Moro: ‘Sucesso da Lava Jato depende da reação da
sociedade’
A caminho do quinto ano de Lava Jato, não se pode afirmar
que o quadro de impunidade nos crimes de corrupção no Brasil permanece
inalterado. É o que acreditam duas figuras emblemáticas das investigações que
abalaram o mundo político brasileiro, o juiz federal Sérgio Moro e o procurador
da República Deltan Dallagnol. Para eles, o sucesso da operação dependerá de
como será a reação da sociedade daqui para frente. Moro e Dallagnol estarão
no Fórum Estadão Mãos Limpas e Lava Jato para
falar sobre as investigações de combate à corrupção, da Itália e do Brasil,
junto com os magistrados Piercamillo Davigo e Gherardo Colombo, que trabalharam na
força-tarefa de procuradores de Milão criada 25 anos atrás. O evento é uma associação entre o Estado e o Centro de
Debate de Políticas Públicas (CDPP) e vai ocorrer nesta terça-feira, 24. O
painel, reservado para convidados, será mediado pela jornalista Eliane
Cantanhêde, colunista do Estado, e
pela economista Maria Cristina Pinotti, do CDPP. Terá ainda a participação do
diretor de Jornalismo do Estado, João
Caminoto, e do economista Affonso Celso Pastore, do CDPP.
PF apreendeu, com Bendine, joias, celulares e menu de
casamento de Joesley
Em meio a computadores, celulares e relógios, a Polícia Federal apreendeu na casa do
ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendine, até um ‘menu com inscrição:
Ticiana e Joesley – 25 de outubro de 2012’. A data se refere ao dia do
casamento do empresário Joesley Batista, da JBS. Os executivos estão presos. Bendine foi preso em 27 de
julho na Operação Cobra, 42.ª fase da Lava Jato. Naquele dia, a PF fez buscas e
apreensões em endereços em São Paulo e em Sorocaba, no interior do Estado,
ligados ao executivo. Todo material apreendido foi listado pela PF. Na capital
paulista, a Federal apreendeu joias com certificados de garantia dentro de um
cofre. No local havia gargantilhas, aneis, brincos, colar de pérolas e
abotoaduras. A Polícia Federal pegou também DVDs com etiquetas
‘confidencial’, pen drive e documentos. O item 63, da lista de apreensões da
PF, é um ‘envelope branco endereçado a Aldemir Bendine, contendo
correspondência enviada à presidente Dilma’. No dia da apreensão, a PF anotou
que ‘o local estava vazio e foi necessária a chamada de chaveiro para a
abertura da porta do apto’
Prefeito pede Força Nacional em Gravataí: “violência está em “descontrole total”
O prefeito de Gravataí, Marco Alba, e autoridades da área
da segurança fazem uma reunião, na manhã desta segunda-feira (23), para tratar
sobre a violência no município. O objetivo é avaliar possíveis pedidos a serem
feitos ao governo do Estado para conter a insegurança na cidade. O encontro
ocorre um dia após o atentado contra uma festa que deixou dois mortos e 33 feridos na
cidade. Apesar de ainda ouvir as autoridades, Alba está decidido: quer a
Força Nacional de Segurança fazendo o policiamento no município, junto com a
Brigada Militar. O prefeito diz ter entrado em contato com o secretário de
Segurança do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, e que este teria se
comprometido a reunir autoridades para tratar sobre o pedido. Alba ainda vai até a Procuradoria-Geral do Estado, também
nesta manhã, para avaliar a possibilidade jurídica da solicitação.
– Há um descontrole total na cidade. Essa guerra, que
está intimamente ligada ao tráfico de drogas, já atinge pessoas inocentes –
avalia Alba.
PF indicia ex-presidente do BNDES e primeira-dama de MG
A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito da Operação
Acrônimo e indiciou oito pessoas, entre os quais o ex-presidente do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho e a
primeira-dama de Minas Gerais Carolina Oliveira, mulher do governador Fernando
Pimentel (PT). O relatório foi revelado no domingo (22) pelo colunista do
jornal "O Globo" Lauro Jardim. O governador mineiro – apontado pela
PF como coordenador da "organização criminosa" – não foi indiciado
neste inquérito da Acrônimo por ter direito a foro privilegiado. Os policiais,
entretanto, encaminharam o relatório com os indícios contra Pimentel ao
gabinete do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foram indiciados, além de Coutinho e da mulher de
Pimentel, o consultor Mário Rosa e o ex-diretor do grupo Casino Ulisses
Kameyama. A Operação Acrônimo investiga um esquema de lavagem de dinheiro em
campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação. O
governador de Minas Gerais é suspeito de ter usado os serviços de uma gráfica
durante a campanha eleitoral de 2014 sem a devida declaração dos valores e de
ter recebido "vantagens indevidas" do proprietário dessa gráfica, o
empresário Benedito Oliveira. Pimentel vem negando as acusações desde o início
das investigações.
Câmara vota nesta semana denúncia contra Temer
A Câmara dos Deputados decidirá nesta quarta-feira (25)
se autoriza o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar a denúncia
contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) oferecida pela Procuradoria Geral da
República (PGR). Temer foi denunciado pelos crimes de organização criminosa e
obstrução de Justiça. Os ministros, por organização criminosa. No Senado, o
presidente do Conselho de Ética, João Alberto (PMDB-MA), pode definir ainda
nesta semana se abre, a pedido
do PT, processo disciplinar contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que
reassumiu o mandato após o plenário da Casa derrubar
a decisão da Primeira Turma do STF que havia afastado Aécio. Está
prevista para terça-feira (24), no plenário da Câmara, a leitura do parecer do
deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG), aprovado pela Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), que recomenda
a rejeição da denúncia contra o presidente. Essa etapa é uma
formalidade exigida pelo regimento da Câmara para a denúncia poder ser votada
na quarta.