quarta-feira, 6 de setembro de 2017

➤BOA NOITE!


Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu no Rio de janeiro em 1927 e morreu em Nova Iorque em 1994, é o nosso Tom Jobim, maestro, compositor, pianista, cantor e violonista. Foi considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira.

Marcus Vinicius de Moraes nasceu no Rio de janeiro em 1913 e morreu na cidade maravilhosa em 1980, é o nosso Vinicius de Moraes, poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor. Foi e será sempre o nosso ‘poetinha’.

Em meados de 1950, Tom e Vinicius compuseram um dos sambas que ficou como um dos marcos do movimento bossa nova, que estava começando, Chega de Saudade. 


➤Gravações

Fux defende prisão de Joesley e Saud
  

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira (6) a prisão do empresário Joesley Batista – um dos donos da holding J&F – e do diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud, ambos delatores da Lava Jato.

Na avaliação do magistrado da Suprema Corte, os dois delatores "ludibriaram" a Procuradoria Geral da República (PGR). Na última segunda-feira (4), o chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, determinou abertura de investigação para apurar se os delatores da J&F – grupo que controla o frigorífico JBS – omitiram informações dos investigadores nos depoimentos da delação premiada.

Dependendo do resultado das investigações, os benefícios concedidos pelo Ministério Público aos executivos da J&F poderão ser anulados, entre os quais a imunidade penal, que impede qualquer processo criminal contra eles.

“Acho que eles ludibriaram a Procuradoria, degradaram a imagem do Brasil no plano internacional, atentaram contra a dignidade da Justiça, mostraram a arrogância dos criminosos de colarinho branco. Então, eu acho que a primeira providência que tem de ser tomada é prender eles”, afirmou Fux ao chegar nesta quarta-feira ao STF.

Em um áudio quatro horas aparentemente gravado por descuido, que foi entregue na semana passada à PGR, Joesley e Saud falam sobre possível tentativa de gravarem o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT-SP) para o petista “entregar” ministros do Supremo.

No diálogo entre Joesley e Saud, ocorrido em 17 de março, os dois delatores também discutem uma forma de se aproximar de Janot por intermédio do ex-procurador da República Marcello Miller.

À época, eles ainda não haviam iniciado conversas para fechar o acordo de delação, e Miller ainda trabalhava na PGR como auxiliar do procurador-geral.

Ministros do STF

Nesta terça (5), dia em que o conteúdo da conversa entre Joesley e Ricardo Saud veio à tona, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, determinou que a PGR e a Polícia Federal investiguem as menções dos dois delatores a magistrados do tribunal.

Em um vídeo divulgado pela assessoria do Supremo, Cármen Lúcia disse que o objetivo da medida é não deixar “qualquer sombra de dúvida sobre a dignidade" da Corte e a "honorabilidade" de seus integrantes.

Magistrado mais antigo do STF, o ministro Celso de Mello também se manifestou contra as falas de Joesley e Saud.

“A necessidade de apuração dos fatos traduz uma exigência não só de ordem jurídica, mas de caráter ético, eis que as graves insinuações que transparecem nos diálogos mantidos por determinados agentes colaboradores mostram-se impregnadas de elementos que, se não forem cabalmente esclarecidos, culminarão por injustamente expor esta Corte e os magistrados que a integram ao juízo severo, inapelável e ao juízo negativo da própria cidadania”, disse Celso de Mello, no início da sessão de julgamentos.
Agência Globo

➤Quadrilhão do PT

Janot quer bloqueio de R$ 6,5 bi de Lula, Dilma e PT

Foto: Estadão/Reprodução
O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu o bloqueio de R$ 6,5 bilhões dos ex-presidentes Lula e Dilma, dos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Edinho Silva (Secretaria da Comunicação) e Gleisi Hoffman (Casa Civil) e, ainda, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Janot também requereu a condenação de todos os acusados à reparação de danos materiais e morais ‘causados por suas condutas’, fixando-se um valor mínimo global de R$ 300 milhões.

“Os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos (lesões à ordem econômica, à administração da justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira), sendo dificilmente quantificados.”

Os pedidos foram apresentados no corpo da denúncia que Janot levou ao Supremo Tribunal Federal contra o ‘quadrilhão’ do PT. O procurador atribui a Lula, Dilma e aos ex-ministros e ao ex-tesoureiro formação de organização criminosa para crimes contra a administração pública.

O procurador aponta para a ‘existência de elementos suficientes de materialidade e autoria delitivas’.

“Lula foi o grande idealizador da constituição da organização criminosa, na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários”, sustenta o procurador.

Na acusação formal levada ao Supremo, Janot enfatiza. “Durante sua (Lula) gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes (empresários), como atuou diretamente e por intermédio de Palocci, para que novas negociações ilícitas fossem entabuladas como forma de gerar maior arrecadação de propina.”

Ainda sobre Lula. “Foi o grande responsável pela coesão do núcleo político da organização criminosa e pela indicação de Dilma como candidata do PT à presidência da República em 2010. Essa condição permitiu-lhe continuar a influenciar o governo da sua sucessora e a fazer disso mais um balcão de negócios para recebimento de vantagens ilícitas.”

Ao final da denúncia, Janot pede a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, ‘principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade’.

Ainda, a decretação da perda em favor da Petrobrás, com base no artigo 7.º da Lei 9.613/1998, dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no caso, no valor originário total de R$ 6,5 bilhões, ‘que é o que foi atribuído pela própria Petrobrás a ser acrescido de juros e correção monetária’.

COM A PALAVRA, O PT

“A denúncia apresentada nesta terça-feira (5/9) pela Procuradoria Geral da República parece uma tentativa do atual procurador-geral de desviar o foco de outras investigações, que também envolvem um membro do Ministério Público Federal, no momento em que ele se prepara para deixar o cargo.

Não há fundamento algum nas acusações contra o Partido dos Trabalhadores. Desde o início das investigações da Lava Jato, o PT vem denunciando a perseguição e a seletividade de agentes públicos que tentam incriminar a legenda para enfraquecê-la politicamente.

Esperamos que essas mentiras sejam tratadas com serenidade pela justiça brasileira, e terminem arquivadas como já ocorreu com outras denúncias sem provas apresentadas contra o partido.

Assessoria de Imprensa do Partido dos Trabalhadores”
Agência Estado

➤ANÁLISE

‘Gravíssima’ é a irritação do STF com a Procuradoria-Geral*

Rodrigo Janot não foi preciso nem justo ao jogar suspeitas 
sobre ministros do Supremo a 13 dias de deixar o cargo

Eliane Cantanhêde

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não foi preciso nem justo ao jogar suspeitas sobre ministros do Supremo nesta segunda-feira, 4, a 13 dias de deixar o cargo. As quatro horas de conversas entre Joesley Batista e seu fiel escudeiro Ricardo Saud contêm apenas uma revelação realmente “gravíssima”: o papel duplo do ainda procurador Marcelo Miller, que era, simultaneamente, parte da equipe de Janot e do time de Joesley.

Durante 24 horas, o Brasil escandalizou-se ao saber que havia citações aos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Mas, ao ouvir os áudios, o que se descobre? Que as falas são grosseiras e criminosas, um horror na forma e no conteúdo, mas nada que possa ser considerado desabonador aos três ministros. Aliás, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi tratado de forma indigna, mas não flagrado em atos indignos ou “gravíssimos”.

Diante da irritação geral no STF, Cármen Lúcia, que o preside, gravou pronunciamento não só em defesa da instituição, dos colegas e dela própria, mas também de ataque – elegante, mas ataque – a Janot. Ao lembrar que ele havia incluído os ministros ao falar do “conteúdo gravíssimo”, a ministra cobrou duramente: “Agride-se de maneira inédita na história deste país a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes”.

Nos bastidores do Supremo, concluiu-se que Janot não quis “afundar sozinho”, ao descobrir o quanto ele e a PGR haviam sido manipulados por Joesley e Saud. Atingido em cheio pela confirmação de que Miller era mais uma marionete da JBS, principalmente contra o presidente Michel Temer, decidiu repartir as culpas e arrastar o Supremo junto. Havia uma guerra entre Janot e Gilmar, agora há uma guerra entre a PGR de Janot e o STF. Só com a posse de Raquel Dodge, no dia 17, virá a paz.

*Publicado no Portal Estadão em 06/09/2017

➤OPINIÃO

Janot deveria se demitir*

O procurador-geral deveria ter renunciado ontem ao cargo, 
depois de ter se comportado de maneira tão descuidada em todo 
o lamentável episódio envolvendo a delação de Joesley Batista

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveria ter renunciado ontem ao cargo, sem esperar a data regulamentar de 17 de setembro. Com esse gesto, Janot demonstraria que afinal lhe restou alguma prudência, depois de ter se comportado de maneira tão descuidada – para dizer o mínimo – em todo o lamentável episódio envolvendo a delação premiada do empresário Joesley Batista.

Janot veio a público anteontem para informar que Joesley deliberadamente omitiu da Procuradoria-Geral informações cruciais em sua delação, especialmente o fato de que o empresário contou com a orientação ilegal de um auxiliar de Janot, o procurador Marcelo Miller, para produzir a bombástica delação contra o presidente Michel Temer e conseguir o precioso acordo que lhe garantiu imunidade total. No mesmo instante, o procurador-geral tinha por obrigação reconhecer que foi feito de bobo por um criminoso confesso e que não está à altura do cargo que ocupa.

Seria uma forma de reduzir um pouco o terrível dano que Janot causou ao trabalho dos que levam a sério a luta contra a corrupção. Pois o fato é que o procurador-geral da República se deixou seduzir pela possibilidade de pegar ninguém menos que o presidente da República, cuja cabeça lhe foi oferecida pelo finório Joesley Batista. Sem tomar a devida precaução, Janot considerou que a delação de Joesley e o flagrante armado pelo empresário contra Temer bastavam como prova de que o presidente da República, em suas palavras, “ludibriou os cidadãos brasileiros”. Vê-se agora quem foi ludibriado.

Em sua ação imprudente, Janot desconsiderou as suspeitas que recaíam sobre o procurador Marcelo Miller, que teria ajudado Joesley a preparar a delação contra Temer. Na época, o procurador-geral chegou a dizer que nada havia contra Miller, mesmo quando se soube que seu auxiliar havia pedido exoneração do cargo de procurador para trabalhar no escritório de advocacia que negociava o acordo de leniência da empresa de Joesley, a JBS. A exoneração veio a público no dia 6 de março, véspera do encontro entre Joesley e Temer no qual o empresário grampeou o presidente.

Quando Janot apresentou a denúncia contra Temer, ficou claro que o procurador-geral não tinha nada além de ilações. Evidenciou-se, então, que a inacreditável generosidade do acordo com Joesley, que em si mesma já era injustificável, não resultou em nada senão em doce impunidade para o esperto açougueiro.

Mesmo assim, Janot chegou a dizer, em evento recente, que “faria tudo de novo”, ou seja, que daria imunidade total a Joesley em troca do que o empresário tivesse a dizer contra Temer, ainda que fossem apenas meias-palavras, conversas cifradas e frases entrecortadas, que podiam ser interpretadas ao gosto do freguês.

Não era à toa, portanto, que Joesley se sentia tão à vontade. Cuidados básicos foram negligenciados pela Procuradoria-Geral, com aval do ministro Edson Fachin, antes que a denúncia contra Temer fosse apresentada. Nem mesmo uma perícia foi feita nas gravações que supostamente incriminavam o presidente. Quando ficou claro que as armações de Joesley não produziram as provas que Janot tanto alardeou, mesmo passados dois meses do escândalo, o Supremo Tribunal Federal deu outros 60 dias para que o empresário entregasse prometidos anexos que supostamente corroborariam o que ele dizia. Estava claro que, das duas, uma: ou Joesley não contou tudo o que sabia, protegendo sabe-se lá quem, ou contou tudo e, diante dos efeitos pífios, parecia querer manter o País em suspense com a promessa de mais informações, justificando a imunidade penal que ganhou de presente de Janot.

Tudo ficou ainda mais confuso quando se soube que Joesley tinha mais 40 horas de gravações que havia apagado do aparelho que entregou para perícia da Polícia Federal (PF). Quando circulou a informação de que a PF começou a resgatar esses arquivos, Joesley correu a entregar os áudios que faltavam.

É diante de fatos como esses que qualquer observador de bom senso há de questionar as intenções de Joesley Batista. E a competência de Rodrigo Janot. Ao procurador-geral faltaram tino profissional e bom senso. E de nada adianta vir agora dizer que tudo foi feito de “boa-fé”. Não se brinca dessa forma com o País.

*Publicado no Portal Estadão em 06/09/2017

➤DESTAQUES



Quadrilhão do PT
Janot quer bloqueio de R$ 6,5 bi de Lula, Dilma, ex-ministros e ex-tesoureiro por ‘quadrilhão’ do PT. Em sua nova 'flechada', mirando a cúpula do PT, procurador-geral da República requereu que valor de indenização à Petrobrás deve ser calculado com base no tamanho do rombo na estatal atribuído à organização criminosa supostamente formada pelos políticos.

Quadrilhão do PT – 2
Para Janot, Lula recebeu R$ 230 milhões em propina e Dilma foi “favorecida” com R$ 170 milhões.  Procurador-geral descreveu supostos pagamentos indevidos aos petistas

Gravações
Atuação de ex-procurador é ponto-chave que pode anular delação. Esclarecimento sobre papel de Miller influenciará decisão sobre validade de provas.

Gravações – 2
Advogada que levou Miller a escritório foi negociadora da Petrobras em 2014. A advogada Esther Flesch, responsável por levar Marcelo Miller para o escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe — que atuou no acordo de delação da J&F —, foi a negociadora, em 2014, do fechamento de um acordo de compliance com a Petrobras, sete meses após o início da Operação Lava-Jato.

Cara de pau
Joesley Batista pede desculpas a ministros do STF e a Janot.  Em nota divulgada ontem (5), Joesley Batista e Ricardo Saud, delatores da empresa JBS, pediram “sinceras desculpas” aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelas citações indevidas em conversas gravadas por eles e entregues à PGR.

Cara de pau – 2
Joesley e Saud dizem que mentiram em áudios achados pela PGR. O empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, ex-diretor da J&F, holding que controla a JBS, disseram que não falaram a verdade nas conversas gravadas encontradas pela Procuradoria-Geral da República.

Delação
Ministros do STF defendem que a delação da J&F seja cancelada. Depois que o clima azedou no STF, pelo menos três ministros defendem a anulação da delação da JBS.

Taxa de juros
Com a economia ainda em recuperação e a inflação atingindo níveis cada vez mais baixos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá hoje para definir a taxa básica de juros da economia. A expectativa dos analistas é que a Selic será reduzida dos atuais 9,25% para 8,25% ao ano.

Olimpíadas 2016
MPF suspeita que Nuzman ganhou passaporte russo em troca de voto para Sochi. Presidente do Comitê Olímpico do Brasil é alvo de operação que investiga compra de votos para o Rio ser sede da Olimpíada.

Inflação de agosto
Sai hoje a inflação de agosto. Em julho, a inflação atingiu 0,24% e ficou abaixo do piso da meta em 12 meses pela primeira vez desde março de 2007 e no patamar mais baixo desde 1999.

Vai chover
Rio Grande do Sul registrará calor e chuva nesta quarta-feira.
As regiões Metropolitana, Leste e Sul terão precipitações leves e isoladas.

Crise no RS
Piratini apresenta proposta a servidores das fundações extintas.  Governo propõe indenizar funcionários demitidos pela média salarial.

Alerta
O furacão Irma deve atingir Ilhas Virgens e Porto Rico entre e o final desta tarde e início desta noite. Depois, a tormenta segue para o sul da Flórida. Irma é um furacão de categoria 5, e é o mais forte já registrado na bacia do Atlântico.

Francisco na Colômbia
O papa Francisco chega hoje à Colômbia, com o objetivo de encorajar o processo de paz incipiente que encerrou meio século de guerra entre uma sucessão de governos e o grupo guerrilheiro Farc, mas que deixou o país profundamente dividido. O pontifíce passará cinco dias entre a capital Bogotá e as cidades de Villavicencio, Medellín e Cartagena.

Mega Sena
O sorteio 1.965 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 77 milhões para quem acertar as seis dezenas. O sorteio é hoje às 20h (de Brasília), no município de Salto (SP).

Previsão do tempo
Tempo segue quente e muito seco em quase todo o país, exceto no Norte, em pequena faixa litorânea do Nordeste e no Sul. 
Estadão/clicRBS/Correio do Povo/O Globo/Terra/G1/Correio Braziliense/Folha de São Paulo/Gazeta do Povo/

➤BOM DIA!

Quadrilhão? Estamos no fundo do poço!

Foi uma terça-feira repleta de notícias, ou de sujeira, para ficar mais apropriado com oque vem ocorrendo no Brasil. Não existe um único setor em que a corrupção não tenha tomado conta, que a roubalheira não proporcione o enriquecimento ilícito de pessoas, de políticos que, por mais que roubem, seguem sendo defendidos, com unhas e dentes, por gente que, de alguma forma, não sabe nada em termos de honestidade, ou que transformou em fanatismo o que pensava que era ideologia política.

Primeiro foi o apartamento do Geddel, com malas abarrotadas de dinheiro que ele jura não saber de quem era. São R$ 51 milhões, contados nota por nota, surgidos não sabe de onde, ou se sabe bem. Geddel Vieira Lima, para quem insiste em esquecer, foi Ministro da Integração Nacional no governo de Lula e vice-presidente da Caixa Econômica Federal, até 2014, no governo Dilma Rousseff. Depois, por ser amigo íntimo, foi nomeado por Michel Temer. Saiu preso e hoje, sem tornozeleira, vive em apartamento de frente para o mar, em Salvador.

O que mais me impressiona, quem sabe nem tanto, é ler os comentários nas redes sociais e não ver nenhum petista criticando o Geddel e a dinheirama encontrada no apartamento dele.

Quem sabe estão se precavendo, pois Geddel foi amplamente apoiado por Lula e Dilma, não só com cargos, mas com fotos de campanha. Pau que bate em Chico bate em Francisco!

Depois foi a divulgação das gravações de conversas entre o empresário (?) Joesley Batista e seu fiel escudeiro Ricardo Saud. Uma conversa regada a uísque com gelo e música da Ivete Sangalo. Um amontoado de acusações, de ditos e desditos, de afirmações sem nexo, mas de uma sinceridade assustadora. Sobrou para todo mundo, incluindo-se o STF, o presidente da República, a PGR, ministros, políticos de menor escalão, num festival de denúncias inacreditável. O que se espera, pelo menos por demonstração de austeridade e honestidade, é que as delações do magnata caipira e seu auxiliar, sejam anuladas e que ambos sejam presos e, é claro, condenados. São ladrões confessos de dinheiro público e que envolvem em suas bandalheiras, a justiça e o executivo. Cadeia é muito pouco para quem abusa tanto do direito (?) de ser vigarista!

Finalmente, no começo da noite, o pedido de indiciamento do ‘quadrilhão do PT’, envolvendo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mais seis representantes do PT, aí incluindo a atual presidente do partido, ex-tesoureiro e ex-ministros.

Considerado o mentor e chefe da quadrilha, Lula teria recebido, segundo Janot, R$ 230 milhões e Dilma “foi amplamente beneficiada” com o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Rodrigo Janot declarou, em seu pedido de indiciamento, que o presidente Michel Temer (PMDB) teria negociado com o ‘quadrilhão do PT’ tendo recebido R$ 380 milhões repartidos com companheiros do PMDB.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta na denúncia criminal contra o “quadrilhão” do PT, apresentada nesta terça-feira, 5, que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e o ex-ministro Antonio Palocci “compraram” o apoio político do “PMDB da Câmara”, liderado pelo atual presidente da República, Michel Temer, em troca de cargos no governo.

 “Ainda no tema de tratativas ilícitas para compra de apoio político, os ora denunciados, especialmente, Lula, Dilma e Palocci, também negociaram junto à liderança do PMDB da Câmara a compra do apoio desta bancada do Partido em troca de cargos públicos relevantes que poderiam ser instrumentalizados, como de fato foram, para arrecadação de propina”, afirma Janot.

Resumindo, pois o noticiário de hoje será bastante amplo, além de Lula e Dilma, Janot denunciou Gleisi Hoffmann, senadora petista e atual presidente do partido, seu marido Paulo Bernardo e os também ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega e Edinho Silva, mais o ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

A pergunta que fica, depois de tanta denúncia, de tanto dinheiro desviado, de tanta sujeira confirmada, é quando esta gente toda, eu disse “esta gente toda”, irá para a cadeia para pagar por seus crimes imundos.

Definitivamente, caso algo não seja feito com urgência, não sairemos tão cedo do fundo do poço.