quinta-feira, 7 de setembro de 2017

➤BOA NOITE!


Ary Barroso nasceu em Ubá, Minas gerais, em 1903 e morreu no Rio de Janeiro em 1964. Compositor popular, ficou famoso por seus sambas e por suas narrações esportivas irreverentes, principalmente quando o Flamengo, seu time de coração jogava.

Ary compôs um dos sambas mais clássicos da música popular brasileira, tema musical de filme que concorreu ao Oscar em 1944 e que exalta toda a beleza de nossa terra.

Para este dia 7 de setembro, vamos recordar, com o orgulho de sermos brasileiros, de Ary Barroso, na voz de Gal Costa, Aquarela do Brasil.


➤RESUMO

A crise política no Brasil

As redes sociais estão recebendo uma carga, muito pequena é verdade, de defensores dos indiciados por desvios de dinheiro público e, agora, por tentativa de obstrução da Lava Jato. Todos, indistintamente, afirmando que é tudo armação da imprensa golpista e maldita, do MPF e da PF que perseguem o “homem tão honesto quanto Jesus Cristo”.

Os defensores do lulopetismo, preferem estar ao lado dos bandidos Joesley Batista e Ricardo Saud, de corruptos condenados, de quem roubou declaradamente o dinheiro da Petrobras e alguns até esquecem que Geddel Vieira Lima, o homem das malas com R$ 51 milhões, foi ministro e amigo de Lula, vice presidente da Caixa e amigo de Dilma.

Para começar esta manhã de feriado de 7 de setembro, com a esperança de que comecemos a nos libertar verdadeiramente dos corruptos, faço um resumo do que está publicado nos jornais desde que as gravações foram entregues ao MPF, que encontraram o dinheiro do Geddel e das declarações do Palocci, homem de extrema confiança do PT, mas que, a partir de agora, parece, segundo eles, um grande mentiroso.

Palocci diz que tramou com Lula contra a Lava Jato
Em interrogatório, ex-ministro afirma que, ao lado do ex-presidente, participou de reuniões ‘com outras pessoas no sentido de buscar criar obstáculos à evolução’ da operação.
Moro questionou Palocci sobre uma declaração do ex-ministro: “Tentei ajudar a que não andassem as investigações da operação Lava Jato”. O magistrado quis saber se isto teria ocorrido ‘juntamente com o ex-presidente’.
“Sim”, disse Palocci. “Em algumas oportunidades, eu me reuni com o ex-presidente Lula e com outras pessoas no sentido de buscar, vamos dizer, criar obstáculos à evolução da Lava Jato. Posso citar casos se o sr desejar.”

Supremo e PGR indicam rever acordo da J&F
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o empresário Joesley Batista e outros dois delatores do Grupo J&F percam a imunidade penal prevista no acordo de colaboração. O motivo é a omissão de fatos descobertos em gravação entregue pelos delatores. A indicação de Janot converge com a avaliação feita por ministros da Corte de que os benefícios concedidos aos empresários merecem ser rediscutidos, embora façam a ressalva de que as informações obtidas a partir do acordo poderão continuar a ser aproveitadas em processos.

Delatores da JBS prestam depoimento na PGR nesta quinta
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende ouvir nesta quinta-feira, 7, os três delatores da JBS cujo acordo de colaboração premiada deve ser revisto. O empresário Joesley Batista, o diretor da empresa Ricardo Saud e o advogado Francisco Assis devem prestar esclarecimento a partir das 10h, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

Janot denuncia Lula, Dilma e Mercadante por obstrução de Justiça
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta quarta-feira (6) uma nova denúncia contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, desta vez por obstrução de justiça. O ex-ministro Aloizio Mercadante também foi denunciado pela PGR pelo mesmo crime.

PF acha digitais de Geddel no bunker de R$ 51 milhões
A Polícia Federal achou impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima no apartamento do bairro da Graça, em Salvador, onde foram encontrados incríveis R$ 51 milhões em dinheiro vivo. As impressões foram identificadas em malas e caixas onde estavam estocadas as cédulas, informou a repórter Camila Bomfim, da TV Globo.

Procurador almoçou na casa de Joesley 15 dias antes do grampo em Temer
As relações de Marcelo Miller, o ex-procurador encrencado, e Joesley Batista são anteriores ao que se sabia até agora. Miller almoçou na casa de Joesley no Jardim Europa (SP) no final de fevereiro.  Mesma ocasião em que pediu exoneração do cargo de procurador da República.
Foi o primeiro de uma série de encontros entre os dois.
No dia 7 de março, duas semanas, portanto, depois desse almoço Joesley entrava no Jaburu para gravar Michel Temer.

Palocci diz que Lula falou de corrupção em 2007, mas combate a ‘ilícitos ficou em terceiro plano’
Em seu depoimento nesta quarta-feira ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que o ex-presidente Lula o procurou em 2007 dizendo conhecer funcionamento do esquema de corrupção das diretorias de serviço e de abastecimento da Petrobras. Palocci disse que ele e Lula sabiam que cada diretor da estatal tinha a função de arrecadar recursos para os partidos por meio de contratos.
- Quando o presidente Lula foi reeleito em 2007, ele me chamou no Palácio da Alvorada e falou: soube que na área de serviço e abastecimento está havendo muita corrupção. Eu falei: é verdade, está havendo, sim - contou Palocci.

➽Lula rebate Palocci: 'contraditório' e 'sem compromisso com verdade'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota na tarde desta quarta-feira para rebater a acusação do ex-ministro Antonio Palocci, que afirmou que Lula acompanhava o repasse de propina da Odebrecht para o PT. Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, Palocci disse que havia um ‘pacto de sangue’ celebrado com a Odebrecht que resultou num pacote de propina de R$ 300 milhões para o PT. O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins afirmou que Palocci mudou sua versão sobre os fatos para conseguir fechar acordo de delação porque está "preso e sob pressão"

➤BOM DIA!

‘Nós não vai ser preso’*

A divulgação da íntegra de um diálogo gravado entre Joesley Batista, dono da JBS, e um dos diretores de sua empresa, Ricardo Saud, revelou ao País, com toda a clareza, de que maneira criminosos confessos souberam explorar a sofreguidão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em sua cruzada irresponsável para derrubar o presidente Michel Temer.

A gravação do diálogo foi feita pelo próprio Joesley, supostamente sem querer, quando este e Saud preparavam o gravador para ser usado em uma das tantas armações que o empresário estava urdindo contra diversos políticos, entre os quais, como se sabe, o próprio Temer. Joesley repassou esse e outros áudios à Procuradoria-Geral no dia 31 passado, no momento em que circulavam informações segundo as quais a Polícia Federal havia encontrado sinais de diálogos apagados no gravador que o empresário entregou para perícia. Caso ficasse constatado que Joesley omitira algo da Procuradoria-Geral, o acordo de colaboração premiada que celebrou com Rodrigo Janot e que lhe valeu um inacreditável perdão judicial poderia ser rescindido.

A versão corrente é que Joesley não sabia que entre os arquivos que entregou no dia 31 estava a espantosa conversa com Ricardo Saud, seu subordinado, participante ativo das mutretas engendradas pelo empresário. Como tudo nesse escandaloso episódio, porém, não é possível acreditar nas aparências. Só o que ficou absolutamente claro para todos nessa gravação é que Joesley pretendia fazer o País inteiro de bobo para escapar da Justiça e usou para isso o procurador-geral da República – resta saber se com a anuência deliberada deste ou apenas contando com a imprudência que não tem faltado a Janot.

A segurança de Joesley sobre o sucesso de sua tramoia era tanta que, no diálogo, ele garantiu, como falso matuto: “A realidade é: nós não vai ser preso. Vamos fazer tudo, mas nós não vai ser preso”.

Entre um drinque e outro, Joesley e Saud, como camaradas em um botequim, falaram de mulheres, de corrupção e de como era fácil entregar o que os procuradores da República queriam para, em troca, ganhar a doce liberdade. A chave era tratar todos os políticos como criminosos, exatamente como pretendem certos paladinos do Ministério Público. “É só começar a chamar esse povo (os políticos) de bandido. Esses vagabundo bandido, assim”, explica Joesley, de maneira didática. A isso, o empresário chamou de “falar a língua” dos procuradores.

Não é de hoje que parte dos procuradores da República envolvidos na luta contra a corrupção, especialmente Rodrigo Janot, parece ter entendido que seu trabalho é realizar o saneamento da vida política nacional, razão pela qual quem quer que lhes ofereça qualquer fiapo de denúncia contra qualquer político, de preferência as mais graúdas autoridades da República, será considerado confiável e terá tratamento de colaborador. Joesley percebeu isso e tratou de bolar um plano para entregar o prêmio máximo: o presidente da República.

O estratagema incluía, segundo se confirma pelos diálogos, a ajuda de pelo menos um auxiliar direto de Rodrigo Janot, o procurador Marcelo Miller, que mais tarde deixaria a Procuradoria-Geral e seria contratado pelo escritório de advocacia que fez o acordo de leniência da JBS. “Nós somos do serviço, né? (A gente) vai acabar virando amigo desse Ministério Público, você vai ver”, disse Joesley ao subordinado. “Nós vai virar amigo desse Janot. Nós vai virar funcionário desse Janot”, prosseguiu, dando gostosas gargalhadas.

Há trechos nos diálogos que indicam a suposta participação de outros procuradores na articulação de Joesley para obter o acordo de delação premiada, que incluiu o grampo por meio do qual o empresário tentou incriminar o presidente Michel Temer. E há uma perturbadora menção ao próprio procurador-geral: “O Janot está sabendo”, diz Joesley.

Para coroar a desfaçatez, Joesley divulgou nota em que diz que tudo o que falou naquela gravação “não é verdade” e pede “as mais sinceras desculpas por esse ato vergonhoso e desrespeitoso”. Escarnecendo do País, Joesley tenta assim salvar o generoso acordo que Janot lhe deu de presente. Já o procurador-geral terá de se esforçar bem mais para salvar o que resta de dignidade em sua biografia.

*Publicado no Portal Estadão em 07/09/2017