Tribunal nega habeas para Joesley e Wesley
A juíza federal Tais Ferracini, convocada pelo Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, negou liminar em habeas corpus aos
irmãos Joesley e Wesley Batista. Os empresários foram alvo de mandados de
prisão preventiva na Operação Acerto de Contas, 2ª fase da Tendão de Aquiles,
por suspeita de manipulação do mercado financeiro e da moeda americana usando
informações privilegiadas de sua própria delação premiada com a
Procuradoria-Geral da República.
Wesley está preso na carceragem da Polícia Federal, em
São Paulo, desde quarta-feira, 13. Joesley é alvo de dois mandados de prisão preventiva. No
domingo, 11, o empresário e o executivo Ricardo Saud, do Grupo J&F, foram
presos temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal, por suspeita de violação de sua delação premiada. Nesta quinta-feira,
14, o ministro decretou a preventiva dos executivos.
Joesley estava preso na carceragem da Polícia Federal em
Brasília. Nesta sexta-feira, 15, o empresário foi transferido para São Paulo. Joesley
será ouvido em audiência de custódia referente à Tendão de Aquiles.
Nesta operação, os irmãos são investigados pelo uso
indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro
ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data da divulgação de informações
relacionadas à delação premiada firmada pelos executivos e a Procuradoria-Geral
da República. A especulação resultou em lucros milionários para os delatores,
afirma a PF.
A defesa dos empresários havia protocolado o habeas na quinta-feira,
14, no Tribunal, em São Paulo, pedido de soltura imediata. Os advogados dos
executivos apontaram ‘ilegalidade das prisões’.
O pedido foi subscrito pelo criminalista Pierpaolo
Bottini e destacou que ‘a liberdade de ambos não coloca em risco as apurações
de insider trading e que não há fato novo que justifique a drástica medida’. A
defesa apontou a ‘ausência de qualquer fato contemporâneo que demonstre a
necessidade de segregação relacionada ao delito de insider trading ou à sua
persecução’.
Agência Estado