de seu povo e lamenta que os pedidos da comunidade internacional para que a eleição fosse cancelada não tenham sido atendidos.

Outros países também se manifestaram neste domingo contra a Constituinte venezuelana. A embaixadora dos EUA na ONU, Nikky Haley, postou mensagem no Twitter onde diz que a eleição é "uma farsa" e "outro passo de Maduro em direção à ditadura", enquanto Argentina e Peru divulgaram notas oficiais anunciando que não reconhecerão os resultados da votação. Na sexta-feira, o presidente da Colômbia já havia dito que também não reconheceria o resultado.

➤Venezuela:

Ao menos 12 mortos na eleição da Constituinte

Ministério Público anuncia investigações sobre ataques a 
manifestantes; oposição convoca bloqueio de vias


Os venezuelanos estão votando neste domingo para eleger uma nova Assembleia Nacional Constituinte em meio a um clima de tensão que ocorre depois de meses de protestos no país. Ao menos 12 mortes foram registradas.

O governo venezuelano proibiu manifestações durante e após as eleições — aqueles que violarem a medida podem ser condenados a dez anos de prisão. Apesar da determinação, a oposição convocou seus aliados a bloquear as vias principais dos 23 estados do país, em um protesto contra a votação e o governo de Nicolás Maduro. A manifestação foi combatida violentamente por policiais em algumas áreas de Caracas, Maracaibo (no Oeste do país) e Puerto Ordaz (Leste).

O Ministério Público do país anunciou que investiga mortes ocorridas em cinco incidentes horas antes da votação. Entre elas, os disparos que atingiram o advogado José Félix Pineda, de 39 anos, candidato à Assembleia, durante um assalto em sua casa sábado à noite, na Ciudad Bolivar, capital do estado Bolívar.

No estado de Sucre, são investigadas as mortes do manifestante Marcel Pereira, de 38 anos, e Ricardo Campos, de 30 anos, secretário juvenil da Ação Demorática. Sua morte foi anunciada pelo presidente da Assembleia Nacional, o deputado Henry Ramos, da Mesa da Unidade de Democrática (MUD).


Em um protesto na Mérida, capital do estado mesmo nome, morreram Angelo Méndez, de 28 anos, e Eduardo Olave, 39. Segundo os promotores, ambos foram feridos com armas de fogo.

No Twitter, a morte de outras pessoas foi denunciada, inclusive por parlamentares, mas a promotoria não se pronunciou sobre estes casos.
Segundo o deputado Daniel Antequera, Luis Zambrano, um atleta de 43 anos, teria sido morto durante manifestação contra o governo na cidade de Barquisimeto no estado de Lara.

— Lamentamos informar ao país que no setor Obelisco de Barquisimeto esta ditadura criminal assassinou Luis Zambrano — disse o deputado.

A jornalista Maryerlin Villanueva divulgou, em sua conta na rede social, que habitantes de La Grita responsabilizam um integrante da PNB (Polícia Nacional Bolivariana) pelo assassinato de um jovem de 19 anos em Mérida. A vítima ainda não foi identificada.

Em Caracas, pelo menos quatro policiais militares foram feridos em uma manifesto contra oposicionistas.
Agência Globo

➤OPINIÃO

Cleptocracia renitente

Os escalões ignoram o Estado de Direito, zombam da 
capacidade de punição dos corruptos

Vera Magalhães

A espantosa revelação de que, com a Lava Jato comendo solta e um monte de gente presa, Aldemir Bendine negociou o recebimento de pelo menos R$ 3 milhões em propina da Odebrecht às vésperas de assumir a Petrobrás com a missão de saneá-la mostra a profundidade do buraco em que o Brasil se meteu na última quadra.

Trata-se de uma cleptocracia renitente, em que seus integrantes de todos os escalões ignoram o Estado de Direito, zombam da capacidade de punição dos corruptos, se sentem à vontade para pedir dinheiro por mensagem eletrônica, como se houvesse um caixa eletrônico virtual da propina, correm pela rua com malas recheadas de pixuleco para pegar táxi e discutem à luz do dia a mudança das leis de forma a permitir que a pilhagem continue sem admoestações.

A corrupção brasileira não começou com o PT, mas foi obra do lulismo a construção desse regime de ladrões, em que todos os escalões foram loteados por companheiros cuja única razão de estarem onde estavam era montar uma rede de financiamento político-partidário cedendo a empresários “amigos” financiamentos, contratos, leis feitas sob encomenda, negócios em países governados por ditaduras aliadas e toda sorte de traficância.

Os petistas, em seu exercício quase comovente de autoengano, vão se apressar em gritar: mas e Michel Temer? O atual governo, que manteve a cleptocracia instalada, nada mais é que continuação do de Dilma Rousseff. 

Não há ginástica retórica nem cambalhota intelectual que altere o fato histórico de que foi Lula quem inventou do nada a candidatura de Dilma e colocou Temer como seu vice. Foi ele quem designou o casal João Santana e Monica Moura para repaginar Dilma, que a vendeu como uma técnica competente (!), “mãe” do PAC, depois “faxineira” da corrupção e outras tantas mistificações para alguém que era incapaz de governar o País, por inabilidade política, por incapacidade de gestão e uma visão totalmente enviesada do papel da economia, atributos reais escondidos sob o manto do marketing e pelos quais o País vai pagar décadas.

Não cola também o outro véu com que se tentou vestir Dilma, o da presidente honesta que não sabia de nada do sambalelê da corrupção que grassava em seu governo. 

Afinal, foi ela quem trocou José Sérgio Gabrielli pela amiga Graça Foster e ordenou o desmonte do condomínio PT-PMDB-PP que parasitava a companhia. Depois, foi ela quem sucumbiu às pressões e trocou a amiga pelo agora preso Bendine, vendido como alguém que iria recolocar a empresa nos trilhos.

Não foi por falta de aviso prévio. A gestão de “Dida” no Banco do Brasil já havia sido coroada de episódios capazes de inabilitá-lo para essa missão em qualquer governo minimamente sério. 

Ele comprou um apartamento por R$ 150 mil em dinheiro vivo, usou as linhas de financiamento do BB para dar mimos à amiga Val Marchiori e se meteu numa guerra de gangues com o então presidente da Previ, Ricardo Flores, em que as armas eram dossiês, ameaças e o uso do fundo e das diretorias do banco como instrumentos para derrubar os inimigos.

O esquema do PMDB na Caixa, com Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e Fábio Cleto à frente, nada mais é que a fatia dos aliados dada pelo PT na cleptocracia lulo-dilmista. O mesmo vigorou na Transpetro, dada como capitania ao outro PMDB, o do Senado, e em todos os demais espaços públicos. 

Não é possível, portanto, os petistas apontarem o dedo e berrarem “Fora, Temer”. Foi seu líder supremo quem transformou o aparelho de Estado numa lucrativa organização político-partidária destinada a tornar ricos empresários que aceitassem colaborar com o esquema e burocratas com vocação para mafiosos. Essa é a verdadeira herança de pai Lula e mãe Dilma, uma cleptocracia que resiste.
*Publicado no Portal Estadão em 30/07/2017

➤Venezuela

Constituinte em meio a protestos e mortes

Presidente Nicolás Maduro foi o 1º a votar em eleição convocada 
por ele; oposição não reconhece pleito e lidera protestos.

As urnas para eleger 545 membros da Assembléia Constituinte convocada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram abertas neste domingo (30). O presidente foi o primeiro a votar em um centro eleitoral da zona oeste de Caracas.

"Eu fui o primeiro eleitor do país. Peço a Deus todas as suas bênçãos para que as pessoas possam exercer livremente o seu direito democrático ao voto", disse Maduro, vestindo uma camisa vermelha.

A chegada do presidente ao centro de votação foi transmitida ao vivo pela emissora estatal VTV, com o slogan "primeiro voto pela paz". Maduro votou pouco depois das 6h locais (7h em Brasília), quando estava prevista a abertura das urnas em toda a Venezuela.

O segundo voto foi dado pela primeira-dama, Cilia Flores, também candidata à Assembleia Constituinte. No perfil de Nicolás Maduro no Twitter, foi registrado o momento em que ele e Cilia votaram.


O dia de votação é marcado por um ambiente de tensão, depois que a oposição, que não apresentou candidatos para a eleição, anunciou protestos em todo país contra a iniciativa.

A oposição convocou seus simpatizantes a bloquear as ruas de cidades dos 23 estados da Venezuela. A maior concentração vai ocorrer na estrada Francisco Fajardo, principal via de Caracas.

As manifestações acontecem no contexto de uma mobilização iniciada no dia 1 de abril para exigir a saída de Maduro do poder. Até o momento, mais de 100 pessoas morreram e milhares ficaram feridas ou foram detidas.

Os 545 membros para a Assembleia Constituinte tomarão posse em 2 de agosto e terão um prazo indeterminado para redigir a nova Constituição do país.