segunda-feira, 31 de julho de 2017

➤BOA NOITE!


Em 2002 Roman Polanski dirigiu um dos grandes filmes da história do cinema, O Pianista.

Para esta segunda-feira de muito calor, embora estejamos entrando em agosto, selecionei um vídeo em que Arjen Seinen executa Noturno, de Chopin numa das muitas cenas inesquecíveis do filme.




➤Lula e Okamoto

Lava jato quer penas mais duras
Em recurso de apelação, Ministério Público Federal pede ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região condenação do ex-presidente também por crime de lavagem de dinheiro pelo armazenamento das 'tralhas' que ganhou enquanto ocupou o Palácio do Planalto


A força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região nesta segunda-feira, 31, por uma pena mais pesada ao ex-presidente Lula e também pela condenação do presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto, no caso triplex no Guarujá. O petista foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão por suposta corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 2,2 milhões que envolvem o valor empregado pela OAS no imóvel, no condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, e em suas respectivas reformas. Os procuradores querem revisão da pena aplicada a Lula por este suposto crime e ainda pedem a condenação do petista por lavagem de dinheiro de R$ 1,3 milhão pelo armazenamento de seus bens pela Granero custeados pela construtora.

Os procuradores querem também que Lula seja condenado pelo armazenamento do bens que recebeu enquanto exerceu a Presidência da República pela empresa Granero – despesas também custeadas pela OAS. Lula chama esses bens de ‘tralhas’. Eles sustentam que ‘resta evidente que o conteúdo do contrato celebrado não consistiu em erro, mas se apresenta como clara fraude contratual, na tentativa pelos denunciados de ocultarem e dissimularem a real propriedade dos bens armazenados e o financiamento de despesas atinentes ao ex-Presidente Lula e ao Instituto Lula pelo Grupo OAS’.

“Entretanto, inobstante tenha dado seu aceite à proposta da Granero, Paulo Okamotto, tutelando os interesses do ex-Presidente Lula e aproveitando o fato de que o Grupo OAS, consoante anteriormente descrito, possuía pendências de vantagens indevidas a serem transmitidas para representantes do Partido dos Trabalhadores – PT no âmbito do esquema criminoso que se erigiu no seio e em desfavor da Petrobras e que beneficiava, além de empreiteiras, agentes públicos e políticos, notadamente Lula , convocou uma reunião no Instituto Lula nos últimos meses de 2010 e solicitou a Léo Pinheiro, então Presidente da empresa, que assumisse os gastos com o armazenamento dos bens pertencentes ao ex-Presidente da República”, sustenta a força-tarefa.

Lula foi condenado por um ato de lavagem de dinheiro pelo suposto ocultamento de propinas de R$ 2,2 milhões da OAS. Segundo a força-tarefa, o petista deve ser condenado três vezes por este crime. O juiz federal Sérgio Moro entendeu, em sua sentença, que  a aquisição, a reforma e a decoração do 164-A do Condomínio Solaris são atos complementares.

No entanto, a força-tarefa argumenta que os elementos constantes dos autos demonstram que, em verdade, os atos de (1) aquisição, (2) reforma e (3) decoração do triplex 164-A em favor do ex- Presidente Lula são autônomos’.

“Há muitas diferenças, que incluem distintos períodos em que os crimes ocorreram, a existência de propósitos diferentes nas condutas, o
envolvimento de pessoas e empresas diferentes e até mesmo a realização de planos ou projetos diferentes em cada lavagem”, afirma o MPF.

Em sentença de primeira instância, Lula foi condenado também por um ato de corrupção. Os procuradores recorreram para que o petista seja sentenciado por ter cometido o crime três vezes. Duas por supostamente ter aceitado propinas de dois contratos da Petrobrás celebrados com o Consórcio RNEST-CONEST.

A respeito do petista e aos executivos da OAS alvo da ação penal, os procuradores da República também discordaram de Moro na ‘dozimetria das penas fixadas’ por Moro.

O Ministério Público Federal ainda quer a condenação dos executivos da OAS Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Moreira, absolvidos pela acusação de Lavagem de dinheiro.
Agência Estado

➤Chance de 2º turno

Parlamentares querem ser vice de Bolsonaro


A perspectiva do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chegar ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2018 revelada por recentes pesquisas de intenção de voto abriu uma procura de interessados em ser candidato a vice-presidente na chapa dele. Pelo menos dois parlamentares já procuraram Bolsonaro para se colocar à disposição: o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o senador Magno Malta (PR-ES).

Última pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial de 2018, divulgada em junho, mostrou que o deputado do PSC está em segundo lugar, tecnicamente empatado com a ex-ministra Marina Silva (Rede), com 16% e 15% das intenções de voto, respectivamente. O parlamentar fluminense registou tendência de alta. Na pesquisa de dezembro de 2016, tinha 8%, passando para 14% em abril.

Faria de Sá e Malta querem disputar o pleito de 2018 como vice de Bolsonaro pelos seus atuais partidos. O argumento é de que poderão reforçar o tempo de propaganda na TV de campanha do deputado fluminense. Esse ponto é considerado primordial por aliados de Bolsonaro, uma vez que o parlamentar deve concorrer por uma legenda pequena, que tem pouco tempo de TV.

Pela legislação eleitoral, 90% do tempo de TV deverá ser dividido entre os candidatos proporcionalmente ao tamanho das bancadas na Câmara dos partidos que fazem parte da coligação dele. Os outros 10% restantes são distribuídos igualitariamente. Das 26 siglas com representantes na Casa, o PR tem a quinta maior bancada, com 38 deputados, enquanto o PTB, tem a 11ª maior, com 17 parlamentares.
Agência Estado

➤DESTAQUES

Comece o dia bem informado

Presidente denunciado
A semana no Congresso, que volta a trabalhar após o recesso, deve ser mais uma vez dominada pela discussão sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer. A votação deve ser na quarta (2), se houver quórum (mínimo de 257 deputados). O vice-líder de governo diz que a orientação para a base aliada é marcar presença na votação, mas Temer foi avisado por aliados que terá menos votos que o previsto. Se a oposição não registrar presença no plenário, pode ser que a votação seja adiada.

Contas inativas
Quem ainda não sacou o dinheiro das contas inativas do FGTS precisa correr, pois o prazo termina hoje - e, depois, o valor só poderá ser sacado em caso de doenças graves ou aposentadoria. A Caixa já liberou R$ 42,8 bilhões das contas inativas (98,3% do total disponível para saques), mas cerca de 5 milhões de pessoas ainda não sacaram.

Reivindicações
Bancadas ‘boi, bala e Bíblia’ ampliam pedidos ao governo. Ao mesmo tempo em que o governo lida com a delação do Grupo J&F e a tramitação da acusação da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, as principais frentes parlamentares da Câmara dos Deputados reforçaram as demandas por pautas de seus interesses no governo federal, aponta O Estado de S. Paulo.

Delações
Polícia Federal aponta falhas nas delações da Odebrecht. Investigadores da PF destacam entre as falhas que dificultam o trabalho: excesso no número de delatores, mudança de versões por parte de alguns delatores e falta de acesso aos sistemas que embasaram as planilhas de repasses de dinheiro, caixa dois ou propina, a parlamentares; publica a Folha de S. Paulo.

Bolsa Família
Mais de 143 mil voltaram ao Bolsa Família neste ano. Segundo o Valor Econômico, mais de 143 mil famílias retornaram ao programa Bolsa Família neste ano. Com o aumento do desemprego, a fila de espera para ter o benefício, que chegou a ser zerada nos meses de janeiro e fevereiro, cresceu gradualmente e atingiu 525 mil famílias em julho.

Etanol
Governo reduz alta de imposto sobre o etanol. Com base na previsão de arrecadação divulgada anteriormente, os cofres do governo, com a nova tributação, devem deixar de receber R$ 501,62 milhões.

Depoimento
Moro decide que novo depoimento de Lula será presencial. O juiz afirmou que a gravação do depoimento de Lula será feita “da mesma forma que o anterior”, se referindo ao interrogatória da ação sobre o tríplex.

Constituinte na Venezuela
Após 8 milhões de venezuelanos irem às urnas no domingo (30) escolher os deputados que vão compor a Assembleia Constituinte para redigir uma nova Constituição, a oposição deve ir de novo às ruas protestar. A eleição convocada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi boicotada pela oposição e condenada por dezenas de países - inclusive o Brasil.

Refugiados
Dobra o número de venezuelanos que pediram refúgio no Brasil. Em janeiro, 608 cidadãos do país vizinho fizeram a solicitação apenas em Roraima, que faz fronteira com a Venezuela. Já em julho, foram registrados 1.119 pedidos, afirma a Folha de S. Paulo.

Míssil
Coreia do Norte confirma 2º teste de míssil intercontinental. A Coreia do Norte disse se tratar de um “alerta grave” para os Estados Unidos.

Obamacare
John McCain salva Obamacare e desafia Donald Trump. O senador republicano segue sendo um incômodo para Donald Trump, após ter salvo o Obamacare votando com os democratas.

Mudanças na Casa Branca
Trump substitui chefe de gabinete por general Kelly após 6 meses. Trump anunciou a mudança em um tuíte um dia depois que seu novo diretor de comunicações acusou o antigo chefe de gabinete de divulgar informações à mídia.

Futebol
Campeonato Brasileiro
20h: Vasco x Atlético-PR

➤OPINIÃO

O trabalho dos políticos*

A intensa agenda de João Doria (PSDB-SP) desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo – além de seis viagens internacionais, o prefeito teve mais de 280 reuniões com empresários, informa o jornal Valor – revela que também os políticos, quando querem, exercem intensamente suas atividades. Não há perdas de tempo nem expediente restrito a terça, quarta e quinta. Quando se quer, muito se faz, todos os dias. Esse aspecto merece ser lembrado especialmente depois da gestão de Fernando Haddad, cuja paralisia foi de tal ordem que até o seu criador, Lula da Silva, reclamou publicamente da preguiça do ex-prefeito petista.

É óbvio que não basta que a agenda dos políticos seja intensa. É um primeiro passo, mas está longe de ser suficiente. É preciso um diligente e constante trabalho, mas concentrado naquilo que corresponde a cada cargo público. Não há bom prefeito se o asfalto está ruim, se os semáforos não funcionam, se as árvores não estão podadas, se as ruas estão sujas, se o serviço de ônibus é precário, entre tantas outras tarefas da prefeitura. Muito especialmente, um prefeito deve ser avaliado pelo funcionamento adequado de escolas, hospitais e postos de saúde. Sem isso, não se pode dizer que há uma boa gestão da coisa pública.

A administração pública, seja em qual esfera for – municipal, estadual ou federal –, enfrenta grandes desafios, especialmente se a gestão anterior foi acintosamente deficiente, e seria irreal exigir que os serviços públicos alcançassem um nível de excelência pela simples chegada de um novo político ao cargo. A resolução dos problemas públicos demanda tempo. Isso não significa, no entanto, que a população tenha de se contentar com o mesmo sofrível atendimento público anterior. Uma coisa é exigir a imediata perfeição, outra coisa – que necessariamente deve estar presente em toda administração pública com pretensões de ser bem avaliada pela população – é a existência de uma perceptível e progressiva melhora dos serviços públicos.

Urge, portanto, uma nova mentalidade no exercício dos cargos públicos, com uma condução profissional a produzir resultados palpáveis para a população. Responsabilidade, compromisso e honestidade são pré-requisitos para o cargo. A isso se deve acrescentar uma gestão que alie competência técnica, criatividade na resolução dos problemas e exímio conhecimento das exatas responsabilidades do cargo que se ocupa. Depois de tantos anos de populismo e voluntarismo petistas, é preciso devolver os cargos públicos às suas funções institucionais.

As prefeituras e os governos estaduais são muito mais que palanques para novas eleições. Agir como se estivesse numa ininterrupta campanha política foi o que fez, com tanto prejuízo ao País, o sr. Lula da Silva. Os cargos públicos são ocasiões privilegiadas de servir ao público, segundo atribuições bem definidas. É certo que, em muitas áreas, há concorrência de competências entre União, Estado e município. Nesses casos, urge harmonizar a ação com os demais níveis de poder, para evitar ineficiências e custos desnecessários. No Rio de Janeiro, por exemplo, já é comum que se esqueça que a segurança pública é dever do governo estadual. Com frequência, dá-se a entender que a União é responsável pela imposição da lei e da ordem, em substituição ao caos lá instalado pela desídia de repetidas administrações estaduais.

O intenso trabalho que se exige dos ocupantes dos cargos públicos deve estar dirigido, portanto, às suas correspondentes atribuições institucionais. Além da imediata eficácia administrativa que se obtém com o respeito às esferas de atuação, é também uma clara demonstração de deferência à democracia. Cada chefe do Poder Executivo foi escolhido pelo povo para fazer uma determinada coisa – administrar a cidade, administrar o Estado ou administrar a União. Esse é o trabalho que lhes corresponde. O exemplar exercício do cargo é, portanto, a melhor contribuição que podem dar ao País. E é também a maneira mais adequada para postularem novas responsabilidades na máquina pública.
*Publicado no Portal Estadão em 31/07/2016

➤Venezuela:

Oposição denuncia 14 mortos durante a votação

A jornada da Constituinte foi marcada pela violência 
pela baixa participação popular

Forças de segurança disparam contra manifestantes em confronto durante realização da eleição da Assembleia Constituinte em Caracas, na Venezuela (Marco Bello/Reuters)
A Mesa de Unidade Democrática (MUD), que reúne partidos opositores na Venezuela, denunciaram a morte de 14 pessoas durante a repressão aos protestos neste domingo, 30. A informação foi transmitida pela deputada opositora Delsa Solórzano. Ela acrescentou que uma das vítimas é um menino de 13 anos. Dez das mortes aconteceram no interior do país, em Mérida e Táchira.

Até agora, o Ministério Público confirmou sete mortos durante as jornadas de protestos contra a votação para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente Nicolás Maduro.

No total, segundo números da Procuradoria venezuelana, 114 pessoas morreram desde o início da onda de protestos no país, em abril.

A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) calcula que apenas 12% dos venezuelanos com direito a voto foram neste domingo às urnas para escolher os integrantes da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) convocada pelo presidente, Nicolás Maduro, para mudar a Carta Magna.
O deputado da MUD Andrés Velásquez informou que houve 2.483.073  votos contabilizados nos centros de votação às 18h (hora local), horário de encerramento do pleito.

Horas antes, a  deputada Delsa Solórzano havia estimado 9% a taxa de participação popular. Segundo ela, 25% de quem foi aos colégios eleitorais votou nulo, uma cifra que ela atribui aos funcionários públicos que consideraram estar obrigados a participar do pleito.

Segundo o governador do estado de Miranda, o opositor Henrique Capriles, houve 2,2 milhões de votantes até as 15h (horário local). Quase 19,5 milhões de venezuelanos estão inscritos no censo eleitoral